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Quase 40% das empresas brasileiras ainda discriminam gays e lésbicas nas contratações

quarta-feira, 6 de julho de 2022 0 comentários

Gays e lésbicas inda recorrem pouco à Justiça para fazer valer seus direitos

Quase 40% das empresas brasileiras fazem discriminação nas contratações

Brasília – Alvos de discriminação no mercado de trabalho, homossexuais ainda recorrem pouco à Justiça para fazer valer seus direitos. Segundo o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Emmanoel Pereira, as queixas que chegam a ser ajuizadas não dão conta da real dimensão do problema em ambientes laborais.
São diárias as notícias de que gays, lésbicas, dentre grupos discriminados,  permanecem alvo de perseguições em âmbito privado e profissional. E o pior: esses números não se refletem em ações judiciais”, disse Pereira.
O ministro participou da abertura de um debate sobre a diversidade e a pluralidade no ambiente de trabalho que o TST realizou em 28 de junho, em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGB. Segundo o ministro, o TST não dispõe de dados estatísticos oficiais, mas é possível observar, na prática cotidiana da magistratura, “a baixa quantidade de ações que objetivam discutir tais problemas”. Fato que, para Pereira, demonstra “o receio desses grupos vulneráveis de recorrer ao Poder Judiciário”.

Consultado, o tribunal confirmou, por meio de sua assessoria, que, de fato, não dispõe de levantamentos sobre os processos trabalhistas motivados por discriminação sexual – que, em geral, são elencados como pedidos de indenização por dano moral, assédio moral ou assédio sexual.

Ministro Emmanoel Pereira do Tribunal Superior do Trabalho (TST)

Destacando o “forte caráter social” da Justiça do Trabalho, o ministro argumentou que a importância de garantir a inclusão, a diversidade e a pluralidade exige dos juízes do trabalho uma “sensibilidade diferenciada”.
A implementação de ações que se destinem a enfrentar as barreiras ainda existentes, para a mais completa inclusão desse grupo de pessoas no mercado de trabalho, representa bandeira a ser fortemente sustentada por esta Justiça social”, declarou o ministro, ao citar o resultado de uma pesquisa de 2020 que apurou que ao menos 38% das empresas brasileiras têm alguma restrição à contratação de homossexuais e transexuais.
E não para por aí. Mesmo quando vencido o primeiro obstáculo e efetivada a contratação, há de ser enfrentada a discriminação interna, ainda mais resiliente e contínua”, destacou Pereira, apontando que ações discriminatórias acarretam prejuízos sociais e econômicos que afetam não só a pessoa vítima do preconceito.
Sob a perspectiva do trabalho, a preocupação no combate à discriminação torna-se mais premente. Privar alguém de oportunidades de acesso ao mercado significa negar seu direito fundamental à participação na sociedade e ao sustento próprio de sua família. Mais do que isso, a inacessibilidade configura, paradoxalmente, um empurrão em direção à marginalidade”, argumentou o presidente do TST.

 Clipping Homossexuais recorrem pouco à Justiça, diz o TST, por Agência Brasil, Diário do Comércio, 01/07/2022

Aprovada 1ª cooperativa de crédito para gays e lésbicas nos EUA

quarta-feira, 11 de setembro de 2019 0 comentários

 Superbia Credit Union, instituição financeira, para clientela de gays, lésbicas e outras minorias

Na segunda-feira, o estado de Michigan aprovou a licença para a nova instituição financeira, Superbia Credit Union, pensada para clientela de gays, lésbicas e outras minorias, o que abre caminho para o serviço on-line começar a ser oferecido no início de 2020.

A Superbia Credit Union oferecerá produtos que muitas vezes estão fora do escopo de um banco mais tradicional, disse Myles Meyers, fundador da Superbia Services, com sede em Nova York, que criou a cooperativa de crédito.
Posso entrar em um banco ou cooperativa de crédito e solicitar um empréstimo ou cartão de crédito ou conta poupança e, francamente, não há problema", disse Meyers. "Se eu for para a mesma instituição com meu marido, podemos encontrar respostas distintas e uma recepção diferente. É aí onde tudo começa a mudar para a comunidade."
Agora, grandes segmentos corporativos dos EUA anunciam apoio aos direitos de gays, lésbicas e outras minorias, e centenas de empresas aderiram às leis federais e estaduais para oferecer proteção igualitária à comunidade. A maioria dos americanos afirma apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Mas a legislação ainda protege quem discrimina consumidores homossexuais na maioria dos estados dos EUA, e pesquisas mostram que casais homossexuais enfrentam obstáculos no setor bancário, independentemente da localização. Um casal do mesmo sexo tem menos probabilidade de conseguir a aprovação de um empréstimo, por exemplo. E, quando consegue, paga mais pelo financiamento.

