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Estatuto antidemocrático da Família quer impedir o casamento LGBT e a adoção de crianças por casais homossexuais

terça-feira, 25 de novembro de 2014 0 comentários

Deputado federal Ronaldo Fonseca (PROS-DF)
 querendo submeter a Constituição à Bíblia

Relator de comissão no Congresso propõe veto à adoção por casais gays

O deputado federal Ronaldo Fonseca (PROS-DF) apresentou nesta semana um parecer favorável ao projeto de lei 6583/2013, que propõe a criação do Estatuto da Família - no qual está prevista a definição de entidade familiar como a união entre homem e mulher.

A proposta foi considerada homofóbica por parlamentares e ativistas por defender o conceito de que casais homossexuais não poderiam formar uma família.

Fonseca é membro da comissão especial criada pela Câmara dos Deputados para analisar o projeto, do qual é relator. Em seu voto, ele também sugere a inclusão de um artigo que impedediria a adoção de crianças por casais homossexuais, algo que não estava previsto no texto original.

Alvo de polêmica, o projeto apresentado pelo deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) institui não só a definição do conceito de família, como também diretrizes públicas para valorização e apoio da entidade familiar.

Em seu voto a favor do projeto, Fonseca afirma que o reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Conselho Nacional de Justiça da união civil entre homossexuais como uma entidade familiar "foi introduzido na jurisprudência equivocadamente", porque iria contra o artigo 226 da Constituição Federal.

O parágrafo 3º deste artigo diz que o Estado reconhece a união entre um homem e uma mulher.

No documento de 35 páginas, o deputado diz que o estatuto "busca dar luz ao tenebroso momento em que vivemos de definição do conceito de família".

"Meu voto é moderno e de vanguarda, porque se baseia na Constituição. O conceito de família já estava no artigo 226, mas a interpretação feita pelo Supremo bagunçou isso, criou insegurança jurídica. Falta clareza na sociedade quanto ao conceito de família. Por isso o Estatuto é necessário", diz Fonseca à BBC Brasil.

"Além disso, o Supremo criou a família afetiva e só deu esse direito aos homossexuais. Se um irmão que cuida de outro morrer, o que ficou não pode receber pensão. Por quê? Não é possível dar um privilégio só a homossexuais."

'Momento tenebroso'

O projeto de lei está sendo analisado por uma comissão especial da Câmara formada por 24 deputados.

Eleito relator do projeto, Fonseca é encarregado de dar o parecer final - que será aprovado ou rejeitado por outros membros da comissão. Após essa fase, ele será apreciado e votado pelo Senado.

No seu parecer, o deputado questiona o argumento usado pelo STF para reconhecer a união civil entre homossexuais e a considerar uma entidade familiar. A Corte apontou "omissão" do Legislativo sobre a questão.

Fonseca rebate dizendo que a questão foi analisada, mas que não teria havido "consenso".

"Nosso voto não tem a pretensão de confrontar a decisão do STF, mas, com todo respeito ao Excelso Tribunal, ficarei restrito ao mandamento constitucional por entender que a decisão de criar a 'família homoafetiva' inovou, criando lei, usurpando prerrogativa do Congresso Nacional", afirma o deputado no documento.

"Tenho consciência das transformações sociais e culturais que proporcionam a existência de diferentes arranjos familiares, já atendidos pela Constituição, o que não pode se dizer das tais 'famílias homoafetivas'."

Fonseca diz que a união heterossexual tem direito à proteção especial do Estado por cumprir um papel, a manutenção da sociedade, por meio da geração de filhos.

"Apenas na união de um homem com uma mulher há presunção desse relevante papel. Não justifica ao Estado subsidiar o início de nova relação de dependência econômica de adultos se dela não se prever o exercício do papel de gerar e criar filhos", explica ele no parecer.

Também levaria à "discriminação contra o indivíduo não integrante deste tipo de relação, pois haveria gozo de direitos especiais não extensíveis a todos" e uma "injustiça, pois em nada estaria reconhecida a relevância e o reconhecimento do papel da união do homem e da mulher como sustentáculo da sociedade".

Fonseca acrescenta que casais homossexuais já têm outros meios jurídicos, como contratos e testamento, para garantir seus direitos.

