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Maura Healey e Tina Kotek podem se tornar as primeiras governadoras lésbicas dos EUA

sexta-feira, 23 de setembro de 2022 0 comentários


Maura Healey e Tina Kotek podem estar concorrendo a governadoras em lados opostos do país, mas ambas as mulheres estão prontas para fazer história: se eleitas na terça-feira, 8 de novembro, elas se tornarão as primeiras governadoras lésbicas dos Estados Unidos.

Kotek está concorrendo como democrata no Oregon, onde atuou como presidente da Câmara de janeiro de 2013 a janeiro de 2022. Healey, também democrata, é procuradora-geral de Massachusetts desde 2014. (Quando eleita com 63% dos votos, tornou-se a primeira procuradora-geral lésbica do país). Embora seus objetivos atuais e plataformas de campanha sejam semelhantes, suas entradas na política não poderiam ter sido mais diferentes.

A trajetória de Healey começou em 2007, quando ela deixou a carreira de advogada de negócios para se tornar chefe da Divisão de Direitos Civis do procurador-geral de Massachusetts. Depois de cinco anos no cargo, ela concorreu para AG.
Eu não esperava estar na política”, disse Healey ao Bustle. “Eu realmente entendi o que significa trabalhar em um escritório como advogada do povo. Foi isso que me inspirou a concorrer em 2014, apesar de nunca ter me candidatado.”
Kotek se interessou pelo serviço público nos anos 90 enquanto trabalhava como presidente do comitê de estudantes de pós-graduação na Universidade de Washington, onde obteve um mestrado em estudos internacionais e religião comparada.
Estávamos tentando garantir que alunos e professores tivessem acesso aos benefícios da parceria doméstica”, diz Kotek. “Eu estava em um relacionamento de longo prazo na época, então me candidatei a um alojamento estudantil no campus. Foi negado, fiz uma queixa de discriminação e foi negado novamente. Isso me fez começar a dizer: ‘Preciso me defender e defender os outros’.”
Depois de se formar, ela conseguiu um emprego no Oregon Food Bank e começou a fazer advocacia no Capitólio do estado (palácio do governo local).

Tina Kotek na parada do orgulho de Portland. Cortesia de Tina Kotek

Tanto Kotek quanto Healey estão rodando em plataformas democratas bastante tradicionais que enfatizam questões como direitos reprodutivos e controle de armas. Elas tornaram as proteções ambientais partes fundamentais de suas plataformas e veem os jovens eleitores motivados pelas mudanças climáticas. Kotek planeja proteger o progresso que ela fez na legislatura do Oregon, enquanto Healey espera levar Massachusetts a emissões líquidas zero até 2030.
Quero ser a governadora mais contundente do país quando se trata de lidar com o clima”, diz Healey, que é 51. “E isso ressoa com os jovens que estão exigindo ação de seus líderes”.
Eu tenho um grupo Teens for Tina, e o clima é muito importante para eles”, diz Kotek, que tem 55 anos. Eles têm sido fenomenais.”
Acontecimentos recentes demonstraram com extrema clareza a importância da representação LGB no governo estadual. Considere o projeto de lei “Don't say Gay (Não diga gay)” da Flórida". O estado é de onde vêm suas proteções básicas”, diz Kotek. “Quando você tem indivíduos homossexuais em cargos públicos, eles trazem sua perspectiva para a mesa todos os dias. Isso importa quando você está fazendo políticas públicas.”

Maura Healey com outros políticos de Massachusetts depois que a Suprema Corte dos EUA derrubou Roe v. Wade.Boston Globe/Boston Globe/Getty Images

Embora a representação LGB no governo estadual tenha melhorado ao longo do tempo, 10 estados têm menos funcionários eleitos LGB este ano do que em 2021, de acordo com um relatório do grupo de defesa Victory Institute. Atualmente, Kate Brown (bissexual), do Oregon, e Jared Polis, do Colorado – ambos democratas – são os únicos governadores LGB do país, com o mandato de Brown terminando este ano.

Healey sente que a falta de representação impediu que muitas pessoas LGB se candidatassem, mas espera que sua carreira mude isso. Por ter sido eleita a primeira procuradora-geral abertamente lésbica do país, as pessoas a procuravam e diziam: 
"Agora acho mais viável para mim ou para meus filhos serem gays ou lésbicas’”, ela disse. 
De acordo com as previsões eleitorais, ambas as candidatas provavelmente vencerão seus oponentes republicanos (Christine Drazan de Oregon e Geoff Diehl de Massachusetts), mas nada é garantido. Kotek afirma de forma sucinta: 
Será ótimo ter duas governadoras lésbicas, uma em cada costa, para que possamos manter tudo em andamento”.

Com informações de These 2 Women Could Be America’s First Lesbian Governors, Bustle, 17/09/2022

Senadores americanos buscam proteger o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país

quarta-feira, 14 de setembro de 2022 0 comentários

Ampla maioria dos americanos apoia o casamento homossexual (71%),
mesmo entre os conservadores (Foto: Canva)

Votação sobre um projeto de lei a respeito do casamento (Respect for Marriage Act) pode ocorrer a partir da próxima semana

As negociações sobre o casamento homossexual se intensificaram e ganharam força na segunda-feira (12) no Congresso dos EUA, onde um grupo de senadores tenta obter o respaldo necessário de seus colegas republicanos para proteger este direito.

Nos EUA, as uniões entre pessoas do mesmo sexo foram garantidas pela Suprema Corte de Justiça em 2015. Mas, após a histórica mudança de rumo do máximo tribunal sobre o aborto, muitos progressistas temem que este direito esteja agora ameaçado.

Em meados de julho, a Câmara de Deputados votou uma lei para proteger os casamentos entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Todos os democratas e 47 republicanos respaldaram o texto. Mas quase 160 republicanos se opuseram.

Agora, no Senado, são necessários votos de dez republicanos para sua aprovação devido às regras da maioria qualificada. Há várias semanas, a senadora republicana Susan Collins trabalha com os democratas para tentar convencer seus colegas conservadores a se juntarem à causa.

O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, qualificou as negociações sobre este texto como “frutíferas”. “Seu trabalho ainda não está terminado, mas deu ânimo para continuarmos com os esforços”, comentou.

Uma votação sobre um projeto de lei a respeito do casamento (Respect for Marriage Act) pode ocorrer a partir da próxima semana.

O influente senador republicano Mitch McConnell, fiel da balança para a decisão de muitos de seus pares, ainda não indicou se votará ou não a favor do texto.

Em carta publicada na segunda-feira, mais de 400 republicanos – um governador, ex-deputados e vários candidatos ao Congresso – exortaram os senadores de seu partido a apoiar a medida.

Uma ampla maioria dos americanos apoia o casamento homossexual (71%), mesmo entre os republicanos. Mas a direita religiosa continua a se opor.

Clipping Negociações no Senado dos EUA sobre casamento homossexual se intensificam, por Antonio Tozzi, 13/09/2022

França legalizou tratamentos de fertilidade para casais de lésbicas e mulheres solteiras, mas há escassez de doações

sexta-feira, 22 de outubro de 2021 0 comentários

Aurore Foursy e Julie Ligot / Arquivo pessoal/Reprodução

Aurore Foursy descreve seu primeiro encontro com Julie Ligot como um dos mais longos da história. Depois de combinar no Tinder, elas se encontraram no apartamento de Julie na sexta à noite e ficaram juntas até segunda. A química foi instantânea.

