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Pesquisa Gallup mostra que 20,8% dos jovens americanos se declaram LGBT

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022 0 comentários

Pouco bolo: dos 7% de americanos que se declaram LGBT, apenas 16% vivem
 sob o mesmo teto 
(Anne Cusack / Los Angeles Times)

Pesquisa Gallup mostra como raramente houve na história uma transformação comportamental tão rápida e extrema, refletindo aceleração de percepções

Como você sabe que é homossexual? Quando faz Justin Bieber parecer hétero”. É claro que a piadinha, uma das raras publicáveis, fica mais engraçada contada com verve gay.
E como você sabe se “parece” haver mais pessoas da turma LBGT por que ficou mais fácil assumir ou por que é um modismo dos tempos atuais?

Resposta: não é possível cravar nenhuma opção. Mas com certeza a percepção do “parece” é confirmada pelos números.

Segundo uma pesquisa feita pela Gallup nos Estados Unidos, o número de americanos que se declaram LBGT (o instituto dispensou as outras letras) é hoje 7,1% da população.

Era a metade, 3,5%, em 2012. A linha moderadamente ascendente arrancou a partir de 2017: foi de 4,5% para 5,6% em 2020. O salto para os 7,1% atuais faz prever que a linha vai continuar a subir.

O aumento reflete a entrada na vida adulta da Geração Z, os nascidos entre 1997 e 2003. Nessa faixa, os que se declaram LBGT são 20,8% (75,7% são heterossexuais e 3,5% não responderam).

Os quase 21% são praticamente o dobro dos 10,5% de sexualidades alternativas entre a geração Millenial (nascidos de 1981 a 1996). E quase dez vezes mais do que a geração Baby Boom (1946 a 1980). Como protagonistas da revolução sexual e de costumes, os “boomers”, como são chamados, declaravam apenas 2,6% fora da heterossexualidade.

Hoje, entre os 7% que se declaram LGBT, 57% se identificam como bissexuais. Outras filiações: 21% são gays, 14% lésbicas, 10% transgêneros e 4% alguma outra coisa.

Com toda a visibilidade que a campanha pelo casamento gay provocou, nos Estados Unidos e em outros países, apenas 10% dos LBGT são casados com pessoa do mesmo sexo e 6% têm relação estável, segundo outra pesquisa do Gallup.


A proporção de pessoas homossexuais e correlatos casadas equivale a apenas 0,7% da população americana.

Como os relacionamentos fixos tendem a ser aqueles em que os envolvidos adotam filhos ou fazem inseminação artificial, o número de 20% de jovens que são LBGT e não casados pode ter consequências sobre o crescimento populacional.

Populações que encolhem são um problema em praticamente todos os países desenvolvidos dos Ocidente, bem como no Japão, na Rússia e na própria China.

Se os números de LBGT continuarem o caminho ascendente, como tudo indica, em poucos anos os Estados Unidos terão 10% da população total nessa categoria.

No meio dessa tendência, alguns fenômenos específicos. Um deles: casais de mulheres lésbicas tendem a se separar mais do que casais de homens gay. A feminista Julie Bindel cita no Spectator números da Holanda, o primeiro país onde o casamento homossexual foi reconhecido, em 2005. Desde então, 15% das parcerias entre homens foram desfeitas, contra 30% das mulheres em situação equivalente.

Motivo especulado: por Bindel quando o casamento homossexual foi aprovado, muitos casais procuraram o reconhecimento social que a legalização trazia, mas depois descobriram que isso não bastava para manter a união estável. Outro: mulheres lésbicas tendem a partir para um relacionamento sério logo no início do envolvimento e pulam fases que confirmariam se casar é realmente uma boa ideia (piadinha contada por ela: “O que uma lésbica leva para o primeiro encontro? O gato e um caminhão de mudança”).

Gays e lésbicas das primeiras gerações de assumidos, enquadrados nos “boomers, não queriam saber de gato nem de casamento, mas de aproveitar um estilo de vida exatamente oposto.

O que os jovens LBGT querem ainda está sendo definido. Se já são 21% num país como os Estados Unidos, tenderão progressivamente a deixar de ser uma minoria pequena para se transformar em minoria grande.

É uma mudança enorme e acelerada. Em 1997, 68% dos americanos em geral eram contra no casamento gay nas mesmas bases do hétero e apenas 27% eram a favor. Hoje, os números são exatamente o oposto. O ponto de intersecção aconteceu em 2011.

E a aceleração está aumentando de três anos para cá.

Clipping Mudança radical: 20,8% dos jovens americanos se declaram LGBT, por Vilma Gryzinski, Veja, 18/02/ 2022

Cantora Kehlani assume ser lésbica no Instagram

sexta-feira, 9 de abril de 2021 0 comentários


A cantora americana Kehlani, dona do hit Nights like this, fazia uma live no Instagram ao lado da sua fotógrafa, Jamie-Lee B, quando disparou: “Querem saber uma novidade sobre mim? Eu finalmente sei que sou lésbica".
Vocês todos querem algo novo sobre mim, vocês querem saber?” perguntou a cantora de 25 anos enquanto cozinhava com um amigo. “Eu finalmente sei que sou lésbica.” O amigo dela reagiu, gritando imediatamente, “lançamento de bomba!”
Ano passado, a artista, 25 anos, havia se declarado queer. Ao assumir-se lésbica, a cantora disse que a situação dela é mais fácil, pois é muito difícil as pessoas olharem para ela e dizerem que ela é homossexual.

A americana completou falando que muitos artistas acabam sendo forçados a se assumir. “É mais difícil para homens negros gays. É mais difícil para mulheres negras homossexuais 'masculinas", completou Kehlani.

Diante da repercussão da notícia nas redes sociais, a cantora mostrou-se surpresa, mas muito feliz com as mensagens de apoio e carinho recebidas.

Com informações de Cantora Kehlani assume homossexualidade em live nas redes sociais, Correio Braziliense, 08/04/2021, Kehlani assumiu ser lésbica em uma live no Instagram, por Vinicius Prado, 07/04/2021, Portal RapMais.


Personagem lésbica de Naya Rivera em 'Glee' ajudou público LGB a se autoaceitar

quarta-feira, 15 de julho de 2020 0 comentários

Naya Rivera como Santana Lopez em Glee (Foto: Divulgação)
Atriz interpretou Santana Lopez na série, que foi ao ar de 2009 a 2015, marcada
pela celebração da diversidade e da autoaceitação

A morte de Naya Rivera, atriz que interpretava Santana Lopez em Glee, chocou os fãs na última quarta-feira (8), principalmente pela importância da personagem em suas vidas pessoais. Naya sumiu durante um passeio de barco com o filho de 4 anos de idade, Josey, no Lago Piru, nos Estados Unidos, e as buscas por ela mobilizaram uma equipe de cerca de 100 pessoas até seu corpo ser encontrado na segunda-feira (13).


Glee ficou marcado na história da TV como uma série que celebrava a diversidade e a autoaceitação. Os discursos abordados nos episódios desde homossexualidade, preconceito, gordofobia, racismo, padrões de beleza, entre outros, destacava a série como precursora em 2009, quando foi lançada. Na série, Santana lidou com a aceitação da própria sexualidade e ajudou o público LGB que também enfrentava essa questão, além do preconceito.