Existe um incentivo financeiro para focar mais diretamente na clientela de gays, lésbicas e outras minorias  ao oferecer serviços bancários. O poder de compra combinado da população adulta de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros dos EUA foi estimado em US$ 987 bilhões em 2017, segundo dados da Witeck Communications.
Com o estatuto em vigor, a Superbia formará um conselho e começará a contratar executivos. Além da cooperativa de crédito, a Superbia Services também planeja oferecer produtos como seguros, assistência médica e gestão do patrimônio personalizados especificamente para clientela de gays, lésbicas e outras minorias, disse Meyers.
Clipping Michigan aprova licença de 1ª cooperativa de crédito gay dos EUA, por Daniela Milanese, via Bloomberg, UOL Economia, 10/09/2019

Quatro gigantes dos negócios que têm programas de inclusão para lésbicas, gays e outras minorias

sexta-feira, 26 de abril de 2019 0 comentários

Exame Fórum Diversidade

Diversidade “faz toda a diferença” nestas quatro gigantes dos negócios


São Paulo – Etnia, cor de pele, idade, gênero, religião, orientação sexual, identidade de gênero, deficiências, classe social…A lista de singularidades humanas é tão diversa quanto a própria sociedade. Felizmente, algumas empresas já começam a acolher toda essa diversidade como uma fonte de riqueza, algo que torna as organizações e o mundo mais sustentáveis e justos.

Ao reconhecerem a diversidade como fator de inovação, criatividade e vantagem competitiva, elas se esforçam para criar um ambiente de trabalho onde todos se sentem bem e confortáveis em se expressar, um exercício que exige dedicação e esforços diários.

Durante o Forum EXAME Diversidade, reallizado na quarta-feira (27/03/19), quatro empresas de referência em seus respectivos setores discutiram como os negócios podem contribuir para a valorização da diversidade, impactando positivamente a sociedade e as próprias companhias.
Carrefour
Como uma empresa de varejo, temos o desafio de lidar com a diversidade e inclusão todos os dias. O varejo é um recorte da sociedade brasileira, temos todos os perfis representados na nossa companhia e lidamos com milhões de consumidores”, afirmou a pernambucana Karina Chaves, gerente de diversidade e inclusão do Carrefour.
Em 2013, a rede criou um comitê dedicado à diversidade com atuação transversal, por entender que este não é um tema específico de uma área, mas do negócio como um todo.

O Carrefour montou uma plataforma de diversidade que opera em quatro frentes: 1) promover a igualdade de oportunidade e de tratamento, considerando as diferenças e desigualdades presentes na sociedade; 2) promover um ambiente de trabalho respeitoso, acolhedor e focado no que é essencial para a empresa; 3) aprimorar as práticas de gestão empresarial por meio de aprendizados com os diferentes públicos e parceiros; 4) contribuir para criar referenciais competitivos ao considerar a diversidade como fonte de valor.
Para atingir esses objetivos, é essencial manter a cultura da diversidade viva e repensar processos. Há todo um aprendizado em procedimentos internos para ser alcançado”, destacou Karina. “Ainda assim com tudo o que fazemos, há sempre riscos, porque cada pessoa tem sua própria história. Como sociedade, temos ainda muitos preconceitos e racismos enraizados. Mas acredito no poder educacional das empresas”.
Cargill

A gigante global dos alimentos Cargill tem ações especificas voltadas à inclusão e diversidade nas suas operações no Brasil, que empregam 10 mil pessoas. Em 2016, formou um comitê de igualdade, com iniciativas transversais que reúnem funcionários interessados no assunto.

Esse movimento originou redes de atuação temáticas, como a AfroCargill, focada em igualdade étnico-racial e a PRIDE (palavra que significa “orgulho”, em inglês), para promoção de um ambiente seguro e que valorize profissionais gays, lésbicas e outras minorias. Também criou a MOB, sigla da rede Mulheres Operando no Brasil, cuja missão é incentivar as mulheres e seus potenciais para crescimento e liderança na empresa.