Foursy era ativista LGBT de longa data. Ligot trabalhava em TI. Ambas estavam na casa dos 30 anos e queriam filhos. Elas logo foram morar juntas, limparam um segundo cômodo em seu apartamento e compraram um berço.
Era lógico para nós construirmos uma família juntas”, disse Foursy.
Graças a um decreto assinado pelo ministro da Saúde da França na quarta-feira (29), seu sonho pode finalmente se tornar realidade. Uma lei aprovada em junho, legalizando os tratamentos de fertilidade para casais de lésbicas e mulheres solteiras, já entrou em vigor.
É um grande passo para a França”, disse Foursy. “Estamos lutando há tanto tempo por esse direito.”
Tratamento de fertilidade

A França está agora entre um total de 13 países na Europa — 11 estados membros da União Europeia, bem como o Reino Unido e a Islândia — oferecendo tratamento de fertilidade para mulheres lésbicas e solteiras. As clínicas de fertilidade esperam um aumento na demanda.
Esperamos 200 pacientes extras por ano”, disse Laurence Pavie, que trabalha como gerente no centro de fertilidade da Diaconesses Croix Saint-Simon em Paris.
O mundo precisa saber que casais de lésbicas e mulheres solteiras são bem-vindos. Tentaremos dar a eles o melhor tratamento possível”, disse ela.
No início deste mês, o Ministério da Saúde anunciou US$ 9,3 milhões (cerca de R$ 50 milhões) extras em gastos com pessoal e equipamento para clínicas de fertilidade, para ajudá-las a lidar com o aumento previsto da demanda.

A ação visa reduzir o tempo de espera pelo tratamento de um ano, a média atual, para seis meses.

Crise de doação de esperma

Para a Dra. Meryl Toledano, que dirige sua própria clínica de fertilidade, essa meta parece ambiciosa.
Somente com o esperma francês, vamos lutar para atender à demanda”, disse ela.
A França não permite a importação de esperma do exterior. E, como a lei proíbe a doação de esperma em troca de dinheiro, a França também luta para ter a quantidade necessária.

A nova legislação também inclui o fim do anonimato garantido para doadores de esperma a partir de setembro de 2022, uma medida que provavelmente aumentará a escassez.

Os números oficiais mais recentes mostram que um total de apenas 317 doações de esperma foram feitas na França em 2019 — ante 386 em 2018 e 404 no ano anterior.

Campanha de informação

A Agência de Biomedicina, um órgão financiado pelo estado, planeja lançar uma campanha de informação online em 20 de outubro em uma tentativa de resolver a crise de esperma.
Doar esperma é uma ação íntima de solidariedade”, disse Helene Duguet, porta-voz da agência. “O primeiro passo é informar às pessoas que essas doações são possíveis e podem ajudar as pessoas a formar famílias. A ideia é incentivar os doadores nos próximos anos.”
Os longos tempos de espera causados pela falta de esperma significam que muitas lésbicas e mulheres solteiras mais velhas planejam continuar fazendo tratamentos de fertilidade no exterior — apesar da nova lei.

Toledano frequentemente recomenda que as mulheres mais velhas deem esse passo.
Na Espanha você consegue esperma em um dia, então os pacientes com dinheiro vão lá. Quem não tem dinheiro tem que esperar seis a 12 meses e corre o risco de não ter sucesso, porque, aos 40 anos, isso tem um efeito enorme na probabilidade de gravidez “, disse ela.
Uma jornada traumatizante

Agora com 38 anos, Marie concebeu um filho por fertilização in vitro na Bélgica em 2015 — quando ainda era ilegal para ela, como lésbica, receber esse tratamento na França.
Foi irritante. Eu pago impostos na França e tenho orgulho de pagar impostos e estou feliz por eles poderem ajudar outras pessoas. Mas eu teria ficado feliz se eu pudesse ter me beneficiado também [de tratamento de fertilidade]”, disse Marie, que solicitou que a CNN não usasse seu sobrenome para proteger a privacidade de seu filho.

Aurore Foursy / Arquivo pessoal/Reprodução

 Depois de cinco anos de tentativas fracassadas, desgosto e mais de US$ 52 mil (cerca de R$ 280 mil) em despesas médicas e despesas de viagem, ela foi finalmente recompensada com o nascimento de sua primeira filha, Louise.
Meu primeiro tratamento de fertilidade foi um verdadeiro trauma”, disse ela. “Eu estava frustrada porque não estava funcionando. Eu odiava que outras pessoas tivessem tantas gestações indesejadas ou não planejadas. Fiquei amargurada. Eu odiava as pessoas. Eu me tornei alguém que não queria ser.”
Na esperança de ter um segundo filho, Marie agora foi para a Espanha com sua nova parceira — em parte porque tem medo de definhar em uma lista de espera na França.
Já tenho uma filha e não quero que ela não saia de férias porque estamos tentando dar a ela um irmão ou irmãzinha – e também porque eu não tenho a mesma idade que tinha naquela época “, disse ela.
Além das novas regras em torno da inseminação, a legislação também permite que mulheres na faixa dos 30 anos congelem seus óvulos, um procedimento até então disponível apenas para aquelas em tratamento médico que pode afetar a fertilidade.

A barriga de aluguel, no entanto, continua ilegal, deixando os gays, assim como as mulheres que não podem engravidar, em busca de outras opções ou viajando para o exterior.

Mas para muitos a nova lei ofereceu um vislumbre de esperança.
A luta acabou”, disse Foursy. “Todos têm os mesmos direitos. Todo tipo de mulher tem os mesmos direitos e posso escolher ser mãe ou não sozinha.”
(Texto traduzido do inglês; leia aqui o original)

Clipping França legaliza tratamentos de fertilidade, mas sofre com falta de esperma, por Cyril Vanier e Sam Bradpiece, CNN Brasil, 02/10/2021

A princesa holandesa, Catharina-Amalia, poderá se casar com outra mulher sem perder seu direito ao trono

segunda-feira, 18 de outubro de 2021 0 comentários

A princesa herdeira, Catharina-Amalia, de 17 anos Divulgação/Royal House of the Netherlands

20 anos depois da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, na Holanda, o primeiro-ministro, Mark Rutte, confirma que membros da realeza podem casar com pessoas do mesmo sexo, sem que a sucessão ao trono seja condicionada.

A polémica instalou-se após o lançamento de um livro sobre a princesa Amalia, herdeira do trono nos Países Baixos, que dava conta de que apesar de o casamento homossexual ser legal no país desde 2001, leis antigas proíbem o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo que ocupem o trono. No livro não se especula sobre a vida pessoal da princesa, nem há qualquer notícia de que alguém da família real holandesa se queira casar com uma pessoa do mesmo sexo, há apenas uma reflexão sobre situações hipotéticas.

