Mostrando postagens com marcador religião. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador religião. Mostrar todas as postagens

Ativistas lésbicas condenadas à morte no Irã por 'promoverem a homossexualidade'

segunda-feira, 12 de setembro de 2022 0 comentários

Ativista Zahra Sedighi Hamedani, condenada no Irã - 6Gang/Reprodução

ONGs afirmam que esta é a primeira vez no país que pena capital é dada devido a orientação sexual

Duas ativistas iranianas lésbicas foram condenadas à morte por "promover a homossexualidade", informou o grupo de direitos humanos 6Rang na segunda-feira (5/9). Segundo Shadi Amin, coordenadora da organização, esta é a primeira vez que mulheres são condenadas à morte no Irã devido à orientação sexual.

Zahra Sedighi Hamedani, 31, e Elham Chubdar, 24, foram condenadas por um tribunal da cidade de Urmía, no noroeste do país. As jovens também foram acusadas de promover a religião cristã e de terem contatado um veículo da mídia que faz oposição ao governo iraniano. Elas estão detidas no presídio local.

Outra mulher enfrenta as mesmas acusações e também está presa. Trata-se de Soheila Ashrafi, 52, natural de Urmía. A sentença no seu caso ainda não foi proferida.

Amin afirma que a ONG 6Rang pediu à Alemanha e a outros governos estrangeiros que pressionem o Irã pela libertação das ativistas.

Autoridades de Teerã confirmaram que Hamedani e Chubdar foram condenadas por "espalhar a corrupção na Terra" —a sentença é comumente dada a réus considerados infratores da sharia, a lei islâmica. É a acusação mais grave do código penal iraniano.

Em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal IRNA, o regime negou que a condenação tenha se dado devido à orientação sexual das mulheres.
"Ao contrário de notícias publicadas online, as condenadas enganaram e traficaram jovens mulheres e meninas para fora do país, prometendo-lhes oportunidades educacionais e de trabalho, levando ao suicídio de várias vítimas."
O destino de Hamedani —conhecida como Sareh— é temido desde 2021, quando ela foi capturada pelas forças de segurança iranianas ao tentar fugir para a Turquia.

Defensores dos direitos humanos acusam o Irã de promover uma campanha de repressão contra amplos setores da sociedade. Eles denunciam, entre outros, detenções de membros da minoria religiosa bahá'í, o aumento das execuções e a prisão de cidadãos estrangeiros.

Em março, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, descreveu a homossexualidade como parte de uma "privação moral" generalizada na civilização ocidental.

Clipping Irã condena ativistas lésbicas a morte por 'promoverem a homossexualidade', FSP, 05/09/2022

Cerimonialista não aceita oficiar casamentos homossexuais

segunda-feira, 18 de julho de 2022 0 comentários

Ao orçar o matrimônio, Isabella e Bianca tiveram pedido recusado por empresário
 que só casa heterossexuais.

Nos preparativos para o casamento previsto para daqui a dois anos, o casal Bianca dos Santos Ventura, de 23 anos, e Isabella Santiago Pereira, de 21 anos, procuravam cerimonialista para realizar o sonho do matrimônio no litoral. O inesperado aconteceu na ultima quinta-feira, quando um empresário se negou a passar o orçamento por elas não serem um casal heterossexual. A atitude do celebrante chocou as noivas, que vão denunciar a violência sofrida.
Procurando por casamentos completos no litoral, numa busca bem genérica mesmo, me deparei com o serviço do Omar Zaracho. Olhei as fotos, o cerimonial dos casamentos e achei tudo muito bonito. Então entrei em contato e foi aí que recebi a resposta negativa, de que não realizava casamento de homossexual. Não foi bacana o que ele fez, então resolvi postar no Instagram para mostrar aos meus amigos o que aconteceu comigo. E foi ai que chave virou, de que o que ele fez era crime — contou Isabella.
Omar Zaracho oferece serviço de realização de cerimônias, não contendo buffet e nem decoração. A justificativa do ministro celebrante para se negar a fazer o orçamento para o casal é de que não realiza casamentos homoafetivos.
Em nenhum momento ofendi, julguei a opção delas ou faltei com o respeito. Se elas estavam procurando um buffet ou local de festa procuraram errado. Eu sou apenas um ministro celebrante de cerimônias heterossexuais, como já diz no meu site que é minha especialização. Falta de respeito seria se eu fizesse um serviço para o qual não tenho experiência e nem qualificações. Como não eram clientes que eu iria preencher as expectativas, encerrei o atendimento para evitar constrangimentos pelos quais passei outras vezes de receber insultos e xingamentos — explicou Zaracho.
Nas redes sociais, poucas horas depois de responder Bianca e Isabella, o cerimonialista fez um post afirmando que "a procriação só é possível entre um homem e uma mulher", mencionando Deus e trechos da Bíblia.

A pedagoga Isabella, namorada da engenheira Bianca há dois anos, disse que a resposta de Zaracho foi logo em seguida da informação do nome delas, conforme mostra o print abaixo feito pela noiva da conversa entre eles.

Sem acreditar eu fui olhar o site dele com mais atenção. Eu só tinha feito uma leitura dinâmica, não tinha me atentado aos detalhes. E foi nessa segunda leitura que eu vi na própria descrição do site ele falando que não realizava casamentos homossexuais. Isso é um caos. Na hora pensei "não é possível, sério que isso tá acontecendo?" eu fui dormir pensando naquilo — contou Isabella, acrescentando que ao compartilhar a história encontrou outro casal de amigas que sofreram uma situação parecida, o que mostrou a gravidade da situação que não era um caso isolado.
Enfatizando a exposição da conversa particular e privada, Zaracho diz que precisou privar o perfil da empresa devido aos insultos e que "não podem obrigar um prestador de serviços aceitar um serviço ao qual não está preparado para realizar":
Grupos LGBT começaram a me atacar e xingar. Assédio psicológico é crime. Na cerimônia hetero consigo expor o gênesis da criação, que é o projeto de Deus para o casamento e a família. Na homoafetiva não tem como usar essas bases da cosmovisão judeu cristã, a própria natureza nega a reprodução entre casais do mesmo sexo. Eu não tenho preparo para fazer uma cerimônia sem essas bases. Prefiro não fazer, mas respeito a liberdade de escolha das pessoas — ressaltou o cerimonialista, que já deixa explicito na descrição dos serviços no site que realiza "apenas cerimônias heterossexuais".
Print feito por Isabella da descrição do site do celebrante — Foto: Reprodução

A pedagoga compartilhou a imagem com amigos no seu perfil do Instagram, que questionaram Zaracho fazendo comentários na publicação dele.


Montagem com print da publicação e de uma das respostas de Omar nos comentários
 — Foto: Reprodução/Instagram

Omar Zaracho, reverendo formado em teologia pelo Instituto Bíblico Rio de la Plata, de Buenos Aires, e em aconselhamento pela University of the Nations, bilíngue e que realiza especialmente cerimônias de casamento em praias na região de Búzios, fez outra publicação. Desta vez no Twitter, comentando a repercussão do caso e que está "sofrendo perseguição da ditadura gay".