Homofobia e religião

O estatuto foi considerado "homofóbico" por militantes de direitos LGBT, posição defendida também pelos deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Jean Wyllys (PSOL-RJ). Fonseca refuta a crítica.

"Temos de definir o que é homofobia no Brasil. Para estes militantes, tudo é homofobia. A lei que querem criar, contra homofobia, é uma forma de criminalizar a opinião", afirma Fonseca à BBC Brasil.

"Homofobia é incitar a violência. Sou homofóbico porque penso diferente? Convivo com amigos e parentes homossexuais sem nenhum problema."

Em seu parecer, Fonseca ainda destaca que a Constituição foi promulgada "sob a proteção de Deus".

"Deve-se esperar respeito dessa Casa ao credo reconhecidamente balizador dos valores da maioria de religiosos e não religiosos e que construiu nossa sociedade", diz o deputado, que é advogado, pastor, presidente da Assembleia de Deus de Taguatinga e coordenador da bancada da Assembleia de Deus na Câmara.

"Não se trata, portanto, de uma questão religiosa, mas de respeito à opinião da população."

Pelo que mostra uma enquete realizada pelo site da Câmara, o projeto de lei tem dividido a população. No site, internautas podem dizer se se concordam ou não com a definição de família prevista no Estatuto.

A votação bateu o recorde do site. Até 20 de novembro, a enquete contabilizava 4,3 milhões votos. O voto contrário - dos que não concordam com o estatuto e a difinição de família como união entre homem e mulher - vencia por 50,96% contra 48,73% dos a favor; 0,31% disseram não ter opinião formada.

"Qualquer pessoa pode votar na enquete mais de uma vez. Tenho conhecimento, por exemplo, que o movimento LGBT tem um escritório que fica na internet o tempo todo votando. Então, não podemos nos orientar por isso nem considerá-la um raio-x da população. Ainda assim, manifestações assim são muito salutares", diz Fonseca à BBC Brasil.

Adoção

Em seu parecer, o deputado também trata explicitamente da adoção de crianças por casais homossexuais, assunto que não era abordado no projeto de lei. O texto sugere a inclusão no projeto de um artigo para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Em seu artigo 42, o ECA prevê que casais interessados na adoção devem ser casados no civil ou manter união estável. Com a mudança sugerida, estas uniões deveriam estar de acordo com o artigo 226 da Constituição (que diz que o Estado reconhece a união entre homem e mulher), excluindo a possibilidade de casais homossexuais adotarem conjuntamente.

"A questão tinha de ser abordada. Se digo com base na Constituição que um casal homossexual não é juridicamente uma família, como este casal poderia adotar uma criança como uma? Nem teria como colocar na certidão o nome de duas mulheres e dois homens, porque a filiação exige o nome de um pai e de uma mãe", afirma o deputado.

Ele argumenta que a adoção busca suprir a perda do pai e da mãe e que casais homossexuais não apenas descumprem esta função, como a impossibilitam por completo.

"Nas relações de mero afeto, sobretudo nas que as pessoas que a compõem forem do mesmo sexo, a criança adotada passaria a ter de maneira irremediável a ausência da figura do pai ou da mãe", diz ele no parecer.

O parecer também questiona a retirada do termo "homossexualismo" da relação de doenças da Organização Mundial da Saúde e diz que isto ocorreu sem "estudos científicos que fizessem considerar tal comportamento normal".

Fonte: BBC Brasil, por Rafael Barifouse, São Paulo, 21/11/2014

Marisa Lobo tem registro cassado pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) do Paraná

terça-feira, 27 de maio de 2014 9 comentários


Psicóloga que propunha ‘cura gay’ tem registro cassado
Autodenominada como “psicóloga cristã”, Marisa Lobo foi cassada pelo Conselho Regional de Psicologia

O Conselho Regional de Psicologia (CRP) do Paraná cassou o registro da psicóloga Marisa Lobo, que ficou famosa em todo o Brasil ao defender a ‘cura gay’.

A cassação aconteceu na última sexta-feira (16), em Curitiba. Marisa ainda pode recorrer da decisão no Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O CRP ainda não quis se manifestar, alegando que o processo de Marisa corre em sigilo. O órgão só pretende falar quando o CFP der um parecer definitivo sobre a cassação.