Assim, no sentido de esclarecer toda a situação, até em virtude de um pedido de esclarecimento por parte de deputados do seu partido, na terça-feira passada, dia 12, o primeiro-ministro Mark Rutte endereçou uma carta ao parlamento. Segundo a Reuters, nessa carta, Rutte refere que o governo “acredita que o herdeiro também se pode casar com uma pessoa do mesmo sexo”, afirmando que os tempos mudaram desde que um dos seus antecessores abordou o assunto pela última vez, em 2000.
O gabinete, portanto, não vê que um herdeiro ao trono ou o rei deva abdicar se ele/ela quiser casar com um parceiro do mesmo sexo.”
Relativamente à forma como um casamento gay poderia afetar a linha de sucessão, Rutte deixou claro que não faz sentido tentar decidir isso no presente até porque tal depende dos factos e circunstâncias do caso específico.

Recorde-se que, ao contrário dos restantes casamentos, aqueles que acontecem na família real necessitam de aprovação do parlamento, tendo já acontecido situações em que membros da realeza abandonaram a sua posição na linha de sucessão ao trono para casar com alguém cuja permissão não foi concedida.

Assim sendo, apesar de muitas pessoas presumirem, até então, que o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo não se aplicava à família real, com as declarações do primeiro-ministro fica claro que, de facto, um hipotético casamento da princesa Amalia com uma pessoa do mesmo sexo não seria, de todo, um problema legal.

Clipping Países Baixos: herdeiros ao trono podem casar com pessoas do mesmo sexo mantendo os seus direitos, por Sara Lemos, Dezanove, 16/10/2021


Rússia proíbe casamento entre pessoas de mesmo sexo em nome do tradicionalismo

quarta-feira, 14 de abril de 2021 0 comentários

Foto: Olga Maltselva/AFP/Getty Image

Com uma emenda na Constituição, a Rússia proibiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo. País quer manter-se como o "bastião do tradicionalismo" e afastar-se dos excessos do Ocidente.

A Rússia proibiu oficialmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo numa emenda constitucional ratificada por Vladimir Putin, Presidente russo, esta segunda-feira. Com uma menção a Deus, o país estipula que o matrimônio deve realizar-se exclusivamente entre um homem e uma mulher.

Pyotr Tolstoy, deputado na Duma e um dos principais opositores ao casamento gay no país, assinala que a Rússia se deve manter como um “bastião do tradicionalismo”, afastando-se dos “erros do Ocidente”, em que “certas pessoas, como a comunidade LGBT ou determinados grupos raciais, recebem direitos especiais adicionais”.

A homossexualidade é legal na Rússia desde 1993, mas com Vladimir Putin o país tem-se aproximado da posição da igreja ortodoxa russa na defesa dos “valores tradicionais”, revela a revista Time. Segundo dados da Organização Rainbow, a Rússia é o quarto país da Europa que menos defende o movimento LGBT. Pior só mesmo a Turquia, a Arménia e o Azerbaijão.

O Presidente russo tem, no entanto, rejeitado as críticas sobre a falta de apoio ao movimento LGBT, argumentando que, contrariamente ao que acontecia na União Soviética, “não existem disposições de direito penal russo segundo as quais as pessoas de orientação sexual não tradicional possam ser perseguidas criminalmente”. “Não temos nada parecido com isso”, remata.

Esta não foi a única emenda à Constituição ratificada por Putin, estando também incluída aquela que permite ao Presidente russo permanecer no poder até 2036.

Clipping Rússia proíbe oficialmente casamento entre pessoas do mesmo sexo: "O país deve afastar-se dos erros do Ocidente"

Madonna lembra quando recebeu multa por defender direitos LGBT na Rússia e não pagou

terça-feira, 21 de julho de 2020 0 comentários

Madonna defende o direito dos gays
Na Rússia, é proibido fazer “propaganda homossexual”.
Madonna usou suas redes sociais na última segunda-feira (20) para relembrar uma situação de 2012. Ela estava em turnê com a The MDNA Tour e, durante os seus shows na Rússia, que aconteceram em agosto, ela acabou fazendo um discurso pelas direitos da comunidade LGB. Por ser na Rússia, no entanto, isso vai contra as leis – é proibido fazer apologia ao tema. Por isso, ela foi multada por mais de 1 milhões de dólares. Atualmente, em reais, isso daria mais de 5 milhões. No entanto, ela afirmou que nunca pagou e nem pagará.

Eu fiz esse discurso em um show em São Petersburgo, há 8 anos. Fui multada em 1 milhão de dólares pelo governo por apoiar a comunidade gay. Eu nunca paguei”, escreveu ela, apoiando a liberdade de expressão. Junto, ela postou um trecho de seu discurso.
Assista
Não tenham medo. Nós queremos lutar pelo direito de sermos livres. É um tempo muito estranho no mundo e eu sinto no ar que as pessoas estão com mais medo, já que as pessoas estão mais intolerantes. Mas podemos mudar isso, nós temos o poder. E não precisamos fazer isso com violência, faremos apenas com amor“, disse ela, enquanto o público segurava a bandeira do arco-íris.
 Estou aqui para dizer que a comunidade gay e os gays, aqui e em todo o mundo, têm os mesmos direitos (como todos os outros) … os mesmos direitos de serem tratados com dignidade, com respeito, com tolerância, com compaixão, com amor“, completa.
Levantando a bandeira

Madonna sempre foi defensora da comunidade LGB e foi homenageada pelo GLAA Awards por seu ativismo contínuo no ano passado.

Na Rússia, não é proibido ser gay, mas há leis que proíbem a “apologia”. A homofobia tem sido patrocinada pelo governo por meio das próprias leis e por programas televisivos e propagandas. 

Nos canais estatais os homossexuais são apresentados como pervertidos, agentes pervertidos, agentes estrangeiros infiltrados ou pessoas doentes que devem ser curadas”, diz a ativista Svetlana Zakharova, membro do conselho da Russian LGBT Network (Rede Russa LGBT), uma das maiores organizações do setor no país, como afirma a revista Veja.

Em 2017, o mundo se escandalizou ao descobrir que, na Chechênia, policiais e autoridades mantinham um “campo de concentração gay”, onde ocorriam torturas, estupros e assassinatos. Na Rússia, a homossexualidade foi considerada um crime até 1993 e uma doença mental até 1999.

Ela não foi a única

Em 2019, Christina Aguilera confrontou governo da Rússia e abençoou casamento gay. Christina faz dois shows no país – em São Petersburgo e Moscou, metrópoles onde se assumir gay ainda é difícil, mas um pouco mais seguro que no interior.

De volta para 2013, Lady Gaga usou seu Twitter para criticar a Rússia. Assim como Madonna, Lady Gaga foi processada pelo governo da Rússia pela realização de seu recente show no país e por falar abertamente sobre a liberdade dos homossexuais por lá.
Por que vocês não me prenderam quando tiveram a chance, Rússia?”, escreveu Lady Gaga. “Porque vocês não queriam ter que responder ao mundo?”
Clipping Madonna relembra episódio em que foi multada pela Rússia após discurso em prol de LGBTQIA+: “nunca paguei”, by Caian Nunes, 21/07/2020

Prefeita de Bogotá recém-eleita beija sua mulher na festa de comemoração

quarta-feira, 30 de outubro de 2019 0 comentários

O comitê de campanha de Claudia López, nova prefeita de Bogotá, celebra os resultados.