Empenhada em criar e manter um ambiente de trabalho inclusivo e diverso, desde 2017, a Cargill tem empregado diversas mudanças em seu processo seletivo, tanto para vagas de estágio quanto de liderança. Inspirada em modelos de recrutamento europeus, passou a contratar profissionais por meio do “currículo cego”, no qual o recrutador não sabe o gênero nem identidade do candidato.
O objetivo é eliminar o viés consciente ou inconsciente na contratação e estimular a contratação de profissionais por suas qualificações e competências, e não por gênero, cor, orientação sexual ou idade”, explicou Simone Beier, diretora de Recursos Humanos (RH) da Cargill no Brasil.
Segundo a executiva, o engajamento dos funcionários e dos líderes das redes, que são voluntários, é um diferencial para a promoção da diversidade na empresa.
Isso vai contagiando outras pessoas, e daí surgem novas sugestões por conta desse ambiente favorável para engajamento”, afirma Simone. Em um estudo global da empresa, 84% dos funcionários do Brasil disseram que se sentem confortáveis em ser quem são na companhia.
Simone Beier, diretora de Recursos Humanos (RH) da Cargill

Accenture

Na consultoria Accenture, a agenda de diversidade está totalmente conectada com o negócio, que lida com perfis de clientes variados, do varejo ao financeiro. Para Beatriz Sairafi, diretora de RH da empresa, a promoção de valores de inclusão não acontece sem “patrocínio da liderança”.
Temos a meta de alcançar 50% de equidade entre mulheres e homens  até 2030”, conta. “Um dos pilares da empresa está ligado às práticas, que devem ser abertas e inclusivas para todos”.
 Na Accenture, o nascimento de um filho dá direito à licença igual tanto para as mães quanto para os pais, além do benefício de creche para ambos.
O que transforma o ambiente interno é ter praticas que empoderam os colaboradores”, acrescenta a executiva. E lá, isso é praticamente um mantra. 
Grupo Boticário

No Grupo Boticário, além de um valor, diversidade é uma das seis competências pelas quais os gestores são avaliados. Há inclusive uma área de dados que permite estratificar todos os 12 mil colaboradores do grupo por singularidades, como etnia, cor de pele, gênero e classe social.
É uma fonte rica de insight para os gestores trabalharem o aperfeiçoamento de pessoas e grupos na empresa”, destaca Alvaro Garcia, diretor de marketing de “quem disse, berenice”, uma das marcas do Grupo Boticário, ao lado de O Boticário, Eudora, The Beauty Box, Multi B e Vult.
Além de fazer parte dos valores organizacionais da companhia, o tema da diversidade envolve todos os públicos do Grupo. E os consumidores não são exceção.
Por meio do nosso programa de consumidor oculto, pessoas de diferentes perfis visitam nossos pontos de venda se passando por um consumidor comum para avaliar o atendimento, conforme suas necessidades específicas. A partir dessa experiência, melhoramos o que for preciso, como treinar um colaborador para ajudar uma pessoa com deficiência visual a se maquiar ou falar sobre cores”, exemplificou o executivo.
Se a diversidade faz parte da cultura e dos valores organizacionais da companhia, ainda carrega estigmas pesados na sociedade brasileira. O Grupo “sentiu na pele” esses preconceitos quando lançou em 2015 a campanha de Dia dos Namorados, do Boticário, que mostrou diferentes tipos de casais, heterossexuais e homossexuais, trocando presentes. A propaganda virou alvo de protestos e ameaça de boicote à marca nas redes sociais e até de denúncia ao Conar.

No ano passado, o alvo das críticas foi o comercial da marca retratando uma família negra para o Dia dos Pais.
Em ação recente, quem disse berenice? retratou casais heteros, amigos e homossexuais se beijando. Perdemos mais de 14 mil seguidores nas redes sociais, mas ganhamos mais de 10 mil”, conta Alvaro.
Para o executivo, há um aprendizado em todos os esforços das empresas para promover a diversidade, tanto internamente quanto externamente.
Diversidade não é um fim, mas uma jornada. Há sempre oportunidades para dar novos passos. Se cada indivíduo colocar seu tijolinho ali e fizer a sua parte, nós construiremos o monumento da diversidade. É um trabalho em conjunto”.
Alvaro Garcia, diretor de marketing de “quem disse, berenice” da Boticário

Fonte: Exame, 28/03/2019

Pai e filho criam loja virtual de produtos LGBT

quinta-feira, 23 de agosto de 2018 0 comentários


Como uma loja virtual uniu pai e filho em torno da causa LGBT

Enquanto a maioria das empresas procura sentidos maiores do que somente o lucro e a venda de seus produtos, algumas já nascem cheias de propósito, como marcas que vão muito além do mero comércio. É o caso da Logay, uma loja virtual que orgulhosamente oferece produtos personalizados com o tema e principalmente a causa LGBT. Se o propósito já é evidente desde o conceito, os nomes por trás da marca tornam o sentido da Logay verdadeiramente comovente: Flávio e Henrique Chirichella, antes de serem sócios da loja, são pai e filho.