As noivas, Isabella e Bianca, disseram ainda que, com a repercussão do caso, foram procuradas por um advogado que se propôs a pegar o caso e dar prosseguimento a denúncia para processa-lo:

Não vamos deixar isso quieto, homofobia é crime — afirmaram.

Clipping Cerimonialista se nega a realizar casamento de lésbicas: 'só caso homem e mulher', por  Thayssa Rios, O Globo, 14/07/2022

Benedetta, cheio de sexo lésbico e blasfêmias, estreará nos EUA em dezembro e será distribuído no Brasil pela Imovision

segunda-feira, 23 de agosto de 2021 0 comentários


"Benedetta", o novo filme do provocante cineasta Paul Verhoeven ("Instinto Selvagem"), virou o mais falado do Festival de Cannes deste ano graças a cenas de sexo lésbico em um convento e sonhos explícitos com Jesus Cristo.

Exibido nem 9/7, o longa foi aplaudido por cinco minutos pelo público francês, numa ampla demonstração de aprovação, mas a crítica internacional reclamou sem parar do excesso de nudez e sexo, e até de blasfêmias.

As cenas de sexo são tão picantes quanto as de "Azul É a Cor mais Quente", que venceu o Festival de Cannes em 2013, mas causaram especial desconforto por incluírem um brinquedo sexual esculpido em uma figura de madeira da Virgem Maria.

Além do sexo, também há muita violência em "Benedetta", do tipo vista em "A Paixão de Cristo". Mas sem, claro, que os mais religiosos considerem as conexões entre os dois filmes.


Durante a entrevista coletiva sobre a obra, o diretor holandês chamou os críticos de puritanos.
Não se esqueçam que, em geral, as pessoas, quando fazem sexo, tiram as roupas", ele apontou. "Então, estou basicamente chocado com o fato de que não quererem olhar para a realidade da vida. Por que esse puritanismo foi introduzido? Na minha opinião, está errado. 
Verhoeven também se irritou com a sugestão de que o filme é uma blasfêmia.
Eu realmente não entendo como você pode blasfemar sobre algo que aconteceu… Não se pode mudar a História depois do fato. Você pode dizer que aquilo era errado ou não, mas não pode mudar a História. Acho que a palavra blasfêmia para mim, neste caso, é estúpida", explicou.
De fato, "Benedetta" é baseada numa história real. Com roteiro de David Birke, que volta a trabalhar com Verhoeven após a parceria em "Elle" (2016), o filme adapta o livro "Atos Impuros: A Vida de uma Freira Lésbica na Itália da Renascença", da historiadora Judith C. Brown.

A trama se passa no final do século 15, enquanto a peste assola a Europa, e Benedetta Carlini ingressa no convento de Pescia, na região italiana da Toscana, como uma noviça que desde muito cedo parece fazer milagres. Seu impacto na vida da comunidade é imediato e chama atenção do Vaticano. Mas logo sua pureza é confrontada pela chegada de uma jovem tentadora ao convento (Daphne Patakia), que decide seduzi-la.

A história, que mistura religião com erotismo e polêmica, se encaixa perfeitamente na filmografia do diretor holandês de "Louca Paixão" (1973), "Conquista Sangrenta" (1985), "Instinto Selvagem" (1992), "Showgirls" (2005) e "Elle" (2016).

A estrela Virginie Efira, intérprete de Benedetta, lembrou deste detalhe ao defender o ponto de vista do diretor.
A sexualidade é um assunto interessante. Não há muitos diretores que saibam filmá-la. Paul Verhoeven sabe. É alguém que lidou com este tópico importante desde o início e de uma forma incrível. A nudez não tem interesse quando não é retratada de uma maneira bonita, não é isso que Paul faz. Tudo foi muito alegre quando tiramos nossas roupas", ela descreveu.
"Benetta" também estreou comercialmente na França em julho. Agora, segundo o Deadline, estreará nos Estados Unidos em 03 de dezembro de 2021, tendo sua primeira exibição comercial no IFC Center, em Nova York, e no The Royal e no The Alamo Draft House em Los Angeles. A Imovision anunciou a distribuição de Benedetta no Brasil, mas ainda não definiu a data do lançamento.

Clipping Benedetta" vira filme mais falado de Cannes por cenas de sexo e "blasfêmias", Pipoca Moderna, Terra, 0/07/2021

Religiosas alemãs Ellen e Stefanie Radtke são casadas e fazem sucesso no youtube

segunda-feira, 3 de maio de 2021 0 comentários

As pastoras Stefanie e EllenRadtke


As pastoras Ellen e Stefanie Radtke são casadas ​​e lideram uma congregação da igreja protestante do município de Eime, na Alemanha, além de dirigir o canal do YouTube “Anders Amen” (Amém com uma Diferença). Elas são um grande sucesso online, mas o bispo de sua congregação diz não apreciar o estilo dos vídeos.

Stefanie, afilha Fides e EllenRadtke

No YouTube, as duas religiosas já compararam as práticas de sexo lésbico com os símbolos do ano da igreja e permitiram que os seguidores participassem de sua jornada para ter um bebê por meio de doador de esperma. No mundo offline, elas são pastoras típicas de cidades pequenas, cuidando de funerais, eventos vespertinos para idosos e confirmações. Os habitantes da tranquila vila de Eime, no norte da Alemanha, estão perfeitamente à vontade com o canal de YouTube de enorme sucesso da dupla de pastoras e seu conteúdo LGB.

Tradução de 
Amen with a difference - And an online blessing, DW Stories, 17/04/2021

Católicos LGBT questionam papa que não abençoa casamento homossexual

segunda-feira, 22 de março de 2021 1 comentários

Cris Serra, 44, presidente da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT -
Anna Virginia Balloussier/Folhapress

Francisco deu aval a diretriz que proíbe padres de abençoarem união entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2013, seu primeiro ano à frente da Igreja Católica, o papa Francisco se declarou inapto a rejeitar homossexuais que buscassem o conforto de Deus. "Quem sou eu para julgar?" A fala encheu católicos LGBT com a esperança de, enfim, serem acolhidos sem ressalvas no seio da instituição.

Oito anos depois, quem é ele para abençoar? O mesmo Francisco deu sinal verde para o Vaticano divulgar, na segunda (15), a diretriz para que clérigos não dêem sua bênção a uniões entre pessoas do mesmo sexo. Afinal, "Deus não pode abençoar o pecado", diz o documento da Congregação para a Doutrina da Fé, órgão responsável por formular normas para os fiéis da maior vertente cristã do mundo.

Poucos sacerdotes ousaram bater de frente com a orientação da Santa Sé avalizada pelo papa, ao menos abertamente. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) é exemplo de cautela. Ainda que no reservado haja críticas ao posicionamento, ninguém quer falar publicamente.

Pelo mundo, houve reações que tomaram cuidado para não avançar sinais, mas foram encaradas como um aceno aos LGBT. Uma delas partiu do arcebispo de Chicago. Blase Cupich reconheceu que a "reação compreensível de muitos será de decepção" e pede que a contrapartida seja "redobrar nossos esforços para sermos criativos e resilientes para acolher todas as pessoas LGBT em nossa família de fé".

