Aumentam os direitos LGBT no mercado de trabalho

quarta-feira, 31 de julho de 2013 0 comentários

Fora do armário e dentro do mercado de trabalho

Dobram empresas que dão benefícios a parceiros do mesmo sexo
Entre 2010 e 2012, fatia das empresas que concedem benefícios a parceiros homossexuais praticamente dobrou, de 41% para 78%, diz pesquisa

São Paulo - Ao mesmo tempo em que os homossexuais conquistam uma série de direitos no mundo todo – recentemente o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado no Brasil, na França, em alguns estados dos Estados Unidos – eles também ganham espaço e conseguem maiores benefícios no mercado de trabalho. É o que apontam dados de uma pesquisa sobre benefícios inédita da Tower Watson, obtidos com exclusividade por EXAME.com. 

Segundo o estudo, realizado junto a 194 companhias nacionais e estrangeiras com operação no Brasil, em 2010, apenas 41% das companhias incluíam companheiros do mesmo sexo que seus funcionários em planos de saúde. Em 2012, essa fatia aumentou para 78%. Em 2011, o percentual era de 66%.

“É importante ressaltar que a extensão dos planos de saúde a cônjuges e dependentes, quando não estabelecidos em acordo coletivo da categoria, é uma escolha da empresa e não está previsto em lei. O que acontece é que as corporações acompanham de perto o que é tendência no mercado, por isso o aumento nos números”, afirma Cesar Lopes, líder da área de benefícios da TW. 

Os dados da pesquisa refletem práticas de inclusão adotadas livremente pelas empresas. Porém, a partir de maio de 2013 – com a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de obrigar todos os cartórios brasileiros a celebrar o casamento entre pessoas do mesmo sexo – companhias que oferecem benefícios a cônjuges de seus funcionários, também precisam ofertá-los aos casais homossexais.

“Desde que o empregado apresente a certidão de casamento, a empresa não pode negar a ele os direitos. Se isso acontecer, ele pode entrar com uma ação de dano moral por discriminação. A possibilidade do casamento traz segurança não só para os homossexuais, mas também para as empresas, que muitas vezes não sabiam como agir nesses casos”, explica a presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB de São Paulo, Adriana Galvão.

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Fonte: Exame.com, 31/07/2013

GaymerX, evento gamer destinado ao público LGBT

terça-feira, 30 de julho de 2013 0 comentários


Evento gamer destinado ao público gay ganha data

GaymerX, destinado à comunidade LGBT acontecerá em 3 e 4 de agosto em San Francisco, nos EUA

São Paulo - A convenção GaymerX, primeiro grande evento gamer destinado à comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) acontecerá em 3 e 4 de agosto em San Francisco, nos Estados Unidos.

O evento, que originalmente se chamava GaymerCon, foi proposto em agosto de 2012 no site de financiamento coletivo Kickstarter. O projeto pedia 25 mil dólares para realizar uma feira de games aberta a todos os gamers, mas centrada em questões da comunidade LGBT.

Sucesso absoluto, o evento arrecadou quase quatro vezes o que pediu (91 mil dólares), com mais de 1,5 mil apoiadores.

"Assim com a maior parte dos gamers, os geeks gays e os gaymers também querem sentir como uma comunidade", disseram os fundadores do projeto Matt Conn e Kayce Brown na página do evento no Kickstarter. "Logo, queremos criar um espaço onde os todos os jogadores e geeks gays possam se unir, em um local amistoso e seguro."

O evento contará com painéis, cosplayers, estandes e outras atividades típicas de eventos de games. Electronic Arts, BioWare e Xbox estão entre as marcas que já confirmaram presença na convenção.

Confira a programação completa do evento no site oficial do GaymerX.

Fonte: Christian Costa, de  via Exame.com

Campanha da ONU para a promoção da igualdade LGBT

segunda-feira, 29 de julho de 2013 0 comentários

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) lançou esta sexta-feira (26) acampanha Livres e Iguais de educação pública global para promover a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT).

Numa conferência de imprensa realizada na Cidade do Cabo, África do Sul, a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, acompanhada pelo arcebispo emérito Desmond Tutu e pelo Juiz Edwin Cameron do Tribunal Constitucional Sul-Africano anunciou o projeto que terá um ano de duração. A versão brasileira da campanha será lançada em outubro próximo.

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos promete um mundo no qual todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos – sem exceções, sem que ninguém seja deixado para trás”, disse a Alta Comissária Pillay. “No entanto, ainda é uma promessa vazia para muitos milhões de pessoas LGBT forçadas a enfrentar o ódio, a intolerância, a violência e a discriminação em uma base diária.”

“A mudança de atitudes nunca é fácil. Mas já aconteceu em relação a outras questões e está acontecendo já em muitas partes do mundo em relação a esta mesma questão. Ela começa com conversas muitas vezes difíceis”, disse Pillay. “E é isso que nós queremos fazer com esta campanha. “Livres e Iguais” vai inspirar milhões de conversas entre as pessoas em todo o mundo e em todo o espectro ideológico.”

A campanha tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a violência e discriminação homofóbica e transfóbica, e incentivar um maior respeito pelos direitos das pessoas LGBT. Ao longo do próximo ano, será lançada uma série de conteúdos criativos na mesma linha conceitual de O Enigma, um vídeo divulgado pelo ACNUDH para o Dia Internacional Contra a Homofobia e Transfobia, e A história de uma mãe do Brasil, que é o primeiro de uma série de filmes com entrevistas aos familiares das pessoas LGBT em todo o mundo.

A campanha surge na sequência de um relatório ACNUDH publicado em dezembro de 2011, que foi o primeiro relatóriooficial da ONU sobre a violência e discriminação contra pessoas LGBT. O relatório documentou abusos generalizados dos direitos humanos. Hoje, mais de 76 países ainda criminalizam relações homossexuais consensuais, enquanto em muitos outros a discriminação contra pessoas LGBT é generalizada – inclusive no local de trabalho, bem como nos setores da educação e saúde. A violência e a manifestação de ódio contra pessoas LGBT, incluindo agressão física, violência sexual e assassinato seletivo, foram registadas em todas as regiões do mundo.

A campanha vai se focar na necessidade de reformas legais e educação pública para combater a homofobia e transfobia.

Várias celebridades empenhadas em promover a igualdade deram o seu apoio a “Livres e Iguais”, tornando-se campeões da igualdade da ONU e ajudando a espalhar mensagens e materiais de campanha através das redes sociais. Entre esses incluem-se o artista pop Ricky Martin, a cantora Sul Africana Yvonne Chaka Chaka, a atriz de Bollywood Celina Jaitly e a cantora brasileira Daniela Mercury. Outros campeões da igualdade serão anunciados à medida que a campanha se desenrola.

Siga a campanha Livres e Iguais nas redes sociais:
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Saiba mais sobre a campanha Livre e Igual em www.unfe.org

Condenado por ser homossexual, Alan Turing, gênio da computação, agora será perdoado por seu "crime"

sexta-feira, 26 de julho de 2013 0 comentários


Pai da computação será perdoado por ser gay
Bruno Calzavara

Nos idos de 1952, o matemático e cientista da computação Alan Turing foi condenado por “indecência pesada”, a acusação criminal padrão da época para a homossexualidade. Depois de sua castração química (!), ele se matou comendo uma maçã envenenada com cianeto, assim como na história da Branca de Neve, de quem era fã. Agora, mais de 60 anos depois, ele está prestes a ser perdoado.

