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IBGE afirmou que vai divulgar, em 25 de maio, indicadores referentes à orientação sexual autodeclarada

segunda-feira, 28 de março de 2022 0 comentários


O Ministério Público Federal acionou a Justiça para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclua campos para identificação de "identidade de gênero" e "orientação sexual" nos questionários do Censo 2022 e em futuras pesquisas. A Procuradoria argumenta que o fato de não haver um perfil social, geográfico, econômico e cultural da comunidade LGB e T no Brasil resulta em um verdadeiro empecilho para a formulação de políticas públicas focadas nas necessidades de tal população.
O censo demográfico do IBGE ignora totalmente a identidade de gênero e a orientação sexual em seus questionários. Trata-se de uma verdadeira limitação em sua metodologia censitária, que, além de excluir importante parte da população brasileira do retrato real que deve ser demonstrado pela pesquisa, também restringe o alcance das políticas públicas que efetivam os seus direitos fundamentais", sustenta o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias no documento.
A ação foi apresentada ao juízo da 2ª Vara Federal em Rio Branco após representação do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do Ministério Público do Estado do Acre.

Em nota, o IBGE afirmou que vai divulgar, no dia 25 de maio, indicadores referentes à orientação sexual autodeclarada, que serão inseridos na Pesquisa Nacional de Saúde. O órgão sustenta que o censo não é a pesquisa adequada para sondagem ou investigação de identidade de gênero e orientação sexual. Nessa linha, aponta que em razão da importância do tema desenvolveu questão específica sobre a orientação sexual na PNS.
Ao realizar essa divulgação, o IBGE visa dar uma primeira contribuição com estimativas da população LGB (Lésbicas, Gays e Bissexuais), em processo de avaliação de possíveis melhorias em futuras investigações", ponderou o órgão. A nota não faz menção à pergunta sobre identidade de gênero.
A ação ajuizada pela Procuradoria contra o instituto classifica como crucial que o censo capte o máximo da diversidade da população:
Sem esse conhecimento, subpopulações importantes tornam-se invisíveis e iniciativas para coletar dados representativos são severamente limitadas, senão inviabilizadas, como é o caso atual da população em pauta".
Nessa linha, o órgão explica como dados oriundos do censo são essenciais para que as políticas possam ser projetadas eficazmente a áreas deficitárias. O Ministério Público Federal frisa que essa população  enfrenta vários encargos pessoais e sociais relacionados à saúde física e mental, altas taxas de suicídio, disfunções familiares, discriminação, falta de moradia e emprego, marginalização e barreiras ao acesso a serviços públicos que demandam apoio governamental direcionado.

A ação destaca que o Brasil é o País onde mais se relata casos de violência contra a população LGB e T pelo 13º ano consecutivo. Além disso, o documento cita estudo realizado pela ONG TODX sobre violências contra a comunidade nos anos de 2018 e 2019 que revelou uma realidade assustadora sobre o volume de subnotificações nos casos de discriminação.

A Procuradoria da República chegou a abrir um inquérito civil sobre a falta de perguntas, no questionário do Censo, sobre comunidade LGB e T. Na ação, o Ministério Público Federal rebate alguns dos argumentos apresentados em nota pelo IBGE após a notícia de instauração da apuração.

Um dos pontos citados pela Procuradoria é a alegação do Instituto de que a investigação de gênero seria considerada quesito sensível e poderia impactar na coleta de todas as demais informações coletadas. O Ministério Público Federal sustenta que o tratamento de dados sensíveis não é novidade no questionário do IBGE, indicando que o quesito sobre cor e raça também faz parte desse grupo e suscita dúvidas na população.

O MPF também rebateu argumento de que a Justiça Federal negou, em 2019, uma ação que pedia a inclusão, no censo 2020, de pergunta visando a contagem da população transexual. A Procuradoria ressalta que, na ocasião, foi acolhido o argumento do IBGE de que o pleito era inédito no mundo e que apenas Grã-Bretanha e Austrália começaram a desenvolver pesquisas para incluir questões exclusivamente sobre orientação sexual em seus censos.