A história da Logay é, portanto, também a trajetória de vida do jovem Henrique, da imensa dificuldade que teve em se aceitar enquanto homossexual, e da bonita relação dele com seus pais, que não só o apoiaram como também tornaram-se sócios em sua causa e empreitada comercial – pois a terceira sócia da empresa é sua mãe.

Antes de se aceitar, se afirmar e abrir a loja – que vende os mais variados produtos, como camisetas, chinelos, quadros, shorts e canecas com a temática principal da bandeira do arco-íris – Henrique precisou deixar o país por alguns anos para conseguir se encontrar em sua própria identidade sexual.

Foi diretamente da Inglaterra que, pela internet, ele saiu do armário para seus pais. Em sua viagem, além do mergulho para dentro de quem era, Henrique também encontrou diversas lojas e marcas que justamente contemplavam produtos especificamente desenvolvidos para e sobre a comunidade LGBT. Uma simples pulseira com a bandeira do arco-íris, que ele ganhou na viagem, tornou-se um símbolo de sua luta e da representatividade. Quando voltou ao Brasil, percebeu que havia perdido a pulseira, e que não conseguia encontrar outra similar para comprar.


Ao mesmo tempo que lamentou a perda, um amigo de Henrique, que estava para se casar, comentou sobre como não conseguia encontrar bonequinhos com dois noivos para colocar em cima de seu bolo de casamento. As duas demandas reprimidas se encontraram em sua cabeça como uma epifania, uma faísca que acendeu a ideia de ele próprio criar a oferta para tais desejos. Aproveitando que o pai, um ex-executivo, estava considerando deixar as empresas que trabalhava, todos os propósitos se uniram – a família se reuniu ao redor do filho, de uma causa tão nobre, e de um evidente potencial comercial. Assim nasceu a Logay, e o pai executivo e o filho, estudante de cinema, tornaram-se sócios.

A loja é especializada em produtos que abraçam a diversidade, a tolerância, o respeito e o amor, promovendo a inclusão. Dedicados às pessoas que tem orgulho e coragem de ser quem realmente são, enfrentando adversidades através de pequenos e grandes gestos, os produtos da linha Pride – que trazem a bandeira do arco-íris como ilustração principal – são o carro-chefe da Logay. Uma única frase de Henrique poderia resumir, no entanto, o espírito por trás da empreitada: “A vida é bonita demais para ficar dentro de um armário”, ele diz, lembrando que armário é lugar somente para roupas.

A afirmação irrestrita, orgulhosa e sem vergonha é, portanto, o verdadeiro produto vendido. “As pessoas têm medo da palavra ‘gay’, e a usam como xingamento. Mas não é”, diz Henrique. “Por isso escancaramos na marca. É preciso acostumar as pessoas a falarem essa palavra”. A empresa é, portanto, uma parte do próprio Henrique, mas o negócio vem prosperando também pelo imenso e forte mercado que a marca contempla. No Brasil, estima-se que o público LGBT seja formado por 21 milhões de pessoas, com um PIB de cerca de 80 bilhões de dólares – e um potencial de compra que dobra esse PIB, de 160 bilhões.

E foi esse case profundo, misturando potencial comercial, produtos de bom gosto, um público imenso, e principalmente uma causa justa, nobre e fundamental, que pai e filho levaram para abrir a terceira temporada do Shark Tank Brasil. O programa de TV que reúne investidores diante de empreendedores que precisam do dinheiro para ampliar seus negócios se encantou e comoveu com a Logay e sua história. Os tubarões Cristiana Arcangeli, João Appolinário, Robinson Shiba, Camila Farani e Caito Maia deram seus pareceres e suas emoções a respeito da Logay, e dois investidores fizeram propostas à empresa.