É difícil avaliar o legado de Alan Turing. Sua contribuição começou com a tese Church-Turing, cujo pensamento central é o de que nossa noção de algoritmo pode ser formalizada sob a forma de funções computáveis e que computadores podem executar esses algoritmos.

Além disso, qualquer computador pode, teoricamente, executar qualquer algoritmo, isto é, o poder computacional teórico de cada computador é o mesmo e não é possível construir um artefato de cálculo mais poderoso que um computador. Todos os computadores são “iguais”, variando apenas a capacidade de processamento – isso formulado na década de 1930.

Na realidade, não foi utilizada a palavra “computador” na época, e sim “máquina de Turing”, mas trata-se de um modelo abstrato e anterior ao nosso computador, que se restringe apenas aos aspectos lógicos do seu funcionamento, como memória, estados e transições, e não à sua implementação física.

Outra importante contribuição foi o chamado Teste de Turing, de 1950, cujo objetivo era determinar se máquinas podem exibir comportamento inteligente. No exemplo original de Turing, um juiz humano conversa em linguagem natural com um humano e uma máquina criada para ter desempenho indistinguível do ser humano, sem saber qual é máquina e qual é humano. Se o juiz não pode diferenciar com segurança a máquina do humano, então é dito que a máquina passou no teste.

E tudo isso sem falar no papel importantíssimo de Turing na Segunda Guerra Mundial, ao decifrar o código criptográfico usado pelos nazistas. À medida que o texto era digitado na máquina Enigma (nome bem adequado), os rotores embaralhavam as letras de modo que o conteúdo ficasse incompreensível. A encriptação de mensagens funcionava de maneira similar ao que se usa hoje para transmitir dados bancários pela internet.

A única maneira de entender a mensagem recebida era utilizar a mesma chave da encriptação original. Os rotores permitiam milhões de combinações, e as chaves eram trocadas mensalmente. Mesmo assim, Turing conseguiu descobrir o segredo usando uma técnica eletromecânica conhecida como bomba. As tais bombas permitiam várias análises dos textos, em velocidade muito parecida à dos humanos.

Em 1942, os ingleses já conseguiam ler 50 mil mensagens por mês, uma por minuto. Foi assim que ficaram sabendo de informações cruciais sobre os ataques planejados pelos alemães, principalmente no Atlântico Norte. Quando a guerra acabou, Turing foi trabalhar no Laboratório Nacional de Física. Ninguém ficou sabendo da importância da sua participação na quebra dos códigos da máquina Enigma.

No entanto, mesmo após todas essas incríveis e essenciais contribuições ao país e ao mundo da tecnologia, o Reino Unido decidiu não consagrá-lo e sim aterrorizá-lo simplesmente porque era gay.

Dois anos atrás, o governo britânico pediu desculpas oficialmente por sua homofobia, mas a sua condenação permaneceu nos livros. Agora, o governo disse que não impediria um completo perdão parlamentar a Alan Turing.

De acordo com o jornal inglês “The Telegraph”, em dezembro passado, Stephen Hawking e outros cientistas escreveram para o periódico britânico pedindo o perdão de Turing e citando que o trabalho dele ajudou a apressar o fim da Segunda Guerra Mundial.

Discursando na Câmara dos Lordes, na sexta-feira (19), o Lorde Ahmad de Wimbledon declarou que o governo não iria ficar no caminho de um projeto de lei trazido pelo Liberal Democrata que oferece a Alan Turing o completo perdão parlamentar póstumo.

Falando na Câmara dos Lordes, pouco antes do projeto de lei Alan Turing (Perdão Estatutário) receber uma segunda leitura, sem oposição, Lorde Ahmad declarou que o próprio Alan Turing acreditava que a atividade homossexual seria considerada legal por uma Comissão Real. “Na verdade, de forma adequada, foi o Parlamento que descriminalizou a atividade pela qual Turing foi condenado”, declarou. “O Governo, portanto, está muito consciente da causa para perdoar Turing dado o seu excelente desempenho e, portanto, tem grande simpatia com o objetivo do projeto de lei”.

Claro que isso pouco serve de consolo para Turing ou para os outros 49 mil homens homossexuais que foram condenados pela Emenda Criminal de 1885 – numa lista que incluía o escritor irlandês Oscar Wilde. Talvez o ato mais ousado fosse reconhecer o erro cometido contra esses indivíduos também. [io9, The Telegraph e Aventuras na História]

Fonte: Hypescience

N.E. [Ver aquí a tramitação do projeto de "perdão" de Turing].

28 escolas de ensino médio de Pernambuco combatem o machismo e a homofobia

quinta-feira, 25 de julho de 2013 0 comentários

Na Escola Professor Trajano de Mendonça, balões e cartazes decoram a Semana Rosa e Lilás

PE: alunos discutem homofobia e machismo para romper preconceitos
Núcleos de estudo de gênero criados em 28 escolas de ensino médio de Pernambuco ajudam a combater a discriminação

As discussões sobre machismo e homofobia estão nas redes sociais, na TV, nos jornais e não poderiam ficar muito tempo longe da escola. Com o objetivo de promover ações de formação e pesquisa em gênero e educação e incentivar alunos e professores a debaterem estes temas, Escolas Referência de Ensino Médio (Erems) de Pernambuco implementaram, desde o ano passado, Núcleos de Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência Contra a Mulher. Fruto da articulação entre a Secretaria da Mulher e a Secretaria de Educação com as escolas de nível médio, a iniciativa já alcança 28 instituições de ensino do Estado.

Localizada em Jardim São Paulo, na zona oeste do Recife, a Erem Professor Trajano de Mendonça é uma das participantes do projeto. Professores e alunos de diferentes séries e disciplinas formaram o Grupo Margarida Maria Alves de Estudos de Gênero. Coordenadora do grupo e professora de português da instituição, Rosário Leite explica que a escola já tinha um projeto que tratava do tema desde 2011 e, por conta disso, recebeu o convite da Secretaria da Mulher para implantar o núcleo ainda no ano passado. "Ele nasceu com a proposta de discutir a violência contra a mulher, já que o Estado de Pernambuco tem um alto número de casos de agressão contra mulheres, inclusive com mortes. Conforme fomos angariando parceiros, ampliamos o debate para questões de outros gêneros", conta.

Segundo Rosário, o núcleo ainda está em fase inicial. As reuniões ocorrem quinzenalmente, em contraturno, e não são obrigatórias. "É uma atividade voluntária", comenta. Nos encontros, os alunos debatem temas como machismo e homofobia a partir de filmes, notícias, leituras e relatos de experiência. A temática não fica restrita aos debates. "A ideia é trazer essa discussão de gênero para a sala de aula também de forma que perpasse todas as disciplinas, fazendo pontos de intersecção. Queremos trazer para o dia a dia mesmo, pois quanto mais presente a discussão, mais fácil combater a violência", afirma.

