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Maura Healey e Tina Kotek podem se tornar as primeiras governadoras lésbicas dos EUA

sexta-feira, 23 de setembro de 2022 0 comentários


Maura Healey e Tina Kotek podem estar concorrendo a governadoras em lados opostos do país, mas ambas as mulheres estão prontas para fazer história: se eleitas na terça-feira, 8 de novembro, elas se tornarão as primeiras governadoras lésbicas dos Estados Unidos.

Kotek está concorrendo como democrata no Oregon, onde atuou como presidente da Câmara de janeiro de 2013 a janeiro de 2022. Healey, também democrata, é procuradora-geral de Massachusetts desde 2014. (Quando eleita com 63% dos votos, tornou-se a primeira procuradora-geral lésbica do país). Embora seus objetivos atuais e plataformas de campanha sejam semelhantes, suas entradas na política não poderiam ter sido mais diferentes.

A trajetória de Healey começou em 2007, quando ela deixou a carreira de advogada de negócios para se tornar chefe da Divisão de Direitos Civis do procurador-geral de Massachusetts. Depois de cinco anos no cargo, ela concorreu para AG.
Eu não esperava estar na política”, disse Healey ao Bustle. “Eu realmente entendi o que significa trabalhar em um escritório como advogada do povo. Foi isso que me inspirou a concorrer em 2014, apesar de nunca ter me candidatado.”
Kotek se interessou pelo serviço público nos anos 90 enquanto trabalhava como presidente do comitê de estudantes de pós-graduação na Universidade de Washington, onde obteve um mestrado em estudos internacionais e religião comparada.
Estávamos tentando garantir que alunos e professores tivessem acesso aos benefícios da parceria doméstica”, diz Kotek. “Eu estava em um relacionamento de longo prazo na época, então me candidatei a um alojamento estudantil no campus. Foi negado, fiz uma queixa de discriminação e foi negado novamente. Isso me fez começar a dizer: ‘Preciso me defender e defender os outros’.”
Depois de se formar, ela conseguiu um emprego no Oregon Food Bank e começou a fazer advocacia no Capitólio do estado (palácio do governo local).

Tina Kotek na parada do orgulho de Portland. Cortesia de Tina Kotek

Tanto Kotek quanto Healey estão rodando em plataformas democratas bastante tradicionais que enfatizam questões como direitos reprodutivos e controle de armas. Elas tornaram as proteções ambientais partes fundamentais de suas plataformas e veem os jovens eleitores motivados pelas mudanças climáticas. Kotek planeja proteger o progresso que ela fez na legislatura do Oregon, enquanto Healey espera levar Massachusetts a emissões líquidas zero até 2030.
Quero ser a governadora mais contundente do país quando se trata de lidar com o clima”, diz Healey, que é 51. “E isso ressoa com os jovens que estão exigindo ação de seus líderes”.
Eu tenho um grupo Teens for Tina, e o clima é muito importante para eles”, diz Kotek, que tem 55 anos. Eles têm sido fenomenais.”
Acontecimentos recentes demonstraram com extrema clareza a importância da representação LGB no governo estadual. Considere o projeto de lei “Don't say Gay (Não diga gay)” da Flórida". O estado é de onde vêm suas proteções básicas”, diz Kotek. “Quando você tem indivíduos homossexuais em cargos públicos, eles trazem sua perspectiva para a mesa todos os dias. Isso importa quando você está fazendo políticas públicas.”

Maura Healey com outros políticos de Massachusetts depois que a Suprema Corte dos EUA derrubou Roe v. Wade.Boston Globe/Boston Globe/Getty Images

Embora a representação LGB no governo estadual tenha melhorado ao longo do tempo, 10 estados têm menos funcionários eleitos LGB este ano do que em 2021, de acordo com um relatório do grupo de defesa Victory Institute. Atualmente, Kate Brown (bissexual), do Oregon, e Jared Polis, do Colorado – ambos democratas – são os únicos governadores LGB do país, com o mandato de Brown terminando este ano.

Healey sente que a falta de representação impediu que muitas pessoas LGB se candidatassem, mas espera que sua carreira mude isso. Por ter sido eleita a primeira procuradora-geral abertamente lésbica do país, as pessoas a procuravam e diziam: 
"Agora acho mais viável para mim ou para meus filhos serem gays ou lésbicas’”, ela disse. 
De acordo com as previsões eleitorais, ambas as candidatas provavelmente vencerão seus oponentes republicanos (Christine Drazan de Oregon e Geoff Diehl de Massachusetts), mas nada é garantido. Kotek afirma de forma sucinta: 
Será ótimo ter duas governadoras lésbicas, uma em cada costa, para que possamos manter tudo em andamento”.

Com informações de These 2 Women Could Be America’s First Lesbian Governors, Bustle, 17/09/2022

Prefeita de Bogotá recém-eleita beija sua mulher na festa de comemoração

quarta-feira, 30 de outubro de 2019 0 comentários

O comitê de campanha de Claudia López, nova prefeita de Bogotá, celebra os resultados.

Lésbica, ex-senadora e ex-candidata a vice pela Aliança Verde faz história ao ser eleita prefeita da capital. Eleições locais selam um marco em Bogotá e Medellín e causam um duro golpe ao uribismo


A ex-senadora Claudia López, da Aliança Verde, fez história neste domingo ao ser eleita a primeira prefeita de Bogotá, capital da Colômbia. A prefeita eleita denunciou em meados da última década o conluio entre política, narcotráfico e paramilitares, provavelmente é a representante pública que mais recentemente defendeu a luta contra a corrupção, e agora saiu vitoriosa das urnas ao derrotar Carlos Fernando Galán, filho do candidato presidencial assassinado em 1989. Ex-senadora, assumidamente lésbica, forte defensora do processo de paz com as FARC, López ocupará o segundo lugar em relevância política em um país conservador e principalmente católico. A vitória de Claudia López e os resultados, de modo geral, das eleições locais colombianas confirmaram um duro golpe ao uribismo.

Daniel Quintero, candidato independente, foi eleito com ampla vantagem em Medellín, a segunda cidade da Colômbia. Foi uma das surpresas das eleições locais do país que hoje renovou os governos de mais de 1.100 prefeituras e os 32 departamentos, pela primeira vez em paz. A vitória de Quintero tem uma leitura que vai além do gabinete do prefeito, porque representa uma dura derrota para o Centro Democrático, na terra do ex-presidente Álvaro Uribe. O partido do Governo, que há um ano e meio recorreu ao atual presidente Iván Duque, também não governa o departamento de Antioquia, um dos bastiões do uribismo. "Perdemos, reconheço a derrota com humildade. A luta pela democracia não tem fim", disse o ex-presidente quando soube dos resultados.

Claudia Lopéz beija sua mulher na celebração da vitória nas eleições em Bogotá

O partido nascido do ex-guerrilheiro, a Força Alternativa Revolucionária do Comum, tem uma aceitação social quase nula, mas o ex-combatente Julián Conrado, conhecido como "o cantor das FARC", conquistou a prefeitura de Turbaco, em Bolívar, município de cerca de 70.000 habitantes perto de Cartagena das Índias. As eleições também são as primeiras a serem realizados após a assinatura dos acordos entre o Estado e o grupo insurgente. Isso não significa que a campanha não tenha sido abalada pela violência, que se tornou um fenômeno contra candidatos, representantes de partidos e líderes sociais. Houve "230 registros entre ameaças, homicídios e sequestros", lembra Ariel Ávila, vice-diretor da Fundação de Paz e Reconciliação.
Os primeiros resultados confirmam, em geral, a erosão das formações e lideranças nacionais em favor de plataformas locais, coalizões e famílias políticas locais, como no caso de Barranquilla. Essa luta entre poder nacional e local marcará, em qualquer caso, o primeiro passo na corrida para as eleições presidenciais de 2022. Duque, que chegou à presidência graças ao impulso de Uribe e à alta polarização com seu oponente, o senador Gustavo Petro, garantiu várias vezes e continua afirmando que não pretende revalidar a posição.