Se autodenominando como “psicóloga cristã”, Marisa participou, em 2012, de audiências públicas no Congresso Nacional em favor de um projeto que propunha a modificação da resolução do CFP, que proíbe profissionais da psicologia de promover terapias para ‘tratar a homossexualidade’ de pacientes ou mesmo de se referir a esta orientação sexual como uma doença.

De autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), o projeto voltou à tona no ano passado quando o também deputado federal Marco Feliciano assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Congresso.

Mas após forte pressão de outros parlamentares e também dos movimentos LGBT e dos direitos humanos, o deputado do PSDB decidiu retirar a proposta de mudança, encerrando sua tramitação.

No site Gospel Prime, Feliciano criticou a cassação de Marisa, dizendo que a medida do CRP do Paraná foi uma ‘obra do sindicalismo gay’. Nesta semana, o senador evangélico Magno Malta (PR-ES) também fez um discurso no plenário do Senado defendendo a psicóloga cassada.

Fonte: O Dia, 23/05/2014

Conservadores retiram promoção da igualdade de gênero e de orientação sexual do Plano Nacional de Educação

segunda-feira, 28 de abril de 2014 0 comentários

Comissão aprova texto principal do Plano Nacional de Educação
Proposta prevê investimento de 10% do PIB na educação em 10 anos. Deputados excluíram promoção da 'igualdade de gênero e orientação sexual'

A comissão especial formada na Câmara para analisar o Plano Nacional de Educação aprovou nesta terça-feira (22) o texto principal do projeto de lei, que estabelece metas e estratégias para o setor no período de 10 anos, entre elas a previsão de investimento público na educação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) até o final do decênio.

A proposta, de autoria do Executivo, já havia sido aprovada pelos deputados em 2012, mas como foi modificada no Senado, voltou para a Câmara. A sessão da comissão especial foi interrompida, deixando para esta quarta (23) a votação de destaques, que fazem alterações pontuais no texto. Depois, o projeto ainda vai a votação no plenário da Câmara antes de ir para sanção presidencial.

Atualmente, o país aplica 5,1% do PIB no setor, incluindo recursos da União, dos estados e municípios. O destaque ainda a ser votado obriga que os 10% do PIB a serem investidos na educação destinem-se exclusivamente a instituições e escolas públicas.

Assim, deverão ser buscados numa fonte extra dinheiro gasto em programas com o ProUni (incentivo fiscal para universidades privadas em troca de bolsas para alunos de baixa renda) e o Fies (financiamento das mensalidades para estudantes em faculdades particulares).

O relator, Angelo Vanhoni (PT-PR), defende que os investimentos nesses programas sejam contabilizados dentro do percentual, mas deputados do PDT e do PSOL se colocaram contra. A questão voltará a ser discutida na sessão desta quarta.

Igualdade de gênero
Durante a votação na comissão, a maioria dos deputados presentes votou pela retirada do texto de um trecho que inclui entre as diretrizes do ensino a superação das desigualdades educacionais, "com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual". Com isso, foi mantida a redação do Senado, que determina a "promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação".

Parte dos parlamentares entendia que os dois últimos pontos do texto da Câmara (promoção da igualdade de gênero e de orientação sexual) permitiriam a distribuição de material escolar e atividades que incentivem a homossexualidade. Os críticos dizem que o trecho busca promover o combate à homofobia e ao preconceito contra as mulheres.
"Esse trecho vai fazer com que essa ideologia de gênero dê direito aos burocratas do Ministério da Educação de invadir as escolas com cartilhas gays, bissexuais, transsexuais e outros, e tudo isso com amparo legal, rotulado como promoção da igualdade de gênero", disse o deputado Antonio Bulhões (PRB-SP), ao votar contra o trecho.
"Isso áqui é um estado laico. Qualquer preconceito deve ser crime, como o preconceito racial. Qualquer luta que podemos fazer contra o machismo, é luta para garantir liberdade e direitos. Acharia um gravíssimo erro de ser contra a liberdade e ser a favor do preconceito, porque é disso que se trata, ao não discriminar", rebateu o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que votou a favor da promoção da igualdade de gênero e orientação sexual.

Metas
O texto principal aprovado na comissão mantém metas que já haviam sido acordadas entre os parlamentares. Uma delas é a erradicação do analfabetismo e universalização da educação infantil (crianças de 4 e 5 anos), do ensino fundamental (6 a 14 anos) e do ensino médio (15 a 17 anos). Ao todo, o PNE é composto de 20 metas a serem cumpridas nesta década para melhorar a educação.