Lésbica, ex-senadora e ex-candidata a vice pela Aliança Verde faz história ao ser eleita prefeita da capital. Eleições locais selam um marco em Bogotá e Medellín e causam um duro golpe ao uribismo


A ex-senadora Claudia López, da Aliança Verde, fez história neste domingo ao ser eleita a primeira prefeita de Bogotá, capital da Colômbia. A prefeita eleita denunciou em meados da última década o conluio entre política, narcotráfico e paramilitares, provavelmente é a representante pública que mais recentemente defendeu a luta contra a corrupção, e agora saiu vitoriosa das urnas ao derrotar Carlos Fernando Galán, filho do candidato presidencial assassinado em 1989. Ex-senadora, assumidamente lésbica, forte defensora do processo de paz com as FARC, López ocupará o segundo lugar em relevância política em um país conservador e principalmente católico. A vitória de Claudia López e os resultados, de modo geral, das eleições locais colombianas confirmaram um duro golpe ao uribismo.

Daniel Quintero, candidato independente, foi eleito com ampla vantagem em Medellín, a segunda cidade da Colômbia. Foi uma das surpresas das eleições locais do país que hoje renovou os governos de mais de 1.100 prefeituras e os 32 departamentos, pela primeira vez em paz. A vitória de Quintero tem uma leitura que vai além do gabinete do prefeito, porque representa uma dura derrota para o Centro Democrático, na terra do ex-presidente Álvaro Uribe. O partido do Governo, que há um ano e meio recorreu ao atual presidente Iván Duque, também não governa o departamento de Antioquia, um dos bastiões do uribismo. "Perdemos, reconheço a derrota com humildade. A luta pela democracia não tem fim", disse o ex-presidente quando soube dos resultados.

Claudia Lopéz beija sua mulher na celebração da vitória nas eleições em Bogotá

O partido nascido do ex-guerrilheiro, a Força Alternativa Revolucionária do Comum, tem uma aceitação social quase nula, mas o ex-combatente Julián Conrado, conhecido como "o cantor das FARC", conquistou a prefeitura de Turbaco, em Bolívar, município de cerca de 70.000 habitantes perto de Cartagena das Índias. As eleições também são as primeiras a serem realizados após a assinatura dos acordos entre o Estado e o grupo insurgente. Isso não significa que a campanha não tenha sido abalada pela violência, que se tornou um fenômeno contra candidatos, representantes de partidos e líderes sociais. Houve "230 registros entre ameaças, homicídios e sequestros", lembra Ariel Ávila, vice-diretor da Fundação de Paz e Reconciliação.
Os primeiros resultados confirmam, em geral, a erosão das formações e lideranças nacionais em favor de plataformas locais, coalizões e famílias políticas locais, como no caso de Barranquilla. Essa luta entre poder nacional e local marcará, em qualquer caso, o primeiro passo na corrida para as eleições presidenciais de 2022. Duque, que chegou à presidência graças ao impulso de Uribe e à alta polarização com seu oponente, o senador Gustavo Petro, garantiu várias vezes e continua afirmando que não pretende revalidar a posição.

Aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo legalizado na Irlanda do Norte

quarta-feira, 23 de outubro de 2019 0 comentários

Hora do casamento civil igualitário

Nos outros países do Reino Unido, as práticas, até então proibidas aos norte-irlandeses, são legais desde 1967.O aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo foram legalizados na Irlanda do Norte por decisão do Parlamento britânico, apesar de uma última tentativa simbólica da oposição, lançada por deputados da Assembleia regional norte-irlandesa.

Ao contrário do resto do Reino Unido, onde o aborto é autorizado desde 1967, na Irlanda é ilegal, exceto no caso da gravidez ameaçar a vida da mãe. O casamento entre pessoas do mesmo sexo também era proibido.

Sem Executivo regional desde 2017, por conta de um escândalo político-financeiro, os temas cotidianos da Irlanda do Norte são geridos de Londres.

Por conta desta situação, em julho passado, os deputados britânicos aprovaram emendas para estender à província o direito ao aborto e ao casamento homossexual se não se formasse um governo até 21 de outubro. Como isso não aconteceu, entraram em vigor a partir do primeiro minuto desta terça-feira (20H00 de segunda-feira em Brasília).

Os primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo serão realizados “o mais tardar” durante “a Semana dos Namorados de 2020”, de acordo com o secretário de Estado da Irlanda do Norte, Julian Smith.

Hoje é “o dia em que nos despedimos das leis opressivas do aborto que controlaram nossos corpos e nos rejeitaram o direito de decidir”, comemorou Grainne Teggart, encarregada desta campanha na Anistia Internacional na Irlanda do Norte, em seu perfil no Twitter.

Um dia “muito triste”
Num ato simbólico contra a adoção dessas medidas, alguns deputados do parlamento regional norte-irlandês voltaram ao plenário na segunda-feira, pela primeira vez em dois anos e meio.

Entre os deputados presentes, a maioria pertencia ao Partido Unionista Democrático ultra-conservador (DUP), liderado pela ex-chefe do governo regional Arlene Foster, que se opõe a menor flexibilização dessas questões.
É um dia triste”, declarou Foster à imprensa após uma curta sessão parlamentar.
Sei que algumas pessoas vão querer comemorar hoje e digo a elas: ‘pense naqueles que estão tristes hoje e que acreditam ser uma afronta à dignidade e à vida humana”, afirmou Foster.
Aborto Descriminalizado

Em frente o parlamento norte-irlandês, um grupo de ativistas contrárias ao aborto criticavam a aprovação da medida e exibiam cartazes onde podia-se ler: “Aborto? Não no meu nome”.
Foi o governo de Westminster que impôs a legislação, não foi o governo que escolhemos aqui “, então isso é antidemocrático e incorreto””, disse à AFP Bernadette Smyth, diretora do grupo Precious Life Northern Ireland.
Trevor Lunn, deputado da Aliança MLA, atribuiu aos deputados que foram ao Parlamento apenas “para tentar negar às mulheres e à comunidade LGTBQ os direitos que tem garantidos no resto do Reino Unido”.

Do lado de fora do Parlamento, também havia um grupo pró-aborto que exibia grandes letras brancas que formavam a palavra “Descriminalizado”.

Aprovada 1ª cooperativa de crédito para gays e lésbicas nos EUA

quarta-feira, 11 de setembro de 2019 0 comentários

 Superbia Credit Union, instituição financeira, para clientela de gays, lésbicas e outras minorias

Na segunda-feira, o estado de Michigan aprovou a licença para a nova instituição financeira, Superbia Credit Union, pensada para clientela de gays, lésbicas e outras minorias, o que abre caminho para o serviço on-line começar a ser oferecido no início de 2020.

A Superbia Credit Union oferecerá produtos que muitas vezes estão fora do escopo de um banco mais tradicional, disse Myles Meyers, fundador da Superbia Services, com sede em Nova York, que criou a cooperativa de crédito.
Posso entrar em um banco ou cooperativa de crédito e solicitar um empréstimo ou cartão de crédito ou conta poupança e, francamente, não há problema", disse Meyers. "Se eu for para a mesma instituição com meu marido, podemos encontrar respostas distintas e uma recepção diferente. É aí onde tudo começa a mudar para a comunidade."
Agora, grandes segmentos corporativos dos EUA anunciam apoio aos direitos de gays, lésbicas e outras minorias, e centenas de empresas aderiram às leis federais e estaduais para oferecer proteção igualitária à comunidade. A maioria dos americanos afirma apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Mas a legislação ainda protege quem discrimina consumidores homossexuais na maioria dos estados dos EUA, e pesquisas mostram que casais homossexuais enfrentam obstáculos no setor bancário, independentemente da localização. Um casal do mesmo sexo tem menos probabilidade de conseguir a aprovação de um empréstimo, por exemplo. E, quando consegue, paga mais pelo financiamento.