A escola também incentiva que os alunos participem de concursos de redação sobre temáticas de gênero. "É muito importante participar de eventos escolares, fazer debates nas salas, oficinas, seminários e palestras", diz Rosário. O marco das discussões, de acordo com ela, é março, na Semana da Mulher, um período especial, com atividades envolvendo toda a escola. "Ampliamos o foco, saímos da questão da violência doméstica e passamos a abordar a diversidade sexual e a questão da igualdade de gêneros. Com o núcleo, os alunos passam a ser sujeitos dessa ação, a ideia é que se transformem em multiplicadores dessa questão contra a violência", completa.

Na Trajano de Mendonça, este período ficou conhecido como Semana Rosa e Lilás, na qual alunos e professores usam peças de roupa nestas cores, além de decorar a escola com balões e cartazes. "Também é realizada uma série de encontros. Nós trazemos voluntários para darem palestras. Neste ano, por exemplo, a semana foi aberta com a discussão sobre homofobia, e finalizamos discutindo violência de gênero no mundo inteiro", diz.

Dos cerca de 700 alunos da escola, entre turmas do nono ano e do ensino médio, participam regularmente dos encontros quinzenais em torno de 20. "Nem sempre são os mesmos. O grupo todo trabalhando chega a 90 alunos diretamente engajados, fora os professores", afirma Rosário. Além disso, a escola mantém um grupo de discussões no Facebook, onde os alunos postam e comentam sobre temas relacionados.

A mudança no tratamento entre os colegas, bem como a conscientização e a formação de multiplicadores contra a violência de gênero, são o resultado da implantação do núcleo. "Isso se reflete até nas famílias, muitos pais passaram a apoiar o projeto", diz. As reuniões auxiliam no desenvolvimento dos alunos e na formação social. "É muito importante para nós que todos participem. Os professores, por exemplo, vão sempre vestidos de rosa na Semana Rosa e Lilás. Ver outros homens usando esta cor, já faz esses alunos enxergarem a questão de outra forma", relata. 

Rosário conta que ainda há brincadeiras e provocações eventualmente na sala de aula ou no intervalo. "Isso acaba repercutindo entre os alunos e vira debate. Os estudantes tornam-se vigilantes. E queremos isso: que conversem sobre o tema, que não seja necessário uma advertência do professor", aponta.

Futuro com menos preconceito

Hoje aos 18 anos, Emanuela Sibalde participou do núcleo desde sua implantação. "Adquiri conhecimento sobre o assunto. A violência contra a mulher é uma realidade que muita gente desconhece. Com o núcleo, debatemos isso e formamos nossa opinião", avalia. A jovem nota que os meninos passaram a respeitar mais as mulheres e as próprias meninas após a discussão em sala de aula. Também acredita que incentivar o debate irá diminuir o preconceito. "Para o futuro, vai ser melhor. Tendo consciência de que somos todos iguais, acredito que vai diminuir o preconceito e a violência contra a mulher", opina.

Os números que indicam o preconceito contra homossexuais, porém, ainda assustam, conforme as estatísticas do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN). Levantamento realizado em 26 escolas públicas, em junho, mostrou que mais da metade dos entrevistados, com entre 14 e 20 anos, não são favoráveis à união homossexual, enquanto 30,9% são a favor e 14,8% são indiferentes ao tema.

Cura gay em clínicas e comunidades terapêuticas católicas e evangélicas

quarta-feira, 24 de julho de 2013 0 comentários

No Lar Cristão Ala Feminina, no Mato Grosso,
“lésbicas são levadas a deixar a homossexualidade”


Clínicas prometem tratamento de ‘cura gay’

  • Pelo menos seis entidades no país afirmam fazer a chamada ‘conversão da sexualidade’, aponta relatório


SÃO PAULO - O jovem F.G., de 21 anos, dormia quando três enfermeiros entraram em seu quarto e o imobilizaram. A pedido de sua mãe, o então jogador de futebol foi levado sedado de Belo Horizonte para o interior de São Paulo, onde foi internado de maneira involuntária em uma clínica de reabilitação para viciados em drogas. O atleta, que nega ser dependente químico, acusou a mãe de tê-lo internado apenas pelo fato de ser homossexual. O namorado do jovem foi impedido pela família de vê-lo no tempo em que permaneceu no local. Ele ficou na clínica por mais de dois meses, nos quais chegou a permanecer por algum tempo em uma espécie de “solitária”.


O caso, que desde 2009 tramita em segredo judicial e foi levado ao Ministério Público, não é a única denúncia feita por violação de direitos humanos a homossexuais contra clínicas de reabilitação ou comunidades terapêuticas. Um relatório produzido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), com a colaboração da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), revela indícios de que instituições que oferecem tratamento a dependentes químicos no país tratam com preconceito gays e lésbicas e, algumas delas, inclusive submetem os internos a processos de conversão da sexualidade.

Ao todo, segundo o documento, há indícios de que pelo menos seis delas realizam o que chamam de “libertação” de internos homossexuais.

As unidades são, na sua maioria, de orientação religiosa — evangélicas e católicas — e estão distribuídas em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. O relatório aponta, por exemplo, que na Associação Beneficente Metamorfose, em Goiás, “os casos de diversidade sexual são estimulados a ser libertados”.

Na Fazenda Esperança, no Sergipe, a instituição “recebe homossexuais que, por motivos pessoais, desejem se internar para tentar deixar esta orientação sexual”. No Esquadrão da Vida, no Mato Grosso do Sul, “a instituição não permite nem a manifestação nem a prática da homossexualidade e realiza um trabalho religioso para converter o interno”.

‘Trabalho de libertação’

O relatório aponta, por exemplo, que no Lar Cristão Ala Feminina, no Mato Grosso, “lésbicas são levadas a deixar a homossexualidade”. Em conversa pelo telefone, uma funcionária confirmou ao GLOBO que a entidade aceita homossexuais que não necessariamente sejam dependentes químicos.

— No caso, é só um trabalho de libertação. São quatro cultos por dia e tem um culto à noite. Aí vai trabalhando, vai libertando — relatou uma funcionária, sem se identificar.

O coordenador da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, Pedro Paulo Bicalho, atribui os casos de violação de direitos humanos ao fato de a maioria dessas instituições ser gerida por religiosos, e não por profissionais de Saúde. Na avaliação dele, gera preocupação que entidades que se proponham a oferecer reabilitação a viciados em drogas reproduzam suas crenças religiosas no tratamento médico. Ele observa que, em muitas dessas entidades, não há nem profissionais de Saúde nem psicólogos.

— Esses profissionais, de um modo geral, não dizem claramente o que fazem, então é difícil identificar casos em que a identidade de gênero é violada. Mas a gente sabe que eles existem. E existem com muito mais presença e força que um relatório é capaz de identificar — afirmou.

Segundo resolução do CFP, é proibido oferecer tratamento ou cura para a homossexualidade. Em face das denúncias, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) informou que enviou o conteúdo do relatório ao Ministério Público Federal, para que sejam abertas investigações contra as clínicas e comunidades.