Naya Rivera em Glee como Santana Lopez (Foto: Reprodução)
Naya Rivera em Glee como Santana Lopez (Foto: Reprodução)

Naya Rivera marcou uma geração com Santana, mostrando a importância de se aceitar como é!", escreveu um internauta no Twitter. "Hoje felizmente 90% das séries que vejo tem personagens não héteros. De Jane the Virgin pra cá, o número de séries com personagens latinos aumentou muito. Dez anos atrás, a realidade era outra. Ver uma personagem como a Santana Lopez foi de extrema importância pra mim", comentou outro. Além de Santana, Glee também tinha outros personagens LGB como Britanny (Heather Morris), Kurt (Chris Colfer) e Blaine (Darren Criss).
Estaria mentindo se dissesse que Santana Lopez não foi um personagem que me ajudou e influenciou em certo momento lá atrás", falou um fã. "Quem me conhece sabe o quanto eu sou fã dessa mulher, e quão importante pra mim foi a trajetória dela em Glee, série essa que me ajudou a me aceitar como um homem gay", disse um rapaz.
A personagem tem atitudes duvidosas ao longo da série e pode até ser considerada uma das vilãs. No final da última temporada, Santana e Britanny, que eram namoradas no ensino médio, se casam. A cena é uma das mais importantes da produção.



Clipping Personagem lésbica de Naya Rivera em 'Glee' ajudou público LGBTQIA+ com autoaceitação, por Isabela Pacilio, Quem, 10/07/2020               

Velma saiu do armário no desenho Scooby-Do Mistérios S.A e se assumiu lésbica

segunda-feira, 13 de julho de 2020 0 comentários

A personagem Velma é lésbica, revela produtor de 'Scooby-Doo'
Marcie e Velma são namoradas

Uma personagem do desenho Scooby-Do Mistérios S.A. acaba de sair do armário: Velma é lésbica. A afirmação foi feita pelo produtor da animação Tony Cervone em post nas redes sociais.

A postagem veio em resposta a questionamentos dos fãs que enxergavam uma possível relação amorosa entre Velma e o personagem Salsicha.
A Velma de Mistérios S. A. não é bi, ela é gay. Nós sempre planejamos a Velma agindo um pouco fora do personagem enquanto ela estava confusa consigo mesma e tinha dificuldades em entender”, escreveu ele, que postou uma imagem de Velma com as cores do arco-íris.
Ele prosseguiu dizendo que o desenho dá pistas da homossexualidade da personagem e que ela forma um casal com Marcie.
Há dicas sobre o porquê naquele episódio com a sereia e, se você seguir todo o arco de Marcie, parece tão claro quanto poderíamos fazer dez anos atrás. Eu não acho que Marcie e Velma tiveram tempo de agir de acordo com seus sentimentos durante a linha do tempo principal mas, após o reset, elas são um casal”, explicou.
Produtor do Scooby-Doo revela que Velma é lésbica e expõe sua vida ...
Velma é lésbica e não bi

No último domingo (12), James Gunn, que dirigiu o primeiro live-action de Scooby-Doo em 2002, disse que Velma, interpretada por Linda Cardellini, era gay na primeira versão de seu roteiro.
Eu tentei! Em 2001, Velma era claramente gay no meu roteiro inicial”, tuitou ele em resposta aos pedidos dos fãs de fazer Velma abertamente lésbica na próxima versão do desenho nos cinemas.
I tried! In 2001 Velma was explicitly gay in my initial script. But the studio just kept watering it down & watering it down, becoming ambiguous (the version shot), then nothing (the released version) & finally having a boyfriend (the sequel). 😐 https://t.co/Pxho6Ju1oQ
— James Gunn (@JamesGunn) July 13, 2020
Clipping Produtor de Scooby-Doo diz que Velma é lésbica e namora outra personagem, VejaSP, 13/07/2020

Atriz da Globo, Olivia Torres se assume lésbica em vídeo no Instagram

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020 0 comentários

Resultado de imagem para olívia torres lésbica
Olívia Torres se assumiu lésbica - Foto: Divulgação

Olivia Torres, de 25 anos, usou as redes sociais para se assumir lésbica. A atriz ficou conhecida na televisão pelos seus papéis em ‘Malhação’, ‘Totalmente Demais’, ‘Tempo de Amar’, entre outras.

O post de Olivia mostra uma série de cenas de filmes que retratam relações homossexuais entre mulheres, e ela diz que sentia “uma sensação nítida de que, se eu tivesse assistido aquilo durante a adolescência, tudo teria sido radicalmente diferente”.
Eu teria chorado lágrimas guardadas há menos tempo, teria assumido algo desde sempre tão óbvio com mais tranquilidade”, continuou ela na narração, do vídeo de 1min e 40s.
Na legenda da post, ela cita os filmes usados no vídeo, revela que foi editado pelo amigo Bruno Mello, e disse que escreveu o texto da narração em 2018.
Também poderiam ser de tantos outros que já vi, que estou pra ver ou que ainda não descobri. Nos enxergar é revolucionário”, declarou.
Em seu texto, a atriz conta que os filmes foram uma parte importante do seu processo de aceitação e descoberta da própria sexualidade. Em outro trecho, ela abre o jogo sobre seus relacionamentos heterossexuais e a forma como eles a faziam sentir, comparando a "exercícios de memória e julgamento".

Seguem o texto completo e o vídeo:
A primeira e provavelmente mais arrebatadora foi na sala de cinema. Uma sensação nítida de que se eu tivesse assistido aquilo durante minha adolescência tudo seria radicalmente diferente. Que eu teria chorado lágrimas guardadas há menos tempo e teria assumido algo desde sempre tão óbvio com mais tranquilidade. Duas mulheres que são apresentadas, que flertam, que tem coragem, que se beijam, que entendem que o risco valeu a pena, que se apaixonam, que fodem e amam. Meu corpo respondendo a todos os estímulos, eu encantada pelo amor e simultaneamente destroçada por ele. Pelo que me neguei e me obriguei a viver. Todos os homens que transei e que não queria, todos os 'eu te amo' que copiei de outros casais, e súplicas para que fossem de verdade os arrebatamentos que nunca duravam. Um esforço constante de fazer da minha vida uma encenação tosca. Mas no cinema não era um exercício de memória e julgamento. O arrebatamento vinha da alma, como sendo apresentada a outros espaços dentro do corpo, outras possibilidades assustadoras que antes eu só entendia onde viviam observando no outro. Novidade do que poderia agora ser meu, a mais inédita e irreal possibilidade de amar." 

Com informações de Isto É Gente (23/01/2020) e Quem (22/01/2020)

Lésbicas e as dores e delícias de se sair do armário

sexta-feira, 3 de maio de 2019 0 comentários

Lara, filho de Mardejan e Mardejan - Imagem: Arquivo Pessoal

A dificuldade de sair do armário: lésbicas relatam histórias de dor e afeto


Abrir o jogo sobre a homossexualidade para amigos e família é um processo delicado. Enquanto em alguns casos o assunto é tratado com naturalidade e acolhimento, em outras situações, a homofobia começa dentro do próprio lar.

Universa conversou com mulheres e relata experiências muito diferentes sobre a hora de sair do armário. Há quem tenha sido acolhida, há humilhação e até situações inusitadas.

Negação, religião, ameaças e gravidez

Lara, filho de Mardejan e Mardejan 

"Comecei a me relacionar com mulheres aos 14 anos. O processo de aceitação comigo foi muito doloroso, chorava bastante e me reprimia. Tinha medo de magoar minha mãe, de ser julgada. Aos 15, tive amigas que também estavam se descobrindo e pude experimentar a minha liberdade ilusória.

Aos 17, minha mãe, desconfiada, mudou de Duque de Caxias para Campos de Goytacazes, no Rio, em uma tentativa de me afastar das "péssimas amizades" e me isolar. Ficamos próximas da família dela, onde todos são evangélicos fanáticos.