Como Henrique gosta de dizer, em frase que estampa um de seus produtos, um tapete para se colocar na porta de casa: sejam “bem viados”. A terceira temporada do Shark Tank Brasil vai ao ar toda sexta-feira no Canal Sony, às 22h. As reprises acontecem sempre aos domingos, às 23h.
Fonte: Hypeness, agosto de 2018


Coach ajuda lésbicas a saírem do armário

quinta-feira, 29 de junho de 2017 0 comentários

Flávia Adura

'Se assume, menina!': Coach ajuda lésbicas a saírem do armário

A paulistana Flávia Adura, 30 anos, é coach. Mas suas orientações têm um foco bem específico: orientar e dar apoio às mulheres que estão enfrentando dificuldade para se assumirem homossexuais. Aqui, ela conta como sua história pessoal ajudou a desenvolver esse trabalho e também como é o dia a dia da profissão

"Mesmo quando é 'tranquilo', o processo de se assumir lésbica é difícil. Eu tinha saído armário aos 23. Foi tardio. Deixei de viver muita coisa, me privei de experiências por medo da reação da minha família e, quando decidi fazer, foi um caminho solitário. Não tive ninguém para me dar apoio. Apenas a amiga de uns amigos que me contou a própria experiência.

Quando finalmente me assumi, foi traumático. A sociedade cobra demais de nós, mulheres. Querem que a gente case, tenha filhos. Então, ao me assumir lésbica eu estava desiludindo todas as expectativas que minha família tinha para mim. E eu me sentia muito mal por isso.

Com a coragem, fui e falei. Cerquei esse momento de muito cuidado, de maneira pacífica, pronta para o que viesse. E no fim, minha família me aceitou. Anos depois, vendo e ouvindo relatos de outras mulheres em grupos de apoio e na internet, percebi que o jeito que eu tinha feito era diferente. Percebi que poderia ajudar outras a fazerem como eu e isso podia ser importante."

E se eu pudesse oferecer o apoio que não tive?

Sou formada em Administração e trabalhei por muitos anos com recursos humanos. Até que descobri o coaching e decidi me especializar. Depois de me formar, em 2012, comecei a atuar como coach de empreendedorismo. Uma empreitada que não deu muito retorno... Acabei voltando para o mundo corporativo.

Em 2015, fui a um evento e o palestrante disse no palco: 'Imagine se tivesse um coach para ajudar a tirar o povo do armário?'. Era uma piada, todo mundo riu, mas aquilo ficou na minha cabeça. Não consegui dormir nas noites seguintes.

'E se essa história tivesse algum sentido? E se eu pudesse oferecer para outras mulheres o apoio que eu não tive quando me assumi?'

Então pensei e botei no papel todo uma estratégia de como poderia juntar meus conhecimentos profissionais e minha experiência pessoal para fazer isso. Surgia assim a 'Butterfly', minha empresa de coach para mulheres que querem se assumir lésbicas, mas estão enfrentando dificuldades. Coloquei o plano em prática com ajuda da minha esposa, a Suellen."

Flávia e Suleen em seu casamento: "É um orgulho 
poder usar minha história para dar apoio para outras 
mulheres poderem viver seus amores como vivo o meu"
Divido todo o processo em 10 seções

"Elaborei um plano de 10 seções, que são, de maneira geral, via Skype. A primeira eu chamo de 'se assume e liberta', que é para nos conhecermos e eu ver se a mulher está realmente pronta para o processo. Ele é dividido em três etapas: a primeira é baseada no autoconhecimento e fortalecimento da mulher.

Nesse primeiro momento, conheço os valores da cliente, o que é importante para ela, fico por dentro de seus pontos fortes e fracos e o que precisa ser trabalhado. É aí que identifico se a mulher ainda tem resquícios de não aceitar sua própria sexualidade e trabalhamos isso. Tento chegar ao ponto em que não é mais negociável a ideia de não sair do armário.

Então começa a fase de planejamento: quando vai se assumir, para quem, em qual ordem, o que vai falar e como. Pensamos juntas também como está sua situação financeira, o que vai fazer se for expulsa de casa - o que é bem comum em famílias conservadoras. Decidimos juntas tudo e criamos uma estratégia baseada na história de sua família e também nas boas práticas que estudei.

Por fim vem a ação. Quando ela realmente vai lá e se assume. Sempre oriento que seja num final de semana e fico a postos, pronta para dar apoio e suporte em qualquer cenário do que acontecer."

Ajudei 35 mulheres a saírem do armário

"Em quase dois anos e meio trabalhando com isso, ajudei 35 mulheres homossexuais. Entre as que me procuram, poucas seguem até o fim. A primeira seção é gratuita exatamente por isso, para saber se elas querem mesmo ir adiante, se estão prontas para topar esse desafio.

Por vários motivos muitas não estão preparadas, desde questões de autoaceitação até financeira. Na verdade, 70% delas é por causa de dinheiro, pois são dependentes da família e não têm como seguir se forem expulsas de casa.