Organizações negam que convertam homossexuais

Procuradas pelo GLOBO, clínicas de reabilitação e comunidades terapêuticas, citadas no relatório do Conselho Federal de Psicologia, negaram que oferecem tratamento de conversão da sexualidade a internos homossexuais. Em nota, o presidente da Fazenda Esperança, em Sergipe, Maurício Bovo, argumentou que sempre cumpriu com o determinado na legislação e afirmou que “não há nenhum tipo de segregação e preconceito com o homossexual que procura a entidade, o qual é bem acolhido como todas as pessoas”. “A proposta de mudança de vida não que dizer que a pessoa tenha que deixar de ser homossexual. Ela é livre em sua escolha”, afirmou.

A presidente da Associação Beneficente Metamorfose, em Goiás, Sônia Maria Borges, negou que a clínica ofereça conversão a homossexuais e alega que a mensagem da entidade de recuperação a dependentes químicos foi mal interpretada pelo Conselho Federal de Psicologia.

— Nós colocamos a palavra de Jesus: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Para nós, a conotação é essa. Na minha clínica, a palavra “livre” se refere a livre das drogas, da depressão, do que eles querem ser livres. Eu não disse do homossexualismo, eu disse do que eles quiserem ser livres. Se é do homossexualismo, que seja do homossexualismo. A gente prega a liberdade de ser feliz — disse.

A vice-presidente do Esquadrão da Vida, Magali Rodrigues, disse que os indícios presentes no relatório são mentirosos, ressaltou que não há discriminação na entidade e afirmou que a clínica aceita dependentes de álcool e drogas que queiram se recuperar apenas do vício. A presidente do Lar Cristão Ala Feminina, Helen Cristine, não respondeu ao pedido de entrevista.

O procurador regional do Direito do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, explicou que, nos casos de violação de direitos humanos, cabe o ingresso pelo Ministério Público de pedido judicial que pode resultar no fechamento da clínica. Ele lembrou que, em São Paulo, o Ministério Público conseguiu lacrar entidades para tratamento de dependentes químicos que foram alvo de denúncias de preconceito contra homossexuais.

— Normalmente, as entidades que recebem as denúncias não deixam de cumprir apenas uma legislação. Elas não só discriminam, mas também acabam violando leis que envolvem o tratamento que se esperaria dessas instituições, o que pode também resultar no fechamento — disse.

Fonte: O Globo via Clipping Seleção de Notícias, 21/07/03

Homens e mulheres que se assumiram homossexuais e viraram amigos dos ex-parceiros héteros

terça-feira, 23 de julho de 2013 0 comentários

Os estilistas Daniela Rosário e Dieferson Gomes

Meu namorado se assumiu gay e virou meu melhor amigo

Famosa no Brasil por interpretar uma babá de voz esganiçada no seriado “The Nanny”, a comediante Fran Drescher levou uma curiosa história de sua vida para a ficção, na série “Happily Divorced”, exibida no Brasil pelo Comedy Central. A personagem autobiográfica dela é uma florista que tem como melhor amigo o ex-marido, que se assumiu como homossexual com o fim do casamento.

A história de Fran não é tão incomum como muitas pessoas possam imaginar. Quem comprava isso são os ex-casais ouvidos pelo iGay, que viveram a mesma dinâmica da relação da atriz. Os estilistas Daniela Rosário , 27, e Dieferson Gomes, 24, por exemplo, foram namorados antes de ele se dar conta de sua verdadeira orientação sexual. Desta maneira, a relação que era romântica se transformou em uma profunda amizade.

“Quando ele me contou, eu falei: ‘qual a novidade?’. Eu sempre soube que ele era gay, desde a época que namorávamos. Sempre gostei dele como pessoa, a orientação sexual não fazia diferença na época e não faz hoje”, observa Daniela.

Fran Drescher e o ex-marido Peter Marc Jacobson: casamento
de 21 anos 
 terminou quando ele 'saiu do armário' (Getty Images)

A maneira receptiva com a qual a amiga recebeu a notícia só fez a cumplicidade entre os dois aumentar. “A Dani vai estar sempre junto de mim, não sei se no mesmo bairro ou no mesmo prédio, mas vai estar”, projeta Dieferson. Atualmente, os dois vivem e trabalham juntos num apartamento no centro São Paulo, no qual eles produzem vestidos de noiva.

Daniela se relaciona bem com atual namorado de Dieferson, mas confessa que ainda sente ciúmes das mulheres que se aproximam dele. “Cada mulher com o seu gay, já estou cultivando esse tem sete anos, fico fula da vida quando a mulherada chega nele, mesmo que elas queiram só amizade”, brinca a estilista.

Nos planos do casal, ou melhor, dos amigos Dieferson e Daniela há um projeto importante. “Quero um filho, e se tudo der certo vai ser com a Dani. Não sabemos como, mas acho que nada seria mais perfeito do que ter um filho dela”, constata o estilista.

Divórcio não acabou com amizade

A dona de casa Emanuela da Ponte , 37, e o designer de interiores Gláucio Veiga , 38, ficaram casados por 11 anos e tiveram dois filhos. “Nós nos dávamos muito bem, tínhamos uma cumplicidade muito grande, um casamento sólido. Vivíamos para as crianças, sempre curtindo a vida e viajando”, conta ela.

Mas quando o casamento se desgastou, o designer passou a conversar com outros homens na internet, conhecendo um rapaz com quem teve um encontro. “Logo depois, voltei pra casa, peguei minhas coisas e me separei, não foi pra ficar com ele nem nada, só achei que ela não merecia a traição”, lembra Glauco.

Emanuela da Ponte e Gláucio Veiga foram casados
11 anos até ele se assumir gay (Arquivo pessoal)

Como era de se esperar, a separação causou turbulência na vida de ambos, mas aos poucos eles conseguiram se recuperar, mantendo inclusive a amizade. Ela se casou novamente e teve outro filho. O designer fez questão de dar apoio à ex-mulher e amiga. “Foi um parto muito arriscado, passei muito tempo abraçando o Gláucio, ele ficou ao meu lado até a hora de ir para a sala de cirurgia”.

“Transformamos o amor de homem e mulher numa relação de amizade, qualquer problema de relacionamento nos abrimos um com o outro. Temos uma compreensão mútua que não acabou com o divórcio”, pontua Gláucio.

Camila Scatolini e Ricardo Virginilli. Ela namorou com ele
e depois se assumiu gay (Arquivo pessoal)

Amigo de todas as horas

No caso do ex-casal Camila Scatolini, 21, eRicardo Virginilli , 24, foi ela quem se assumiu gay e depois acabou virando a melhor amiga do antigo parceiro, com quem namorou por quatro anos. Camila se descobriu lésbica ao se apaixonar por uma colega da faculdade de Engenharia.

Camila recorda que foi difícil falar sobre assunto com Ricardo, que estuda Enfermagem. “Eu expliquei que precisava terminar com ele e me assumir lésbica. Ele ficou triste e chocado. E eu fiquei triste por magoá-lo, mas ele venceu a dor da separação ficando próximo a mim e continuando meu amigo. Ele sabia que se continuássemos eu estaria mentindo tanto para ele quanto pra mim”, observa a estudante.

Ricardo não nega que ficou realmente chocado. “Eu queria que ela voltasse atrás, chorei”, admite o estudante, que acabou aceitando a situação posteriormente. “Vi que estava sendo um idiota no começo”, constata.

Hoje, dois anos depois do rompimento, Camila e Ricardo continuam com uma amizade intensa, apesar da distância, já que amiga dele mudou para a França com a namorada.