Autor de "Building a Bridge" (construindo uma ponte), o padre James Martin foi nomeado em 2017 por Francisco como consultor da Santa Sé. Jesuíta como o papa, ele disse que "a jornada é longa, e Cristo está conosco —pessoas LGBT, famílias, amigos e aliados— e nunca nos deixará".
Somos uma igreja peregrina, aprendendo, mudando e crescendo, mesmo em meio ao que pode parecer para muitas pessoas decepções e até mesmo tristezas", disse James, que sacou o salmo 34 para consolar os desapontados: “Perto está o Senhor dos quebrantados”.
Reverendo gay e professor de teologia da Universidade Fordham, fundada pela Diocese Católica Romana de Nova York, Bryan Massingale afirmou que os padres dispostos a se engajar em ações pastorais para a diversidade “continuarão a fazê-lo, exceto que será ainda mais por baixo dos panos do que era antes".

Na Áustria, um coletivo de padres dissidentes que desafia a igreja em tabus como o celibato clerical afirmou que não seguirá a determinação do Vaticano. "Não negaremos a nenhum casal que se ame a bênção de Deus, que eles já experimentam todos os dias, também em um momento de adoração", disse o padre Helmut Schueller. ​

A decisão, porém, não é fácil de ser tomada. Sacerdotes que forem contra a decisão do alto clero podem sofrer sanções que vão desde uma advertência até o afastamento de suas funções clericais. Aconteceu em 2019 com o padre Vicente Paula Gomes, suspenso de suas funções da Diocese de Assis (a 433 km de São Paulo) após abençoar o casamento de dois homens.

Um preceito penal (espécie de sentença eclesiástica) estabeleceu que Gomes poderia voltar à paróquia no fim de 2020, mas ficou obrigado a passar um ano sem celebrar uniões e precisou fazer um curso sobre "a perspectiva teológica, jurídica e pastoral" do matrimônio.

O texto diz que o padre se mostrou arrependido da decisão "inconsequente", um "escândalo iminente". Ele também foi proibido de falar à imprensa por três anos.

A Congregação para a Doutrina da Fé tomou a decisão após ser provocada por algumas paróquias que expressaram o desejo de abençoar casais como boas-vindas aos LGBT católicos. O órgão afirmou que a posição "não se destina a ser uma forma de injusta discriminação, mas um lembrete da verdade do rito litúrgico".

O texto reitera o que está expresso no catecismo: é preciso respeitar as pessoas LGBT —sigla que engloba orientações sexuais e identidades de gênero múltiplas que a igreja, aliás, reúne sob o guarda-chuva “homossexuais”. O problema é que "há uma incoerência fundamental entre essa ressalva e a violência da afirmação 'Deus não pode abençoar o pecado'", diz Cris Serra, coordenadora da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT.

Cris cresceu ouvindo padres lhe dizerem que "mulher com mulher é pecado". Católica praticante, do tipo que faz questão de comungar (receber a hóstia), conta que só no final da adolescência entendeu que o "sofrimento inexplicável" pela "melhor amiga" tinha nome: estava apaixonada.


Para Cris, que desde 2018 se identifica como uma pessoa não binária (que não quer ser vista num gênero exclusivo, masculino ou feminino), tachar de pecado a orientação sexual perpetua a ideia de que "a família e a igreja, que deveriam ser lugares seguros, são os primeiros lugares de violência para LGBTs".

Só não acha que a recusa do Vaticano em abençoar casais fora do conceito de "família tradicional" vá alterar o que já vemos acontecer.
Dificilmente os sacerdotes que, de maneira mais ou menos clandestina, por discernimento das suas consciências, já celebravam essas uniões deixarão de fazê-lo."
Cris propõe um outro olhar para este capítulo da igreja.
É muito significativo que a Congregação tenha tido de responder a essa pergunta. Talvez a pergunta em si fale tanto ou mais do que a resposta."
Sinal de que as paróquias querem se abrir a mais pluralidade.
Vai ficando cada vez mais difícil sustentar uma posição doutrinária segundo a qual as vidas e os relacionamentos dessas pessoas são 'intrinsecamente desordenados', como diz a doutrina. O documento é, como costuma acontecer na história da igreja, uma reação aos ventos da mudança. Ou, para colocar em termos cristãos, ao sopro do Espírito."
Também conta pontos a "linguagem mais polida", diz Felipe Marcelino, coordenador do grupo mineiro Diversidade Católica.
"Há um avanço aos pouquinhos ali. Documentos mais antigos diziam que é coisa perversa, ou má inclinação. Não se usa mais esses termos."
Outro lado positivo, segundo Edelson Soler, da Comissão Regional para o Diálogo com a Diversidade, integrada à Arquidiocese de São Paulo:
Toca no tema da bênção para casais homossexuais pela primeira vez, mostrando que a presença dos gays na igreja não pode mais ser desprezada, simplesmente condenando os atos homossexuais como pecados".
O documento é o mais recente sinal cruzado de uma fileira de posicionamentos ambíguos de Francisco sobre a participação de homossexuais, transgêneros e outras dessas minorias.

No documentário "Francesco" , de 2020, ele diz que homossexuais "são filhos de Deus e têm direito a uma família". Mas vale lembrar que, quando era arcebispo de Buenos Aires, disse que a ideia do matrimônio homoafetivo colocava "em jogo a identidade e a sobrevivência da família: pai, mãe e filhos".

Também já disse a um gay que sofreu abuso por parte de clérigos quando jovem que Deus o fez daquela forma, ama-o assim e que sua sexualidade "não importa". E que Jesus nunca mandaria embora uma pessoa só porque ela gosta de alguém do mesmo sexo. Um contraste e tanto com os antecessores João Paulo 2º e Bento 16.

Aliado da causa, portanto? Calma lá: em 2019, o pontífice apoiou a educação sexual nas escolas, por ver o sexo como "um dom de Deus, e não um monstro". Mas só se essas aulas fossem livres de "colonização ideológica". Caso contrário, "você destrói a pessoa", pregou.
"A gente deveria se perguntar qual seria a práxis de Jesus. Ele foi uma pessoa que incluía. Se você for olhar, o que há de intrinsecamente perverso numa relação amorosa? Até na concepção bíblica isso gera vida. Não é preciso gerar uma criança para gerar vida. Uma relação amorosa gera vida para as duas pessoas que estão nela", afirma Felipe Marcelino.
Outro aspecto a ser considerado, segundo ele, é a "LGBTfobia do individuo consigo mesmo, e na maioria das vezes o que está por trás disso é o discurso religioso".

Exemplos não faltam.
Já ouvi muitos relatos de gente que diz que achava que era 'um erro de Deus', olha que frase terrível", diz. "E já chorei muito, mesmo sempre tendo sido religioso, sempre me perguntando 'Deus é bom, Deus é pai, mas então Deus não é o meu pai? Sou do demônio então?'."
Clipping Católicos LGBT questionam o papa que 'não julgava' e agora 'não abençoa' casamento gay por Anna Virginia Balloussier e Angela Boldrini, 21/03/2021, Folha de SP

Com aval do Papa, Vaticano proíbe bênção a uniões homossexuais

quarta-feira, 17 de março de 2021 0 comentários

Papa só apoia união civil para casais homossexuais


Papa Francisco concordou com a decisão que proíbe padres de abençoar uniões do mesmo sexo, disse órgão do Vaticano responsável pela deliberação. Em alguns países, padres “abençoam” união, em lugar do casamento.