Existe um incentivo financeiro para focar mais diretamente na clientela de gays, lésbicas e outras minorias  ao oferecer serviços bancários. O poder de compra combinado da população adulta de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros dos EUA foi estimado em US$ 987 bilhões em 2017, segundo dados da Witeck Communications.
Com o estatuto em vigor, a Superbia formará um conselho e começará a contratar executivos. Além da cooperativa de crédito, a Superbia Services também planeja oferecer produtos como seguros, assistência médica e gestão do patrimônio personalizados especificamente para clientela de gays, lésbicas e outras minorias, disse Meyers.
Clipping Michigan aprova licença de 1ª cooperativa de crédito gay dos EUA, por Daniela Milanese, via Bloomberg, UOL Economia, 10/09/2019

Ativista lésbica francesa foi responsável por desassociar a palavra lésbica de conteúdo pornô na busca do Google

sexta-feira, 16 de agosto de 2019 0 comentários

Fanchon Mayaudon-Nehlig iniciou a discussão sobre como o algoritmo do Google selecionava
 conteúdos de busca sobre lésbicas.

Em julho deste ano, a francesa Fanchon Mayaudon-Nehlig, consultora de comunicação, recebeu uma ligação: “ei, você viu que a palavra ‘ lesbienne’ [lésbica, em francês] não é mais associada a resultados pornográficos no Google?”.

Três meses antes, a criadora do grupo ativista SEO Lesbianne havia iniciado uma campanha para que o algoritmo de busca da ferramenta fosse corrigido e parasse de apresentar conteúdos de pornografia ligados ao termo.
O mais engraçado é que, no momento em que recebi a ligação, eu estava no trabalho: o firewall que meu cliente usa em seu escritório proíbe que eu digite a palavra ‘lesbienne’, como se fosse um palavrão. Eu tive que sair do meu local de trabalho para verificar a informação e eu não acreditei em meus olhos”, disse em entrevista ao HuffPost Brasil.
Nossa primeira ação foi fazer com que as pessoas percebessem que havia um problema, um erro com os resultados sobre a palavra específica “lesbienne”. Fanchon Mayaudon-Nehlig, em entrevista ao HuffPost Brasil.

Pela primeira vez em sua vida, ela pode digitar a palavra francesa “lesbienne” e não havia nenhuma pornografia nos resultados. O Google anunciou na última sexta-feira (9) que consertou o algoritmo com a intenção de fornecer resultados mais precisos e de qualidade para este tipo de consulta.

A mudança já está em vigor, mas ainda em fase inicial e termos relacionados ou buscas em línguas diferentes ainda podem apresentar os conteúdos antigos que apareciam nas buscas. Mas Fanchon acredita que após esse passo é questão apenas de um pouco de tempo para que a realidade seja modificada.
A SEO Lesbienne incentiva todas as lésbicas a mostrarem suas vidas diárias e produzirem muitos conteúdos associados à palavra ‘lésbica’ na internet em seu próprio idioma”, disse.
Abaixo entrevista do HuffPost com Fanchon sobre a iniciativa, os motivos de ocorrer por tantos anos a associação da palavra lésbica a conteúdos sexuais e a importância da mudança. 

HuffPost: Fale um pouco sobre a história e atuação da SEO Lesbienne e de como começou a campanha em relação à mudança do algoritmo de busca desse termo. 

Fanchon Mayaudon-Nehlig: O SEO lesbienne é agora um grupo ativista lésbico francês, não somos pagos e nao dependemos de nenhuma outra organização. Eu criei pela primeira vez a hashtag #SEOlesbienne no Twitter em abril de 2019, depois que minha esposa, Louise, me fez perceber que eu não estava confortável em usar a palavra “lesbienne” em público. Neste momento na França, algumas mídias tradicionais estavam começando a falar sobre lésbicas, e as próprias lésbicas estavam tentando alertar sobre o quanto somos sexualizadas, especialmente na internet.

Por acaso, o #SEOlesbienne teve a oportunidade de ser ouvido e o assunto foi coberto pela imprensa francesa (graças à mídia tecnológica Numerama e à jornalista Marie Turcan), mas há anos lésbicas e ativistas são alertados sobre esse assunto. Nós não tínhamos a menor ideia de que o Google mudaria alguma coisa sobre seu algoritmo, mas estávamos dispostas a tentar, e éramos apenas duas pessoas no SEO Lesbienne: eu e minha esposa. Sou consultora de comunicação e minha esposa é designer.

Tínhamos a intuição de que poderia funcionar se pudéssemos trazer especialistas em SEO conosco, por isso organizamos uma reunião de desafio: “vamos hackear o SEO da palavra lesbienne”: desde esse encontro fundador, SEO Lesbienne é um misto de especialistas em SEO e lésbicas.

Nossa primeira ação foi fazer com que as pessoas percebessem que havia um problema, um erro com os resultados sobre a palavra específica “lesbienne” nos resultados das páginas do Google. No momento, a SERP (página de resultados do mecanismo de pesquisa) mostrava apenas conteúdo pornográfico, como é possível ver na imagem abaixo.


Como você se sentiu quando recebeu a informação de que o algoritmo de busca tinha sido modificado?

Em primeiro lugar, o resultado foi inesperado! Sabíamos que o Google France poderia mudar o algoritmo, pois havia um precedente com a palavra “chatte” no Google relacionada a vaginas e não gatinhos como esperado, o que expunha crianças à sexualidade, por isso estávamos prestes a iniciar uma petição para fazer o Google France reagir sobre a palavra “lesbienne” sendo associada exclusivamente com pornografia.

Nós queríamos informá-los sobre como isso afeta os mais jovens da comunidade, quando no dia 18 de julho recebemos uma ligação da mídia francesa LGBT Têtu: eles nos disseram “ei, você viu que a palavra ’ lesbienne’não é mais associada a resultados pornográficos no Google?”.

O mais engraçado é que, no momento em que recebi a ligação, eu estava no trabalho: o firewall que meu cliente usa em seu escritório proíbe que eu digite a palavra “lesbienne”, como se fosse uma palavrão! Eu tive que sair do meu local de trabalho para verificar a informação e eu não acreditei em meus olhos. Essa foi literalmente a primeira vez da minha vida em que eu pude digitar a palavra francesa “lesbienne” e não havia nenhuma pornografia nos resultados!

Nós sabíamos que não estávamos lutando apenas por nós, era tarde demais para nós, tivemos que lidar com essa situação durante muitos anos, mas poderíamos impactar as meninas mais novas que se perguntam sobre sua orientação romântica. Lembrei-me de como fiquei surpresa com os resultados que descobri como uma adolescente digitando discretamente no Google “lesbienne”. Eu não queria ser atriz pornô, mas o Google parecia acreditar nessa única opção para mim!