E, então, me vi prisioneira. Antes de me mudar, eu estava namorando uma menina e postava coisas sobre nós em uma rede social. Um primo acessou o computador que eu usei, descobriu, e espalhou para toda a família. Fui ridicularizada, chantageada. Tiraram meu celular, eu não podia acessar a internet, ter amizades fora da igreja, ouvir músicas "mundanas".

Chegou até o ponto de não poder usar tênis, porque seria para "me sentir homem". Era obrigada a ouvir sermões e salmos. E claro, não podia sair. Minha mãe não me agrediu, mas me ameaçou muito. Eu passei a fugir de casa, pulava o muro ou inventava situações religiosas para conseguir sair. Me sentia em um cárcere, privada de amar.

Me cobravam que, se eu não havia transado com homens, não poderia ter certeza da minha sexualidade. Vivia um processo de heterossexualidade compulsória e em uma das fugas, acabei transando com um desconhecido. Estava extremamente bêbada e ele agiu como quis. Usamos camisinha, mas ele tirou sem minha permissão. Descobri um mês depois que estava grávida, quando fiz 18 anos.

Fugi de casa, deixando uma carta e fui em busca da minha liberdade, mesmo com a maternidade chegando pra me acorrentar. Hoje vivemos eu e meu filho Pierre, ele tem oito anos e ama minha namorada. Minha família segue religiosa e acreditando em uma milagre divino e eu sigo acreditando no amor", Mardejan, cantora, 27 anos.

Delatada pela 'máquina da verdade'
Jessica Luz, tatuadora Imagem: Arquivo Pessoal

"Meu pai trabalha com terapias alternativas, holísticas e frequências corporais. Quando eu tinha 18 anos, ele comprou um aparelho em que você coloca uns eletrodos na cabeça, nos pulsos, nos tornozelos e fica relaxado enquanto essa máquina vai passando várias frequências para um programa que lê e interpreta o que cada uma delas significa.

Ele me passou nessa máquina e depois me chamou para conversar, prescreveu alguns florais e falou: 'então, eu queria te perguntar uma coisa, eu vi nas suas frequências tendências homossexuais. Você quer conversar sobre isso, filha?' e eu fiquei: eita, eita, eita. E aí admiti e falei 'pai, então: a máquina está certa, pelo menos agora sabemos que ela funciona mesmo'. Ele foi tranquilo, e desde então meus amigos chamam esse aparelho de máquina da verdade. Mas foi muito louca a forma como meu pai descobriu", relembra a tatuadora." Jessica Luz, de 28 anos

Marina e Alessandra

Independência financeira, direito de amar, e, por fim, aceitação
"Eu, desde sempre, tinha me relacionado com homens. Tinha terminado um relacionamento abusivo há cerca de dois anos, e, nesse meio tempo, tinha saído do armário pra mim mesma. Pra mim, a saída do armário veio no mesmo momento da independência financeira. Quando eu terminei a faculdade e, com 23 anos, consegui me bancar, e não precisei mais dos meus pais.

Contei para minha mãe primeiro, quando eu comecei a namorar uma mulher. Minha mãe reagiu me dizendo que preferia que eu estivesse com um homem casado e com filhos, e me proibiu de contar para o resto da família, porque ela não queria ter essa vergonha. Eu pedi que ela esperasse eu mesma contar paro meu pai e ela não esperou.

Aí, foi uma sucessão de coisas horríveis. Eles são da igreja e não aceitavam, não falavam com a minha namorada, não olhavam, não perguntavam: nada. Depois dessa relação, eu firmei o pé, dizendo que gostava mesmo de mulheres e que isso não iria mudar.

Tive que bloquear os meus pais de todas as redes sociais e do Whatsapp, porque eles falavam sobre como eles ficavam mal, perguntavam qual era a necessidade de eu postar fotos com a minha namorada, ficavam perguntando aonde eles tinham errado, por que eu tinha terminado a relação com um cara, só que eles não sabiam que, nos bastidores, a relação era ruim.

Ficamos meses sem nos falarmos, e, depois de um tempo, eles aceitaram receber a minha namorada, que agora é esposa, na casa deles. A gente avisou que ia casar. Foi difícil, mas eles vieram ao nosso casamento, em novembro do ano passado e, depois, meu pai esteve na nossa casa, ficou uns dois dias, minha mãe também esteve lá recentemente. Agora eles já perguntam por ela, chamam pelo nome, querem saber, já a abraçam. Mas, até hoje, eles nunca pediram desculpa", conta Mariana Sampaio, 26 anos, servidora pública, que está casada e muito feliz.

Acolhimento e respeito ao tempo

Camila Martins

"Saí do armário há cerca de oito anos. Liguei para minha mãe, que mora em outro estado, e disse que estava indo visitá-la, mas que levaria minha namorada. E ela, prontamente, disse que tudo bem. Depois me mandou várias mensagens de afeto e disse que falaria com meu pai, que também foi tranquilo.


A essa altura minhas irmãs já sabiam e um tio, que é gay, já havia conhecido a minha primeira namorada, me acolhendo em todos os momentos. Contar para a família me ajudou a sair de um processo de depressão profunda, porque me assumi lésbica muito tardiamente, com 26 anos, e foi uma libertação emocional. O que mais me marcou na fala da minha mãe foi "Eu já sabia, sempre soube, e só estava esperando você me contar".

Ela respeitou meu momento e me deu todo apoio diante do restante da família. Foi aí que comecei a falar abertamente nas redes sociais. Ao mesmo tempo, percebi que outros espaços foram fechados, como alguns núcleos da família e de amigos. Mas houve muito apoio e acolhimento. E o que eu mais ouvi foi: "nós sempre soubemos".

Tirei um peso da minha vida. Mas entendo que sair do armário não é para todas as pessoas, uma vez que nós, lésbicas, somos ameaçadas pelo estupro corretivo, assassinato. Ficar no armário, muitas vezes, significa estratégia de sobrevivência diante do quadro de lesbofobia", conta a editora Camila Marins, de 34 anos.

Sair do armário em casa e no trabalho

"Eu nunca tive um relacionamento maravilhoso com a minha família. Até que eu me apaixonei por essa menina, C., e começar a sair com ela direto. Um dia, minha mãe me avisa pra eu tomar cuidado porque ela sabia que a C. era sapatão e ia querer me comer. Eu aproveitei a deixa para dizer um 'Tomara!' e falar que eu também era sapatão e não via nada demais, minha mãe ficou com nojo e se recusou a encostar ou falar comigo direito por meses.

Ela sugeriu que meu irmão me tirasse das redes sociais, pois poderia pegar mal ele ter ligações com uma pessoa gay; meu pai me fez prometer que eu nunca seria foto de capa de um jornal no topo de um trio elétrico com os peitos de fora numa parada gay. Eles passaram a me tratar mal e não falar comigo, tentar me impedir de sair, ou fazer pequenas humilhações diárias.

Por fim, avisei que sairia de casa. Eles, então, fizeram uma conta de tudo que já haviam gastado comigo na vida e me ofereceram para pagar um aluguel para ficar na casa deles, para que eles pudessem ser compensados pelos anos que passaram investindo em mim para eu estudar e ter sucesso ao invés de acabar 'me tornando' sapatão e arruinar tudo. Eles fizeram os cálculos de quantas viagens teriam feito à Europa não fosse o fardo de me criar e sustentar.

Depois de muito tempo e terapia, hoje temos um relacionamento agradável e nos falamos com frequência. Eu também tive que sair do armário no trabalho, em um lugar muito tóxico, repleto de pessoas machistas e homofóbicas. Percebi logo nos primeiros dias que não daria pra ser assumida nesse emprego.