“O Ricardo é meu companheiro, amigo para todas as horas. É alguém com quem eu posso conversar de tudo, que gosta das mesmas coisas que eu. Do mesmo modo como ele quer me ver feliz, eu quero vê-lo feliz, nunca conseguiríamos deixar de ser amigos”, conclui Camila.

FONTE: IG, 21/07/03

"Beijaço LGBT" para o papa em seu primeiro discurso da Jornada Mundial da Juventude

segunda-feira, 22 de julho de 2013 0 comentários

Local: No Largo do Machado!!!
Concentração e Oficina de Cartazes: 14hs!!! 
Saída em direção ao Palácio Guanabara: 17hs!!!!

Grupo organiza "beijaço LGBT" durante primeiro discurso do papa na Jornada

No dia em que chegar ao Rio de Janeiro para dar início à Jornada Mundial da Juventude --a segunda-feira (22)--, o papa Francisco terá uma cerimônia oficial de boas-vindas no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Mas também terá de enfrentar um protesto contra a homofobia.

Do lado de fora do Palácio, um grupo está programando um "beijaço LGBT" durante as primeiras palavras de saudação do papa para os peregrinos da Jornada. Segundo a organização da manifestação, o protesto será realizado em função do crescimento da homofobia e do fundamentalismo religioso no Brasil.

"O protesto foi pensado a partir do ano passado, quando o antigo papa Bento 16 fez o discurso de final de ano e disse que a família homoafetiva é uma ameaça ao mundo, que somos o mal do mundo", explica um dos líderes da organização do Beijaço, que prefere não se identificar por medo de "ataques de fundamentalistas religiosos".

"Desde o início, o Beijaço foi pensado para a semana da JMJ. (...) Em termos estratégicos é imprescindível demarcarmos a legitimidade das nossas sexualidades nesse momento", afirma outra líder do movimento. "A própria reação dos religiosos na página do evento [no Facebook] demonstra como o imaginário e o conservadorismo católico e cristão se traduzem em atitudes e discursos violentos e intolerantes contra as sexualidades não-normativas".

A concentração do ato será feita no Largo do Machado, zona sul da cidade, às 14h, a menos de 1,5 km da sede do governo. De lá, os manifestantes seguirão em direção ao Palácio Guanabara, onde pretendem chegar às 17h. Até a quarta-feira (17), cerca de 1.500 pessoas haviam confirmado presença pelo Facebook.

"O beijo - expressão de amor ou prazer - será a nossa forma de protestar dessa vez. Chega desse falacioso discurso moral e do atropelo de nossos direitos fundamentais! Vocês vão ter que nos engolir! Toda forma de amor vale a pena!", diz a organização do protesto.

O grupo afirma que não pretende se reunir com o papa e sim "dar visibilidade à opressão que a população LGBT sofre nas ruas, alertando para o perigo de discursos religiosos fundamentalistas".

"Não há nenhum interesse de reunião com o papa, não temos o que reivindicar à Igreja. Não queremos e não precisamos que nenhuma religião legitime nossas sexualidades, queremos apenas que elas sejam respeitadas. (...) As pessoas em geral não conectam as declarações religiosas com a morte das Travestis e Transexuais, com as agressões físicas à lésbicas e homossexuais. Como se as violências físicas não encontrasse nos discursos religiosos que atacam as nossas sexualidades o respaldo moralista", explica.

Os organizadores do "beijaço LGBT" afirmam ainda que o medo de uma maior repressão policial por conta da JMJ é o mesmo de repressões homofóbicas sofridas todos os dias.

"O cotidiano do LGBT é repleto de incertezas e inseguranças. Porque além da violência sofrida por qualquer cidadão, assalto e etc, temos um tipo de violência específica que ataca diretamente a nós, que é pelo fato de não nos enquadrarmos nos perfis hetenormativos que esperam da gente", explica um dos líderes.

Fonte: UOL Notícias Cotidiano, 18/07/2013 e Beijaço LGBT na JMJ 2013

Estrategista de Bush sai do armário e tenta mudar visão republicana sobre gays

sábado, 20 de julho de 2013 0 comentários

Presidente George W. Bush (E) é visto com Ken Mehlman durante jantar da
Comissão Nacional Republicana em Washington (25/10/2005)

Estrategista de Bush sai do armário e tenta mudar visão republicana sobre gays
Mehlman defende que casamento gay é consistente com valores conservadores e bom para Partido Republicano

A recente discussão da Suprema Corte dos EUA sobre o casamento gay transformou a vida de Ken Mehlman, um dos estrategistas republicanos que orquestraram a reeleição de George W. Bush em 2004 com uma plataforma que incluía a oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.



Agora, Mehlman, um executivo de Manhattan, empenha-se no que pode ser sua batalha final: convencer colegas republicanos de que o casamento gay é consistente com valores conservadores e bom para o partido. Após uma reviravolta pessoal, ele segue sua jornada para apagar o que um dos seus novos amigos do movimento de direitos gays chama de “o incrivelmente destrutivo” legado de Bush.

Ele se mantém polêmico; é aplaudido por uns, tido como vilão por outros. Para a esquerda, ele é um herói improvável ou covarde hipócrita. Na direita, alguns republicanos o abraçam, outros o chamam de traidor.

Para Mehlman, sair do armário foi um pouco “como o funeral de Tom Sawyer, quando você aparece em seu próprio funeral e ouve o que as pessoas pensam de verdade”, afirmou. “Uma grande parte do cérebro que era usada para se preocupar com ser descoberto agora está livre para se preocupar com coisas muito mais produtivas.”


Aos 46 anos, Mehlman continua o estrategista ativo e reservado que era na época Bush, com o mesmo hábito de não olhar nos olhos das pessoas. Ele evita a maioria das entrevistas e se esquiva de perguntas pessoais, como fez no passado quando surgiram rumores a respeito de sua sexualidade.

“Tenho uma vida feliz hoje, e tinha uma vida feliz antes”, disse. Livre do fardo do segredo, ele mora em um bairro com uma grande comunidade gay. Um outro amigo diz que ele “está a cada dia mais confortável em ser quem é”, que tem encontros, mas não está pronto para se casar.

Mehman se recusa a falar sobre uma eventual culpa pela forma como conduziu a campanha em 2004, quando Bush, para atrair os evangélicos, propôs uma proibição federal ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e, com isso, subiu nas pesquisas.

Apesar de seu passado, ou talvez por causa dele, Mehlman construiu um raro nicho republicano na comunidade gay, que é esmagadoramente democrata.


Permanecendo nos bastidores a maior parte do tempo, ele trabalhou com a Casa Branca para o fim da política homofóbica no Exército , fez lobby entre os legisladores para aprovar o casamento gay nos Estados de Nova York , Minnesota e New Hampshire, serviu como conselheiro informal de senadores republicanos como Rob Portman, de Ohio, que apoiou o casamento entre pessoas do mesmo sexo depois de descobrir que seu filho era gay, e ainda ajudou a levantar milhões em doações para causas gays, incluindo uma campanha antibullying.

Mehlman também fundou uma pequena ONG para fazer pesquisas de opinião que tenham apelo para os conservadores.