O Vaticano revelou nesta segunda-feira que os padres e outros responsáveis da Igreja Católica não podem aprovar uniões de casais do mesmo sexo, e que essas “bênçãos” não são permitidas. Esta deliberação surge como resposta às práticas em alguns países — tais como os Estados Unidos e a Alemanha — onde paróquias e padres começaram a “abençoar” estas uniões entre casais do mesmo sexo como uma alternativa ao casamento, bem como a pedidos feitos a bispos para institucionalizar estas práticas.

Em resposta às questões formais colocadas por um conjunto de dioceses, que se interrogavam sobre a legitimidade destas “bênçãos”, o escritório doutrinal do Vaticano, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), emitiu o juízo: “Negativo.”

O Papa Francisco aprovou esta resposta, adiantou a CDF, acrescentando que esta decisão não tem como objetivo “ser uma forma injusta de discriminação, mas uma lembrança da verdade no ritual litúrgico”.

Este órgão avança que estas bênçãos não são permitidas, apesar de serem “motivadas por um desejo sincero de receber e acompanhar as pessoas homossexuais” e ajudá-las a crescer na fé. O documento da CDF afirma que, pelo facto de o casamento entre homem e mulher ser um sacramento e as bênçãos estarem relacionadas com o sacramento do casamento, não podiam ser alargadas a casais do mesmo sexo
Por esta razão, não é lícito transmitir uma bênção nos relacionamentos, ou uniões de fato, mesmo que estáveis, que envolvam atividade sexual fora do casamento (por exemplo, fora da união indissolúvel e aberta à transmissão de vida entre homem e mulher), como é o caso da união de pessoas do mesmo sexo”, podia ler-se na nota.
Em outubro do ano passado, o Papa Francisco defendeu a regulação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, considerando que os “homossexuais têm direito a fazer parte de uma família”. As declarações do Sumo Pontífice foram vistas como um distanciamento mais forte face ao posicionamento tradicional do Vaticano sobre esta matéria, bem como uma manifestação de apoio aos direitos da comunidade LGBT.

A Igreja Católica romana tem 1,3 mil milhões de fiéis.

Clipping Vaticano proíbe padres de abençoar uniões do mesmo sexo, Reuters e Público, 15 de Março de 2021

Papa Francisco defende união civil homossexual em documentário intitulado "Francisco"

quarta-feira, 28 de outubro de 2020 0 comentários

"Precisamos de uma lei de união civil. Eles têm o direito de ser cobertos legalmente",          afirma Francisco no filme

Na quarta-feira (21), um terremoto sacudiu o menor país do mundo, o Vaticano. Uma nova declaração do Papa Francisco deixou confusos os fiéis, entusiasmados os progressistas e alarmados os conservadores da Igreja.

Os homossexuais têm o direito de ter uma família, pois são filhos de Deus. Você não pode expulsar alguém de uma família”. Em seguida disse algo pela primeira vez. “O que temos que ter é uma lei de convivência civil. Dessa forma, eles são legalmente cobertos. Eu lutei por isso”, completou.
                                                                                        
No Festival de Cinema de Roma, o documentário “Francisco” estreou mostrando os dramas do mundo através dos olhos do Papa argentino, mas só esta declaração ganhou repercussão.

Clipping Declaração histórica: a repercussão da fala do Papa Francisco sobre união civil entre pessoas do mesmo sexo, G1, 25/10/2020



Papa Francisco defende união civil homossexual

Pela primeira vez desde que assumiu a liderança da Igreja Católica, pontífice se manifesta a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo. "Gays têm direito a ter família, são filhos de Deus", diz em documentário.

A união de casais homossexuais recebeu a mais explícita aprovação do papa Francisco, a primeira desde que ele se tornou líder da Igreja Católica, em 2013. O endosso foi divulgado em um documentário que estreou nesta quarta-feira (21/10) no Festival de Cinema de Roma.

Em Francesco, o pontífice pede uma "lei de união civil" que permita que pessoas LGBTs "estejam em uma família".

Os homossexuais têm direito a ter uma família, são filhos de Deus [...]. Ninguém pode ser expulso de uma família, e a vida dessas pessoas não pode se tornar impossível por esse motivo."

Francisco já havia se pronunciado a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo anteriormente, mas quando servia como arcebispo de Buenos Aires. Na ocasião, ele saudou tais uniões como uma alternativa ao casamento gay, mas se opôs ao casamento em si.

Desde que assumiu a cadeira papal, portanto, esta é a primeira vez em que o pontífice de 83 anos endossa publicamente a união civil homossexual.

O que temos que fazer é uma lei de união civil. Eles têm o direito de ser cobertos legalmente. Eu defendi isso", afirma o papa no documentário de duas horas, que trata sobre os sete anos de seu pontificado com depoimentos e entrevistas.

A Igreja Católica perseguiu gays durante grande parte de sua história, e ainda vê a homossexualidade como uma "desordem intrínseca". A igreja também ensina que atos homossexuais são pecaminosos, mas sua postura moderna prega que ser gay não é um pecado por si só.

O autor jesuíta James Martin, que atua como consultor do Secretariado de Comunicações do Vaticano, elogiou a medida do papa como um "grande passo à frente".

Ela está de acordo com sua abordagem pastoral à comunidade LGBT, incluindo católicos LGBT, e envia um forte sinal aos países onde a Igreja se opõe a tais leis", escreveu ele no Twitter.
Um telefonema do papa

O documentário foi dirigido pelo cineasta Evgeny Afineevsky, um cidadão americano nascido na Rússia e de origem judaica. Além do papa, a produção também é estrelada por outros clérigos, bem como um sobrevivente gay de abuso sexual.

Um dos momentos mais emocionantes do longa detalha a interação entre o papa e um homossexual que, junto com seu companheiro, adotou três filhos.

O homem afirmou ter entregado uma carta a Francisco explicando sua situação, dizendo que ele e seu parceiro queriam criar os filhos como católicos, mas não sabiam como seriam recebidos.

Dias depois, o pontífice teria ligado para o homem dizendo que ficou comovido com a carta e pedindo-lhe que apresentasse as crianças à paróquia local, apesar da possível oposição.

O fio condutor deste filme é mais sobre nós como seres humanos, que estamos criando desastres todos os dias. E ele [o papa] é quem está nos conectando por meio desses fios", disse o diretor do filme em uma entrevista.

Afineevsky, que compareceu à audiência geral do Papa no Vaticano na quarta-feira, ganhou o Prêmio Kineo de Humanidade com Francesco. A premiação é voltada a quem promove questões sociais e humanitárias.