Agora, a ação diz apresentar metodologia censitária adequada para incluir questões sobre orientação sexual e identidade de gênero no Censo 2022, conforme já realizado pela Inglaterra, País de Gales, Escócia, Canadá e Nova Zelândia.
Se antes não havia metodologia adequada, nem questionários semelhantes em outros países, hoje não faltam referências internacionais sobre como incluir sexualidade e gênero no censo demográfico", diz o documento.
COM A PALAVRA, O IBGE

O IBGE vai divulgar no dia 25 de maio de 2022 indicadores referentes à orientação sexual autodeclarada. Esses indicadores foram levantados no Módulo Atividade Sexual inserido na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, em parceria com o Ministério da Saúde.

A PNS abarca temas relacionados à saúde da população e aos impactos nos serviços de saúde do País. Sua primeira edição aconteceu em 2013, e a segunda em 2019. Nessa mais recente, novos temas foram introduzidos, entre eles, a pergunta sobre orientação sexual das pessoas com idade igual ou superior a 18 anos.

A coleta dessa informação na PNS atende ao eixo 2 da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBT), instituída pela Portaria nº 2.836 de 1º de dezembro de 2011. A Portaria se refere às ações de promoção e vigilância em saúde para a população LGBT, que tratam do aperfeiçoamento de instrumentos de vigilância em saúde, com a inclusão de quesitos de orientação sexual e identidade de gênero, bem como a qualificação das informações em saúde, desde a coleta até a análise dos dados.

A investigação se faz necessária tanto para a elaboração de políticas públicas voltadas para essa população quanto para o monitoramento de potenciais desigualdades de aspectos sociais e de saúde, segundo as diferentes orientações sexuais, e, por fim, para a construção do conhecimento científico relacionado ao tema. Ao realizar essa divulgação, o IBGE visa dar uma primeira contribuição com estimativas da população LGB (Lésbicas, Gays e Bissexuais), em processo de avaliação de possíveis melhorias em futuras investigações.

Esses esclarecimentos se prestam para frisar que o Censo Demográfico, de 10 em 10 anos, não é a pesquisa adequada para sondagem ou investigação de identidade de gênero e orientação sexual. A metodologia de captação das informações do Censo permite que um morador possa responder por ele e pelos demais residentes do domicílio. Pelo caráter sensível e privado da informação, as perguntas sobre a orientação sexual de um determinado morador só podem ser respondidas por ele mesmo.

Cabe esclarecer, ainda, que a Defensoria Pública da União, por meio da Ação Civil Pública nº 5019543-02.2018.4.02.5101, também solicitou a contagem da população transexual através do Censo 2020 (adiado para 2021 e, posteriormente, para este ano de 2022, por causa da pandemia de Covid-19 e por falta de recursos, respectivamente). Tal pedido foi considerado "improcedente" nos dois graus de jurisdição, vindo a ocorrer o trânsito em julgado. A Justiça acatou plenamente os argumentos do IBGE.

O IBGE entende a importância do tema e, por isso, desenvolveu na PNS questão específica sobre a orientação sexual - a ser divulgada em 25 de maio deste ano.

Clipping (editado) MPF vai à Justiça para obrigar IBGE a incluir no Censo 2022 espaço para LGBTQIA+, Diário do Grande ABC, via Estadão conteúdo, 23/03/2022

Ambiente inclusivo no trabalho para gays e lésbicas aumenta a produtividade dos funcionários

quarta-feira, 22 de setembro de 2021 1 comentários

Ambiente mais inclusivo, mais produtividade

Se compararmos com as últimas décadas, falar abertamente sobre orientação sexual e identidade de gênero no mercado de trabalho pode parecer mais fácil em 2021, mas isso não quer dizer que seja a regra ou que seja para todo mundo. Em uma pesquisa inédita conduzida pela consultoria Mais Diversidade, com o apoio institucional do Estadão, apenas 15% dos profissionais LGBT declararam, explicitamente, que falam sobre o tema com a sua liderança, falando muito mais sobre sua orientação sexual para pessoas mais próximas (39%).

