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Dona de restaurante vegano de Araraquara (SP) acusa locador de discriminação

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019 0 comentários

Nathália Mendonça Santos registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher em
Araraquara (SP) 
Foto: Amanda Rocha/A CidadeON

Dona de restaurante acusa locador de homofobia em Araraquara
Boletim de ocorrência foi registrado como injúria e será acompanhado pela Assessoria de Políticas Públicas LGBT da cidade. Nathália Mendonça Santos registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher em Araraquara (SP)

A proprietária de um restaurante vegano de Araraquara (SP) registrou um boletim de ocorrência contra o proprietário do prédio onde seu estabelecimento funcionava, no centro da cidade. Ela diz que teve que sair do local por causa de homofobia.

Segundo Nathália Mendonça dos Santos, de 27 anos, o dono do estabelecimento a teria expulsado na sexta-feira (18) após diversas discussões. Em entrevista ao G1, a empresária disse que o motivo seria um suposto beijo que ela e a namorada teriam dado há alguns dias no local.

O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Araraquara como injúria e terá acompanhamento da assessora de políticas públicas LGBT da prefeitura, Filipe Brunelli.

Polícia esteve no prédio, no centro, para averiguar os fatos — Foto: Amanda Rocha/ACidadeOn

Homofobia

Segundo relato de Nathália, o estabelecimento alugado há quatro meses fica na frente da casa dos proprietários e os conflitos começaram no domingo (13), quando o sogro do dono teria visto um beijo entre ela e a namorada.
Ele tem 60 e poucos anos e chamou a atenção dos proprietários do local, falando que não gostou do que tinha visto. Falou que não era certo, uma coisa que não era natural, que não queria que a neta de 9 anos visse”, disse.
Na segunda-feira (14), o proprietário e a esposa marcaram uma reunião com Nathália para pedir para ela não repetisse o comportamento no restaurante. Eles teriam pedido para que, se ela fosse beijar a namorada, o fizesse “no banheiro rapidinho”.
Eu sai do serviço acreditando que foi uma discussão de um caso isolado. Eles sabiam e criaram caso dizendo que não é coisa normal, mas eu sou assim e não vou mudar, posso ir ao local quando eu quiser porque o espaço é meu, eu alugo, pago por mês e posso receber qualquer tipo de pessoa, não são eles que vão definir”, afirmou.
Na quarta-feira (16), Nathália foi ao prédio com outras pessoas depois da meia noite para carregar o celular. Incomodado, o proprietário teria ligado para a mãe da empresária e reclamado que ali não era lugar de namorar.

Na sexta-feira, Nathália disse que tentou conversar com o dono do lugar e pedir que qualquer reclamação fosse reportada a ela. Ao que ele teria estabelecido horários para que ela usasse o espaço.
Ele disse: ‘Não quero você dentro deste local fora do horário das 11h às 14h e das 20h às 23h. Se você está infeliz, saia do espaço. Então eu te peço o local porque isso não é uma coisa normal'”, relatou Nathália.

Segundo o que ela registrou no B.O. minutos depois ele começou a tirar as cadeiras do restaurante alegando que elas não constavam do acordo para locação do imóvel.

Ainda segundo Nathália, a mulher do proprietário teria usado o termo “aberração” e o homem disse para ela tirar as coisas dela do restaurante e a desafiado a provar que eles eram homofóbicos.

Nathália e a namorada teriam recebido ofensas de proprietário do imóvel em Araraquara (SP)
Foto: Amanda Rocha/ACidadeON

Maioria dos clientes do restaurante é de lésbicas e gays

Nathália e a namorada teriam recebido ofensas de proprietário do imóvel em Araraquara (SP)

Segundo Nathália, 90% dos seus clientes são homossexuais e são eles que representam grande parte da renda da família.

O restaurante vegano funcionava em dois horários, pela manhã e a noite e segundo a empresária, vendia em torno de 40 marmitas e 50 lanches por dia.

Além de Nathália, sua mãe e sua tia trabalhavam no lugar e todas tem a renda do restaurante como principal.
É a única renda que a gente tem. Ele tirou a única coisa que eu tinha para sustentar a minha casa”.
Após registrar o B.O. Nathália foi orientada a aguardar uma convocação do Núcleo Especial Criminal (Necrim), órgão especializado da Polícia Civil do Estado de São Paulo que promove a solução de conflitos de interesse decorrentes de crimes de menor potencial ofensivo.