Clipping Papa Francisco defende união civil homossexual, DW, 21/10/2020

Freiras lésbicas: encontros secretos e troca de cartas de amor em conventos

sexta-feira, 30 de agosto de 2019 0 comentários

A história da freira Juana Inés virou uma série da Netflix com temática lésbica

Em 2005, Jeannine Gramick, freira americana e co-fundadora da organização New Ways Ministry, de apoio à comunidade LGBT católica, disse, durante estadia no Brasil para participar do 13º Festival de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, que em seu convento havia freiras lésbicas:
Uma noviça comentou que, antes de entrar no convento, foi a um bar de frequência gay na cidade. Depois daquele episódio, soube que havia lésbicas no que eu estava", explicou, afirmando que todas deveriam se assumir: "Quando Paul Newman aparece na tela, as heterossexuais suspiram. As lésbicas não podem fazer o mesmo quando é a Jane Fonda?".
 Jeannine Gramick em apoio ao casamento igualitário

A presença de lésbicas em conventos parece não ser novidade para historiadores que estudam esse assunto. Eles relatam histórias de mulheres, que, à força ou por vontade própria dentro deles, tiveram a possibilidade de expressar sua liberdade, inclusive sexual, até serem reprimidas.

Noviças rebeldes

No livro Atos Impuros, em português, a historiadora Judith C. Brown, da Universidade Wesleyan, nos Estados Unidos, cita o caso sexual entre as freiras italianas Benedetta Carlini e Bartolomea Crivelli, ocorrido por volta de 1620, durante o Renascimento. Benedetta, que foi enviada a um convento na Toscana pelos próprios pais, começou a ter visões perturbadoras e, segundo a autora, "usava sua possessão por um espírito masculino como explicação para os atos com a colega", que foi nomeada sua cuidadora durante seus "períodos de êxtase".

Alguns anos depois, durante uma investigação encomendada pela Igreja, descobriu-se que as freiras mantinham relações sexuais há anos. O caso resultou na separação das duas e o pouco que se sabe é que Benedetta foi enviada para uma prisão, onde permaneceu até morrer.

Sua história inspirou uma peça teatral da dramaturga canadense Rosemary Rowe e o filme biográfico francês e holandês "Benedetta", previsto para ser lançado em 2020.

As freiras italianas Benedetta e Bartolomea viveram um caso
em um convento  da Itália e Bendetta foi presa por isso.

Conventos já foram mais liberais

Se hoje os conventos transmitem a ideia de serem locais humildes, tranquilos e acessíveis, antes, alguns deles eram bem diferentes. Na América colonial, entre os séculos 16 e 17, por exemplo, havia conventos em que ocorriam bailes, apresentações de teatro, debates intelectuais e as freiras podiam ter acomodações luxuosas, com direito a criadas e escravas, usar joias, receber visitas da corte e estudar livros proibidos pela Igreja.
Um convento, muitas vezes, significava acesso a um melhor e mais seguro padrão de vida", comenta a historiadora Sarah Rees Jones, da Universidade de York, no Reino Unido, e autora do livro "Cristãos e Judeus na Inglaterra Angevina", em português.
Em um desses conventos, no México, viveu Juana Inés de la Cruz, freira por escolha própria e poetisa do século 17, que dedicou versos elogiosos e de amor para várias mulheres de seu convívio, como para Maria Luísa Manrique y Gonzaga, vice-rainha da Nova Espanha: "pois você sabe que as almas/ ignoram distância e sexo" e "quando minha/te chamo, não pretendo/que julguem que és minha,/só que eu ser tua quero".

Segundo Alicia Gaspar Alba, pesquisadora da Universidade da Califórnia e autora do livro "[Un]framing the 'Bad Woman'": "Juana foi uma feminista lésbica chicana". Chicano é um termo para designar cidadãos de origem mexicana.

Apesar da afirmação de Alba, não há um consenso entre os historiadores a respeito disso, por falta de provas. Sendo uma freira poetisa famosa e tendo contato com a corte, era mais fácil despistar a Inquisição. Para ter ideia, com a publicação do primeiro livro da freira, "Inundação Castálida", de 1689, uma nota esclarecendo sua "amizade casta" com a vice-rainha foi logo anexada nele explicando que havia "na poetisa um amor a Sua Excelência com puro ardor".

Em 2016, Juana virou protagonista da série da Netflix "Juana Inés", na qual é apresentada como uma freira feminista, que vive relacionamentos lésbicos em uma época de opressão.

"Juana Inês" na Netflix

Carta de amor

Além de poemas, cartas também foram escritas em conventos. Em 2018, Erik Wade, professor medievalista da Universidade de Bonn, na Alemanha, compartilhou em seu Twitter uma carta de amor entre duas freiras e amantes do século 12 que parecem ter sido separadas. As duas, sem nomes identificados, são representadas no documento pelas letras C e B. Na ocasião, Wade escreveu: "Eu li isto em uma classe e 'chorei de amor'".

A carta foi extraída do livro "Latim Medieval e a Ascensão do Amor-Lírico Europeu", do pesquisador e membro da Academia Britânica Peter Dronke. Abaixo, a versão em português:
"Para C-, mais doce que mel ou favo de mel, B- envia todo o amor que existe para o seu amor. Você que é única e especial, por que você demora tanto tempo, tão longe? Por que você quer que sua única morra, alguém que, como você sabe, te ama com alma e corpo, que suspira por você a cada hora, a todo o momento, como um passarinho faminto. 
Desde que eu tive que ficar sem sua doce presença, eu não queria ouvir ou ver qualquer outro ser humano, mas como a pomba, tendo perdido sua companheira, empoleira-se para sempre em seu pequeno ramo seco, então eu lamento sem fim até que eu aproveite sua confiança de novo. Eu olho e não encontro minha amante -- ela não me conforta nem com uma única palavra. De fato, quando reflito sobre a beleza de sua fala e aspecto mais alegre, fico completamente deprimida, pois não encontro nada que eu possa comparar com seu amor, doce além do mel e do favo de mel, comparado com o brilho do ouro e da prata. 
O que mais? Tudo em você é gentileza, perfeição, então meu espírito definha perpetuamente por sua ausência. Você é desprovida da ousadia de qualquer falta de fé, você é mais doce que leite e mel, você é inigualável entre milhares, eu te amo mais do que qualquer outra. Você é o meu amor e desejo, você é o doce resfriamento da minha mente, não há alegria para mim em qualquer lugar sem você. Tudo o que foi delicioso com você é cansativo e pesado sem você. 
Então eu realmente quero te dizer, se eu pudesse comprar a sua vida pelo preço da minha, [eu faria] instantaneamente, pois você é a única mulher que eu escolhi de acordo com o meu coração. Por isso, rogo a Deus que a morte amarga não venha a mim antes que eu desfrute da visão desejada de você novamente. Adeus. Tens de mim toda a fé e amor que existem. Aceite a escrita que envio e, com ela, meu constante pensamento".