Eleita primeira prefeita negra e lésbica em Chicago

quarta-feira, 3 de abril de 2019 0 comentários

Lori Lightfoot, prefeita eleita de Chicago vai enfrentar grandes desafios em uma das cidades mais
populosas dos EUA (Joshua Lott/Reuters)

Chicago elege a primeira prefeita negra e lésbica
Lori Lightfoot enfrentará problemas como altas taxas de criminalidade, corrupção endêmica, déficits financeiros e falta de recurso

Chicago — A democrata Lori Lightfoot foi eleita na terça-feira, 3, por esmagadora maioria, como a primeira prefeita negra e lésbica de Chicago, a terceira cidade mais populosa dos Estados Unidos.
Hoje nós não apenas fizemos história, mas iniciamos um movimento de mudança”, disse a advogada de 56 anos, que comemorou sua vitória em um hotel na cidade pouco depois do Conselho Eleitoral a declarar vencedora com 73,8%.
Quando começamos nossa campanha, ninguém confiava em nossas possibilidades. Agora vejam onde chegamos”, acrescentou a prefeita eleita, que prometeu colocar “os interesses de todos os moradores da cidade acima dos interesses de alguns poderosos”.
Lori enfrentará problemas como altas taxas de criminalidade, brutalidade policial, corrupção endêmica, déficits financeiros e falta de recursos para a educação pública. A cidade de Chicago registrou 561 assassinatos em 2018, 100 a menos que no ano anterior, porém mais que Nova York e Los Angeles – as duas maiores cidades do país -, juntas.

Essas taxas de homicídio levaram o presidente americano, Donald Trump, a ameaçar em 2017 intervir na cidade com forças federais para conter o que ele chamou de “carnificina”.

Nas eleições, Lori Lightfoot derrotou a também negra Toni Preckwinkle, presidente do Partido Democrata em Illinois, que obteve 26,2% dos votos.
Esta é claramente uma noite histórica, pois até pouco tempo atrás, duas mulheres negras em um segundo turno para a prefeitura, seria algo impensável”, disse Preckwinkle.
No pleito, apenas 29% dos 1,5 milhão dos eleitores participaram, número menor que os 34% participaram do primeiro turno, em fevereiro, quando tinha 14 candidatos na disputa. Esse número foi o resultado do abalo político que levou ao anúncio em setembro do atual prefeito, Rahm Emanuel, de não tentar um terceiro mandato.

O ex-congressista e também ex-chefe do Gabinete dos presidentes Bill Clinton e Barack Obama, que chegou ao poder com as melhores credenciais, entrou em descrédito com a população após um caso de violência policial.

O escândalo ocorreu em 2014, quando um policial branco matou um adolescente negro, com 16 disparos pelas costas. Emanuel perdeu o apoio da comunidade negra depois que seus líderes o acusaram de encobrir o crime. O policial Jason Van Dyke foi condenado a 81 meses de prisão por um assassinato em segundo grau.

Fonte: Exame, 03/04/2019

Para mais informações sobre direitos e conquistas das mulheres em geral, acesse Contra o Coro dos Contentes

Supremo Tribunal Federal unido na defesa de mulheres, negros, gays e da liberdade de expressão

quinta-feira, 1 de novembro de 2018 0 comentários

Ministro Barroso disse que STF atuará onde houver riscos

Supremo vai se unir em defesa de negros, gays, mulheres e liberdade de expressão

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve se unir na defesa dos direitos fundamentais dos negros, gays, mulheres e liberdade de expressão. De acordo com a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, diversos ministros da Corte já manifestaram preocupação em relação a declarações e iniciativas que indicam a possibilidade de um retrocesso em vários temas depois da eleição de Jair Bolsonaro (PSL).

No domingo (28), depois de votar, o ministro Luís Roberto Barroso disse que “onde houver riscos, o STF desempenhará o seu papel”. Na visão do magistrado, o risco do rompimento democrático não existe.
O Supremo pode ter estado dividido em relação ao enfrentamento da corrupção, havia laços históricos que precisavam ser desfeitos. Mas em matéria de proteção dos direitos fundamentais, o Supremo tem sido firme e unido, como essa questão envolvendo a censura nas universidades bem demonstrou”, declarou.
Barroso afirmou que na Corte sempre houve consenso “em favor das mulheres, dos negros, dos gays, das populações indígenas, de transgêneros, da liberdade de expressão”.
Essa demanda por integridade, idealismo, patriotismo, traz junto com si uma exigência da democracia como premissa de qualquer coisa. Democracia significa que a maioria governa e respeita o direito de todos”, disse Barroso.
Na última sexta-feira (26), o ministro se manifestou sobre a ação de policiais nas universidades.
Polícia só deve entrar em universidade se for para estudar”, disse Barroso em Bogotá, capital da Colômbia, também segundo Mônica Bergamo.
Na véspera (quinta, 25), algumas universidades do país foram alvos de ações da polícia por ordem de Tribunais Regionais Eleitorais, para cobrir supostas infrações à legislação eleitoral a três dias da votação do segundo turno.

Fonte: Congresso em Foco, 30/10/2018

Por que quase 30% da população LGBT votou em Bolsonaro?

quarta-feira, 31 de outubro de 2018 0 comentários

O maquiador David Maick Trabuco é apoiador de Bolsonaro.  AFP

Por que 29% dos LGBTs votam em Bolsonaro?
É essencial entender que há discriminação e acolhimento simultaneamente ao público entre bolsonaristas

Durante seus quase trinta anos de mandato, Jair Bolsonaro se notabilizou na Câmara dos Deputados e na imprensa por declarações como a defesa da castração química e a preferência por um filho morto a um filho gay. Há algumas semanas, um de seus filhos, Carlos Bolsonaro, republicou em seu perfil no Instagram uma imagem que simulava uma cena de tortura de um jovem gay. Em lives no Facebook, o capitão reformado subiu o tom em seus posicionamentos recentes, defendendo que desapareçam as “minorias” que não se adequem às “maiorias”. Na reta final do segundo turno, avolumam-se em diversas cidades relatos de agressão verbal e física a LGBT por motivação eleitoral. Ameaças como “a sua hora está chegando” e “vamos limpar o Brasil começando por vocês” têm alcançado jovens e casais LGBT na rua, na fila do mercado, na orla da praia e na repartição do trabalho.

Por que, então, haveria pessoas LGBT dispostas a votar em Bolsonaro?

A pergunta parece apresentar uma contradição, mas em termos. A associação aparentemente direta entre pessoas LGBT, valores progressistas e ideologias de esquerda conta uma parte expressiva da trajetória das lutas LGBT no Brasil, mas não a história toda.

A nível da militância, é certo dizer que o ativismo de gays, lésbicas e travestis, desde ao menos os anos 1980, manteve relação ora crítica, ora de afinidade com os partidos de esquerda emergentes. A criação de setoriais de gays e lésbicas no PT e na Convergência Socialista, gérmen do que se tornaria o PSTU, ocorreu no mesmo contexto em que emergiram ONGs, coletivos e associações formadas por militantes que não raro mantinham inserção partidária no campo da esquerda. Este contexto marcado pela luta de direitos, entretanto, ofereceu as condições para o surgimento de coletivos como o Diversidade Tucana, em 2006. Embora não fossem maioria nos espaços do ativismo, militantes LGBT do PSDBatuavam nos termos de uma democracia, em espaços de participação sócio-estatal ou em pastas LGBT de gestões estaduais tucanas.

Já em relação às pessoas LGBT, não ativistas, deveria causar ainda menos espanto a existência de “gays de direita” ou “lésbicas de direita”. Desde antes da homossexualidade passar a ser entendida no Brasil como uma categoria política de reconhecimento social, as práticas homoeróticas já não eram exclusivas a alcovas liberais ou progressistas. Mesmo com a politização das identidades LGBT, o pressuposto democrático garantia - ainda que não livre de julgamento - a afirmação de valores cristãos, militaristas, punitivistas, classistas ou até mesmo monárquicos por parte de pessoas LGBT. O desenvolvimento do “pink money” como segmento econômico ensejou aos poucos a possibilidade de uma experiência homossexual realizada por meio do consumo. A sigla GLS, inventada pelo mercado, e não pela militância, expressou desde seu surgimento os anseios de um público restrito que não precisava ser militante para ser LGBT, porque poderia fazê-lo consumindo.

Isto posto, o que se observa em eleitores LGBT de Jair Bolsonaro em nada se assemelha a setoriais partidárias, e também não se restringe a uma parcela LGBT endinheirada. Embora variem os argumentos e os perfis de LGBT que justificam a escolha pelo candidato de extrema-direita, há uma recorrência insistente na adoção de valores familiares ou cristãos, punitivistas ou anti-sistêmicos, apesar dos riscos.