Das que seguem comigo, a maioria são mulheres com mais de 25 anos e que já seguiram o papel que a sociedade impõe para elas, tendo vivido relacionamentos com homens. Tive uma cliente, inclusive, com mais de 50 anos, que foi casada e teve filhos com um homem antes de se assumir. Todas só me procuram quando já não aguentam mais o peso de viver representando um papel."

Muitas homossexuais se 'desassumem'

"O meu trabalho é sempre voltado para o que eu chamo de modo 'paz'. Isso quer dizer que preparo as mulheres para se assumirem de uma maneira pacífica, não agressiva. Isso passa pela postura, tom e escolha de palavras. Muitas mulheres dizem: 'eu sou lésbica, eu sou assim, e se você quiser, me aceita, se não quiser, tudo bem'.

A gente sabe que no fundo é isso mesmo, mas para que falar assim? Para deixar os familiares na defensiva?

Além disso sempre fortaleço as mulheres para lidar caso a família não aceite. Para não gritar, caso gritem, para não ir para o negativo. Porque eventualmente, a família vai ser acalmar e talvez mude de ideia. Até porque uma coisa comum é que, quando a família reage mal, muitas mulheres voltem atrás na decisão, se 'desassumem'. E isso é insuportável."

Não atendo homens

"Meu trabalho é focado só em mulheres. Primeiro porque minha experiência pessoal conta muito, eu consigo entender os dramas e as situações que vivem, porque também vivi. Além disso, eu acredito que as dinâmicas do homem e da mulher são diferentes.

Para nós, existe muito essa coisa do papel da mulher, da mãe de família. Quando um homem sai do armário, a primeira coisa que os pais pensam é: 'meu Deus, meu filho dá o cu'. No caso da mulher é: 'nossa! Ela não foi bem comida'. São outras crenças e preconceitos que precisam ser superados."

Fonte: UOL, por Helena Bertho, 19/06/2017

Skol veste lata com as cores da bandeira LGBT e destina parte das vendas para Casa de acolhimento

quinta-feira, 1 de junho de 2017 0 comentários

Skol veste lata com as cores da bandeira LGBT e destina parte das vendas para Casa de acolhimento

Que a Skol tem mudado seu posicionamento de forma bastante significativa, isso já sabemos, publicamos sobre o redesenho dos pôsteres aqui e sobre as latas com diversas cores aqui e dessa vez a intervenção chegou à bandeira LGBT.

Pelo segundo ano, a cervejaria é a marca oficial e principal patrocinadora da Parada LGBT. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, na Secretaria de Justiça, no centro de São Paulo, durante a coletiva de imprensa que apresentou a 21ª edição do evento, marcado para o dia 18 de junho.

“É muito relevante ter uma marca do tamanho da skol
ecoando essa discussão e colocando em sua lata a bandeira
do orgulho LGBT”, afirma Iran da Casa 1.
Para celebrar a Parada e o respeito, principal bandeira da cerveja, foi lançado uma edição especial de sua lata 269ml que terá sua conhecida seta-logo vestida com as cores da bandeira LGBT. Mas a versão terá um significado ainda maior. Parte da venda será destinada para a Casa 1, uma casa de acolhida para jovens expulsos de suas casas por sua orientação sexual ou identidade de gênero, na qual apoiamos quando foi financiada e publicamos aqui. “É muito relevante ter uma marca do tamanho da skol ecoando essa discussão e colocando em sua lata a bandeira do orgulho LGBT”, afirma Iran da Casa 1.

Temos aprendido muito nessa jornada em prol do Respeito e são os parceiros que encontramos neste caminho que tem nos feito evoluir. Durante o último ano tivemos a oportunidade de conhecer diversas pessoas e iniciativas que contribuíram para este crescimento e uma delas foi Iran Giusti e seu trabalho na Casa 1. A Parada LGBT e a Casa 1 levantam antes de tudo a bandeira do respeito e é essa a bandeira de SKOL. E essa foi a melhor forma que encontramos para dividir com todos a nossa caminhada de respeito, de construção de novos valores e de experiências livre de preconceitos”, comentou Maria Fernanda de Albuquerque, diretora de marketing da marca.

Para Iran, ações como essa são fundamentais para, mais que chamar atenção para as necessidades práticas como as financeiras – tendo em vista que a Casa 1 se mantém por doações e crowdfunding – contribuir para ecoar as mensagens do projeto. “É muito relevante ter uma marca do tamanho da Skol ecoando essa discussão e colocando em sua lata a bandeira do orgulho LGBT”, afirma.