Clipping Freiras lésbicas: encontros secretos no convento e troca de cartas de amor, por Marcelo Testoni, 27/05/2019

Filhos de casais de mesmo sexo poderão ser batizados em Igreja Mórmon

segunda-feira, 8 de abril de 2019 0 comentários

Mulher posa para foto com uma bandeira de arco-íris enquanto pessoas se reúnem para uma renúncia em massa à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em Salt Lake City, nos EUA, em 2015. — Foto: Rick Bowmer/AP

Mórmons permitirão batismo de filhos de casais LGBT
Impedimento determinado em 2015 tinha afastado 1.500 membros da congregação, segundo relatório. Mudanças foram promovidas pelo presidente da Igreja, Russell Nelson, a fim de 'reduzir o ódio e os conflitos tão comuns na atualidade'.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias informou nesta quinta-feira (4) nos Estados Unidos que permitirá que filhos de casais de mesmo sexo sejam batizados.

Em comunicado, a igreja anunciou esta mudança nas políticas internas envolvendo fiéis membros da comunidade LGBT, especificamente a anulação de uma medida de 2015 que impedia que filhos de casais do mesmo sexo fossem batizados e recebessem bênçãos, assim como que também não vai classificar como "apostasia" as uniões de casais homoafetivos.
Os filhos de pais que se identificam como lésbicas, gays ou outras minorias podem ser batizados sem a aprovação da Primeira Presidência se os pais com custódia derem permissão para o batismo", diz o comunicado, divulgado dois dias antes da conferência anual dos mórmons no estado de Utah, nos Estados Unidos.
O anúncio, feito por Dallin Oaks, da Primeira Presidência, explica que o novo enfoque não representa uma modificação na doutrina a respeito "do casamento ou dos mandamentos de Deus sobre castidade e moralidade". Isso significa, especificou Oaks, que espera-se que os mórmons LGBT "atuem conforme as doutrinas da Igreja".

A regra estabelecida em 2015, segundo relatórios, provocou o afastamento de 1.500 membros da comunidade LGBT da congregação.

As mudanças foram promovidas pelo presidente da Igreja, Russell Nelson, que assumiu o cargo há um ano, a fim de "reduzir o ódio e os conflitos tão comuns na atualidade".

Há algumas semanas, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que é a frequentada pela maioria dos moradores de Utah, deixou de se opor à inclusão da comunidade gay em uma medida legislativa de combate aos crimes de ódio no estado, abrindo o caminho para que a iniciativa se tornasse lei.

Fonte: G1, via Agência Efe, 04/04/2019

Cartas de amor entre duas freiras lésbicas no século 12

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019 0 comentários


2019 está começando e ainda tem gente que precisa ter receio de viver o amor por causa do preconceito alheio. Se hoje em dia ainda é difícil, ainda que com muitos avanços, imagine no século 12, e quando as apaixonadas são um casal de freiras.

O achado foi compartilhado por Erik Wade, professor e pesquisador de História da Sexualidade na Universidade de Bonn, na Alemanha. Ele encontrou o documento em um artigo da professora Jacqueline Murray.

Wade disse ter achado a carta “muito bonita e poderosa, mesmo centenas de anos depois”, e que acredita “ser importante ver exemplos positivos de desejo entre o mesmo sexo de períodos históricos antigos”, inclusive na Idade Média, que ele diz ser um período muito mais complexo do que se pensa ao enquadra-lo como ‘idade das trevas’.

Confira a carta – já traduzida do latim medieval pata o inglês – e sua tradução para português:
“Para C-, mais doce que mel ou favo de mel, B – envia todo o amor que existe para o seu amor. Você que é única e especial, por que você demora tanto tempo, tão longe? Por que você quer que sua única morra, alguém que, como você sabe, te ama com alma e corpo, que suspira por você a cada hora, a todo o momento, como um passarinho faminto.

Desde que eu tive que ficar sem sua doce presença, eu não quis ouvir ou ver qualquer outro ser humano, mas como as rolinhas, tendo perdido sua companheira, empoleira-se para sempre em seu pequeno ramo seco, então eu lamento sem fim até que eu aproveite sua confiança de novo.

Eu olho e não encontro minha amante – ela não me conforta nem com uma única palavra. De fato, quando reflito sobre a beleza de sua fala e aspecto mais alegre, fico completamente deprimida, pois não encontro nada que eu possa comparar com seu amor, mais doce que o mel ou o favo, comparável com o brilho do outro e da prata.

O que mais? Tudo em você é gentileza, perfeição, então meu espírito definha perpetuamente por sua ausência. Você é desprovida da ousadia de qualquer falta de fé, você é mais doce do que leite e mel, você é inigualável entre milhares, eu te amo mais do que qualquer outra.

Você é o meu amor e desejo, você é o doce resfriamento da minha mente, não há alegria para mim em qualquer lugar sem você. Tudo o que foi delicioso com você é cansativo e pesado sem você.

Então eu realmente quero te dizer, se eu pudesse comprar a sua vida pelo preço da minha, [eu faria] instantaneamente, pois você é a única mulher que eu escolhi de acordo com o meu coração.

Por isso, rogo a Deus que a morte amarga não venha a mim antes que eu desfrute da visão desejada de você novamente. Adeus. Tens de mim toda a fé e amor que existem. Aceite a escrita que envio e, com ela, meu constante pensamento.”
Fonte:  Hypeness, 12/2018 ," A correspondência amorosa entre duas freiras lésbicas no século 12"

Duas mulheres se casam em Igreja Anglicana de São Paulo

terça-feira, 27 de novembro de 2018 0 comentários

Neste sábado (24), Allana e Erika se casam sob a bênção de um pároco da Igreja Anglicana na
 Grande São Paulo  Foto: Amanda Francelino/Arquivo Pessoal

Igreja Anglicana realiza primeiro casamento gay de SP
Cerimônia foi tradicional, como o casamento do príncipe Harry, também anglicano. Em junho, assembleia em Brasília com clérigos anglicanos aprovou união homoafetiva.

O sonho de entrar em uma igreja de mãos dadas, sem olhares julgadores e condenatórios,  se tornou realidade no sábado (24) para Erika e Allana. As noivas se casaram sob a bênção de um pároco da Igreja Anglicana na Grande São Paulo. O primeiro casamento homoafetivo oficialmente celebrado pelos anglicanos no estado foi marcado para as 20h.

Em junho, depois de mais de 20 anos de discussões, uma assembleia realizada em Brasília por bispos e clérigos das dez dioceses da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, uma província Comunhão Anglicana no Brasil, aprovou a união entre duas pessoas, independentemente do gênero, por 57 votos a 3.
Sempre fui praticante do cristianismo e depois que passei a me relacionar com a Allana busquei por uma igreja que me abraçasse, não que me apontasse. Cheguei até o anglicanismo por sugestão do meu irmão, que estuda ciências da religião e me disse que esta era uma igreja inclusiva, de todos”, conta a mineira Erika Ramos Oliveira Bortolassi, de 31 anos, já usando o nome de casada no civil.
O anglicanismo é um ramo do cristianismo e tem suas origens na Inglaterra, no século 16, quando o rei Henrique VIII buscou a anulação de seu casamento e teve como resposta a recusa do papa. O evento, assim como a Reforma Protestante na Alemanha, ajudou a levar ao rompimento da coroa inglesa com a Igreja Católica Romana. O anglicanismo se tornou a religião oficial do Reino Unido e hoje representa cerca de 80 milhões de fiéis no mundo.