No entanto, quando questionados, 55% dos entrevistados disseram falar com “todas as pessoas” do trabalho. De acordo com a consultoria, uma vez que havia a alternativa específica da liderança, os respondentes poderiam ter selecionado ambas as opções, mas não o fizeram, o que se leva a crer que não são todas essas pessoas que falam abertamente sobre ser gay, lésbica, bissexual com seus líderes diretos.

Ao contrário do que acontecia há alguns anos, os profissionais LGBT falam sobre o tema mais abertamente nas empresas - apenas 20% deles não falam com ninguém no trabalho. Dentre as letras que compõem a sigla, os bissexuais são os que mais sentem insegurança para falar sobre sua orientação sexual em todos os âmbitos da vida, como família e trabalho.

Os dados da pesquisa O Cenário Brasileiro LGBTI+ também mostram que os ambientes de trabalho têm ganhado uma importância muito similar a dos ambientes familiares para as pessoas LGBT se abrirem. Enquanto 80% dos entrevistados falam sobre o tema para alguém na empresa (seja líder, colegas ou amigos mais próximos), 83% falam com a família (veja infográfico completo mais abaixo).

Quando questionados sobre o que é mais importante para o profissional LGBT no trabalho, em primeiro lugar vem o ambiente inclusivo (74%), em segundo, mais referências LGBT entre executivos e executivas (54%) e oportunidades de desenvolvimento de carreira (45%). A diferença aparece no recorte da população transgênero - para ela, em segundo lugar vem o desenvolvimento de carreira (58%) e depois as referências entre executivos (37%).
Os dados confirmam questões que vemos na nossa prática profissional. É atribuída uma importância muito grande ao clima organizacional, à segurança psicológica no trabalho, um espaço em que eu possa ser quem eu sou, onde eu sinta que eu possa me levar por inteiro. No aspecto da liderança, o sinalizador é que o tema precisa ganhar um degrau. É importante a gente avançar do ponto de vista de sensibilizar e conscientizar as lideranças sobre esses assuntos”, comenta Ricardo Sales, consultor e sócio-fundador da Mais Diversidade.
A pesquisa também mostra que quem não fala sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero com ninguém no trabalho tem uma propensão maior a mudar de emprego. Entre os que pretendem mudar de emprego, 72% não falam abertamente sobre ser LGBT com ninguém no trabalho (havia a possibilidade de responder mais de uma alternativa).

A pesquisa foi respondida por 2.168 profissionais do País que trabalham em organizações de grande porte (56%), pequenas e médias empresas (26%), outros setores (15%) e desempregados (3%). Na pesquisa de formulário online, 73% dos respondentes se declararam homossexuais (gays ou lésbicas), seguidos por bissexuais (16%), pansexuais (5%), heterossexuais (5%) e 1% marcou a opção outros.

Apesar de o Brasil haver um apagão de dados em relação ao público LGBT - já que nenhuma pesquisa oficial, como o Censo do IBGE, faz esse tipo de pergunta para a população -, a estimativa é de haja 18 milhões de brasileiros LGBT - sem considerar assexuais e intersexuais -, segundo a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

Por que é importante falar sobre orientação sexual

Quantas pessoas no seu trabalho sabem da sua vida pessoal? Quantas delas conhecem a pessoa com quem você se relaciona afetivamente? Para quem você contou com quem viajou nas últimas férias? Quem você leva nas festas da empresa ou nas premiações?