Por que o termo “lésbica” ainda era associado exclusivamente a conteúdos sexuais enquanto outras palavras da comunidade LGBTQ isso não acontecia?

Alguns ativistas LGBTQ franceses nem sabiam que a palavra “lesbienne” era exclusivamente associada a conteúdo pornográfico no Google, enquanto a palavra “gay” não era. Quando perceberam essa injustiça, ficaram surpresos! 

A questão é que, como mulheres, a internet inteira não é o que podemos chamar de “lugar seguro”, e o ponto de vista expresso no algoritmo do Google pode ter algumas ligações sexistas. Por exemplo, é muito difícil para uma mulher contribuir na Wikipédia, e páginas relacionadas a mulheres famosas são frequentemente descartadas. Tivemos literalmente que lutar para mudar a imagem da página francesa “lesbianisme” com uma imagem histórica da poeta Safo em vez de uma imagem sexualizada.

Outra explicação talvez seja encontrada na pornografia em si. Pornografia gay é comercializada para homens gays: você tem que mudar a página ou mesmo o site para acessar pornografia gay. Considerando que não há pornografia “lésbica”, “lésbicas” é uma tag em sites pornográficos comercializados para homens heterossexuais. Na internet, admitem-se lésbicas para satisfazer o prazer de adultos do sexo masculino, e somente com esse objetivo.

Qual foi e qual pode ser o impacto dessa mudança para a comunidade lésbica?

O impacto dessa mudança no algoritmo do Google é enorme, e ainda não sabemos o tamanho! Acreditamos que o Google pode nos ajudar a tornar a palavra “lésbica” em todos os idiomas mais respeitada e, por consequência, todas as lésbicas podem ser tratadas da maneira que merecemos.

Também queremos que as pessoas estejam cientes de que o Google nem sempre reflete a realidade, e nós, como cidadãos, podemos nos reunir e fazer com que o SEO mude para o melhor. A palavra “lesbienne” não pertence à indústria pornográfica: ela pertence a nós, e estamos satisfeitas pelo fato de o Google ter nos dado a oportunidade de possuí-la e criá-la.

Após essa conquista, na sua opinião, quais são os próximos passos que a comunidade LGBT pode dar em relação a busca por visibilidade e igualdade sexual?

Homens gays e outros devem incentivar mais mulheres a falar, porque não é fácil ser abertamente lésbica em espaços públicos e na internet: nós nos expomos à misoginia e à lesbofobia. Desde o início de SEO Lesbienne, recebi insultos em minhas redes sociais, e sei que é um risco ter meu nome completo e rosto expostos em mídias em todo o mundo, mas sinto que tenho que fazer isso por outros que simplesmente não podem falar.

Gays, lésbicas e outras minorias não têm liberdade para viajar em alguns países onde suas próprias vidas são colocadas em risco. Não podemos viver nossas vidas sem nos preocuparmos com a comunidade em outros países. A história recente provou como as leis e os governos afetam nossas vidas para melhor e para o pior também. As mídias sociais são uma oportunidade para as lésbicas de todo o mundo se reunirem e mostrarem que nós existimos e importamos! 

Localmente falando, em alguns meses, o parlamento francês debaterá sobre a abertura da procriação medicamente assistida para lésbicas (conhecida como PMA na França), acompanharemos a evolução da palavra “lesbienne” no Google durante este período de tensão.

A SEO Lesbienne incentiva todas as lésbicas a mostrarem suas vidas diárias e produzirem muitos conteúdos associados à palavra “lésbica” na internet em seu próprio idioma.

Clipping "Palavra lésbica ‘pertence a nós’, diz criadora de campanha para corrigir algoritmo do Google", por Ana Ignacio, 12/08/2019

Casal de mulheres primeiro a se casar no Equador

segunda-feira, 22 de julho de 2019 0 comentários


Duas mulheres são 1º casal gay a casar no Equador
Alexandra Chávez e Michelle Avilés se tornaram, nesta quinta-feira (18), o primeiro casal do mesmo sexo a contrair matrimônio no Equador, após anos lindando com a discriminação nesse país conservador.

Alexandra, de 41 anos, e Michelle, de 23, se casaram na cidade de Guayaquil (sudoeste), em uma sede do registro civil.

Quando se inscreveram não sabiam que caberia a elas ser as primeiras a estrear esse direito no Equador, após uma decisão judicial que, na prática, modifica uma norma constitucional.

"Eu me sinto mais amparada pelas leis. (...) Nós duas não fazemos mal a ninguém, não tiramos nada de ninguém e temos uma vida normal", declarou à imprensa Michelle, após assinar sua certidão de casamento.

Alexandra sentiu medo antes do casamento. Temia enfrentar protestos de grupos conservadores, que semanas atrás exigiram em manifestações multitudinárias a destituição dos juízes da Corte Constitucional, que em 12 de junho aprovaram o casamento homossexual.

O Equador, assim como Argentina, Brasil, Colômbia e Uruguai, autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas ainda mantém a proibição de que estas adotem crianças.


Na Polônia, populistas de direita elegem os gays como seus maiores inimigos

quarta-feira, 10 de abril de 2019 0 comentários



Populistas da Polônia escolhem os gays como seus maiores inimigos
Sigla governista e líderes católicos se dizem contrários a direitos para comunidade LGBT
Quando Maciej Gosniowski estava crescendo numa cidade pequena no sul da Polônia, parte de uma família religiosa e de uma comunidade conservadora, as pessoas viviam dizendo que havia algo de errado com ele.
Seria melhor eu mudar meu jeito de ser”, ele se recorda de ouvir de seus professores. “Seria melhor se eu me comportasse mais como menino. Isso facilitaria minha vida.”
Gosniowski levava surras de outros alunos, que o xingavam usando palavrões homofóbicos que ele ainda não entendia. Ele não quer que outras crianças ou adolescentes sofram como ele sofreu, por isso saudou a decisão do prefeito de Varsóvia, no mês passado, de fazer uma declaração promovendo a tolerância.

Mas as reações contra a declaração o deixaram abalado.

O partido governista da Polônia, Lei e Justiça, aproveitou a declaração e toda a questão dos direitos dos gays na campanha que está fazendo para as eleições de representantes na União Europeia, em maio, e para as eleições nacionais, no próximo outono.

No passado o partido atacava migrantes, vendo-os como ameaça à alma do país. Mas nas últimas semanas os homossexuais viraram seu inimigo público número um.

Isso espelha uma tendência crescente na Europa central e do leste, onde partidos nacionalistas e populistas vêm cada vez mais recorrendo a questões culturais –e a ataques a gays— para mobilizar seus seguidores.

Desde a Romênia, onde o governo tentou mas não conseguiu emendar a Constituição para proibir o casamento homossexual, até a Hungria, onde homossexuais são vilipendiados e descritos como ameaça à família tradicional, a sigla LGBT vem sendo repudiada. Isso ocorre no contexto de uma luta mais ampla contra o que nacionalistas e populistas descrevem como “valores europeus”.