Ao defender seu ponto de vista para os conservadores, Mehlman evoca o termo “casamento civil” como forma de lembrar que ele está falando de “casamento pela lei, como algo diferente do casamento como um sacramento religioso”. Ele usa palavras amigáveis aos republicanos, como “liberdade” em vez de “igualdade”.

Mas nacionalmente a batalha é imensa. Pesquisas mostram que dois terços dos republicanos se opõem ao casamento entre pessoas do mesmo sexo – o número só é melhor no grupo com menos de 30 anos.

É difícil determinar quanta diferença seu trabalho está fazendo para a causa gay. Mas Karl Rove, o grande estrategista republicano, já disse que consegue imaginar um republicano pró-casamento gay concorrendo à presidência em 2016.

Por Sheryl Gay Stolberg

Fonte: IG via The New York Times

Backstreet Boys canta 'In a World Like This' que celebra casamento igualitário

sexta-feira, 19 de julho de 2013 0 comentários


Backstreet Boys volta com clipe que celebra casamento gay; veja 'In a World Like This'
Com formação original, o grupo lança novo disco neste mês

Fenômeno no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, os Backstreet Boys estão de volta! Estreou nesta quinta (18) o clipe da nova música de trabalho do grupo, In a World Like This.

No vídeo, cenas dos 5 integrantes aparecem intercaladas com cenas que celebram marcos na história dos EUA, como a chegada do homem à lua e as decisões favoráveis ao casamento gay nos EUA.

"Queremos mostrar nosso apoio à comunidade LGBT. Acreditamos que duas pessoas do mesmo sexo devem ter o direito de se casar", diz A.J. McLean (o segundo na foto, da direita para a esquerda).

In a World Like This, a música, é uma parceria com Max Martin, o produtor responsável pelos maiores hits dos Backstreet Boys, como I Want It That Way, Everybody (Backstreet's Back) e As Long As You Love Me, e faz parte do 8º disco da carreira do grupo, que leva o mesmo nome.

Com data de lançamento marcada para 30 de julho, é o primeiro trabalho lançado com a formação original desde 2006, quando Kevin Richardson abandonou a carreira, antes de voltar atrás.

Veja letra e clipe abaixo.

In a World Like This
You got me wide open, wide open now I'm yours
You found me heartbroken
Heartbroken on the floor
Became my salvation, salvation through the war (yeah)
You got me wide open, wide open now I'm sure

In a world like this where some back down
I, I know we gonna make it
In a time like this when love comes round
I, I know we gotta take it
In a world like this when people fall apart
In a time like this when nothing comes from the heart
In a world like this, I've got you

And now I'm free falling, free falling in your eyes
You got me still calling, still callin' no surprise

I never knew I could love 'til the end of time (yeah)
And now I'm free falling, free falling by your side

In a world like this where some back down
I, I know we gonna make it
In a time like this when love comes round
I, I know we gotta take it
In a world like this when people fall apart
In a time like this when nothing comes from the heart
In a world like this, I've got you

Yeah, in a world like this

You got me wide open wide open, yeah
And now I'm free falling, free falling

Hey yeah, yeah (yeah, yeah!)
You're all I, you're all I (you, you)
You're all I need!

In a world like this where some back down
I, I know we gonna make it
In a time like this when love comes round
I, I know we gotta take it
In a world like this when people fall apart
In a time like this when nothing comes from the heart
In a world like this, I've got you

Fonte: Capricho online e Vagalume

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Novo livro resgata a perseguição aos LGBT pelo nazismo

quinta-feira, 18 de julho de 2013 0 comentários


Alexandre Adoni, do blog Volta ao Mundo, fez pequena resenha sobre Branded by the Pink Triangle (Marcados pelo Triângulo Rosa) novo livro do autor canadense Ken Setterington que trata do tema da perseguição empreendida pelo nazismo contra homossexuais. Para ilustrar o assunto, seguem dois filmes completos sobre amores LGBT durante o período nazista: Bent, citado por Adoni, e Aimee y Jaguar (ver resenha Lilly e Felice: Paixão Louca na Berlim Nazista). No caso de Aimée & Jaguar, infelizmente a versão completa está com legendas em inglês, podendo ser trocada para em português, com as limitações inerentes a esse tipo de tradução (fora a dublagem). Mas vale o esforço.

Marcados pelo triângulo rosa: Novo livro fala sobre comunidade LGBT alemã antes do nazismo


“Branded by the Pink Triangle” (“Marcados pelo Triângulo Rosa”) é o mais novo livro do autor canadense Ken Setterington, lançado no primeiro semestre deste ano. Ele, que se define como “metade judeu”, foi buscar histórias da Alemanha pré-regime nazista e conta ao leitor que até cerca de 1920, o país germânico, especialmente Berlim, era um dos lugares mais tolerantes do mundo para ser homossexual.

Setterington inclusive destaca dois ativistas daquele tempo: o romancista Thomas Mann (casado com Kafka) e o físico judeu-alemão Albert Einstein (que era hétero), como figuras importantes na luta pelos direitos LGBT’s e defendiam o banimento de lei contra a homossexualidade. Cenário que mudou drasticamente com a chegada dos nazistas ao poder e a prisão e execução de judeus, ciganos e homossexuais.

Para quem pensa que a bandeira do arco-íris sempre foi o único símbolo da comunidade LGBT, o livro é leitura interessante para entender o nascimento do triângulo rosa, que era costurado nos uniformes para identificar quem era homossexual nos campos de concentração.

“Branded by the Pink Triangle” não tem edição em português e pode ser facilmente encontrado na versão original em inglês nas livrarias on-line.

PARA ENTENDER MAIS SOBRE O ASSUNTO

Assista “Bent”, peça de teatro aclamadérrima, que virou filme com Mick Jagger fazendo papel de drag nazi descendo de um balanço. É claro que é muito mais do que isso! Trata-se da história de amor entre dois prisioneiros homossexuais em um campo de concentração, bem resumidamente falando. Tem que ver!

Casamento LGBT legalizado na Grã-Bretanha com aprovação da rainha

quarta-feira, 17 de julho de 2013 0 comentários

God Save The Queen” (Deus Salve a Rainha)

A rainha Elizabeth II aprovou nesta quarta-feira o casamento gay na Grã-Bretanha. A decisão é o último passo para a legalização, que já havia obtido sucesso na Câmara do Lordes e na Câmara dos Comuns. 

A aprovação na Câmara dos Comuns do Parlamento britânico ocorreu no fim da terça-feira, após cerca de duas horas de debate. Foram 390 votos a favor e 148 contra.

"É um momento histórico, que repercutirá na vida de muitas pessoas. Estou muito orgulhosa que o tenhamos tornado possível", afirmou a ministra da Cultura, Maria Miller, cuja pasta elaborou o texto.

Os primeiros casamentos só poderão ser realizados a partir do próximo ano porque o governo tem de resolver algumas questões administrativas, como o efeito sobre as pensões.

O texto foi impulsionado pelo primeiro-ministro britânico David Cameron, apesar da oposição dentro de seu próprio Partido Conservador. O texto quase não provocou debate na opinião pública, majoritariamente favorável.

Os deputados decidiram não se opor a uma série de emendas menores ao projeto de lei propostas pela Câmara dos Lordes, e deixar assim livre o caminho para o casamento gay na Inglaterra e em Gales.