A oferta de educação infantil em creches deverá ser ampliada de forma a atender mínimo de 50% das crianças de até três anos. Ao final dos dez anos de vigência do PNE, os brasileiros deverão ser alfabetizados, no máximo, até os seis anos.

O plano determina também que 50% das escolas públicas deverão oferecer educação em tempo integral, a fim de atender pelo menos 25% de todos os alunos da educação básica.

A escolaridade média da população de 18 a 29 anos deverá ser elevada e alcançar mínimo de 12 anos de estudo. O número de matrículas na pós-graduação também precisará crescer. O plano prevê formação de 60 mil mestres e 25 mil doutores por ano ao final de sua vigência.

Professores
O PNE trata ainda da valorização dos professores da rede pública. O rendimento médio dos profissionais da educação básica deve ser equiparado aos demais profissionais com escolaridade equivalente.

Após dois anos de vigência do plano, o governo deverá elaborar planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior públicas, sendo que a remuneração dos professores da educação básica deve ter como referência o piso salarial nacional, que é definido pela Constituição Federal.

O projeto estabelece metas para melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A média do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental atualmente está em 4,6 (em uma escala até 10). A meta é chegar a 6.

O plano também pretende melhorar o desempenho do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Em 2012, a média dos resultados em matemática, leitura e ciências foi de 402 pontos. A expectativa é chegar a 473 ao final de dez anos.

Fonte: G1, 22/04/2014

Vídeo "O Amor Sempre Vence" contra a homofobia na Rússia

segunda-feira, 18 de novembro de 2013 0 comentários


No sábado último, dia 16/11, foi celebrado o Dia Internacional da Tolerância. A data anual foi aprovada pelos estados membros da UNESCO, em 1995, durante o Ano das Nações Unidas para a Tolerância. O site da Representação da UNESCO no Brasil publicou declarou sobre o  dia:
O Dia Internacional da Tolerância é uma oportunidade, para cada um de nós, de renovar nosso compromisso de praticar tolerância e promover harmonia. O rápido ritmo de globalização do mundo também o torna cada vez mais frágil. É por isso que, todos os dias, em todas as sociedades, devemos criar novos canais de tolerância, confiança e compreensão.
Mas atualmente o exercício de aceitação e respeito não está sendo seguido em muitos países, destacando-se a Rússia nesta triste lista. O país que vai sediar as Olimpíadas de Inverno, programadas para 2014, vem sendo palco de muita violência contra homossexuais, registrada em vídeos horrendos publicados pelo YouTube. Por essa razão,  para tentar chamar a atenção internacional sobre o assunto e evitar que esse cenário permaneça, a All Out, grupo LGBT internacional, lançou um vídeo contra a homofobia no Dia Internacional da Tolerância 

Com o nome de O amor sempre vence, o vídeo é protagonizado por um homem e uma mulher que vencem um campeonato na categoria de patinação no gelo. A mulher do par, ao receber a medalha do prêmio, olha para a namorada na plateia e imagina celebrar com ela sua vitória, mas desperta de seu sonho e se entristece de não poder realizá-lo devido à repressão homofóbica. A cena termina com os dizeres: "e, se para seguir seus sonhos, você tivesse que viver uma mentira?"

O roteiro do vídeo remete à lei antigay, promulgada na Rússia e aprovada por Vladmir Putin, que proíbe manifestações públicas de afeto entre gays, lésbicas e transgêneros. Considerando que o lema dos Jogos Olímpicos  prega a igualdade entre todos os povos, a honra e a dignidade, constata-se assim como a Rússia é escolha errada para sediar esses eventos. 

A All Out criou uma petição reivindicando  que os casos de violência parem de acontecer no país e que haja justiça para as vítimas. E a hashtag com o nome do vídeo, #LoveAlwaysWins, também está sendo usada para divulgar a causa mais do que justa.

Veja o vídeo da All Out:

Com informações do site POP, 16/11/2013

"Beijaço LGBT" para o papa em seu primeiro discurso da Jornada Mundial da Juventude

segunda-feira, 22 de julho de 2013 0 comentários

Local: No Largo do Machado!!!
Concentração e Oficina de Cartazes: 14hs!!! 
Saída em direção ao Palácio Guanabara: 17hs!!!!