Deixei o cabelo crescer para as piadas diminuírem e ouvia calada os comentários homofóbicos. Tinha medo de ser mandada embora. Um dia, cheguei para trabalhar e minha chefe me chamou em particular e disse que estava oferecendo a oportunidade de me explicar, pois alguém tinha contado para ela que eu sou gay e se ela soubesse disso antes ela não teria me contratado. Ela queria entender a razão de eu não ter contado para ela. Fiz um barraco, falei que era um absurdo, que eu não precisava da permissão dela para existir.

Foi uma história engraçada, porque o argumento dela foi que quando ela me imaginava com uma mulher, ela me imaginava fazendo atos sexuais muito fora da caixinha e isso a deixava desconfortável.


Respondi que quando ela me contou que era casada, eu não a imaginava chupando o marido dela, então não entendia a dificuldade. Encerramos a conversa ali e passei um ano trabalhando com ela, e ela interrompendo cada vez que o nome da minha namorada era mencionado", conta a professora M, de 31 anos, que, apesar de ser assumida, prefere não ter a identidade revelada pois muitas pessoas de seu convívio profissional são homofóbicos.

Fonte: Universa, por Elisa Soupin, 30/04/2019

Mulher negra sai do armário aos 40 e diz que foi a coisa mais libertadora de sua vida

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019 0 comentários

Nicole Gilley relata seu calvário até se assumir lésbica

Por que esperei até ter 40 anos para dizer que sou lésbica?
Sou uma mulher negra, criada por mãe solo e religiosa que nunca me incentivou a buscar nada senão Deus, um marido e filhos.

Eu nunca quis ser lésbica. Fui criada por minha mãe solo, que me ensinou que a homossexualidade é a única abominação que Deus não perdoa. Durante minhas três primeiras décadas de vida, tentei de tudo para expulsar minha natureza. Eu passava noites incontáveis chorando de joelhos, suplicando para Deus tirar isso de mim, sem entender por que ele teria me feito carregar essa cruz se ser homossexual era realmente pecado. As noites que eu não passava rezando eram passadas embaixo de inúmeros homens cujos nomes eu nem me dava ao trabalho de descobrir. Eu pensava realmente que, se transasse com homens suficientes, isso faria minha heterossexualidade pegar no tranco. Não funcionou, é claro.

Quando eu tinha 23 anos e estava morando em Los Angeles, comecei a trabalhar num call center, recebendo ligações para um serviço de encaminhamento a dentistas. Foi ali que me apaixonei para valer pela primeira vez, por uma colega de trabalho. Quando ela percebeu o que eu estava sentindo, graças à minha falta de sutileza, me denunciou para o call center inteiro.

A humilhação me obrigou a sair da empresa e começar a trabalhar com vendas, onde continuei a evitar minha sexualidade e a transar com homens. Com 31 anos, me matriculei numa faculdade pública e continuei a fazer de tudo para fugir da minha sexualidade – trabalho, estudos, álcool, noitadas. Mas aos 32 anos fui internada às pressas, com diagnóstico de gastrite e duas úlceras. Entendi então que não conseguiria expulsar minha homossexualidade com orações. Finalmente admiti para mim mesma que eu era lésbica. Ali mesmo no leito do hospital, resolvi que em vez de ficar onde eu estava e evitar minha sexualidade, eu iria embora.
Passei noites incontáveis chorando de joelhos, suplicando a Deus para tirar isso de mim, sem entender por que ele me fez carregar essa cruz de ser homossexual se isso era realmente pecado.
Comecei a me candidatar a cursos universitários de quatro anos para onde pudesse pedir transferência, e pouco tempo depois de completar 33 anos, larguei meu emprego na Califórnia e me mudei para Nova York, onde fui morar no Harlem e estudar na NYU. Eu tinha uma meta na cabeça: ser verdadeira comigo mesma e abraçar minha sexualidade. Nova York me pareceu que seria o melhor lugar para fazer isso. Depois de me mudar para lá, entendi que não era a vergonha de minha mãe que me estava impedindo de ser quem eu era: era minha própria vergonha. Em Nova York, eu falava com minha mãe com frequência e pensava honestamente que poderia abraçar ser lésbica e conservar um relacionamento com ela. Nunca parei para refletir sobre os efeitos que manter segredo teriam sobre mim, minha vida amorosa e meu relacionamento com minha mãe.

Mesmo estando a milhares de quilômetros de minha família, eu não conseguia simplesmente pressionar um interruptor e virar abertamente gay. Dois meses depois de me mudar para Nova York, finalmente criei coragem de ir ao meu primeiro bar de lésbicas. No frio, embarquei no metrô da linha D e fui para o centro. Quando cheguei perto do bar, vi algumas mulheres – imaginei que fossem lésbicas – do lado de fora, fumando cigarros, sorrindo e dando risada. Dominada pelo medo e a vergonha, passei reto e, em vez de ir àquele bar, fui a outro bar nas proximidades e bebi até afogar meu sentimento de vergonha. Tentei imaginar como aquelas mulheres podiam amar a si mesmas, sendo como eram. Como eu faria para chegar a isso? Voltando para casa, tomei a decisão de nunca mais tentar aquilo. Tinha me provocado ansiedade demais.

Só consegui me sustentar em Nova York, vivendo na cidade e estudando na NYU, por um ano. Depois desisti. Eu não podia voltar para casa, então em janeiro de 2012 resolvi me mudar para Las Vegas e estudar na Universidade de Nevada. Seria a mesma ideia: eu seria lésbica em outro estado e conseguiria meu diploma de faculdade. Percebi que ir a um bar representava pressão demais para me relacionar com outras lésbicas, então em 2015 me aventurei no namoro online e conheci uma mulher. Estar com ela foi o início de meu processo de me compreender. Eu estava apaixonada e queria que o mundo inteiro soubesse, mas ela estava no armário. Foi uma coisa arrasadora, porque, além de meus próprios problemas de sentir vergonha de mim mesma, agora eu estava lidando com os dela também. No final, não consegui mais encarar, e nos separamos. Tudo o que eu queria era poder ligar para um serviço de terapia familiar pelo telefone e me abrir com quem atendesse, mas eu não podia.

No final de 2015 eu estava com 38 anos, tinha me formado na faculdade e estava mais do que pronta para voltar para casa, para Los Angeles, mas ainda não pretendia me assumir como lésbica diante da minha família. Levei mais seis meses para decidir que eu precisava fazer terapia. Foi assim que me vi sentada diante de uma mulher branca de 30 e poucos anos, chorando loucamente e contando a ela que eu não queria ser gay. Tentei imaginar se ela teria condições de compreender realmente como é ser uma lésbica negra. Será que ela sabia que a comunidade negra é notoriamente homofóbica? Sou uma mulher negra, criada por mãe solteira e religiosa que nunca me incentivou a buscar nada senão Deus, um marido e filhos. O fato de ter crescido em conflito entre quem eu era e quem ela queria que eu fosse me provocava muita dor, confusão e depressão.
Sou uma mulher negra, criada por mãe solteira e religiosa que nunca me incentivou a buscar nada senão Deus, um marido e filhos.
Me perguntei se a terapeuta teria como me ajudar a encarar o fato de que sair do armário implicaria perder o amor e a aceitação de minha mãe. Ela poderia me ajudar a ganhar força suficiente para realizar o que eu me propunha a fazer? Uma vez por semana eu passava 90 minutos sentada num consultório bege com decoração discreta, aprendendo a dizer "sou lésbica". Fiz cinco meses de terapia até começar a contar às pessoas.