Para os britânicos, a mudança é principalmente simbólica, porque os casais gays têm os mesmos direitos de paternidade que os heterossexuais e podem adotar, recorrer à procriação medicamente assistiada e a uma mãe de aluguel, desde que não seja remunerada. Desde 2005 também existe a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

A lei permite que organizações religiosas optem por realizar casamentos gays. No entanto, a Igreja da Inglaterra e a Igreja de Gales seguem proibindo este tipo de cerimônia. A lei ainda concede proteção especial para casais transgêneros, que poderão trocar de sexo e continuar casados.

A decisão torna a Grã-Bretanha o décimo país europeu a aprovar a união entre pessoas do mesmo sexo, juntando-se a Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Suécia e Islândia.

Fonte: Terra, 17 de Julho de 2013

Bancos mudam regras de licença paternidade para incluir gays

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Rafael Gerhardt (à esq.) e Lucimar Quadros da Silva, com seu filho João Vitor

Bancos mudam regras de licença para incluir gays

DERLA CARDOSO

Como forma de reter e atrair bons profissionais, bancos estão mudando suas políticas de licenças paternidade e adoção. O objetivo é estender o direito a funcionários homossexuais.

O HSBC anunciou no mês passado que homens que estiverem em uma união estável homoafetiva e adotarem crianças com até oito anos de idade poderão ficar 30 dias sem ter que ir ao trabalho.

Empregados viúvos e solteiros também passaram a ter o direito.

Desde de 2007, a empresa já permitia incluir o parceiro nos planos de saúde, odontológico e de previdência.

"Queremos atrair pessoas e que os funcionários que já estão aqui se sintam mais confortáveis na empresa", diz Ivana Linsingen, superintendente de RH da empresa.

No Banco do Brasil, a licença adoção é oficial desde 2009. São 30 dias para os homens e 180 para as mulheres.

"A diferença existe porque a lei já trata da questão da licença maternidade, mas não do caso dos homens", afirma Carlos Alberto Araújo Netto, diretor de gestão de pessoas da instituição.

Mas, para a diretora de diversidade da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Jorgete Leite Lemos, a maioria das empresas ainda não está preparada para lidar com o tema.

"Os departamentos vão se surpreender porque essa é uma demanda reprimida. Os gestores não sabem tratar desses assuntos e isso não deve mudar com um treinamento de fim de semana", afirma.

Na visão dela, o benefício é um fator de retenção de profissionais. "Hoje, se o funcionário não está contente, procura outra companhia."

Para advogado Luiz Kignel, especialista em direito de família, as corporações passaram a ser obrigadas a garantir os benefícios desde 2011, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu que pessoas do mesmo sexo podem ter regime de união estável. "Essa decisão se aplica para tudo. Os casais têm direito e essa igualdade é um caminho sem volta", afirma.

De acordo com Kignel, os funcionários que tiverem os pedidos negados devem entrar na Justiça.

Em alguns casos, o processo é demorado. Lucimar Quadros da Silva, 48, funcionário do Banrisul, adotou João Vitor quando o menino tinha três meses. Assim que o documento da adoção saiu, o analista conseguiu uma licença paternidade e ficou em casa por quatro dias.

Após o período, ele teve que entrar com um pedido de licença maternidade para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que foi negado em uma semana.

O casal recorreu e só após dois anos teve a aprovação final. Como resultado, Silva obteve uma licença de quatro meses. A empresa ainda concedeu-lhe mais 60 dias.

MUNDO NOVO

A falta de clareza nas leis deixa as empresas sem parâmetros diante dos pedidos. No Citi, existem 11 casos de união estável, mas até agora não foram registrados requerimentos de licença adoção.

"Essa não é nenhuma barreira para nós. Mas, como nunca aconteceu teríamos que consultar para checar a melhor maneira de tratar o caso", explica Andrea Aikawa, superintendente de RH da organização.

Atualmente, a empresa permite a inclusão de dependentes nos convênios.

Para solicitar os benefícios, não é preciso comunicar o chefe do departamento. Basta avisar o RH.

Guilherme Gonçalves, 26, analista de planejamento de vendas, é um dos funcionários que se beneficiam da política. Ele colocou o parceiro no plano de saúde e no seguro de vida corporativos.

Ele afirma que esses direitos estão entre os fatores que o motivam a continuar na companhia.

"No momento de tomar alguma decisão [de troca de emprego], colocaria esse aspecto na ponta do lápis."

Fonte: Folha de São Paulo, 14/07/2013

Reino Unido dá passo decisivo rumo a aprovação do casamento LGBT

terça-feira, 16 de julho de 2013 0 comentários


Câmara dos Lordes aprova casamento LGBT no Reino Unido

O projeto de lei que regulamenta a união civil e religiosa entre pessoas do mesmo sexo no Reino Unido superou ontem ((15/07/2013)) um de seus principais obstáculos ao passar na Câmara dos Lordes. Em frente ao Parlamento, o público comemorou ao saber da aprovação.

O projeto de lei volta agora para a Câmara dos Comuns, onde os parlamentares revisarão as emendas apresentadas pelo governo antes de uma nova votação.

A expectativa é de que a lei passe sem problemas, já que a Câmara dos Comuns aprovou uma versão anterior do projeto com 390 votos a favor e 148 contra.

A lei em tramitação no Parlamento britânico autoriza o casamento entre casais homossexuais tanto no civil quanto no religioso na Inglaterra e no País de Gales.


A Igreja Anglicana, no entanto, ainda está dividida sobre o tema e não promove a união entre casais do mesmo sexo. 

Fonte: Paraná Online via Associated Press, 15/07/2013

Reino Unido avança em projeto de casamento homossexual

A Câmara dos Lordes aprovou ontem (15/07/2013) o projeto de lei sobre o casamento homossexual, uma importante etapa para a sua adoção definitiva na Inglaterra e no País de Gales. O texto voltará terça-feira à Câmara dos Comuns, que já havia aprovado o projeto por 366 votos contra 161, para ser debatido antes de sua aprovação final.

A decisão dos Lordes foi recebida com festa pelos militantes dos direitos dos homossexuais, vestidos de rosa em frente ao Parlamento. "Minha vida e as de muitos outros serão mais belas hoje do que ontem", declarou o lorde trabalhista Waheed Alli, homossexual declarado. Seu colega conservador, Lord Framlingham, lamentou o fato de este projeto de "mal amados" ter superado todos os obstáculos sem dar concessões à oposição.

A Câmara dos Lordes havia rejeitado o projeto em 4 de junho, após dois dias de intensos debates. Uma emenda chamada de "demolição" possibilitou a aprovação do texto.

O casamento homossexual causou pouca agitação na opinião pública, que é majoritariamente favorável, mas segue dividindo o Partido Conservador. O primeiro-ministro David Cameron se mostrou determinado em fazer valer o casamento gay na Inglaterra e no País de Galles a partir de meados do próximo ano. As outras regiões do Reino Unido, Escócia e Irlanda do Norte, têm sua própria legislação.

Entre os britânicos, a mudança é simbólica, porque os casais homossexuais têm os mesmos direitos parentais que os casais heterossexuais. Ele podem adotar, recorrer à procriação medicamente assistida e à barriga de aluguel, desde que não seja remunerada, e podem se unir civilmente desde 2005.