Para entender o que motiva pessoas LGBT a votarem em Bolsonaro, não basta indagar o porquê de existirem pessoas LGBT de direita, mas sim os motivos pelos quais pessoas LGBT se posicionam contrariamente aos direitos LGBT, ao movimento responsável por disputá-los e aos valores por ele defendidos.

No que diz respeito ao tratamento dos temas envolvendo gênero e sexualidadena campanha de Bolsonaro, é curioso notar que as idas e vindas do candidato, muitas vezes explicitamente preconceituoso e violento, mas às vezes condescendente e conciliador, produz uma neblina de significados mais estratégica do que necessariamente inconsistente. Este mecanismo retórico que investe em declarações e demonstrações excessivamente apelativas seguidas de recuos pontuais cria um solo fértil para a convivência, nem sempre pacífica, de eleitores decididos em exterminar LGBT e de LGBT decididos em votar em Bolsonaro.

O candidato não apenas sabe que parte de seu eleitorado é formada por LGBT de direita, como demonstra levantamento do Datafolha de 25 de outubro, a primeira em que o instituto de pesquisa inclui a variável de orientação sexual. A pesquisa aponta serem 29% os não heterossexuais que declaram voto no candidato. Mas, desde ao menos 2016, Bolsonaro tem produzido conteúdos audiovisuais em parceria com jovens gays e outras minorias. Em um dos vídeos, o ex-capitão explica o que entende por homofobia – de modo que, pela sua própria definição, não seria ele um homofóbico.

Desse modo, fora dos círculos de esquerda e do movimento LGBT, a lógica que justifica a existência de pessoas LGBT que votam em Bolsonaro em nada tem a ver com justificar uma suposta incoerência. Mas, precisamente, consiste em constituir as possibilidades de existência pública de LGBT que defendem, em todo ou em parte, os valores defendidos pelo candidato, apesar de suas declarações preconceituosas.

Em grupos no Facebook e em listas do Whatsapp, os vídeos e publicações de homens trans, travestis, gays, lésbicas, bissexuais, drag queens viralizam não necessariamente em função da quantidade, mas pela capacidade útil destas declarações em amenizar ou gerar controvérsia nas declarações polêmicas do candidato e de seus eleitores mais radicalizados.

Os apoios de LGBT a Bolsonaro, em certa medida, atendem aos anseios daqueles eleitores que votam nele porque não acreditam na possibilidade de Bolsonaro cumprir tudo o que promete. Afinal, “se tem LGBT que apoia o cara, então não pode ser verdade tudo o que se diz sobre ele”, me relatou uma interlocutora de pesquisa que é mãe de uma jovem lésbica e eleitora de Bolsonaro. “Amo minha filha e ela sabe o que é melhor para si, por isso ela também vota 17”. Não é à toa, portanto, que as declarações de apoio de LGBT a Bolsonaro sejam frequentemente seguidas de elogios de eleitores heterossexuais menos radicais, que são tolerantes o suficiente para enaltecerem a coragem e a bravura daqueles que “pensam no país e não apenas em si próprios”.

Nas bolhas bolsonaristas, não se trata de existir ou não contexto para ser LGBT. Mais: é desejável que haja LGBT que se posicionem favoravelmente, que desmintam ativamente, e não porque foram forçados ou convencidos a tal, as fake news a respeito do candidato. Quando suas declarações mais estridentes contra LGBT não são tomadas como notícias falsas, são desacreditadas quanto à sua real intenção. Em entrevista à Piauí, Rodrigo é assertivo: “Converso muito com um colega de trabalho, que também é gay e casado. Ele me mostrou como as coisas que o Bolsonaro diz são mal interpretadas. É muito fácil viralizar um vídeo com conteúdo errado.”

É essencial entender que há discriminação e acolhimento simultaneamente nestes espaços. Essa dinâmica de produção de sentido pouco rígida, capaz de ser reinventada, remodelada, adaptada, é força motriz de apoios LGBT a Bolsonaro. A ideia de que pessoas LGBT de direita se engajem politicamente nos termos de um ativismo anti-movimento LGBT e anti-direitos LGBT ainda é inconcebível para muitos militantes de esquerda, mas deve ser tratada como uma possibilidade crescente. Aqueles que explicam este processo insistindo no argumento da incoerência ou da ignorância deixam escapar os variados sentidos atribuídos à ideia de democracia ao longo deste processo eleitoral.

A partir do regime de coerências que legitima posicionamentos aparentemente contraditórios dentro das bolhas bolsonaristas, abundam os eleitores LGBT de Bolsonaro que não se entendem no papel de minoria, que não concordam com o papel de vítima a eles atribuído, que repudiam a Parada LGBT, que contestam os valores defendidos pela militância, que acreditam que a sexualidade é uma questão a ser tratada a quatro paredes, que discordam de demonstrações públicas de afeto homossexual. São contra a corrupção, antissistêmicos e, em alguma medida, são anti-direito LGBT porque tais direitos são interpretados como uma ameaça a valores que lhes são caros, como a família tradicional. Isso os impele a se posicionarem como se estivessem "a favor do Brasil", dizendo colocar seus interesses pessoais em segundo plano.

O lugar que aqueles que se posicionam criam para si, pelo contrário, busca evocar uma ideia de "democracia para todos", e não apenas para si ou para os seus. Apesar de LGBT, priorizam o Brasil. Esse é um valor que pode ser profundamente contestado, mas é incontestável na sua capacidade de emular um sentido de democracia. “Me preocupo muito com meus direitos. Mas quero ter direitos porque sou humano, não porque sou LGBT. Isso é rotular”, diria Rodrigo.

Ao fim, descobrimos o que há muito já sabíamos: em uma democracia, a identidade de gênero e a orientação sexual não vinculam uma orientação ideológica, e tampouco deveriam. Resta agora saber o que acontece na iminência da ausência de uma.

Lucas Bulgarelli pesquisa a articulação de gênero e sexualidade entre grupos de direita em seu doutorado em Antropologia Social na USP.

Fonte: El País, 27/10/2018

180 candidaturas LGBT já foram anunciadas para as eleições de outubro

terça-feira, 14 de agosto de 2018 0 comentários

Dificuldades eleitorais foram avaliadas no evento "LGBT e Democracia: quais são
 os principais desafios dessa população nas eleições de 2018" (Foto: Sérgio Ripardo)

Candidaturas LGBT crescem 386,4%
Já foram anunciados cerca de 180 candidatos do tipo em todo o País, contra 37 registrados há quatro anos


O Brasil deve manter, nas eleições de outubro, a tendência de crescimento do número de candidaturas identificadas com a agenda LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros).

Segundo Paulo Mariante, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), já foram anunciadas cerca de 180 candidaturas do tipo em todo o País. O número é quase cinco vezes maior (386,4%) que o registrado em 2014, quando haviam 37 candidaturas identificadas com essa causa. No Ceará, o candidato a governador Ailton Lopes, do PSOL é declaradamente homossexual e defende a bandeira.

A tendência de crescimento, mas também as dificuldades dessas candidaturas foram avaliadas, na sexta-feira (10), por ativistas e pesquisadores, durante o workshop "LGBT e Democracia: quais são os principais desafios dessa população nas eleições de 2018", realizado em São Paulo pela ANDI - Comunicação e Direitos, juntamente com a Ben & Jerry's, marca de sorvete do grupo Unilever.

Para facilitar a identificação de candidaturas LGBT no País e conhecer as propostas dos postulantes, o eleitorado interessado nessa agenda pode consultar o site merepresenta.Org.Br.
O #MeRepresenta quer fazer das pautas sobre direitos um grande ativo político não só nessas eleições, mas em todo processo do ciclo da política brasileira, aproximando eleitores de possíveis aliados", afirmou Larissa Santiago, integrante do #MeRepresenta. Nesse cenário, um dos coletivos parceiros do #MeRepresenta, o #VoteLGBT - coletivo que desde 2014 busca aumentar a representatividade de travestis, transexuais, lésbicas, bissexuais e gays na política institucional - perguntou às LGBTs quais eram as pautas mais relevantes para essa comunidade nas eleições de 2018.
Com mais de 6 mil respostas - em pesquisa feita durante a Marcha de Mulheres Lésbicas e Bissexuais e a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, além de levantamento online - o coletivo chegou a duas principais pautas: criminalização da LGBTfobia e educação para a diversidade.

Evorah Cardoso, do coletivo #VoteLGBT, destacou a importância das redes sociais para a maior articulação entre os grupos defensores dos direitos humanos do público LGBT. Já André Lopes, diretor da Ben & Jerry's no Brasil, afirmou que a empresa dá apoio a iniciativas das organizações como os coletivos LGBTs.