Pouco antes de completar 40 anos, resolvi contar primeiro a uma prima minha, e ela me deu todo o apoio. Outros amigos também me apoiaram, mas eu tinha medo de me assumir diante de minha melhor amiga. Ela nunca tinha mostrado apoio aberto à homossexualidade. Na realidade, os gays muitas vezes eram os alvos de suas piadas. Quatro meses depois de me abrir com minha prima, procurei minha amiga, e, para surpresa minha, ela me deu apoio total. Meu medo todo tinha sido desnecessário. Minha amiga passou os últimos 20 anos tentando servir de casamenteira para mim; acho que esse papel dela não mudou, só que agora ela me apresenta para mulheres, em vez de homens.

Foi um alívio mostrar a minhas melhores amigas quem eu sou de verdade, mas eu ainda estava nervosa, sem saber como reagiriam meus familiares religiosos. Eles me rejeitariam? Depois de pouco a pouco começar a contar outros primos e parentes, percebi que essas pessoas todas gostavam de mim de verdade e não se importavam com quem eu namorasse. Só queriam que eu fosse feliz. Mas ainda faltava eu falar com minha mãe.

Era uma noite de sábado. Minha mãe e eu estávamos sentadas num restaurante Roscoe's Chicken. Inicialmente tentei dizer que eu era bissexual, na esperança de acostumá-la à ideia aos poucos. É claro que isso não funcionou – apenas lhe deu a falsa esperança de que eu ainda poderia namorar um homem. Ela disse terminantemente que nunca aceitaria que eu fosse lésbica, mas não chegou a dizer que isso era nojento ou que eu era nojenta.

Desde então, tenho tido uma conversa contínua com ela. Quando a Tchetchênia promoveu um expurgo dos gays, minha mãe falou que é melhor que o governo os pegue antes que Jesus o faça.
Dizer que aos 40 anos eu não anseio pela aceitação e aprovação de minha mãe seria mentira.
Minha mãe me disse que, se eu me casar algum dia, ela não vai ao casamento. Embora seja isso que mais me doa, fui obrigada a entender que esse é um problema dela, não meu. Mereço ser feliz na vida, e não devo ter vergonha de ser quem eu sou. Minha mãe e eu ainda nos falamos, mas agora falta intimidade no nosso relacionamento. Ela não sabe nada da minha vida nem das mulheres com quem saio. E não quer perguntar sobre isso. Nosso relacionamento se limita a falar generalidades sobre política ou as coisas que estão acontecendo na vida dela. A posição dela sobre minha sexualidade não mudou, e, como ela tem 75 anos, não imagino que vá mudar.

Dizer que aos 40 anos eu não anseio pela aceitação e aprovação da minha mãe seria mentira. Eu quero muito, mas percebi que não preciso disso para ser feliz. Alguns dias são melhores que outros, mas na maioria dos dias eu me vejo caminhando com uma nova visão de quem sou e com nova confiança, pelo fato de ser lésbica assumida.

Sair do armário aos 40 anos foi a coisa mais libertadora que pude fazer por mim mesma, e a única coisa que lamento é não ter feito isso antes. Não passo mais minhas noites chorando, e, com o encorajamento de minha terapeuta, minhas amigas e mentoras, olho com confiança e prazer para o futuro, querendo aproveitar minha nova vida como lésbica e me libertar de qualquer resquício de sentimento de vergonha.

Fonte: Huff Post BR, 14/05/2018

Jornalistas da Globo se assumem bi ou lésbicas

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019 0 comentários

Fernanda Gentil, Leilane Neubarth e Nadia Bochi:
a verdade, tão somente a verdade sobre elas mesmas

Jornalistas da Globo livres para se assumirem bi ou lésbicas

Apresentadoras e repórteres compartilham com atrizes gays a luta contra o preconceito

A melhor coisa de sair do armário é que ninguém mais pode ameaçar contar aquilo que você já assumiu ser”, disse, em 2008, Rachel Maddow, uma das mais famosas e respeitadas apresentadoras dos Estados Unidos.

Ao se tornar a primeira âncora de programa jornalístico assumidamente lésbica no horário nobre da TV norte-americana, sem que a orientação sexual fosse empecilho para a ascensão profissional, ela encorajou colegas de profissão a também fazer o ‘outing’.

No Brasil, esse movimento de libertação de jornalistas lésbicas atuantes na TV é recente.

Vivemos em uma sociedade machista, discriminatória e opressora. Exige-se coragem extra para sair do armário.

O caso mais midiático aconteceu em setembro de 2016, quando Fernanda Gentil, então âncora do "Esporte Espetacular", assumiu o relacionamento com a também jornalista Priscila Montandon.
Estou só exercendo o meu direito de ser muito, muito feliz”, disse na época.
Desde então, a carioca lida bem com as reações de curiosidade a respeito de sua intimidade e os ataques homofóbicos nas redes sociais.

Em julho deste ano, outra jornalista da Globo rompeu o silêncio usado como escudo pela maioria dos homens e mulheres gays que atuam diante das câmeras.

Nadia Bochi, repórter do "Mais Você" de Ana Maria Braga, usou seu perfil no Facebook para um desabafo.
Me reconheci lésbica numa época em que ser homossexual não tinha nenhum glamour. Não existia beijo gay nas novelas, pelo contrário, as lésbicas explodiam junto com os prédios”, escreveu, referindo-se à morte do casal Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer), eliminado na explosão de um shopping na novela Torre de Babel (1998-1999), por conta da rejeição dos telespectadores conservadores.
Há 15 anos sou repórter da Globo e entro na casa de milhões de pessoas com tudo que me constitui: meu profissionalismo, sensibilidade, a voz, os ouvidos e também o meu jeito de amar”, relatou Nadia em outro trecho do post.
No último Natal, uma das veteranas da GloboNews compartilhou no Instagram uma foto ao lado da companheira. Leilane Neubarth recebeu centenas de comentários de apoio e felicitações.

Com testemunhos emocionados ou postagens discretas, essas três profissionais da comunicação contribuem para o combate à homofobia.

Elas trabalham na maior empresa de mídia do País e são reconhecidamente competentes. O fato de serem gays ou bissexuais é irrelevante no cumprimento de suas funções.

Acima, Nanda Costa e Thalita Carauta; abaixo, Bruna Linzmeyer e Barbara Gancia:
o uso da visibilidade midiática para defender o respeito às lésbicas e às mulheres em geral

Uma precursora entre as jornalistas militantes pelo respeito da homoafetividade é Barbara Gancia, ex-apresentadora do "Saia Justa", do canal GNT. Ela sempre disse a verdade a respeito de sua sexualidade.
Opto por ser fiel a mim, da forma mais digna e transparente possível, caminhando no sentido contrário das farsas, da impostura e das trevas”, explicou, anos atrás.
Algumas atrizes da Globo também declararam ao público o amor por outras mulheres.

Nos últimos tempos, Nanda Costa, Thalita Carauta e Bruna Linzmeyerpassaram a falar abertamente da questão e viver seu relacionamento sem o temor de um flagra pelos paparazzi.

Tal liberdade é mais uma etapa da revolução feminina (e feminista) iniciada no século 19.