Fonte: Terra via AFP, 15/07/2013

Vinte e duas mulheres apaixonadas dizem sim às companheiras

segunda-feira, 15 de julho de 2013 0 comentários

Por amor à mulher e à Polícia. Silvana Gomes casou fardada e Veronice de noiva.
 As duas agora assinam Lacerda. (Fotos: Cleber Gellio)

De vestido, buquê e apaixonadas, 22 mulheres dizem sim às companheiras
Paula Maciulevicius

A marcha nupcial deu o tom. As portas se abriram. E todos os olhares se voltaram a elas. Pelo tapete vermelho da Escola Superior da Defensoria Pública, 22 noivas cruzaram o corredor sob os desejos de felicidades de pais, amigos e familiares até chegarem ao altar e viver o momento tão esperado. Do “sim”. Desta vez, dito em coro.

De todas as noivas, apenas três seguiam o tradicional vestido branco. Nas mãos, os buquês de rosas contrastavam com as roupas, na maioria em tons claros, que elas seguravam com tanto orgulho. Os olhos passaram toda emoção de quem realizou neste domingo o sonho de menina. Serem levadas ao altar e entregues a quem vai lhes prometer amor na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

As lágrimas que caíram não roubaram o brilho do olhar e nem tampouco borrou a maquiagem. Mãos trêmulas de nervoso e ansiedade, junto de toda luta para o grande dia, foi o que impediu que a fotografia registrasse qualquer falha. A manhã deste domingo foi perfeita, como elas sempre sonharam.

Minutos antes de o casamento começar, uma das noivas vivia o estresse que a maioria delas passou hoje. Karla Ajala, 23 anos, andava de um lado para o outro com o afilhado nos braços perguntando se todo mundo já tinha chegado.

“Não, ele não é meu filho. É meu afilhado e vai ser o pajem. Mas ‘fulano’ já chegou mesmo?”, perguntava a um dos convidados, enquanto respondia à imprensa. Sim, Karla, todos estavam ali só esperando a entrada de vocês.

A noiva mal dormiu a noite e ainda não tinha visto a futura esposa, Leilane. Mas uma coisa era certa: “ela vai estar linda”, dizia. E estava.

A expectativa, os sorrisos e a ansiedade. Elas também dividiram
estes sentimentos antes da troca de alianças.

Foi na fila para entrada dos pais que o Lado B achou o único pai que ia conduzir a filha ao altar. Elas conquistaram o direito de dizer ‘sim’, mas esbarram em muitos ‘nãos’ por aí e por conta disso, a família prefere comemorar o casamento no anonimato.

O pai da noiva é um senhor de 65 anos, que sofre de mal de Parkinson e sentia câimbras desde o início da manhã e nem por isso deixou o papel de lado. “Eu acho lamentável ser o único aqui. Todos os pais deviam apoiar a ideia dos filhos, desde que não seja droga, vandalismo, crime, essas coisas. Desde que não seja o errado. Eu só quero que elas tenham uma vivência feliz. Se está bom para a família e para os filhos, a gente deve apoiar”, dizia.

Com todo orgulho, ele exibia o que desejava à filha e à nora: a felicidade. Foi ele quem anunciou à filha que fazia questão de levar ela ao altar. “Eu falei: eu vou entrar com você e vou levar você. Ela chorou. Mas é claro que eu ia levar, eu gosto muito dos meus filhos”, revelou.

No intervalo entre os últimos minutos de solteira para os primeiros de casadas, as noivas, filha e nora do pai acima, viviam a emoção do momento que para qualquer mulher é único. Naquele período que antecede a marcha nupcial, quem segurou o choro até ali, desaba. “É uma emoção muito grande. Minha família é tudo para mim, se eles não aprovassem, eu não ia estar aqui agora”, contou. Ela casou-se de vestido, mas fugiu do branco. Preferiu um de festa, longo e de tafetá cinza. Entre os sentimentos do 'antes', estava o receio de tudo dar errado misturado a maior emoção, com exceção do nascimento dos filhos.

“Depois das minhas duas filhas este momento é único”, descrevia. A noiva dela concordou, mas as palavras mal saíam da boca. Ela foi a primeira a cruzar o corredor do casamento coletivo realizado pela Defensoria do Estado. Emoção que transbordava o limite da própria felicidade para a ruptura do preconceito e chegar a alcançar o sonho de declarar o amor no altar. “Estou realizando um sonho meu e dela. A gente lutou muito e é uma felicidade imensa”, acrescentou.

Geliane Mascarenhas, agora assina Bitencourt, com a mulher Ruth Pereira Bitencourt.
A aliança que significa vitória para o casal.

A cerimônia decorreu com um ‘sim’ em coro perante ao juiz de paz. Um casal foi sorteado para ter o nome lido da forma tradicional: ‘Geliane e Ruth’ responderam que aceitavam uma a outra como legítima cônjuge até que a morte vos separe.

Entre vestidos brancos e smookings, um traje em especial chamou atenção. A policial militar Silvana Gomes Lacerda, 33 anos, se casou fardada. Ela demonstrou amor à mulher Veronice da Silva, de 35 anos, e também à corporação. “Eu gosto de ser Polícia”, respondeu a soldado quando questionada do por quê da vestimenta. O tom de azul contrastado com o branco do vestido de Veronice deu um toque especial às fotografias.

Mantendo a postura firme, Silvana disse que estava feliz e que o nervosismo fazia parte sim, mas custou a derramar uma lágrima. A emoção foi mesmo quando a noiva entrou. Veronice chegou ao altar levada pelo filho.

“Estou muito emocionada, realizando um sonho”, disse. O menino, Jeferson Lopes Moraes, 18 anos, concordou. “Eu também estou, é o nosso sonho”. Ao Lado B falou o quanto lutou ao lado delas para que este momento chegasse.“Eu fui criado com elas, quando eu entreguei a minha mãe, não consegui falar nada. Passou um filme na minha cabeça, desde criança. Não é de hoje, elas sempre quiseram. Minha relação de sonho é ver o sonho dela realizado”.

Depois de todas sentadas perante os convidados é que se via a alegria no rosto de cada uma delas. Até a chegada do ‘sim’ de hoje, não foi só pelo pedido de casamento que elas tiveram de esperar. Foi pela decisão da Justiça de permitir a união homoafetiva. Foi de esperar que, no papel, elas pudessem concretizar o que já vivem há anos. O amor de uma pela outra.

Do casamento saíram 11 casais de noivas que têm pela frente, além dos desafios da vida de um casal, a missão diária de lidar com o preconceito. A aliança que elas trocaram hoje simboliza mais que o amor e a fidelidade. É a prova da união de duas pessoas que se amam acima de todo e qualquer preceito. “Eu tinha vontade de preencher num papel de cadastro como ‘casada’, mas não dava para por. Agora dá”, brincou a noiva Veronice.

“Foi muita emoção. Quer coisa melhor que ver minha filha feliz? Ela é aquela, a mais bonita. Foi a maior felicidade da minha vida. Se eu morresse hoje, ia morrer feliz”, finaliza a mãe de uma das noivas.

Fonte: Campo Grande News, 07/07/2013

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