Jaroslaw Kaczynski, líder do partido Lei e Justiça e político mais poderoso da Polônia, usou a convenção da sigla em março para declarar que a guerra à homossexualidade é uma guerra que a Polônia precisa vencer para poder sobreviver.
Como hoje já sabemos, trata-se da sexualização das crianças desde a primeira infância”, ele disse. “Precisamos combater isso. É preciso defender a família polonesa. Precisamos defendê-la furiosamente, porque esta é uma ameaça à civilização, não apenas da Polônia mas da Europa como um todo, uma ameaça a toda a civilização baseada no cristianismo.”
O chamado mobilizou as bases do partido.
Acho que a Polônia vai se tornar uma região livre de LGBTs”, comentou Elzbieta Kruk, candidata do partido a uma cadeira no Parlamento Europeu. “Espero que sim.”
Outras organizações ecoaram os ataques, muitas vezes usando linguagem mais radical.

Durante uma partida de futebol no mês passado os torcedores de um dos clubes mais populares do país, o Legia Varsóvia, agitaram uma bandeira contendo um insulto homofóbico. Nada foi feito contra a bandeira durante o jogo. O clube disse mais tarde que não queria se envolver em “disputas políticas e ideológicas” e que a bandeira “não reflete a posição do Legia”.

Lideranças polonesas na Igreja Católica, ela própria abalada por revelações sobre abusos sexuais cometidos por clérigos, também aderiram à campanha.

O conhecido padre católico e educador Marek Dziewiecki disse a uma emissora de rádio local em entrevista recente que o sinal de “+” na sigla LGBTQ+ representa “pedófilos, zoófilos, necrófilos” e que o objetivo final é “converter as pessoas em “erotomaníacas inférteis”.

Quando 1.500 seguidores de organizações de direita radical foram a Czestochowa, o maior santuário religioso da Polônia, este mês, o reverendo Henryk Grzadko avisou as pessoas reunidas no local que a Polônia vive “uma invasão civilizacional”.

Durante sua homilia numa missa no encontro ele disse: “Eles agitam uma bandeira de arco-íris e procuram roubar nossos valores internos, como verdade, amor, vida humana, família baseada no matrimônio e moralidade fundamentada no Evangelho e nos Dez Mandamentos”.

Rafal Trzaskowski, o prefeito de Varsóvia, que divulgou a declaração de tolerância, disse que já previa uma reação cínica do governo mas acha preocupante o tipo de propaganda política produzida por emissoras públicas.


Segundo ele, foi esse mesmo tipo de material carregado de ressentimentos e ódio que levou um homem a apunhalar o prefeito de Gdansk, Pawel Adamowicz, na televisão ao vivo este ano, o matando.
Eles baseiam sua política no medo”, ele disse em entrevista dada na sede da prefeitura. “Começaram alguns anos atrás com refugiados, pintando um quadro assustador, dizendo que seríamos invadidos por centenas de milhares de migrantes que iam estuprar nossas mulheres e introduzir doenças na Polônia. Estão fazendo exatamente a mesma coisa agora.”
Mas Trzaskowski acha que não vai funcionar. Em 2015, quando o partido Lei e Justiça chegou ao poder, uma maioria avassaladora de poloneses concordou com a ideia de que era preciso fazer mais para proteger as fronteiras da Europa contra a chegada de migrantes.

Essa ameaça em grande medida já desapareceu, e a questão dos migrantes não mobiliza as pessoas como mobilizava antes, segundo sondagem de opinião divulgada na semana passada pelo Conselho Europeu de Relações Externas.
A migração ainda é importante para alguns eleitores, mas não é o único campo de batalha onde se disputarão votos antes das eleições para o Parlamento Europeu”, disse a entidade em comunicado à imprensa.
Trzaskowski, o prefeito de Varsóvia, não acredita que atacar gays seja uma arma tão eficiente quanto a campanha contra os migrantes.
A maioria da população polonesa não vai aceitar a ideia de que os homossexuais colocam nossa cultura e nossos valores em risco”, ele opinou.
Um candidato abertamente gay, Robert Biedron, formou um novo partido liberal e vem encontrando apoio amplo para sua mensagem, mesmo fora dos centros urbanos.

Uma pesquisa recente de opinião pública conduzida pela Ipsos para o site OKO.Press concluiu que 56% dos poloneses não são contra as uniões civis; dois anos atrás, eram 52%.

Ao mesmo tempo, porém, os poloneses continuam a se opor à adoção de crianças por casais gays: apenas 18% das pessoas são a favor da ideia.

Oktawiusz Chrzanowski, 36, que teve uma participação crucial na redação da declaração de Varsóvia, e seu companheiro, Hubert Sobecki, disseram que um dos elementos mais ofensivos da campanha do governo foi o esforço para retratar a homossexualidade como um perigo para as crianças.
O mais chocante e revoltante é o modo como alegam que os membros da comunidade LGBT são pedófilos”, disse Sobecki.
A declaração de Varsóvia prevê educação sexual nas escolas que siga as diretrizes da Organização Mundial de Saúde e determina a criação de um abrigo na cidade para pessoas rejeitadas e expulsas por suas famílias e comunidades.

Chrzanowski espera que algum dia no futuro não distante todas as escolas contem com a figura de um “guia”, alguém a quem os estudantes possam pedir conselhos e orientação sem o receio de serem julgados.

Gosniowski, que decidiu sair do armário depois de ser espancado no colégio e que é uma das poucas drag queens do país, disse que hoje sente-se confiante em sua sexualidade.

Num almoço recente em um café de Varsóvia, ele usou moletom cor-de rosa e brincos dourados de argola, com os cabelos loiros compridos. É uma tomada inequívoca de posição em um país onde o inconformismo ainda pode ter custo elevado.

Fonte: Folha de SP, por Marc Santora, Tradução de Clara Allain, 09/04/2019

Eleita primeira prefeita negra e lésbica em Chicago

quarta-feira, 3 de abril de 2019 0 comentários

Lori Lightfoot, prefeita eleita de Chicago vai enfrentar grandes desafios em uma das cidades mais
populosas dos EUA (Joshua Lott/Reuters)

Chicago elege a primeira prefeita negra e lésbica
Lori Lightfoot enfrentará problemas como altas taxas de criminalidade, corrupção endêmica, déficits financeiros e falta de recurso

Chicago — A democrata Lori Lightfoot foi eleita na terça-feira, 3, por esmagadora maioria, como a primeira prefeita negra e lésbica de Chicago, a terceira cidade mais populosa dos Estados Unidos.
Hoje nós não apenas fizemos história, mas iniciamos um movimento de mudança”, disse a advogada de 56 anos, que comemorou sua vitória em um hotel na cidade pouco depois do Conselho Eleitoral a declarar vencedora com 73,8%.
Quando começamos nossa campanha, ninguém confiava em nossas possibilidades. Agora vejam onde chegamos”, acrescentou a prefeita eleita, que prometeu colocar “os interesses de todos os moradores da cidade acima dos interesses de alguns poderosos”.
Lori enfrentará problemas como altas taxas de criminalidade, brutalidade policial, corrupção endêmica, déficits financeiros e falta de recursos para a educação pública. A cidade de Chicago registrou 561 assassinatos em 2018, 100 a menos que no ano anterior, porém mais que Nova York e Los Angeles – as duas maiores cidades do país -, juntas.

Essas taxas de homicídio levaram o presidente americano, Donald Trump, a ameaçar em 2017 intervir na cidade com forças federais para conter o que ele chamou de “carnificina”.