Grupo organiza "beijaço LGBT" durante primeiro discurso do papa na Jornada

No dia em que chegar ao Rio de Janeiro para dar início à Jornada Mundial da Juventude --a segunda-feira (22)--, o papa Francisco terá uma cerimônia oficial de boas-vindas no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Mas também terá de enfrentar um protesto contra a homofobia.

Do lado de fora do Palácio, um grupo está programando um "beijaço LGBT" durante as primeiras palavras de saudação do papa para os peregrinos da Jornada. Segundo a organização da manifestação, o protesto será realizado em função do crescimento da homofobia e do fundamentalismo religioso no Brasil.

"O protesto foi pensado a partir do ano passado, quando o antigo papa Bento 16 fez o discurso de final de ano e disse que a família homoafetiva é uma ameaça ao mundo, que somos o mal do mundo", explica um dos líderes da organização do Beijaço, que prefere não se identificar por medo de "ataques de fundamentalistas religiosos".

"Desde o início, o Beijaço foi pensado para a semana da JMJ. (...) Em termos estratégicos é imprescindível demarcarmos a legitimidade das nossas sexualidades nesse momento", afirma outra líder do movimento. "A própria reação dos religiosos na página do evento [no Facebook] demonstra como o imaginário e o conservadorismo católico e cristão se traduzem em atitudes e discursos violentos e intolerantes contra as sexualidades não-normativas".

A concentração do ato será feita no Largo do Machado, zona sul da cidade, às 14h, a menos de 1,5 km da sede do governo. De lá, os manifestantes seguirão em direção ao Palácio Guanabara, onde pretendem chegar às 17h. Até a quarta-feira (17), cerca de 1.500 pessoas haviam confirmado presença pelo Facebook.

"O beijo - expressão de amor ou prazer - será a nossa forma de protestar dessa vez. Chega desse falacioso discurso moral e do atropelo de nossos direitos fundamentais! Vocês vão ter que nos engolir! Toda forma de amor vale a pena!", diz a organização do protesto.

O grupo afirma que não pretende se reunir com o papa e sim "dar visibilidade à opressão que a população LGBT sofre nas ruas, alertando para o perigo de discursos religiosos fundamentalistas".

"Não há nenhum interesse de reunião com o papa, não temos o que reivindicar à Igreja. Não queremos e não precisamos que nenhuma religião legitime nossas sexualidades, queremos apenas que elas sejam respeitadas. (...) As pessoas em geral não conectam as declarações religiosas com a morte das Travestis e Transexuais, com as agressões físicas à lésbicas e homossexuais. Como se as violências físicas não encontrasse nos discursos religiosos que atacam as nossas sexualidades o respaldo moralista", explica.

Os organizadores do "beijaço LGBT" afirmam ainda que o medo de uma maior repressão policial por conta da JMJ é o mesmo de repressões homofóbicas sofridas todos os dias.

"O cotidiano do LGBT é repleto de incertezas e inseguranças. Porque além da violência sofrida por qualquer cidadão, assalto e etc, temos um tipo de violência específica que ataca diretamente a nós, que é pelo fato de não nos enquadrarmos nos perfis hetenormativos que esperam da gente", explica um dos líderes.

Fonte: UOL Notícias Cotidiano, 18/07/2013 e Beijaço LGBT na JMJ 2013

Petições contra a PEC 99 que ameaça o Estado laico no Brasil e mais um show de truculência do deputado Boçalnaro

terça-feira, 2 de abril de 2013 1 comentários


Conservadores andam a todo vapor no Brasil, animadíssimos com a permanência, ao menos por enquanto, do cristofascista (como estão sendo chamados os evangélicos fundamentalistas nas redes sociais) deputado-pastor Marcos Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. Animadíssimos também com a PEC99 do também cristofascista deputado João Campos que quer acabar com o Estado Laico no Brasil. Abaixo segue editorial do Estado de São Paulo, de 31 de março, que resume o perigo que enfrenta a democracia brasileira com esse tipo de ação contra um dos pilares de todas as democracias ocidentais modernas. Leiam o texto com atenção e depois assinem os dois abaixo-assinados contra esse descalabro:


Após o texto sobre a PEC 99, segue vídeo com mais um show de truculência do deputado Boçalnaro, em apoio a Marco Feliciano, onde, entre outros absurdos já conhecidos, também chama Eleonora Menicucci de Oliveira, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, de sapatona, por esta haver dito, ao ser entrevistada pelo jornal Correio Braziliense, que se relacionova com homens e mulheres e tinha orgulho da filha lésbica.