Se você é uma pessoa  heterosexual, é provável que compartilhe grande parte dessas informações com os seus colegas de trabalho, incluindo a sua liderança. Você pode até ser uma pessoa mais reservada e não gostar de conversar, mas você sabe que, se quiser falar sobre o seu namoro ou o seu casamento no trabalho, não vai ser olhado com preconceito nem penalizado por isso com agressões e assédio moral, obstáculos no desenvolvimento de carreira ou até mesmo demissão.

Adriana Ferreira, antes na IBM agora na Mais Diversidade
Eu tenho certeza de que a minha carreira alavancou porque eu não tinha que esconder quem era a minha esposa, quem fazia parte do meu plano de saúde. Quando eu me casei, eu tive apoio irrestrito para a preparação do casamento, com as dificuldades que eu tive com a minha família. Imagina eu tendo que passar por tudo isso sem falar que eu ia me casar ou mentindo que eu ia me casar com um homem? Não é que você tenha que falar sobre sua orientação sexual o tempo todo, mas, se eu quiser, eu tenho a minha permissão, está posto um lugar de direito para mim”, conta Adriana Ferreira.

 Aos 50 anos, Adriana até a última semana ocupava o cargo de head de diversidade e inclusão para a América Latina na IBM. Agora é líder da área de consultoria da Mais Diversidade.

Logo no início dos seus 13 anos de IBM, ainda como estagiária, ela já se sentiu confortável para falar sobre sua orientação sexual, motivada pelas políticas da companhia e pelo fato de ter sido contratada por uma gerente também lésbica.

Não é de hoje que há uma ideia muito clara no mundo corporativo de que é impossível separar vida profissional de vida pessoal, mas a pandemia tornou esses antigos limites ainda mais borrados. Se a ideia vale para os problemas, pois é bastante difícil não deixar que uma questão pessoal atrapalhe no trabalho e vice-versa, ela também vale para as identidades e características pessoais de cada profissional.
Para sair do armário, eu tive que, primeiro, ter a minha aceitação pessoal e da família. No meio disso tudo tinha o mundo corporativo. Em algum momento, eu sabia que isso ia precisar ser aberto, porque o fato de não abrir te faz despender uma energia muito grande”, conta Argentino Oliveira, Diretor de Gente e Gestão da Suzano. “Você precisa fazer um mundo paralelo que não existe e você sai, fecha a porta da empresa e começa a viver o mundo real, em que você é casado. Os primeiros sete anos foram muito morosos para mim.”
Argentino tem 35 anos e  é gay, de 35 anos. Os primeiros sete anos aos quais se refere é o tempo que demorou para conseguir falar abertamente no trabalho sobre a sua orientação sexual. O pontapé inicial aconteceu em sua segunda experiência profissional, na mesma época em que o casamento homoafetivo foi legalizado no Brasil. O reconhecimento da união estável foi permitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011 e a conversão dessa união em casamento foi aprovada em 2013 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Eu tinha receio de que isso impactasse a minha carreira. A gente tem aquilo de precisar ser o melhor, porque na hora que eu me assumir eu preciso sempre estar um patamar acima. Depois que saí do armário no mundo corporativo, ficou mais fácil me posicionar. Quando você vai construindo uma rede de apoio, você vai entendendo que está tudo bem, que tem uma luz no fim do túnel, que você não vai ficar sem emprego. E isso tira um peso”, conta.
O peso e a batalha aos quais os entrevistados se referem estão ligados a pontos que interferem na capacidade de trabalho do profissional. Um ambiente de trabalho inclusivo é mais propício a fornecer segurança psicológica ao funcionário, argumentam especialistas. Uma vez em que se sente mais seguro em ser quem é, o profissional tem mais chances de se desenvolver, criar relacionamentos e trabalhar melhor.