Certa vez, ao ser questionada a respeito da importância de assumir a orientação sexual, a escritora norte-americana e ícone gay Rita Mae Brown foi sucinta e, ao mesmo tempo, totalizante:
Tudo que você deve fazer na vida é ser quem você é”.
Fonte: Terra, por Jeff Benício, 29/12/2018

Atriz de Mulheres Apaixonadas não quis repetir papel de lésbica em novela da Globo

terça-feira, 7 de agosto de 2018 1 comentários

Clara e Rafaela em Mulheres Apaixonadas

Atriz revela que rompeu com a Globo após 2º convite para interpretar lésbica

Paula Picarelli tinha 25 anos quando estourou em Mulheres Apaixonadas (2003), na Globo, interpretando a estudante Rafaela Machado, namorada de Clara Resende (Alinne Moraes). Era a sua segunda novela, e ela foi tão bem avaliada que logo recebeu convite para uma nova trama. No entanto, a atriz optou por romper com a emissora. O motivo? O novo papel era o de uma menina masculina e ela não se sentiu confortável. 
Eu lembro que na época tinha surgido a possibilidade de eu fazer uma personagem numa novela das 19h, que era uma menina meio masculina. Daí eu falei: 'Talvez eu já esteja dentro de alguma caixinha na emissora e não me interessa seguir por esse caminho'. Então, eu também procurei outras coisas", diz ao Notícias da TV. 
Atuar em novelas deixou de ser uma prioridade, tanto que a trama de Manoel Carlos foi sua última. Hoje, aos 40 anos, ela ela se dedica a trabalhos com os quais se identifica, como a série Psi, da HBO, na qual interpreta a promotora Taís desde 2014. Ela iniciou as gravações da quarta temporada na semana passada. 

Embora a repercussão de seu trabalho em Mulheres Apaixonadas tenha sido positiva, Paula precisou lidar com o assédio e a curiosidade em torno de sua vida pessoal. Afinal, interpretou uma lésbica no horário nobre da Globo e ainda protagonizou um beijo um beijo discreto com Alinne Moraes no último capítulo da novela. 
A experiência na novela foi muito difícil para mim, eu fui muito exposta e eu não tinha certeza do que [eu queria]. Não sabia o que ia acontecer, como eu seria exposta, como a minha vida iria mudar, como eu deveria reagir diante dessa nova realidade. Eu não tinha instrumentos para lidar com o que estava acontecendo comigo naquele momento. Depois da novela, preferi voltar para um projeto meu de teatro, até para entender toda a experiência que eu tinha vivido, e como seriam os meus passos como artista a partir de então." 
Teatro, literatura, espiritualidade e autoanálise fizeram Paula encontrar as respostas de seus dilemas. Ela escreveu e atuou em peças em que expôs seus anseios pessoa , escreveu um livro sobre sua vivência religiosa em uma seita, e olhou para si mesma para descobrir se "estar na Globo" era um sonho pessoal ou uma tentativa de satisfazer os desejos de seus parentes. 
Uma coisa muito boa que acontece com essa idade [40 anos] é que eu lido diferente com as expectativas. Quanto menos expectativas eu criar, mais tranquila é a minha vida. Esse lance de você projetar sonhos distantes, ou muito difíceis de serem alcançados, por um lado pode te impulsionar a agir, mas por outro as coisas nunca acontecem como a gente imagina e a gente só se frustra", reflete. 
Mesmo depois de 15 anos sem fazer novelas, Paula não descarta a possibilidade de voltar a trabalhar em uma longa produção na TV no futuro. Mas, no momento, ela diz que esse não é o tipo de trabalho que está procurando. 
A curto prazo, seria impossível encaixar as agendas, porque estou gravando Psi e vou estrear um projeto no teatro. Não sou contra fazer novela, não me recusaria a fazer. Não sei como me comportaria diante de um convite, porque quando a realidade acontece é bem diferente de como a gente imagina, mas neste momento não está nos meus planos e nem estou indo atrás disso", afirma. Além de se dedicar à gravação da nova temporada de Psi, indicada ao Emmy Internacional de melhor série dramática em 2015, Paula tem dividido seu tempo com o espetáculo Odisseia, em cartaz no teatro do Sesc da avenida Paulista.  
Eu atuo e também escrevi os textos junto com o Leonardo Moreira, que é o diretor de dramaturgia. As coisas que a gente cria dizem muito sobre o que a gente pensa e quer falar nesse momento. A gente se apropria muito mais do trabalho. Estou tocando meus projetos pessoais, por que eles estão me mostrando que são diferentes do que eu pensava e mais legais do que eu imaginava", diz.
Fonte: Notícias da TV, por Gabriel Perline, 20/06/2018

Nadia Bochi, do programa Mais Você, da Rede Globo, relata como se assumiu lésbica

quinta-feira, 7 de junho de 2018 0 comentários

Repórter Nadia Bochi e a apresentadora Ana Maria Braga | Foto: Reprodução Facebook

Repórter se assume lésbica e denuncia assédio de chefe na TVNa Rede Globo há 15 anos, repórter do programa Mais Você falou sobre o assunto nas redes sociais

A repórter do programa Mais Você, da rede globo, Nadia Bochi, publicou um texto em suas redes sociais onde fala sobre sua orientação sexual, e casos de machismo e assédio que já sofreu no trabalho.

No relato, ela diz que se reconheceu lésbica em uma época difícil em que homossexualidade era considerado doença pela Organização Mundial de Saúde.
Parece distante, mas isso tudo foi ontem, nos anos 90. Década em que comecei a trabalhar como jornalista em um dos canais de TV a cabo mais importantes do mundo (a HBO) e tive o a oportunidade de descobrir que era possível ser gay e viver fora do armário”.
A jornalista ainda contou as situações de assédio e homofobia que enfrentou no ambiente de trabalho.
Lembro da vez triste em que fui assediada por um chefe que insistia em, além de me beijar, questionar minha escolha de amar mulheres. Não permiti que o beijo acontecesse. Principalmente não deixei que aquele ato de violência colocasse em dúvida quem eu era, desabafou”.
Leia o relato na íntegra:

Me reconheci lésbica numa época em que ser homossexual não tinha nenhum glamour. Não existia beijo gay nas novelas, pelo contrário as lésbicas explodiam junto com os prédios. Aliás, até no cinema era difícil demais encontrar algum tipo de casal que me representasse. Tive que inventar o imaginário que não existia fora da ficção, bem lá na realidade crua onde a palavra homossexualismo ainda era nome de doença, segundo a Organização Mundial de Saúde. Parece distante, mas isso tudo foi ontem, nos anos 90. Década em que comecei a trabalhar como jornalista em um dos canais de TV a cabo mais importantes do mundo (a HBO) e tive o a oportunidade de descobrir que era possível ser gay e viver fora do armário.

Na HBO Brasil, um quarto da redação era queer e esses meus colegas não só amavam pessoas do mesmo sexo, como falavam sobre seus afetos ali, entre uma pauta e outra, ao telefone, no almoço. Era como se fosse fácil ser feliz e de fato era. E deveria ser assim pra todo mundo! Sei do privilégio que tive e é desse lugar que escrevo até hoje.

Em todas as empresas em que trabalhei havia um grau seguro de regras contra o preconceito e a discriminação de qualquer natureza. Mas reforço que sei que vivo a exceção.

Num país desigual como o nosso, sou consciente da sorte de ter descoberto, com 19 anos que era possível viver a minha sexualidade sem medo e tenho feito isso até hoje em todas as minhas relações afetivas. Levo essa coragem pra todos os lugares, porque felizmente aprendi cedo que é possível ser livre.

Independentemente do tipo de trabalho que realizamos, nossa alma tá ali. Não importa se nosso talento é artístico, burocrático ou técnico. Levamos quem somos pra todas as nossas ações no mundo. Por isso é tão importante poder ser o que se é.

Algumas vezes tive que colocar a prova minhas convicções. Enfrentei situações de assédio, como a maioria das brasileiras. E acreditem, quando isso acontece com uma mulher lésbica a violência é muito cruel porque além do ato ser machista é homofóbico. Lembro da vez triste em que fui assediada por um chefe que insistia em, além de me beijar, questionar minha escolha de amar mulheres. Não permiti que o beijo acontecesse. Principalmente não deixei que aquele ato de violência colocasse em dúvida quem eu era. E mais uma vez, sei e reafirmo que tive muita sorte.