Segue ainda vídeo do conhecido vlogueiro Pirulla25 que aborda de forma bem acessível o perigo dessa PEC 99 que ninguém pensava que pudesse passar em  lugar algum e agora já se encaminha para votação em plenário. Acordemos!

Pior que o caso do pastor


O Estado de S.Paulo

Com o noticiário do Congresso concentrado no escândalo Feliciano - a entrega da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara ao deputado evangélico Marco Feliciano, do Partido Social Cristão (PSC), que deu motivos para ser considerado racista e homofóbico, e que insiste em permanecer no cargo, apesar dos incessantes protestos de que é alvo - a imprensa deu escasso destaque a uma aberração ainda maior. Na mesma quarta-feira em que o mau pastor mandou prender um manifestante, retirar os demais do plenário da comissão para, enfim, justificar a truculência com a alegação de que "democracia é isso", a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa aprovou uma proposta que agride um dos princípios basilares da República brasileira: o caráter laico do Estado.

De autoria do tucano João Campos, de Goiás, membro da suprapartidária bancada evangélica, o projeto estende às organizações religiosas a prerrogativa de contestar a constitucionalidade das leis no Supremo Tribunal Federal (STF). Pela Constituição, podem propor ações dessa natureza o presidente da República, as Mesas do Senado, Câmara e Assembleias Legislativas, governadores, o procurador-geral da República, a OAB, partidos com representação no Congresso, confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional. O leque de agentes públicos e privados aptos a entrar no STF com as chamadas Ações Diretas de Constitucionalidade (Adin) é, portanto, suficientemente amplo para representar legitimamente as múltiplas correntes da população insatisfeitas com essa ou aquela norma legal - preservada a separação entre Estado e igreja.

Exemplo disso foi a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias no bojo da Lei de Biossegurança aprovada pelo Congresso depois de intensos debates e plena participação da sociedade e sancionada pelo então presidente Lula em março de 2005. A Igreja Católica, por intermédio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se bateu com veemência contra a medida, assim como fizeram outras denominações religiosas, contornou o impedimento constitucional de bater, ela própria, às portas do Supremo Tribunal. Não lhe foi difícil encontrar a alternativa na pessoa do procurador-geral da República, à época, o católico praticante Cláudio Fonteles. Admitida a Adin, a CNBB teve todas as oportunidades de sustentar os seus pontos de vista no curso do histórico julgamento - que concluiu pela constitucionalidade da lei.

Argumenta Campos, o autor do projeto acolhido pela CCJ, que as associações religiosas deveriam ter o direito de pedir à Justiça que invalide dispositivos legais que, no seu entender, poderiam interferir na liberdade religiosa e de culto, assegurada na Carta. Seria o caso de eventual legislação que torne crime a homofobia. Em alguns cultos evangélicos, como se sabe, o homossexualismo é verberado como uma das mais repulsivas ofensas às leis divinas. Nem sempre são nítidos os limites entre essa pregação e o incitamento do ódio aos gays. O pastor Feliciano, por exemplo, escreveu certa vez que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição". O problema, de toda forma, é a barreira infranqueável que impede o contágio do Estado pelas religiões organizadas e vice-versa.

Do mesmo modo que não se pode aceitar com naturalidade que um parlamentar com as opiniões de Feliciano conduza um órgão destinado a proteger, entre outras, as vítimas da discriminação e do preconceito, é inconcebível que se considere natural que entidades confessionais possam ser incluídas entre aquelas apropriadamente credenciadas para questionar no STF a adequação das leis à Constituição. Delas, convém lembrar, fazem parte as legendas com assento no Congresso - como o PSC de Feliciano. Felizmente, o projeto de emenda constitucional aprovado na CCJ tem ainda um longo percurso pela frente. Será submetido à Comissão Especial da Câmara e, eventualmente, ao plenário da Casa, em duas votações com quórum qualificado. Passando, enfrentará o mesmo rito no Senado. Tempo bastante e instâncias suficientes de decisão para que tenha o merecido destino - o arquivamento.

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