O pároco Arthur Cavalcante, que atua na paróquia da Santíssima Trindade, uma das 14 da diocese de São Paulo, e  celebrou o casamento de Erika e Allana, explica que a religião chegou ao Brasil no final do século 19, quando a República foi proclamada e o estado laico permitiu que outras igrejas fizessem suas celebrações.
A Igreja Anglicana é caracterizada por sua sensibilidade com as questões do mundo moderno, com seus anseios e conflitos, questionando valores petrificados, mas sempre dialogando com a tradição antiga, estudando os textos bíblicos”, explicou. “A questão no sínodo de junho foi: se o LGBT já pode ser batizado, receber crisma e ser ordenado clérigo na Igreja Anglicana, por que ele não pode casar?’”, continua.
Rito matrimonial

Dentistas, Erika e Allana se conheceram na confraternização das unidades da clínica em que trabalhavam, há três anos. Elas se apaixonaram e foram morar juntas.
Cheguei a me questionar se eu estava em pecado, mas o pastor Arthur esclareceu que na Bíblia não há outra regra além do amor ao próximo e o distanciamento do ódio”, continuou.
Elas optaram por realizar o casamento religioso em um sítio no município de São Bernardo do Campo, ABC, com a presença de alguns familiares e amigos.
Não pensávamos em casar no papel até entrarmos de mãos dadas na igreja. Foi especial”, disse. “E então nasceu esse desejo de validar a nossa relação perante a lei, com a benção de Deus, além de sentir o apoio da família e dos amigos”, completou.
O reverendo Arthur afirmou que a cerimônia foi tradicional, como o rito que uniu o príncipe Harry com a atriz Meghan Markle, em maio deste ano, e o primo da rainha Elizabeth, lord Ivar Mountbatten com o parceiro James Coyle, em setembro, que também são anglicanos.
Além da aprovação da união homoafetiva, o sínodo orientou as dioceses a utilizar a linguagem adequada – onde tinha ‘marido e mulher’ no texto, agora são ‘pessoas’”, diz o pároco. “Não será um rito excepcional para um casal LGBT justamente por nossa proposta de inclusão; é um rito tradicional para pessoas, chamado Santo Matrimônio, com a entrada dos padrinhos, das noivas, um pequeno sermão e a troca dos votos", antecipa.
Antes de ser pároco, como cidadão, acho que o direito das pessoas se casarem deve ser preservado. Como pároco, digo que não há passagem nos evangélicos que alimentem o ódio e o desrespeito. Jesus acolheu e amou, e o que devemos alimentar aqui, então, é o companheirismo, a comunidade, o apoio mútuo, a convivência, mesmo que seja dura e difícil”, completou.

Bailarina do Faustão e namorada se casam em Santa Rita de Jacutinga (MG) sob as bençãos de pastor gay

segunda-feira, 14 de maio de 2018 0 comentários

Bailarina do "Domingão do Faustão", Karina Barros se casa com Camila 

Bailarina do Faustão e namorada se casam em cerimônia com pastor gay 

Benfica Bailarina do "Domingão do Faustão", Karina Barros se casou neste final de semana com a esteticista de animais Camila Benfica. Elas namoram há mais de dois anos, e a dançarina de 20 anos pediu a namorada em noivado durante um passeio romântico na Pedra Bonita, no Rio, em janeiro de 2017.

Karina Barros e Camila Benfica se casaram em Santa Rita de Jacutinga (MG), no fim de abril, sob a bênção do pastor André Cally, gay e líder do MilC (Ministério Inclusivo Livres em Cristo), destinado a evangélicos homossexuais.

Bailarina do "Domingão do Faustão", Karina Barros se casa com Camila Benfica
Sou grato a Deus e muito feliz em poder celebrar mais uma união de amor, uma nova família que se constituiu, dessa vez as amadas Karina Barros e Camila Benfica. Glória a Deus por esse amor, por essa dignidade que motivam muitos e muitos outros a serem felizes, sem reservas e paradigmas. Amo vocês!", comemorou o pastor.
A cerimônia, realizada no último sábado de abril (28), foi divulgada com moderação pelas noivas, que prometeram publicar fotos e vídeos futuramente, mas parentes e amigos próximos deixaram vazar algumas imagens do casamento, realizado ao ar livre, e da decoração, com as iniciais "K&C" espalhadas pela festa religiosa.

Bailarina Karina Barros se casa com Camila Benfica
Em uma das únicas fotos publicadas pelo casal, foi possível ver as daminhas de honra tapando os olhos na hora do beijo, aparentemente um protesto das noivas contra a intolerância.
Fonte:  UOL, 30/04/2018

Debate sobre casamento igualitário pode definir presidente da Costa Rica

segunda-feira, 2 de abril de 2018 0 comentários

Casamento gay pode decidir segundo turno na Costa Rica

O segundo turno das eleições presidenciais na Costa Rica, neste último domingo, levou o casamento gay para o centro do debate entre o candidato conservador, Fabricio Alvarado Muñoz, um pastor evangélico de 43 anos, e o representante de centro-esquerda Carlos Alvarado Quesada, ex-ministro de Desenvolvimento Social e do Trabalho, de 38 anos -- numa disputa ainda sem claro favorito. Atualização: Carlos Alvarado Quesada, ex-ministro do Desenvolvimento Social, jornalista e cientista político, tornou-se o novo presidente da Costa Rica.

Apesar de Fabricio ter saído na frente no primeiro turno, com 24,9% dos votos, as pesquisas indicam empate técnico. Uma sondagem do Centro de Investigação e Estudos Políticos da Universidade da Costa Rica (UCR) indica que o pastor do Partido Restauração Nacional (PRN) conta com 43% de apoio, empatado com o ex-ministro, do Ação Cidadã (PAC), com 42% das intenções de voto.

É a primeira vez desde 1950 que as duas forças políticas que dominaram o cenário eleitoral -- o Partido da Liberação Nacional (PLN) e o Partido Unidade Social Cristã (PUSC) -- ficam fora da disputa.
O empate vem desde o primeiro turno, quando os dois candidatos tiveram apenas três pontos percentuais de diferença, e se mantém nas pesquisas. Há uma volatilidade muito grande entre o eleitorado, que, somada à indecisão e à abstenção, fazem com que a definição deva ocorrer apenas no último minuto", disse o cientista político Rotsay Rosales, da UCR.
Alvarado Muñoz atraiu eleitores conservadores que se identificaram com sua oposição ao casamento gay, expressada depois de uma declaração da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) em janeiro, a favor da união. O pastor disparou nas pesquisas quando propôs retirar o país da Corte IDH em resposta à opinião do tribunal.

Do outro lado está o escritor, ex-cantor de rock e ex-ministro Carlos Alvarado Quesada, que apoia os direitos da comunidade LGBTI.

Durante a campanha, Fabricio prometeu combater o "estado secular" e a "ideologia de gênero". Na reta final, no entanto, em busca de alianças, o pastor diminuiu o tom do discurso e atenuou as críticas à Corte IDH, além de evitar fazer declarações sobre sua religião.