Há 15 anos sou repórter da GLOBO e entro na casa de milhões de pessoas com tudo que me constitui: meu profissionalismo, sensibilidade, a voz, os ouvidos e também o meu jeito de amar.

Ando de mãos dadas com a minha namorada nas ruas. E uma das descobertas mais felizes que tive é que muitas pessoas simplesmente não se importam com isso. Sinto um prazer sem igual quando alguém para a gente no meio de um abraço pra pedir uma foto e ainda pede desculpas por interromper com tanto carinho uma demonstração de amor.

Nunca tive que esconder, nem mesmo das pessoas mais preconceituosas minha orientação sexual e me encho de alegria em dizer que na maioria das vezes tenho sido respeitada por isso.

Quando minha amiga Maô Guimarães, uma das pessoas mais brilhantes e tímidas que eu conheço me convidou pra escrever sobre como é ser gay no trabalho, achei importante contar meu caminho.

Ela igualmente escreveu a história dela e é libriana como eu. Também tem uma namorada que ela ama e um trabalho que valoriza o fato dela ser exatamente como ela é. Somos duas mulheres que tem a chance de viver nossa afetividade sem pudores. E se essa realidade ainda não é para todas e todos, é por isso que hoje escolhemos ser vozes reais. Testemunho vivo, necessário e militante! Porque é urgente poder ser tudo que somos, mais do que nunca e sem nenhum direito a menos.

Fonte: Jornal Opção, 07/06/2018 

Empresária influente do Japão assume relacionamento com outra mulher

quarta-feira, 30 de maio de 2018 0 comentários

Atitude de Kazuyo Katsuma pode ser divisora de águas no país ainda conservador

Alta executiva japonesa assume relacionamento homossexual
Atitude de Kazuyo Katsuma pode ser divisora de águas no país ainda conservador

TÓQUIO- Uma das empresárias mais influentes do Japão fez uma revelação que pode ter um impacto significativo no combate ao preconceito aos homossexuais no país. Kazuyo Katsuma, que é mãe de três filhos, anunciou que tem um relacionamento com outra mulher. Popular no país, sobretudo entre as mães, a declaração pública de Katsuma é um divisor de águas em um país ainda muito conservador.

Antes do relacionamento homossexual, a empresária chegou a se casar duas vezes. No domingo, em declaração ao site do BuzzFeed no Japão, Katsuma afirmou que está vivendo com Hiroko Masuhara, uma ativista dos direitos LGBT.
Eu mantive uma forte pressão sobre meu sentimento de atração por pessoas do mesmo sexo. Depois que conheci Hiroko, o gelo no meu coração derreteu, ainda que tenha demorado alguns anos", disse Katsuma que afirmou ainda que decidiu publicizar o relacionamento porque é uma oportunidade para a "sociedade mudar".
O casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda é proibido no Japão. Em abril, a cidade de Fukuoka se tornou a sétima a reconhecer uniões desse tipo, contribuindo para o aumento da aceitação de casamentos homossexuais no país.

A executiva ganhou milhares de fãs no Japão depois de gerir um fórum on-line dedicado a mães trabalhadoras. Devido à ampla adesão que recebeu, principalmente entre as mulheres com filhos, Katsuma foi incluída, em 2005, em uma lista de mulheres influentes. elaborada pelo jornal americano "Wall Street Journal".

Atualmente, Katsuma atua como comentarista econômica, mas já trabalhou em grandes companhias como McKinsey e JPMorgan. A empresária também é autora de Best Sellers, que abordam temas como a habilidade de balancear a vida pessoal e o trabalho.

Fonte:  O Globo, 30/05/2018

Quando me assumi como lésbica, perdi alguns trabalhos, mas logo depois encontrei outros

terça-feira, 27 de março de 2018 0 comentários

Bruna Linzmeyer - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

Perdi alguns trabalhos”, revela Bruna Linzmeyer sobre quando tornou público que é lésbica

Bruna Linzmeyer virou notícia, recentemente, ao postar foto em que aparece beijando a namorada, Priscila Visman, durante manifestação no Rio em protesto ao assassinato de Marielle Franco. A postagem foi a mais curtida no perfil da atriz no Instagram – são mais de 138 mil likes! Em bate-papo sobre feminismo, Bruna contou ao Social1 sobre a repercussão desde que tornou público que é lésbica.

“Quando veio a público que eu sou uma mulher lésbica, alguns trabalhos publicitários foram cancelados”
, revela.

Mas, importante, relata que o posicionamento também lhe trouxe convites:

“Muitos trabalhos chegaram porque eu me coloquei nesse lugar que é meu”
.

Falou também da importância de representatividade, ou seja, de pessoas públicas com quem as pessoas se identifiquem.

“Se a gente começa a naturalizar uma coisa que é natural, isso vaza para uma sociedade inteira. É preciso falar com naturalidade sobre uma coisa natural”
, enfatiza a atriz que, neste ano, ganha as telas de cinemas em quatro filmes: O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; O Banquete, de Daniela Thomas; O Que Resta, da Fernanda Teixeira, e Partiu Paraguai, de Daniel Lieff.

Leia na íntegra o que Bruna Linzmeyer nos falou:
Quando veio a público que eu sou uma mulher lésbica, eu perdi alguns trabalhos. Alguns trabalhos publicitários foram cancelados, mas logo depois as coisas se reencaixaram. Muitos trabalhos chegaram, também, porque eu me coloquei nesse lugar que é meu. E que, pra mim, é muito natural. Nunca teria como ser de outro jeito. 
Eu digo que é um ato político eu me dizer ‘sou uma mulher lésbica’, porque a gente precisa falar sobre isso. É através dessas caixinhas [rótulos] que a gente conversa sobre elas. E é representatividade. Eu olho pra Marielle, por exemplo, e ela era uma mulher lésbica. Além de ser uma lutadora dos direitos humanos, das pessoas que moram na favela, preta, favelada, ela também era lésbica. Eu quero olhar para pessoas lésbicas no poder, fazendo coisas. 
Muitas pessoas chegam até mim falando desse lugar [de representá-las], dizendo ‘foi a partir de uma entrevista sua que eu consegui conversar com a minha mãe, porque eu também sou lésbica’, sabe? Então, se a gente começa a naturalizar uma coisa que é natural, isso vaza para uma sociedade inteira. É preciso falar com naturalidade sobre uma coisa natural. (Bruna Linzmeyer)
Fonte: Blog Social1, por Romero Rafael, em Famosos, 26/03/2018

Britânica assume lesbianidade aos 91 anos

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018 0 comentários

Ao escrever suas memórias, a ex-servidora inglesa Barbara Hoskins revelou manter um relacionamento com outra mulher há 20 anos | Foto: Antonio Olmos

Por que resolvi me assumir homossexual aos 91 anos
Eu realmente aprecio o fato de que, na minha idade, posso ser totalmente livre com as pessoas. Acho que corro um pouco o risco de me tornar um ícone gay!", diz Barbara Hosking, que decidiu assumir sua homossexualidade aos 91 anos, em meio a suas reflexões sobre sua vida nos corredores do poder.
Como funcionária pública, a inglesa trabalhou para dois primeiros-ministros britânicos, Edward Heath (1970-74) e Harold Wilson (1964-70 e 1974-76), e também foi uma executiva de televisão.

Hosking combateu o sexismo em toda sua carreira, tendo defendido equiparação salarial entre mulheres e homens e  brigado para estar na mesma sala durante algumas reuniões.