Empecilhos

O professor Gustavo Gomes da Costa, da Universidade Federal de Pernambuco, que pesquisou sobre as dificuldades de candidaturas LGBTs se viabilizarem e analisou pleitos entre 2002 e 2016, descobriu que só 7% dos candidatos conseguiram se eleger. Neste ano, completam-se 40 anos desde o registro do primeiro candidato assumidamente homossexual, Baiardo de Andrade Lima, a deputado federal, em Pernambuco, recordou.

O professor da faculdade Centro Universitário Una, em Minas Gerais, Roberto Reis, também falou sobre os desafios de se abordar as questões LGBTs na imprensa, defendendo o maior aprofundamento sobre os direitos humanos.

*O jornalista viajou a São Paulo a convite da ANDI

Fonte: Com informações de Diário do Nordeste, por Sérgio Ripardo,11.08.2018

Debate sobre casamento igualitário pode definir presidente da Costa Rica

segunda-feira, 2 de abril de 2018 0 comentários

Casamento gay pode decidir segundo turno na Costa Rica

O segundo turno das eleições presidenciais na Costa Rica, neste último domingo, levou o casamento gay para o centro do debate entre o candidato conservador, Fabricio Alvarado Muñoz, um pastor evangélico de 43 anos, e o representante de centro-esquerda Carlos Alvarado Quesada, ex-ministro de Desenvolvimento Social e do Trabalho, de 38 anos -- numa disputa ainda sem claro favorito. Atualização: Carlos Alvarado Quesada, ex-ministro do Desenvolvimento Social, jornalista e cientista político, tornou-se o novo presidente da Costa Rica.

Apesar de Fabricio ter saído na frente no primeiro turno, com 24,9% dos votos, as pesquisas indicam empate técnico. Uma sondagem do Centro de Investigação e Estudos Políticos da Universidade da Costa Rica (UCR) indica que o pastor do Partido Restauração Nacional (PRN) conta com 43% de apoio, empatado com o ex-ministro, do Ação Cidadã (PAC), com 42% das intenções de voto.

É a primeira vez desde 1950 que as duas forças políticas que dominaram o cenário eleitoral -- o Partido da Liberação Nacional (PLN) e o Partido Unidade Social Cristã (PUSC) -- ficam fora da disputa.
O empate vem desde o primeiro turno, quando os dois candidatos tiveram apenas três pontos percentuais de diferença, e se mantém nas pesquisas. Há uma volatilidade muito grande entre o eleitorado, que, somada à indecisão e à abstenção, fazem com que a definição deva ocorrer apenas no último minuto", disse o cientista político Rotsay Rosales, da UCR.
Alvarado Muñoz atraiu eleitores conservadores que se identificaram com sua oposição ao casamento gay, expressada depois de uma declaração da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) em janeiro, a favor da união. O pastor disparou nas pesquisas quando propôs retirar o país da Corte IDH em resposta à opinião do tribunal.

Do outro lado está o escritor, ex-cantor de rock e ex-ministro Carlos Alvarado Quesada, que apoia os direitos da comunidade LGBTI.

Durante a campanha, Fabricio prometeu combater o "estado secular" e a "ideologia de gênero". Na reta final, no entanto, em busca de alianças, o pastor diminuiu o tom do discurso e atenuou as críticas à Corte IDH, além de evitar fazer declarações sobre sua religião.

Mas analistas concordam que o voto cristão, que engloba grande parte dos indecisos, deverá ser decisivo para o resultado do pleito num país onde mais da metade da população é católica.
A campanha demonstra como a insatisfação dos eleitores com as elites políticas favoreceu a ascensão dos partidos religiosos", escreveu o ex-vice-presidente da Costa Rica Kevin Casas, em um artigo publicado no "New York Times". "Como os políticos tradicionais perderam a credibilidade, os eleitores recorrem a figuras religiosas que propõem o retorno de certezas morais que se diluíram em tempos de relativismo, ambiguidade ideológica e oportunismo".
Se nos debates Fabricio tem procurado se distanciar da religião, nos bastidores vem tentando atrair justamente o eleitor evangélico. Seu partido foi advertido nesta semana pela segunda vez pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), depois que veio à tona a gravação de uma reunião do candidato com centenas de pastores evangélicos para discutir o apoio dos religiosos na campanha.

Nas imagens, ele e seus aliados pedem "bendições" de transporte e alimentos para seus eleitores.

Seu opositor, por sua vez, criticou o programa do pastor, que chamou de carente de medidas concretas. Segundo ele, o "pulso firme" defendido pelo rival no combate ao crime serve apenas para agravar a situação. Carlos ainda voltou a defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
Eu não escondo minha posição. Fui honesto com o público, embora fosse impopular", afirmou.
Fonte: Agência Globo, 01/04/2018

Quase 100 pré-candidatos ligados à causa LGBT

terça-feira, 20 de março de 2018 0 comentários


Candidatos LGBT em busca de afirmação política
Entidade de lésbicas, gays, bissexuais e trans contabiliza quase 100 pré-candidatos ligados à causa; Congresso só tem um nome assumido

Dos 513 deputados federais, apenas um é assumidamente homossexual. A baixa representatividade é sentida na timidez com que pautas como a criminalização da homofobia são discutidas e no atropelo que as demandas da comunidade gay sofrem na Casa pelas fortes bancadas conservadoras e religiosas.

Atenta a essa realidade, a Aliança Nacional LGBTI+ 😄começou um mapeamento dos pré-candidatos assumidamente homossexuais e aliados. Até esta sexta-feira, 16, o levantamento apontava 93 nomes, divididos entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais  e outros (entre esses, os aliados – que podem ser heterossexuais mas são considerados defensores da causa).

O partido com mais pré-candidatos com essas características é o PSOL (19), seguido pelo PCdoB (14) e o PT (11). Legendas consideradas de direita, como PSD, PTC e PTB também têm representantes. A divisão por região mostra que o Sudeste concentra quase metade desses nomes (40). A região com menos representantes é a Norte, com apenas três.

O presidente da Aliança Nacional LGBTI+ (sic), Toni Reis, afirma que o levantamento visa criar uma rede de trocas de ideias e propostas para eventuais mandatos – bem como ajudar na divulgação das próprias campanhas.
Nossa esperança é aumentar a bancada na Câmara em pelo menos 100%”, diz Reis. “Parece muito, mas na verdade hoje só temos um deputado assumidamente gay, o Jean Wyllys (PSOL-RJ). Então, aumentar a bancada em 100% é sonhar com pelo menos dois eleitos.”
O levantamento incluiu a pré-candidata à Presidência Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) na lista. “Ela entra como ‘outros’. Embora não seja gay, Manuela é uma aliada ‘plus’, alguém muito conectada com as nossas causas”, afirma.

Parada

O ano eleitoral também vai se refletir na tradicional Parada do Orgulho LGBTI+, que ocorre no dia 3 de junho, em São Paulo. O tema do evento neste ano é: Poder para LGBTI+: Nosso Voto, Nossa Voz.
Somos sub-representados na política nacional. Por isso, esse é o momento de continuar mostrando que não é apenas uma festa”, diz a presidente da ONG APOGLBT SP, organizadora da Parada, Claudia Regina.
A presidente da ONG afirma que a politização da Parada não é partidária. Segundo Claudia, representantes de todos os partidos que estiverem comprometidos com as causas são bem-vindos para participar.

Fonte: O Estado de S.Paulo, Gilberto Amendola, 18/03/2018 

Pautas conservadoras, nas eleições de 2018, poderão reverter direitos como o casamento igualitário?

quarta-feira, 18 de outubro de 2017 0 comentários


2018: A eleição da moral e dos bons costumes

Sem a gasolina da política, um debate sobre os limites da arte morreria dentro do seu nicho habitual. Agora, com a aproximação de uma eleição que se insinua polarizada, a repercussão da performance de um bailarino nu interagindo com uma criança e o cancelamento de uma exposição sobre diversidade sexual ganhou ares de pré-estreia. Sim, segundo especialistas de diversas áreas os temas de ordem moral estarão na pauta eleitoral de 2018.

A mostra Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira em Porto Alegre foi cancelada no último dia 10 de setembro. Frequentadores chegaram a acusá-la de blasfêmia, pedofilia e zoofilia. Dias depois, imagens registradas no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, durante a performance La bête, parte do 35ª Panorama da Arte Brasileira, também renderam acusações de pedofilia e manifestações pró e contra em frente ao museu.