Mas analistas concordam que o voto cristão, que engloba grande parte dos indecisos, deverá ser decisivo para o resultado do pleito num país onde mais da metade da população é católica.
A campanha demonstra como a insatisfação dos eleitores com as elites políticas favoreceu a ascensão dos partidos religiosos", escreveu o ex-vice-presidente da Costa Rica Kevin Casas, em um artigo publicado no "New York Times". "Como os políticos tradicionais perderam a credibilidade, os eleitores recorrem a figuras religiosas que propõem o retorno de certezas morais que se diluíram em tempos de relativismo, ambiguidade ideológica e oportunismo".
Se nos debates Fabricio tem procurado se distanciar da religião, nos bastidores vem tentando atrair justamente o eleitor evangélico. Seu partido foi advertido nesta semana pela segunda vez pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), depois que veio à tona a gravação de uma reunião do candidato com centenas de pastores evangélicos para discutir o apoio dos religiosos na campanha.

Nas imagens, ele e seus aliados pedem "bendições" de transporte e alimentos para seus eleitores.

Seu opositor, por sua vez, criticou o programa do pastor, que chamou de carente de medidas concretas. Segundo ele, o "pulso firme" defendido pelo rival no combate ao crime serve apenas para agravar a situação. Carlos ainda voltou a defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
Eu não escondo minha posição. Fui honesto com o público, embora fosse impopular", afirmou.
Fonte: Agência Globo, 01/04/2018

Vira filme história de lésbicas que enganaram a Igreja para poder se casar

quinta-feira, 1 de março de 2018 0 comentários

Marcela Gracia Ibeas e Elisa Sánchez Loriga, em foto de casamento | Foto: José Sellier

A história das lésbicas que enganaram a Igreja para se casar e que agora inspira filme

Em 1901, Marcela e Mário se casaram na Igreja Católica de São Jorge, na cidade de La Coruña, noroeste da Espanha. Mário tinha sido batizado no mesmo dia, dizendo que era filho de pais ingleses protestantes e que queria se converter ao catolicismo.

O detalhe incrível da história é que Mário, na verdade, era Elisa Sánchez Loriga, disfarçada com conhecimento de Marcela, para conseguirem se casar na Igreja. Até hoje, esse é o único casamento do mesmo sexo conhecido na história da Igreja Católica espanhola. É também um caso pioneiro de união homossexual no mundo.

Agora, a história do casal vai virar filme.
Quando eu penso sobre essas duas mulheres e a coragem de uma delas de se passar por homem, foram muito valentes", afirma Isabel Coixet, realizadora do filme.
Enredo elaborado

Elisa e Marcela Gracia Ibeas se conheceram em meados dos anos 1880 em La Coruña.
Marcela era aluna da escola de magistério. Elisa tinha estudado anteriormente para a mesma carreira e estava trabalhando na escola. Foi então que elas se apaixonaram", conta o escritor Narciso Gabriel, autor do livro Marcela e Elisa, muito além dos homens.
O casal enfrentou objeção da família de Marcela, que a enviou para Madri para que ficasse longe de Elisa. Mas, de acordo com Narciso Gabriel, as duas deram um jeito de continuar a se ver. Nessa época elas teriam planejado o casamento.

Primeiro, Elisa e Marcela simularam que brigaram e que não estavam mais juntas. Além disso, Marcela, estava grávida de um homem não identificado e anunciou que se casaria com um primo de Elisa, chamado Mário, que teria sido criado em Londres.

Então, com corte de cabelo curto e vestida de terno, Elisa se passou pelo rapaz.

Assédio da imprensa e da sociedade

Após o casamento, Elisa e Marcela tiveram pouco tempo de sossego. Uma foto do casal acabou na primeira página do jornal local, La Voz de Galicia, com os dizeres: "Um casamento sem um noivo".

A história se espalhou rápido.
O público mostrou um interesse enorme em saber os detalhes da história, a imprensa competiu para publicar a foto exclusiva. O caso teve uma grande repercussão não só na Galícia, mas também em Madri e na imprensa de outros países, como França, Bélgica e Argentina", contou Gabriel. A Justiça, por sua vez, decretou um mandado de prisão.
Diante do assédio da imprensa e da perseguição da Igreja e da polícia, o casal fugiu para a cidade do Porto, em Portugal.

Em terras portuguesas, Elisa passou a se chamar de Pepe. Sob o disfarce de um casal heterossexual, as duas viveram por dois meses. Nesse período, nasceu a filha de Marcela. Porém, em agosto de 1901, a pedido da polícia espanhola, foram detidas e levadas para a prisão em Portugal.

Segundo Gabriel, o caso começou a ganhar "uma cobertura em Portugal tão espetacular como a que aconteceu na Espanha". Mas, ao contrário das notícias espanholas, a imprensa portuguesa foi favorável ao casal. "A imprensa tomou partido da causa de Marcela e Elisa, assim como parte da sociedade portuguesa e alguns residentes espanhóis do Porto", conta ele.

Apesar de toda essa comoção, Portugal aceitou a extradição do casal, solicitada pela Espanha. Porém, antes de serem enviadas de volta, Elisa foi inocentada da acusação de adulteração de documento e Marcela, de tentar encobrir o crime.

Antes da extradição, no entanto, Marcela e Elisa escaparam. Desta vez, rumo à Argentina, onde, novamente, mudaram suas identidades. Em Buenos Aires, Marcela passou a se chamar Carmen; Elisa assumiu o nome de Maria.

Nova vida na Argentina

Elisa desembarcou na Argentina em 1903, dois anos após o casamento. Pouco tempo depois, chegou Marcela, acompanhada da sua filha.

A vida das jovens em Buenos Aires, a princípio, não parecia ser muito diferente da de milhares de imigrantes galegos que viviam na cidade.

Alguns meses depois, no entanto, a história sofreu uma nova reviravolta. Elisa - que na Argentina tinha o nome Maria - se casou com um homem de origem dinamarquesa. 
"O casamento não foi feliz e termina mal, entre outras coisas, porque Elisa se recusa a ter relações sexuais com o marido", conta Gabriel. O homem acabou denunciando Maria, dizendo que suas intenções ao se casar com ele eram fraudulentas.
O que aconteceu depois? Elisa continuou vivendo com seu marido dinamarquês? Para onde foram Marcela e sua filha? O desfecho desta história é desconhecido. As pistas das vidas das protagonistas se perderam nesta época, afirma Gabriel. Há apenas um relato de um jornal mexicano, de 1909, dizendo que Elisa havia se suicidado no país.

Apesar de o casamento civil entre homossexuais ser legal na Espanha há mais de uma década, ativistas LGBT no país dizem que ainda hoje há ecos da luta de Elisa e Marcela.
Uma lei não provoca uma mudança automática na sociedade. Ainda hoje há pessoas que mantêm sua sexualidade em segredo. Outras ainda se casam mas não tiram a licença a que têm direito após o casamento, devido a vergonha ou medo de ser demitidas", fala a socióloga e ativista Inmaculada Mujika Flores.
Mais de cem anos depois, o "casamento sem homem" de Elisa e Marcela continua causando admiração.

Fonte: BBC, 20/02/2018

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
Um Outro Olhar © 2025 | Designed by RumahDijual, in collaboration with Online Casino, Uncharted 3 and MW3 Forum