Em entrevista à BBC Radio 5, ela explicou o motivo de nunca ter falado de sua sexualidade para a sua família.
Meus pais não teriam entendido e teriam ficado chocados. Eles me amavam muito, mas meu pai era um homem à moda antiga, convencional. Minha mãe provavelmente teria pensado que foi uma escolha difícil e infeliz para eu ter feito. Na verdade eu tenho sido muito feliz. Tive uma vida plena."
Hosking mantém um relacionamento homossexual há 20 anos e decidiu revelar isso publicamente ao escrever sua autobiografia, com o título Além dos meus limites: Memórias de uma Desobediente Funcionária Pública (em tradução livre).
Os homens tiveram um grande momento libertador quando as leis (que proibiam a homossexualidade) mudaram e eles não corriam mais perigo de serem presos ou, mais antigamente, serem mortos (por causa da orientação sexual)", diz ela. "As mulheres nunca tiveram isso, mas é extremamente difícil - você pode facilmente ser relegada ao ostracismo."
A inglesa se mudou da Cornuália para Londres aos 21 anos, em busca de uma carreira no jornalismo.

Ela se integrou ao escritório de imprensa do Partido Trabalhista e passou a servir como assessora de imprensa de Edward Heath e Harold Wilson.
Igualdade salarial

Apesar de seu histórico no Partido Trabalhista - ela chegou a pensar em concorrer a uma vaga como parlamentar -, Hosking diz ter certa empatia pelas dificuldades enfrentadas pela atual premiê, Theresa May, que tem o desafio de colocar em prática a saída do Reino Unido da União Europeia (o Brexit, decidido em plebiscito no ano passado), tendo perdido maioria absoluta no Parlamento em meados do ano passado.
Ela teria sido uma primeira-ministra maravilhosa em 'tempos fáceis', com uma grande maioria (no Parlamento), mas ela não teve condições para lidar com o que está acontecendo agora."
É uma posição horrorosa para qualquer primeiro-ministro estar, com seu gabinete rachado, assim como parlamentares divididos atrás dela. É triste porque ela tem muitas qualidades, mas falta o 'instinto matador' para agir. Pode ser que ela olhe em volta e sinta que não consegue."
Barbara Hosking em sua festa de 90 anos Foto: Arquivo Pessoal

Hosking, que já soube de subordinados que ganhavam salário maior que o seu, diz estar desanimada com o fato de as mulheres terem de continuar lutando por igualdade profissional.
Acho isso chocante. Por que é tão difícil pagar salários iguais? (A desigualdade) acontece em vários lugares, (mas) poderia ser resolvida."
Em defesa de direitos iguais

Apesar disso, Hosking acredita que agora as mulheres "têm mais liberdade para escolher serem elas mesmas do que em qualquer outro momento da história".

Ela lembra de mulheres sendo convidadas a se retirar da sala após um jantar de alto nível em Bruxelas.
Eu respondi 'Sinto muito, eu preciso voltar. Estou com meu ministro, sou sua secretária particular'. E eles disseram: 'Você não pode fazer isso, as mulheres se retiram para os homens então poderem discutir'. E eu disse: 'Ele não será capaz de fazer isso sem mim, eu fiz todo o trabalho para isso'", conta. "Me disseram que eu viraria tema de conversa em Bruxelas no dia seguinte (por causa dessa postura)."
Barbara também cuidou de uma mina na Tanzânia, onde encontrou criaturas como essa cobra da foto
(Foto: Arquivo Pessoal)

Ela torce para que o movimento #MeToo, que começou com os escândalos de Hollwood e se espalhou por todo o mundo trazendo denúncias de assédio e abuso sexual vivenciados por mulheres, seja um divisor de águas, mas não esconde certo ceticismo.
Pode haver uma mudança cultural, mas é algo difícil", opina. "No passado, (o assédio) era algo que você suportava e guardava para você. Você dava um tapa na mão deles (homens) ou dava um bom empurrão. Acho que você poderia dar uma joelhada se fosse o caso."
Ela também diz lamentar o Brexit, já que esteve com o primeiro-ministro Edward Heath quando ele assinou o Tratado de Roma, em 1957, que lançou as bases para a formação da União Europeia.
Eu votei para que o Reino Unido permanecesse na União Europeia. Que grande tiro no próprio pé (é o Brexit). As pessoas queriam mudança, então foi fácil culpar a imigração ou a Europa, como se não fossemos parte da Europa."
Por fim, ela revela sua estratégia de longevidade: vinho tinto. 
Bebo duas taças por dia. Meu médico sabe e diz que está tudo bem".

Fonte: BBC 5 Live,  Jim Taylor, 14/02/2018

Camiseta de apoio à filha lesbiana viraliza no World Pride de Madrid

sexta-feira, 7 de julho de 2017 0 comentários


“Se para você ela é só lésbica, o problema é seu”: a mensagem viral de um pai no World Pride de Madri

Foto da camiseta de apoio de familiares a uma jovem recebeu milhares de curtidas e compartilhamentos

Entre os carros alegóricos, cartazes e cânticos que inundavam as ruas de Madri no último fim de semana, uma camiseta levou o prêmio de melhor mensagem. Era branca com letras pretas, pouco chamativa entre tantas cores e bandeiras de arco-íris. Mas seu trocadilho conseguiu chamar a atenção de um tuiteiro (@juancarlosmohr) que a publicou em sua conta do Twitter.

Em dois dias, a foto da camiseta foi compartilhada mais de 18.000 vezes e recebeu mais de 30.000 likes. Se você só ficou com as letras maiores e com a ideia de que a filha dele é lésbica, aqui vai a mensagem completa. E preste atenção nas letras miúdas.

Minha filha é inteligente, divertida, simpática, bonita, estudiosa, cheia de inquietações, risonha, agradecida, carinhosa, atenciosa, familiar, extrovertida e especial.
O problema é seu se para você ela é só lésbica”
A camiseta foi desenhada por Claudia Álvarez, conhecida como Claudia Limón, uma jovem de 26 anos natural de Cuenca. O homem que aparece na imagem é o pai de sua companheira, explica ela por email ao Verne.
Os pais da Meri queriam levar alguma mostra de apoio à manifestação”, conta. Para Álvarez, seu design não é a única razão do sucesso da camiseta nas redes. “O que verdadeiramente impressionou foi ver uma demonstração de amor e apoio tão incondicional a uma filha independentemente de sua orientação sexual”, acrescenta. “Todo o mérito é desses pais dispostos a usá-la com orgulho”.

Apesar de não aparecer na imagem que se popularizou no Twitter, a mãe de sua namorada também estava com uma camiseta parecida. Os quatro foram à celebração do Orgulho em Madri no sábado passado. Quem realmente mandou a mensagem foram eles. Os pais mais orgulhosos do Orgulho de Madri. 

A comunidade homossexual teve de apropriar-se de rótulos e apelidos que terceiras pessoas utilizavam como insultos até que decidimos torná-los nossos e usá-los com orgulho, nós e nossos pais”, diz Álvarez. “Se essa mensagem te provocar algo que não seja ternura, não acredito que o problema seja nosso”.

A designer gráfica detectou reações negativas sobre a mensagem da camiseta.
Tenho lido comentários de gente se queixando nas redes sociais: Não queremos saber se sua filha é lésbica! Deixe-nos em paz! e coisas do tipo, quando o que tentamos manifestar era justamente o contrário”, observa. “A camiseta é para aquelas pessoas que não querem ouvir falar do tema, mas quando ficam sabendo de sua condição não são capazes de olhar além”.
Álvarez diz que não tem planos de vender a camiseta, mas convida outras pessoas a usarem o design disponível em sua conta do Instagram. “Não acredito que deva lucrar com essa mensagem tão bonita”, diz.

Fonte: El País, 03/07/2016

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