Ter um ambiente sustentável com a criação de laços são dois itens indispensáveis para se alcançar a felicidade no trabalho, item fundamental para a tomada de decisão, a criatividade e, até mesmo, para a função imunológica.
Quando você consegue levar a sua vida e a suas vivências com você para o trabalho isso te dá uma capacidade de ser mais espontâneo, mais criativo e, por isso, muito mais efetivo naquilo que você está fazendo. Você não precisa cortar uma parte da sua vida e viver uma outra vida, talvez, com algumas mentiras”, explica Javier Constante, CEO da Dow para América Latina.
Ele começou a falar abertamente no mundo corporativo sobre ser um homem gay há cinco anos, quando percebeu que precisava ser mais autêntico com o seu time.

Uma pesquisa realizada pela consultoria multinacional Boston Consulting Group neste ano, com 8.800 pessoas de 19 países, incluindo o Brasil, apontou que funcionários que já saíram do armário no trabalho se sentem mais confortáveis para se posicionar, serem eles mesmos e construírem amizades no escritório. Para a organização, os resultados ajudam a explicar porque as empresas com culturas inclusivas estão associadas a baixas taxas de turnover e trabalho em equipe de maior sucesso.


Ricardo Sales, CEO e co-fundador da consultoria Mais Diversidade. Foto: Alex Silva/Estadão

Você cria um ambiente em que as pessoas têm um laço de confiança umas com a outras e, quando isso acontece, elas ficam mais felizes em trabalhar. E quando você está mais feliz, você consegue trazer mais inovação, questionar o seu gestor, trazer um olhar que antes não tinha. O fato de falar e ter a liberdade de se mostrar na organização cria um laço entre líder e liderado”, explica Argentino, que hoje lidera um time de 210 pessoas.
O que a empresa pode fazer

A pesquisa feita pelo Boston Consulting Group mostrou que o primeiro ano em um emprego novo é crítico para a decisão de se abrir ou não sobre a sua orientação sexual ou identidade de gênero. Considerando os dados gerais dos 19 países pesquisados, uma média de 70% das pessoas falam abertamente durante o processo seletivo ou nos primeiros 12 meses de empresa. Apenas 10% tomam essa decisão após o primeiro ano e os 20% restantes seguem sem falar.

Entre quem já passou por isso, a opinião é de que não existe um momento certo para falar, depende do quão seguro é o ambiente da empresa e da situação em que o profissional se encontra. Mas há ações que a empresa pode tomar para tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo e seguro, tais como construir um ambiente seguro para que as pessoas se sintam confortáveis para falar de sua orientação sexual sem recear por sua carreira. Criar programas de desenvolvimento de carreira para grupos minoritários e colocar profissionais LGBT em cargos de liderança.

Com informações de LGBT ainda vê barreira para sair do armário no trabalho e quer ambiente mais inclusivo, por Marina Dayrell , O Estado de S. Paulo, 18/07/2021

Saúde lesbiana: pesquisadora busca colaboradoras pra sua pesquisa sobre câncer entre lésbicas

quinta-feira, 16 de setembro de 2021 0 comentários


A psicóloga e doutoranda Carolina de Souza está em busca de colaboradoras que possuam as seguintes características e vivências: ter idade igual a 18 anos ou mais, ter tido diagnóstico de câncer de mama ou câncer ginecológico (ovário, útero, endométrio, vulva ou vagina) e se autoidentificar como uma mulher lésbica ou ser uma mulher que se relaciona afetivamente (ou que já se relacionou) com outra mulher para participar de sua pesquisa intitulada "Itinerário terapêutico de mulheres lésbicas com câncer ginecológico na perspectiva de gênero".

Essa pesquisa, que já foi aprovada pelo Comitê de Ética da faculdade, é orientada pelo Professor Dr. Manoel Antônio dos Santos e está vinculada ao programa de pós-graduação em psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP). O objetivo do trabalho é compreender as vivências de mulheres lésbicas que tiveram ou tenham algum tipo de câncer ginecológico ou câncer de mama em seus itinerários terapêuticos de busca por serviços de saúde e no curso do tratamento.