No último ano, Skol teve várias iniciativas de apoio à diversidade. No carnaval, a cerveja amplificou a ação de Lia Marques, criadora do Apito Contra o Assédio, e distribuiu mais 50 mil apitos pelo Brasil. O projeto Reposter, que ressignificava pôsteres antigos, contou com a arte de oito ilustradoras e o Coletivo MOOC foi co-autor do projeto SKOLORS, as cinco latas com 5 tons diferentes, que representavam a diversidade e a beleza de cores que todos nós, juntos, formamos.

Fonte: Terra, Razões para Acreditar, por Vicente Carvalho

"Lesbian Premium": porque as lésbicas ganham mais do que as mulheres heterossexuais

quinta-feira, 30 de março de 2017 0 comentários


Lésbicas ganham mais do que as mulheres heterossexuais

Em 2014, Nick Drydakis descobriu que este fenômeno, chamado “lesbian premium”, é maior nos Estados Unidos, onde as mulheres lésbicas ganham 20% mais do que as mulheres heterossexuais.

Segundo um estudo realizado pelo IZA World Labor, as lésbicas também são favorecidas no Canadá, na Alemanha e no Reino Unido. Já na Grécia e na Austrália são desfavorecidas – chegando a ganhar, em média, menos 28% do que as mulheres heterossexuais.

Os especialistas argumentaram que as mulheres homossexuais trabalham, em média, mais horas do que as mulheres heterossexuais, o que poderia levar a uma maior experiência e maior probabilidade de promoção.
E pode haver ainda outro motivo para esta diferença salarial: os homens. Num artigo publicado no Washington Post, a jornalista Daniella Paquette cita um estudo da Universidade de Nevada que descobriu que as mulheres lésbicas que já tinham tido parceiros do sexo masculino previamente ganhavam 9,5% menos do que aquelas que nunca tinham coabitado com um marido.

Para além disso, ao contrário de casais heterossexuais em que as mulheres tendem a cuidar dos filhos ou optar pelo trabalho doméstico, as mulheres do mesmo sexo podem ter uma distribuição mais equilibrada de tarefas.

Mas, apesar deste “lesbian premium”, os homens gays ainda são discriminados devido à sua sexualidade.

Em 2014, a investigadora Marieka Klawitter, da Universidade de Washington, reuniu 31 estudos realizados entre 1995 e 2012 nos EUA e em outros países desenvolvidos e concluiu que, em média, os homens homossexuais ganham 11% menos do que os seus colegas heterossexuais.

De acordo com o Economist, “para impulsionar lucros, nada é melhor do que ser um homem branco, heterossexual e casado”.

Fonte: Zap aeiou, 24/03/2017

Hamburgueria LGBT inaugurada na Vila Mariana (SP)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016 0 comentários


Hamburgueria gay se inspira na Califórnia e tem altar com Cher e Bowie


Nada de bandeira do arco-íris na entrada. A Castro Burger recebe seus clientes com um "altar", onde há imagens de ídolos da comunidade gay, como Cher, Ney Matogrosso, Elke Maravilha, David Bowie e Laverne Co --atriz transexual da série "Orange is the New Black".

A hamburgueria foi aberta neste mês de dezembro na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. A casa é voltada ao público gay, mas heterossexuais também são bem-vindos, segundo os donos. O mesmo vale para o quadro de funcionários: há gays, lésbicas, bissexuais, transexuais --e heterossexuais.

As vagas foram divulgadas em sites e grupos no Facebook focados em gays e lésbicas. Foram recebidos mais de 500 currículos e contratados 16 funcionários.
Nossa proposta é de um ambiente sem preconceitos. Queremos promover a diversidade. E a nossa convivência tem sido uma ótima experiência", diz Fausto Almeida, 40, um dos sócios.
Almeida, que é gay, foi quem concebeu o conceito da hamburgueria. Ele compartilhou sua ideia de negócio com o amigo Luiz Felipe Granata, 30, com quem trabalhava em produção de eventos, e viraram sócios. Juntos, investiram cerca de R$ 400 mil. A partir de janeiro de 2018, pretendem levar a empresa a outros lugares por meio de franquias.

Inspiração vem de San Francisco

O nome da casa vem do bairro gay Castro, em San Francisco, cidade da Califórnia (EUA) considerada a capital gay do mundo. Almeida, que é formado em jornalismo e já foi comissário de bordo, morou lá de 2002 a 2005 e diz que se encantou com a cidade.
É uma delícia. Você vê as pessoas convivendo com a diversidade e é tranquilo, é normal. A ideia da hamburgueria é repetir isso aqui."
As referências à cidade e ao mundo gay estão na decoração e no cardápio, elaborado pelo chef João Leme. Há hambúrgueres, saladas, porções, lanches no pão ciabatta e brunch aos finais de semana. 