Políticos com pretensões eleitorais não deixaram passar a oportunidade. O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), postou um vídeo dizendo que para “tudo existe limites”; o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) acusou de “canalhas” os responsáveis pela performance e pela exposição; o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) chamou de “crime” a exposição de menores à nudez; o pré-candidato Ciro Gomes também entrou no debate: em vídeo, defendeu a exposição de Porto Alegre; já o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), apressou-se em afirmar que na cidade dele a tal exposição não chegaria. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), apenas compartilhou um post oficial do governo do Estado informando que o MAM é uma instituição privada. Os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marina Silva (Rede) não se manifestaram publicamente sobre o assunto.

O fato é que a polêmica de ordem moral agitou o cenário eleitoral. Em muitos casos, postagens relativas ao tema tornaram-se as mais comentadas e compartilhadas nas páginas dos respectivos políticos (mais informações nesta página). Além disso, projetou um debate eleitoral que, além das filigranas da economia e da necessidade ou não de reformas, vai esbarrar em direito de aborto, descriminalização das drogas, políticas de gênero (como o chamado casamento gay) e o que mais couber no pacote da moralidade.
Será a eleição da moral e dos bons costumes”, disse o cientista político Marco Antônio Teixeira (FGV).
Segundo Teixeira, fenômenos como Bolsonaro e a força da bancada religiosa (não só evangélica) empurram o debate para esse front.
Tem muita gente surfando na onda dessa pauta regressiva, na religião, com viés eleitoral”, disse.
Já o especialista em marketing político Carlos Manhanelli vê uma utilidade prática no ressurgimento desse tipo de pauta. 
Em uma eleição polarizada, os temas morais ganham protagonismo porque eles delimitam os campos com mais clareza. Você sabe quem é esquerda ou é direita.”
Para o teólogo Gerson Leite de Moraes (Mackenzie), o embate moral é de ordem terrena.
O eleitor está vivendo esse desencantamento com a política. Tem frustrações acumuladas por situações com a Lava Jato e outras investigações. Muitos pensam: ‘já que a economia está sequestrada eu vou me identificar com um político que fala o que eu penso'”. Moraes afirma que “falar o que penso” está muito conectado com pontos de vista conservadores.
As redes sociais fizeram com que esse conservador perdesse a vergonha de ser conservador e encontrasse pessoas que pensam como ele.”
A filósofa Carol Teixeira (PUC-RS) não tem dúvida de que a moralidade será o carro chefe das próximas eleições.
Mesmo que de forma covarde, como muitas vezes esses assuntos são abordados, certamente são temas atrativos para os eleitores, muitas vezes é aí que se define um voto.”
O psicanalista Jorge Broider argumenta que “uma eleição toma o eleitor como um todo”.
Uma campanha política tenta atingir o consciente e o inconsciente do eleitor. Em um período de incertezas, quem falar mais com um conjunto de valores e com a moral vai se beneficiar.” A ver.
Fonte: Estadão Conteúdo, 16/10/2017 

Hillary Clinton lança vídeo de apoio ao casamento gay

quinta-feira, 25 de junho de 2015 0 comentários


Pré-candidata à presidência dos EUA, Hillary Clinton lança vídeo de apoio ao casamento gay

Pré candidata à presidência dos EUA, Hillary Clinton lançou nesta quarta-feira (24) um vídeo apoiando a união entre casais do mesmo sexo (ver abaixo).

O vídeo afirma que é necessário mudar, não apenas leis, mas "mentes e corações".
Alguns sugeriram que os direitos dos gays e os direitos humanos são coisas separadas. Mas, de fato, eles são um, e o mesmo. Ser LGBT não torna você menos humano, e é por isso que direitos dos gays são direitos humanos, e direitos humanos são direitos dos gays".
Segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta nos EUA, a democrata conta com ampla vantagem para vencer as eleições primárias pelo partido e, caso o cenário se mantenha, também é a favorita para vencer as eleições gerais, em 2016. Em uma projeção onde enfrentaria Jeb Bush, candidato favorito pelo Partido Republicano com 48% das intenções de voto.

Ver também De olho na Casa Branca, Hillary Clinton apóia o casamento LGBT e senta com pai gay para conversar 



Fonte:
Brasil Post, 24/06/2015

Carta aberta LGBT ao presidenciável Aécio Neves

sábado, 18 de outubro de 2014 0 comentários


Por iniciativa de ativistas individuais, de organizações não-governamentais e de integrantes de núcleos LGBT dos partidos apoiadores da candidatura Aécio Neves, foi aberto, no Facebook, o grupo LGBT com Aécio Neveshá cerca de uma semana. O grupo redigiu uma carta aberta ao presidenciável tucano reforçando seu compromisso com as demandas da população LGBT, já assumido em seu programa partidário, e solicitando sua atenção para novas sugestões complementares. Abaixo segue a carta que pode ser endossada, ao final do texto, clicando em Carta aberta de LGBT com Aécio Neves.

Carta aberta de LGBT com Aécio Neves

As representações partidárias LGBT (população lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) Diversidade Tucana (PSDB), PV Diversidade (PV), PPS Diversidade (PPS), PTB Diversidade (PTB), LGBT Socialista (PSB) e Rede Diversidade (Rede), juntamente com pessoas físicas militantes dos direitos da população LGBT, se unem neste segundo turno para, através desta, reafirmar conjuntamente o nosso apoio à eleição de Aécio Neves para presidente do Brasil.

Este apoio é mais que partidário, é programático. O desejo de mudanças que permeia 70% da população brasileira é hoje uma questão essencial para aquelas e aqueles que defendem os direitos humanos e a cidadania da população LGBT.

Nesses quatro anos de governo Dilma Rousseff, as políticas públicas voltadas a nossa população experimentaram um retrocesso nunca visto antes em nosso país. A forma fisiológica e espúria como foram construídas as relações deste governo com o Congresso Nacional levou ao uso da cidadania LGBT como moeda de troca por votações pontuais e até mesmo para o encobrimento de casos de corrupção. Podemos citar:

1) Recuo na distribuição de material didático destinado a combater o bullying e promover o respeito à diversidade nas escolas de ensino médio.
2) Recuo na propaganda de prevenção ao HIV/AIDS com casal gay, apesar de seu governo ter tido 11% de aumento nos casos de contaminação, na contramão do mundo ocidental cujos índices são de queda.
3) Ação direta da secretária de relações institucionais para promover o enterro da lei que criminalizaria a Homotransfobia, por mais que os crimes de ódio de natureza homofóbica tenham disparado e saído do controle em seu governo.
4) A única menção do programa de governo de Dilma Rousseff registrado junto ao TSE à população LGBT fala em “opção sexual”, um claro aceno às forças que lutam contra os avanços da cidadania LGBT, já que o termo é notoriamente rechaçado pelos movimentos sociais.

Por outro lado, temos no Programa de Governo de Aécio Neves o compromisso com importantes demandas da população LGBT, como:

1) A defesa da criminalização da homotransfobia;
2) A defesa do casamento civil igualitário e do direito à adoção por casais homoafetivos que atendam aos mesmos critérios para adoção que os casais heterossexuais devem atender;
3) O reconhecimento das diferentes identidades de gênero.
4) O compromisso com o diálogo não sectário com o Movimento LGBT, por meio de fóruns permanentes e eventos de combate à homotransfobia.
5) Articulação de políticas LGBT transversais nas áreas de saúde, educação, assistência social, previdência, justiça e direitos humanos.

Como contribuição ao programa de governo de Aécio Neves, as representações partidárias oferecem também novas sugestões nascidas desse diálogo programático entre militantes do movimento LGBT, no sentido de aperfeiçoar as diretrizes que guiarão seu futuro governo neste tema:

1) Restabelecimento do programa de tratamento e prevenção do HIV/AIDS com adoção de novas metodologias e procedimentos em consonância com os anseios da sociedade civil organizada.
2) Especial atenção, entre as políticas transversais de cidadania LGBT, à população LGBT idosa e juventude LGBT; às especificidades de saúde para mulheres lésbicas; e de saúde, educação, qualificação profissional e colocação no mercado de trabalho para travestis e transexuais.

Temos a convicção de que Aécio Neves é a única opção neste segundo turno que viabiliza a retomada dos avanços que a população LGBT necessita, e que devolva ao Brasil uma posição de vanguarda na questão da cidadania LGBT.