Nas eleições, Lori Lightfoot derrotou a também negra Toni Preckwinkle, presidente do Partido Democrata em Illinois, que obteve 26,2% dos votos.
Esta é claramente uma noite histórica, pois até pouco tempo atrás, duas mulheres negras em um segundo turno para a prefeitura, seria algo impensável”, disse Preckwinkle.
No pleito, apenas 29% dos 1,5 milhão dos eleitores participaram, número menor que os 34% participaram do primeiro turno, em fevereiro, quando tinha 14 candidatos na disputa. Esse número foi o resultado do abalo político que levou ao anúncio em setembro do atual prefeito, Rahm Emanuel, de não tentar um terceiro mandato.

O ex-congressista e também ex-chefe do Gabinete dos presidentes Bill Clinton e Barack Obama, que chegou ao poder com as melhores credenciais, entrou em descrédito com a população após um caso de violência policial.

O escândalo ocorreu em 2014, quando um policial branco matou um adolescente negro, com 16 disparos pelas costas. Emanuel perdeu o apoio da comunidade negra depois que seus líderes o acusaram de encobrir o crime. O policial Jason Van Dyke foi condenado a 81 meses de prisão por um assassinato em segundo grau.

Fonte: Exame, 03/04/2019

Para mais informações sobre direitos e conquistas das mulheres em geral, acesse Contra o Coro dos Contentes

Final feliz para duas mulheres que quase foram presas por se casarem irregularmente na Costa Rica

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019 0 comentários

Jazmín e Laura foram quase processadas por “matrimônio proibido” e condenadas a até três anos da prisão

Costa Rica pediu prisão para duas mulheres que se casaram graças a um erro de registro

Jazmín e Laura foram quase processadas por “matrimônio proibido” e condenadas a até três anos da prisão

Jazmín de los Ángeles Elizondo conseguiu se casar com sua noiva, Laura Flórez-Estrada, porque um funcionário a registrou como menino em 1991, quando nasceu no município costa-riquenho do Pérez Zeledón (centro-sul da Costa Rica). Elas compõem o único casal homossexual a ter se casado até hoje nesse país centro-americano, que no ano passado estabeleceu um prazo até meados de 2020 para que os casamentos igualitários sejam legalizados.

Jazmín e Laura podem causar inveja em muitos outros casais de mulheres na Costa Rica, um país muito avançado em questões sociais para os padrões latino-americanos, mas atrasado na regulação de alguns direitos civis. Por isso, o direito a serem felizes para sempre não foi plenamente cumprido: elas quase enfrentaram um processo penal por “matrimônio proibido”, que podia resultar em até três anos da prisão. Na Costa Rica, diferentemente do Brasil, um advogado é responsável pelo procedimento de legalização do casamento no Registro Civil. Mario Castillo, o advogado que registrou o casamento das duas, também correu risco de ser condenado a 18 anos de reclusão por falsidade ideológica.

Jazmín – conhecida como Jaz, uma atriz de 27 anos – e Laura – ou Lalai, chef de cozinha espanhola de 31 anos – conseguiram dar visibilidade à causa da população LGBT na Costa Rica. Mas também se tornaram um exemplo especialmente claro da discriminação do Estado neste país, como lamenta Castillo, o advogado responsável pelo registro quase sigiloso do casamento em 25 de julho de 2015. A carteira de identidade de Jazmín dizia que ela era do sexo masculino; a de sua noiva, que pertencia ao sexo feminino – tudo estava juridicamente em ordem, até que o caso ganhou a esfera pública, e as autoridades manifestaram seu desgosto. O Registro Civil trocou a letra M de “masculino” pelo F de “feminino” e quis anular o casamento. Também abriu um processo penal contra as duas mulheres, que foram julgadas, em audiência preliminar, no dia 05/02, juntamente com Castilho e duas testemunhas do enlace.



O caso seguiu adiante apesar de uma sentença emitida em novembro pela Sala Constitucional, que deu 18 meses para que a Costa Rica reconheça o matrimônio igualitário, hoje proibido em toda a América Central. Tampouco foi afetado pelo pronunciamento da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) – que ainda por cima tem sua sede em San José a apenas um quilômetro do restaurante do casal –, e em 9 de janeiro de 2018 determinou a oferta desse direito legal à população LGTB, atiçando uma discussão local ainda vigente entre progressistas e conservadores com fortes raízes religiosas. A história de Lalai e Jaz é parte desse debate.

Para o Estado, não se tratava de algo menor, e sim de uma fraude. Jazmín teria passadp por homem aproveitando um erro, conforme salientava a acusação do Registro Civil, subordinado ao Tribunal Supremo de Eleições. A vítima não seria ninguém em concreto, e sim um conceito: “A família costa-riquenha”. O Código de Família ainda diz que é proibido o casamento entre pessoas do mesmo sexo, como é o caso delas.
É ridículo que nós, ao formarmos uma família, atentemos contra o conceito de família. É risível que nos acusem de algo assim no século XXI. É até difícil de explicar pela jurisprudência que já há”, disse Flórez-Estrada ao EL PAÍS enquanto trabalhava no seu restaurante, identificado na fachada com a bandeira multicolorida do arco-íris.
O advogado Castillo também considerou que o caso deveria ser encerrado desde que a CIDH emitiu sua decisão favorável ao casamento igualitário, ou pelo menos desde que a Sala Constitucional ordenou sua aplicação na Costa Rica.
Mas o Ministério Público insistiu em nos acusar; não sei bem por que, mas isto só serviu para que mais gente nos apoiasse”, respondeu. Por isso, os réus esperavam que a audiência preliminar do dia cinco se transformasse em uma nova manifestação pelo direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, sem a necessidade de erros do cartório.
E foi o que acabou ocorrendo. O processo foi arquivado por "atipicidade dos fatos apresentados" e inclusive o casamento foi validado.

Fonte: Com informações do El País, Álvaro Murillo e do La Nación, 05/02/2019

União entre pessoas do mesmo sexo se torna patrimônio mundial

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018 0 comentários

Imagem de arquivo de casamento: união entre pessoas do mesmo sexo se torna patrimônio mundial
 (Mario Tama/Getty Images)
Unesco reconhece união homoafetiva como patrimônio mundial
Para ex-ministro do STF, Ayres Britto, a decisão é um caminho de qualidade civilizatória democrática e humanista

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer, em 2011, a união homoafetiva e a garantia dos direitos fundamentais aos homossexuais, recebeu o certificado MoWBrasil 2018, oferecido pelo Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),

A decisão foi inscrita como patrimônio documental da humanidade no Registro Nacional do Brasil. O ex-ministro Ayres Britto, do STF, relator das ações que trataram do tema, representou a Corte durante cerimônia ontem (12), no Rio de Janeiro.
A Constituição é arejadora dos costumes e sabe enterrar ideias mortas”, ressaltou o ministro. “[A decisão do STF] é de proibição do preconceito em função do modo sexual de ser das pessoas”, disse.
Ayres Britto acrescentou que este é um caminho de qualidade civilizatória democrática e humanista. “É caminho sem volta, é descolonização mental.”

A presidente do Comitê Nacional da Memória do Mundo da Unesco, Jussara Derenji, destacou que “um caleidoscópio da história está se formando através de novas contribuições das instituições nacionais”.

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