Os hambúrgueres foram batizados com nomes de atrações turísticas de San Francisco, como Golden Gate (cheeseburger de angus com salada, custa R$ 21,50) e Union Square (hambúrguer de cordeiro com queijo feta, tomate, alface, pepino, cebola e maionese de hortelã, por R$ 35).

Os demais pratos levam nomes de musicais da Broadway, de vilãs icônicas da TV, de músicas consideradas hinos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e de gírias do mundo gay, como "A loka", "Tô bege" e "Bafônico".

Doações para portadores de HIV

Além de fazer parte da decoração, o "altar" com ídolos gays é um local onde os clientes podem depositar ofertas em dinheiro. Segundo os donos do bar, esses recursos serão doados a cada três meses para a casa Brenda Lee, que dá assistência a portadores do vírus HIV.

Os porta-copos e jogos americanos serão renovados a cada três meses com desenhos de artistas convidados. A primeira é a ilustradora Negahamburguer, conhecida por trabalhos que tratam da violência de gênero e outros preconceitos.

Nicho é grande, mas é preciso pensar na segurança

A consultora especializada em franquias Ana Vecchi, da consultoria Vecchi Ancona, diz que há potencial no novo negócio.
Tudo o que é voltado ao público gay é bem-vindo, pois é um nicho grande."
Porém, ela diz que é importante não restringir o público, já que a hamburgueria está localizada em um bairro residencial e familiar.
Tem que permitir que todos frequentem e que se sintam à vontade. O negócio deve estar acima da causa."
Ela diz que, se o produto for de qualidade e se o atendimento for bom, há potencial para crescer como franquia, mesmo em um ramo já explorado, como as hamburguerias. No entanto, afirma que outros aspectos devem ser considerados para a expansão.
É preciso observar o desenvolvimento do negócio e o comportamento do público antes de abrir novas unidades. Sabemos que existem pessoas homofóbicas que, ainda que não frequentem a casa, podem perseguir os clientes na saída, por exemplo."
Onde encontrar:
Castro Burger: www.castroburger.com.br

Fonte: UOL, por Larissa Coldibeli, 20/12/2016

Campanha de Dia dos Namorados de O Boticário, com casais hetero e homossexuais, levou o grande prêmio do Effie Wards Brasil 2015

sexta-feira, 23 de outubro de 2015 0 comentários

Propaganda de O Boticário mostrou diferentes casais comemorando Dia dos Namorados  (Foto: Reprodução/YouTube)Propaganda mostrou diferentes casais comemorando Dia dos Namorados (Foto: Reprodução/YouTube)

Propaganda de O Boticário com casais gays vence prêmio publicitário

Campanha foi absolvida pelo Conar após reclamações de consumidores. Em filme, casais trocam presentes por ocasião do Dia dos Namorados.
Alvo de boicotes e de um processo aberto Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) por suposto "desrepeito à família brasileira", a polêmica campanha de Dia dos Namorados de O Boticário deste ano com casais heterossexuais e homossexuais levou nesta segunda-feira (19) o Grand Effie (prêmio máximo) no Effie Wards Brasil 2015.

O filme “Um dia dos namorados para todas as formas de amor”, criado pela agência AlmapBBDO e dirigido por Heitor Dhalia, da Paranoid, mostra o encontro romântico de casais de diferentes orientações sexuais trocando presentes. Relembre abaixo.


Segundo a organização do prêmio, o júri do Effie escolheu a campanha como grande vencedora, por unanimidade, pela coragem do anunciante em tocar em um tema delicado, e não voltar atrás após postagens contrárias nas redes sociais.

O Grand Effie foi definido pelo júri em votação nesta segunda-feira (19).

Veja aqui a lista completa dos vencedores do prêmio.

A propaganda de O Boticário foi alvo de um processo no Conar, após o órgão receber centenas de reclamações de consumidores que consideraram a peça "desrespeitosa à sociedade e à família". Em julho, a marca foi absolvida e o processo foi arquivado.

Em comunicado divulgado após a polêmica em torno do caso, a empresa disse que "acredita na beleza das relações" e que "valoriza a tolerância e respeita a diversidade de escolhas e pontos de vista”.

Segundo a marca, a proposta foi "abordar, com respeito e sensibilidade, a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de amor - independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual - representadas pelo prazer em presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados".

Fonte: G1, 20/10/2015

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