Com essa convicção, convidamos a todas as pessoas LGBT a conhecerem o programa de governo LGBT de Aécio Neves, seus compromissos e declarações, e a apoiarem e votarem em Aécio Neves para presidente do Brasil.

DIVERSIDADE TUCANA (PSDB)
PV DIVERSIDADE (PV)
PPS DIVERSIDADE (PPS)
PTB DIVERSIDADE (PTB)
LGBT SOCIALISTA (PSB)
REDE DIVERSIDADE (REDE)

Presidenciável tucano, Aécio Neves declara que vai incluir comunidade LGBT em seu governo e lutar por seus direitos

sexta-feira, 3 de outubro de 2014 0 comentários

Aécio vai incluir comunidade LGBT em seu governo e lutar por seus direitos
(Ver também carta aberta LGBT ao presidenciável Aécio Neves)

Aécio acredita que o governo federal deve se articular em diversos níveis para promover a igualdade de direitos da comunidade LGBT e ampliar a participação de ativistas nos debates internos. Vai lutar por avanços no reconhecimento da identidade de gênero e na adoção de crianças por casais homoafetivos. Se eleito, Aécio vai assegurar o cumprimento da decisão do Judiciário sobre a união estável e acompanhará com isenção as discussões no Congresso sobre o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, que precisa ser regulamentado.

Propostas para a comunidade LGBT

No governo de Aécio, ministérios terão políticas direcionadas à comunidade LGBT. Será ampliada a participação do movimento LGBT no Programa Brasil sem Homofobia, em articulação com iniciativas estaduais e municipais. O Fórum Nacional de Diálogo debaterá as reivindicações dos movimentos sociais que lutam pela garantia de direitos, como o LGBT, de forma permanente.


União civil entre pessoas do mesmo sexo

Aécio acredita na igualdade entre todos e vai assegurar o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à união estável com efeitos de casamento civil. Ele também quer discutir com o movimento LGBT a questão do casamento civil igualitário, que precisa da aprovação de mudança no Código Civil por parte do Congresso. Eleito, Aécio acompanhará de forma isenta a discussão e votação da proposta.


Direito ao reconhecimento da identidade de gênero

Aécio é a favor do reconhecimento da identidade de gênero e vai defendê-la.


Adoção de crianças por casais homoafetivos

Aécio é totalmente favorável à adoção de crianças por casais homoafetivos. Ele trabalhará, inclusive, para garantir o direito à licença paternidade e à licença maternidade. Para Aécio, os direitos devem ser iguais.


Discriminação por orientação sexual

Aécio é a favor de incluir a discriminação por orientação sexual e por identidade de gênero em igualdade às já previstas em lei. A mudança na lei depende, no entanto, do Congresso.


Aécio defende criminalização da homofobia


O candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, disse hoje (2) ser favorável à criminalização de atos de discriminação contra homossexuais.
A meu ver, a homofobia deve sim ser tratada como crime”, disse em entrevista no diretório de campanha, na zona oeste paulistana. O senador mineiro também defendeu a união civil entre pessoas do mesmo sexo. 
A união entre pessoas do mesmo sexo já tem uma definição do Supremo Tribunal Federal, não há que se fazer qualquer questionamento em relação a isso”, acrescentou.
O candidato enfatizou que, entre as diretrizes de seu programa de governo, está a manutenção da estabilidade da economia.
Nós não mudamos nossas posições. Nós, lá atrás, acreditávamos que a estabilidade econômica era essencial para o Brasil entrar em um ritmo de crescimento sustentável ao longo do tempo”.
Outro ponto considerado importante por Aécio é a necessidade de trabalhar em conjunto com o setor privado para viabilizar grandes obras. “Falamos em resgatar as parcerias com o setor privado para os investimentos em infraestrutura que deixaram de acontecer”.

Na opinião do candidato, é necessário articulação com o Parlamento para viabilizar os projetos de governo. “Não adianta alguém achar que impõe sua vontade de forma messiânica ao Congresso Nacional. É preciso ter uma pauta e força política para negociar essa pauta”.

Fontes: Agência Brasil e Aécio Presidente

Fala homofóbica de Levy Fidelix marcou triste dia para a democracia brasileira e para a tolerância

terça-feira, 30 de setembro de 2014 3 comentários


Vários artigos sobre a absurda fala de Levy Fidelix, durante o debate da TV Record, protestos já marcados contra o presidenciável e o vídeo onde se pode vê-lo evacuando pela boca. No âmbito das declarações sobre a nova polêmica envolvendo o tema LGBT...

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, posiconou-se contra a fala indecora de Fidelix:
 Foi lamentável. Quero expressar nosso repúdio absoluto àquela declaração. Como já disse, qualquer tipo de discriminação é crime. Homofobia também — disse Aécio, antes de fazer uma caminhada no centro comercial de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Também o candidato à Presidência Eduardo Jorge (PV) falou sobre a declaração de Levy em seu Twitter logo após o debate: 
Hoje vocês viram o quanto é necessário uma legislação que criminalize a homo/lesbo/transfobia, equiparando-as aos crimes de racismo né"?
A presidenciável do PSB, Marina Silva, durante evento em Caruaru (PE), igualmente se pronunciou:
A declaração dele foi inaceitável do ponto de vista da completa intolerância com a diversidade social e cultural que caracteriza o nosso país. As declarações são de fato homofóbicas e inaceitáveis em qualquer circunstância.
Até agora, não se sabe de declarações da candidata Dilma Roussef sobre as lastimáveis declarações de Levy Fidelix.

Levy Fidelix causa perplexidade com declarações homofóbicas

Em resposta à pergunta sobre violência contra homossexuais, durante debate da TV Record, candidato do PRTB diz preferir perder votos a apoiar causa gay

São Paulo - O candidato Levy Fidelix (PRTB) causou surpresa e perplexidade ao responder uma pergunta sobre violência contra homossexuais, durante o debate entre presidenciáveis promovido pela TV Record, na noite desse domingo, 28. Com declarações irônicas e enfáticas, o candidato disse que nunca viu procriação entre pessoas do mesmo sexo e que prefere perder votos a apoiar homossexuais. As falas causaram risos e manifestações de indignação da plateia. Internautas também reagiram às declarações nas redes sociais.

Após ouvir a pergunta da candidata Luciana Genro (PSOL), Levy afirmou: "Jogo pesado esse aí agora. Nesse, jamais eu poderia entrar". "Aparelho excretor não reproduz", afirmou, causando indignação em alguns integrantes da plateia. "Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos", disse ainda o candidato.

Líderes petistas riram algumas vezes, mas também reagiram com surpresa. "Como é possível uma coisa dessas?", perguntou um petista. Também houve risos entre os aliados de Marina, mas entre críticas e manifestações de indignação. "Que tristeza esse nível", disse uma integrante da equipe do PSB. "O pior que a maioria do eleitorado pensa assim" replicou outra pessoa do partido.

Durante a resposta, Levy defendeu o enfrentamento a "essas minorias": "Vamos ter coragem, somos maioria, vamos enfrentar essas minorias". "Instrua seu filho, instrua seu neto", pediu o candidato ao público.

Fidelix tentou "ilustrar" sua opinião citando o caso do ex-arcebispo polonês Jozef Wesolowski, preso pelo Vaticano acusado de pedofilia. "Eu vi agora o Vaticano expurgar um pedófilo", afirmou, sem citar o nome do religioso. Luciana respondeu que defende todas as famílias e o que importa é que as pessoas se amem. "Vamos enfrentar essa minoria, vamos ter coragem. Esses, que tem esses problemas, que sejam atendidos por planos psicológicos e afetivos, mas bem longe da gente", retrucou na tréplica, sem especificar se falava de homossexuais ou pedófilos.

Reações. Após o debate, em seu perfil no Facebook, Luciana Genro classificou como absurdas as declarações de Levy. "Mais do que nunca é necessária a criminalização da homofobia. O discurso de ódio não deve ter voz." Pelo Twitter, Eduardo Jorge defendeu o combate à homofobia. "Hoje vocês viram o quanto é necessário uma legislação que criminalize a homo/lesbo/transfobia, equiparando-as aos crimes de racismo, né?", escreveu.

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), candidato à reeleição e defensor da causa gay no Congresso, também manifestou repúdio: " Vou avaliar se é possível representar contra Levy Fidélix por sua ofensa a uma coletividade e por estimular a violência contra esta."