Assessoria LGBT acompanhará o caso

A responsável pela Assessoria de Políticas Públicas LGBT de Araraquara, Filipe Brunelli, afirmou que está acompanhando o caso. Segundo Brunelli, as ofensas e discussões puderam ser ouvidas quando estava em uma ligação com Nathália. O registro da ocorrência também foi incentivado pela assessora.
A assessoria está aqui para isso. Para construir e garantir a cidadania das pessoas LGBT. Nós LGBTs somos muito marginalizados, é tão difícil arrumar um emprego. Aí quando montamos um negócio para podermos sobreviver, acontece isso”, disse.
A empresária e sua namorada serão encaminhadas à defensoria pública onde será designado um advogado que tratará as medidas indenizatórias. O pedido de processo por homofobia também será encaminhado à Justiça.

Empresária apresentou recibo de pagamento de aluguel de restaurante em Araraquara
em nome da mãe.
Proprietário nega preconceito

O G1 tentou entrar em contato com o proprietário do prédio por telefone diversas vezes, mas não obteve sucesso.

Em entrevista gravada ao site A CidadeON, o homem alegou não ser homofóbico e disse que reclamou do barulho que Nathália estaria causando e que ela teria desrespeitado o pedido de silêncio após o horário do expediente.
Eu só reclamei que a gente tem que ter um respeito mútuo porque eu moro nos fundos e ela tem o estabelecimento na frente. Já peguei ela com a namorada, nunca reclamei. O fato que foi a bagunça fora do horário. Se ela quiser namorar pode namorar aqui o quanto quiser, mas não tendo desrespeito com a gente que mora aqui”, afirmou.
Ele disse ainda que Nathália poderia estar inventando falsas acusações contra ele para sair do prédio sem pagar aluguéis que estariam atrasados, mas a empresária apresentou ao G1 recibos que comprovariam o pagamento dos aluguéis.
*Sob supervisão de Fabiana Assis, editora do G1 São Carlos e Araraquara.

Fontes: A CidadeOn (por Amanda Rocha) e G1 São Carlos e Araraquara

Agentes de segurança trabalham pelos direitos de gays, lésbicas e outras minorias

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019 0 comentários

Registro feito durante o II Encontro Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI

Além de PMs que se casaram em Minas, outros agentes de segurança trabalham pelos direitos dos LGBTI


Os soldados da Polícia Militar Victor Morais e Wilker Figueiredo, que se casaram e fizeram sucesso na internet, não são os únicos agentes de segurança a mostrar publicamente a homossexualidade. Na conta do Instagram da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+ (Renosp), policiais e militares mostram seus rostos, nomes e histórias para provar à população a importância de se enfrentar os preconceitos dentro e fora das instituições.

A Renosp/LGBTI+ foi criada em 2010, no Rio de Janeiro, por agentes de segurança de todo o país, mas passou a ser mais atuante na divulgação dos direitos humanos no ano passado. A mudança aconteceu em julho, quando um policial militar do Estado de São Paulo foi ameaçado de morte por colegas de trabalho depois de ser flagrado dando um beijo na boca de outro homem.

A repercussão do caso foi tão grande que a rede decidiu criar uma conta no Instagram para que outros agentes de segurança e forças armadas pudessem mostrar seus rostos e suas histórias. “Ficamos indignados. Como um beijo poderia ser motivo para ameaças de morte? Decidimos nos organizar de maneira mais efetiva, transformamos a Renosp em pessoa jurídica, uma associação, para atuar em casos como esse”, afirma Anderson Cavichioli, pesquisador da Universidade de Brasília que faz parte da rede.

Além do uso da rede social, a Renosp decidiu trabalhar várias ações para combater a LGBTfobia dentro e fora das instituições de segurança - como polícias, guardas municipais e forças armadas. Assim, a rede acompanha os casos de violência, exigindo apuração por parte do poder público, além de oferecer apoio às vítimas. O grupo também se manifesta publicamente quando a comunidade LGBT se sente ofendida pelo discurso de alguma personalidade famosa.

Fonte: Hoje em Dia, por Cinthya Oliveira, 16/01/2019

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