Nas redes sociais, internautas manifestaram surpresa e outros disseram que as falas de Levy refletem "o que muita gente pensa". 


Fonte: O Estado de São Paulo, por Carla Araújo, Ana Fernandes e Daniel Galvão, 29/09/2014 
Homofobia de Levy Fidelix choca até imprensa internacional
O penúltimo debate entre os candidatos a presidente, que foi ao ar neste domingo na TV Record, foi ofuscado por uma resposta homofóbica do candidato Levy Fidelix, do PRTB. Levy, mais conhecido do grande público pela sua proposta do Aerotrem, chocou a plateia e causou furor nas redes sociais ao associar gays a pedófilos e dizer que eles precisam de tratamento psicológico.

Levy foi questionado por Luciana Genro (PSOL) sobre a violência contra a população LGBT. "Aparelho excretor não reproduz", disse Levy, tentando mostrar que a população brasileira poderia parar de crescer por causa dos homossexuais. "Luciana, você já imaginou? O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para 100 milhões", afirmou. Na tréplica, ele subiu ainda mais o tom. "Então, gente, vamos ter coragem, nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. O mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente".

A reação aos cometários foi do riso à perplexidade. Segundo o Estadão, líderes petistas e do PSB riram, mas também se mostraram surpresos. "O pior é que a maioria do eleitorado pensa assim", disse uma integrante do PSB, segundo o jornal. O discurso homofóbico de Levy foi parar na imprensa internacional. Uma reportagem do jornal britânico The Guardian diz que a noite de domingo foi "um triste dia para a democracia brasileira e para a tolerância". E ressaltou que nenhum dos três principais candidatos a presidente questionou ou criticou o discurso preconceituso de Levy.

Fonte: Época, por Bruno Calixto e Liuca Yonaha, 29/09/2014

Após declaração homofóbica, curtidas em página de Levy Fidelix aumentam 470%
Desde que o candidato nanico, em resposta à Luciana Genro (PSOL), afirmou que casais do mesmo sexo não têm condições de ter filhos e que "aparelho excretor não reproduz", o número de curtidas na página oficial cresceu.

A polêmica declaração de Levy Fidelix durante o debate do último domingo (28), realizado pela Rede Record, parece ter, assustadoramente, tido um efeito positivo para a campanha do presidenciável do PRTB.

Desde que o candidato nanico, em resposta à Luciana Genro (PSOL), afirmou que casais do mesmo sexo não têm condições de ter filhos e que "aparelho excretor não reproduz", o número de curtidas na página oficial de Fidelix aumentou 470%.

Além disso, de acordo com a ferramenta Topsy, que mapeia e calcula o número de menções a expressões e nomes em tempo real no Twitter, o nome de Levy Fidelix teve um crescimento de quase 400%, sendo que duas de cada dez menções eram positivas ao presidenciável.

Durante a fala, ele comparou a questão da homossexualidade com a pedofilia no Vaticano, elogiando a atitude do Papa de "expurgar os pedófilos".

Fidelix disse, ainda, que se eleito presidente jamais vai "estimular" o casamento gay. "O Brasil tem 200 milhões de habitantes, se começarmos a estimular isso aí daqui a pouquinho vai reduzir para 100", afirmou. O candidato ainda sugeriu que o "problema" seja tratado com ajuda psicológica e clamou: "somos maioria, vamos combater essa minoria".

No início de setembro, o blog Olho Neles conversou com Levy Fidelix a respeito de temas polêmicas. Sobre a criminalização da homofobia e do casamento gay, o candidato já afirmava ser radicalmente contra e se classificava como 'conservador'. Ele também afirmou não ser a favor das cotas racias nas universidades, que, segundo Fidelix, 'dividem o país'.

Fonte: O Tempo, 29/09/2014

Internautas convocam protestos após declarações de Levy Fidelix
'Beijaços' serão realizados nos próximos dias e, nas redes, há incentivo a denúncias contra o candidato

RIO - As declarações do candidato Levy Fidelix durante debate na TV Record geraram revolta nas redes sociais a ponto de grupos de LGBTs e simpatizantes convocarem "beijaços" para os próximos dias em São Paulo. O presidenciável defendeu "tratamento psicológico" a gays e declarou não querer os votos deles.

O primeiro será realizado nesta terça-feira, às 14h, na Avenida Paulista. O evento no Facebook já conta com mais de 4 mil pessoas confirmadas. "É um absurdo que um presidenciável incite o ódio desse jeito, em um período em que todos os dias estamos vendo nas notícias a morte de gays, lésbicas, travestis e pessoas transexuais", diz a convocatória.

O segundo promete levar os manifestantes para se beijarem em frente à sede do PRTB, partido de Levy, na Moema. Será na quinta-feira, às 18h, no bairro da Moema e o evento tem pouco mais de 500 confirmados. Já no sábado, é a vez do "beijaço" ocorrer às 16h em frente à casa do candidato. Neste, já são mais de 1,4 mil confirmados.

No debate realizado neste domingo pela TV Record, o candidato provocou revolta em sua resposta após ser questionado sobre seu posicionamento em relação às populações LGBTs.

— Dois iguais não fazem filho. Me desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. Tem candidato que não assume isso com medo de perder voto. Prefiro não ter esses votos, mas ser pai, avô que instrua seu neto. Não vou estimular a união homoafetiva. Se está na lei, que fique como está.

Imediatamente os internautas reagiram, colocando a hashtag #LevyVocêÉNojento no topo dos Trending Topics Brasil - lista dos termos e expressões mais repetidos no Twitter em todo território nacional. Desde o momento da declaração, já houve mais de 11 mil menções à hashtag.

Além do protesto virtual, usuários que se sentiram ofendidos sugeriram que seus seguidores formalizassem denúncia contra o candidato na Sala de Atendimento ao Cidadão do Ministério Público Federal, ou no Disque 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

Fonte: O Globo, por Danilo Motta, 29/09/2014

Dilma Roussef promete a criminalização da homofobia mas só de boca

quinta-feira, 11 de setembro de 2014 0 comentários


Dilma Rousseff não garante promessa para gays no papel
Presidente, que defendeu criminalizar homofobia, diz que sua palavra basta, sem necessidade de assumir compromisso por escrito

A presidente Dilma Rousseff indicou que não vai colocar no papel sua promessa de trabalhar pela criminalização da homofobia caso seja reeleita em outubro. Dez dias atrás, em meio à polêmica sobre mudanças no programa de governo de Marina Silva (PSB) - uma dessas alterações foi excluir a defesa da criminalização da homofobia do documento -, Dilma fez a promessa em declaração à imprensa. Na segunda-feira, ao ser questionada se colocaria isso no papel, respondeu: 
Meu querido, está na minha boca.” E insistiu, apontando para a própria boca: “Está aqui.”
As declarações foram feitas em conversa com jornalistas do Estado após sua participação na série Entrevistas Estadão, no Palácio da Alvorada.

Sobre a falta de apoio do governo à aprovação do projeto de lei complementar que criminaliza a homofobia, Dilma disse que não olhou a matéria “com lupa”, mas admitiu haver pontos do texto que não agradavam ao Planalto. 
“Acho que tem de criar um acordo, como foi no caso da Maria da Penha (lei que trata de violência doméstica e familiar contra a mulher)”, disse.
O projeto de lei que criminaliza a homofobia tramita no Congresso Nacional desde 2001 - no momento, a matéria está parada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, com o relator Vital do Rêgo (PMDB-PB). O objetivo da proposta é equiparar a discriminação contra homossexuais ao crime de racismo.

Em dezembro de 2013, a proposta foi barrada pelo Planalto, que temeu desgaste com a bancada religiosa às vésperas de um ano eleitoral. A postura da ministra Ideli Salvatti, na época à frente da Secretaria de Relações Institucionais, foi duramente criticada pelo movimento gay, que a acusa de ter pouca afinidade com os assuntos tratados na atual pasta, a Secretaria de Direitos Humanos. Por barrar a votação no Congresso, Ideli foi eleita inimiga da comunidade LGBT pelo Grupo Gay da Bahia, que lhe dedicou o prêmio “Pau de Sebo”. A indicação de Ideli para chefiar a pasta provocou queixas até mesmo do setorial de direitos humanos do PT.

Casamento gay. Sobre o casamento civil de pessoas do mesmo sexo - outra proposta que Marina chegou a colocar no programa de governo e depois retirou -, Dilma externou uma posição parecida com a da candidata do PSB: a união civil já garantida pelo Supremo Tribunal Federal basta. Não é preciso, portanto, explicitar a questão na Constituição, como defende o movimentos gay.

Para a advogada Maria Berenice Dias, presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a decisão do STF - que reconheceu por unanimidade a união gay, em 2011 - não resolve a questão. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou resolução obrigando todos os cartórios do País a celebrar casamentos gays. 
O casamento (entre homossexuais) é admitido em 14 países do mundo por força de lei e, no caso do Brasil, só por decisão da Justiça. É muito importante uma lei para garantir esses direitos”, disse ela.
A candidata à reeleição pelo PT também se opôs à distribuição nas escolas do material didático que ficou conhecido como “kit gay”, engavetado pelo Palácio do Planalto após pressão da bancada religiosa, em maio de 2011. No entanto, a presidente enfatizou que é preciso discutir nas escolas questões referentes a homofobia e violência. 
Não é papel do governo dar orientação sexual. É papel do governo, nas escolas, falar contra a homofobia, violência contra mulher, contra negros. Agora, fazer material defendendo uma orientação sexual, nós não fazemos isso. Não somos a favor disso.”
Dilma antecipou que sua campanha vai utilizar diversas plataformas de mídia para divulgar as propostas do programa de governo sobre o tema, nos próximos dias. “Vamos fazer uma coisa bem mais modernosa do que 1.0. Sabe o 1.0, que ninguém lê?”, indagou, referindo-se às formas tradicionais de divulgação de conteúdo, como a impressão de materiais. “Quem interessa não lê, que é o povo.”

Fonte: O Estado de São Paulo, por Rafael Moraes Moura, Tânia Monteiro e Vera Rosa, 10/09/2014

Marina Silva assume ser contra casamento LGBT e perde secretário nacional do comitê LGBT pessebista

quarta-feira, 3 de setembro de 2014 0 comentários


'Casamento é estabelecido entre pessoas de sexo diferente', diz Marina
Programa de governo da candidata do PSB defendia o casamento gay. Um dia após lançar programa, presidenciável retirou trecho polêmico.

Dois dias após retirar de seu programa de governo o trecho que manifestava apoio ao casamento gay, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (1º) que decisão da Justiça já autoriza a realização da união estável entre casais do mesmo sexo. A presidenciável ponderou que, segundo a Constituição, casamento é estabelecido entre pessoas de sexo diferente.

"Eu sou a favor dos direitos civis de todas as pessoas e a união civil entre pessoas do mesmo sexo já está assegurada na Justiça por uma decisão do Supremo. Tem muita gente que faz a confusão entre união estável e união civil. A união civil assegura todos os direitos para os casais que têm a união no mesmo sexo. O casamento é estabelecido entre pessoas de sexo diferente. É isso que está assegurado na Constituição, na legislação brasileira, mas os direitos são iguais", disse Marina em entrevista coletiva que concedeu em São Paulo.

No último sábado (30), a campanha de Marina Silva decidiu subtrair o ponto do programa de governo que manifestava apoio a propostas para legalizar o casamento igualitário no Brasil, que permite a união entre homossexuais. Além disso, foi eliminada defesa de um projeto em tramitação no Congresso que criminaliza a homofobia.

Os dois pontos estavam num capítulo sobre os direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais) e foram substituídos pela seguinte redação: "Garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo".

Em nota divulgada no sábado, a assessoria da campanha do PSB informou que o texto inicialmente divulgado, que trazia a proposta de apoio ao casamento gay, "infelizmente, não retrata com fidelidade os resultados do processo de discussão sobre o tema durante as etapas de formulação do plano de governo".

O comunicado também destacou que uma "falha processual na editoração" da versão do programa divulgada na internet e em exemplares impressos permitiu a veiculação de uma redação "que não contempla a mediação entre os diversos pensamentos que se dispuseram a contribuir para sua formulação e os posicionamentos de Eduardo Campos e Marina Silva a respeito da definição de políticas para a população LGBT".

Atualmente, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle externo das atividades do Judiciário, obriga os cartórios a cumprirem a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de maio de 2011, de realizar a união estável de casais do mesmo sexo. Além disso, o CNJ obrigou a conversão da união em casamento e também a realização direta de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Porém, não há nenhuma lei no país que regulamente o assunto.

Em 2010, ano em que disputou pela primeira vez a Presidência, Marina afirmou que, na opinião dela, o casamento é um "sacramento" e que aceitar a união entre pessoas do mesmo sexo iria contra suas convicções religiosas. Apesar disso, na ocasião, se disse a favor da “união de bens” entre homossexuais.

Homofobia
Apesar de também ter retirado de seu conjunto de propostas o trecho que defendia o combate ao preconceito contra homossexuais, Marina disse nesta segunda, ao ser indagada sobre se ela era a favor de uma lei que equiparasse homofobia a racismo, que é contra "qualquer tipo de discriminação".

"Eu sou a favor do combate a qualquer forma de discriminação a quem quer que seja. E a lei precisa refletir, da forma adequada, como isso será feito. Há uma tênue dificuldade em se estabelecer o que é a discriminação, o que é o preconceito em relação ao que é convicção e opinião. É isso que precisa ser claramento definido. E o projeto ainda não deixa clara essa diferenciação", comentou a ex-senadora.

Fonte: G1, por Amanda Previdelli, 01/092014

Adeptos da causa LGBT rompem com Marina Silva
O recuo da campanha de Marina Silva (PSB) em propostas à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais) provocou críticas internas e baixa na militância aliada à candidata ao Planalto.

Um dos responsáveis pela elaboração da pauta, Luciano Freitas, secretário nacional do comitê LGBT pessebista, afirmou à Folha que retirou apoio à presidenciável.

Para aliados da Rede –partido idealizado por Marina e ainda não registrado na Justiça Eleitoral– a mudança é considerada um "retrocesso".

A coligação apresentou na sexta (29) um programa que defendia a aprovação do casamento civil homoafetivo e a articulação para aprovar lei que criminaliza a homofobia.

No dia seguinte, voltou atrás e apresentou uma nova versão, eliminando tópicos polêmicos e dizendo que prometia "garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo" –o que já é assegurado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O primeiro programa foi classificado de "falha processual na editoração", que "não retrata com fidelidade os resultados do processo de discussão sobre o tema".

Marina disse que os tópicos que foram divulgados ao público equivocadamente é o da pauta de setores, não o assimilado pela candidatura.

Freitas disse que a partir de agora se concentrará em pedir votos para o candidato ao governo pernambucano Paulo Câmara e deputadas da legenda "defensoras dos direitos humanos".

Ele e a advogada Giowana Cambrone, delegada nacional da Rede, entregaram na semana passada "duas páginas" de pautas aos coordenadores de campanha de Marina, Maurício Rands e Neca Setubal. Segundo membros da Rede, ambos estavam cientes das discussões. Além do PSB e Rede, o grupo era formado pelo PPS Diversidade.

"Fomos surpreendidos por uma alteração chamada de errata' pela coordenação. Nos sentimos frustrados e, obviamente, a reação foi de desagrado", disse Marcio Sales, da Rede. Ele classificou a mudança de "curto-circuito" entre a militância e "determinados setores" da coligação.

Antes, em seu perfil do Facebook, ele publicou que "foi um triste, covarde e vexatório retrocesso programático" que "pegou a todos de surpresa numa decisão autoritária".

Procurado, Rands preferiu não dar declarações. O PSB não respondeu ao pedido de entrevista com Neca. A Rede e o PPS Diversidade publicaram nota dizendo que o "texto publicado no dia 30" representa o consenso das propostas "aprovado pela coordenação política da campanha". 

Fonte: Folha de São Paulo, por José Marques, 02/09/2014

N. E. - O Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre pessoas de mesmo sexo em 05 de maio de 2011, e o Conselho Nacional de Justiça, no dia 14 de maio de 2013, aprovou uma resolução que obriga todos os cartórios do país a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo com vistas à efetivação da decisão do Supremo de 2011. A candidata Marina Silva, portanto, ou não sabe o que diz ou tenta dar uma de joana sem braço. Se eleita, à parte as questões gerais do país, para as quais não aparenta ter respostas, ainda por cima representará um possível retrocesso nas parcas conquistas obtidas pelo segmento LGBT do país. Vade retro, crentina!

Marina Silva revisa plano de governo para não apoiar demandas LGBT | Um Outro Olhar

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