Espera-se que, após a conclusão deste estudo, a pesquisa possa contribuir para que os/as profissionais de saúde compreendam melhor as necessidades das mulheres diagnosticadas com cânceres ginecológicos, sobretudo os aspectos relacionados à diversidade sexual, o que pode potencializar a melhoria no atendimento e, consequentemente, maior adesão ao tratamento. A participação no estudo é voluntária e, portanto, a participante não é obrigada a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pela pesquisadora. Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento sair do mesmo, não haverá nenhum problema. Todos os resultados obtidos serão usados para fins científicos a respeito da temática evidenciada, resguardando sempre o sigilo com os dados das colaboradoras.

A pesquisadora estará a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa através do e-mail e do telefone/WhatsApp disponibilizados abaixo. Sendo do interesse da participante, é possível agendar uma devolutiva sobre a pesquisa durante ou após o término da mesma. Se você está dentro dos requisitos e se interessa em participar ou conhece alguém que possa se interessar, por favor, entre em contato com a pesquisadora ou divulgue essa pesquisa em seus grupos.

E-mail: carolina2.souza@usp.br Telefone/WhatsApp: (16) 991752525

Pesquisa indica que 67% dos brasileiros acreditam que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade

segunda-feira, 6 de julho de 2020 0 comentários

LGBTQIA Pride
67% dos brasileiros acreditam que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade
Uma pesquisa do Instituto Pew indica que 67% dos brasileiros dizem acreditar que a homossexualidade deveria ser aceita pela sociedade, um aumento de seis pontos percentuais desde a realização da última edição do levantamento, em 2013.

Entre os 34 países analisados, o Brasil aparece no 16º lugar, atrás dos outros dois Estados latino-americanos incluídos: México (14º) e Argentina (10º). Ambos já apareciam à frente do Brasil no levantamento anterior e tiveram altas mais expressivas: 15 pontos percentuais entre os mexicanos e 10 entre os argentinos.

O país vizinho foi o primeiro entre os três a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2010, durante o governo de Cristina Kirchner. No México, esse direito varia de uma região a outra. Na Cidade do México, o casamento gay foi legalizado em 2009, mas só passou a ter validade em todos os territórios após uma decisão da Suprema Corte, em 2010.

Desde 2011, os estados de Coahuila e Chihuahua, ao norte, e Quintana Roo, ao sul, também legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo gênero. Nos pólos extremos do ranking estão a Suécia, onde 94% se disseram a favor da aceitação da homossexualidade, e a Nigéria, na qual apenas 7% dos entrevistados responderam o mesmo.

A pesquisa, realizada em 2019 e divulgada nesta quinta-feira (25), mostra que, embora mais da metade dos entrevistados em 16 dos 34 países pesquisados diga que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade, discrepâncias expressivas entre os índices nacionais persistem.

Segundo o instituto, um dos fatores que influenciou as respostas é o alinhamento político dos entrevistados: pessoas mais à direita apoiam menos o tema do que quem está à esquerda no espectro político. Nos Estados Unidos, 53% dos direitistas responderam a favor da aceitação –33 pontos percentuais atrás dos esquerdistas, que registraram 86%.

No país, pautas progressistas como a legalização do aborto e do casamento gay, e a proibição de discriminação de pessoas transexuais no ambiente de trabalho ganharam terreno graças a decisões da Suprema Corte. Os legisladores federais não conseguiram formar maioria para adotar leis sobre esses temas -nem a favor, nem contra.

Essas demandas seguem sendo altamente sensíveis entre o eleitorado americano –a proibição do aborto, por exemplo, é uma das principais plataformas do Partido Republicano. A preferência política também é acentuada nos países europeus com governos populistas de direita ou nos quais há participação expressiva de partidos com esse perfil na política nacional.

Na Hungria de Viktor Orbán, por exemplo, 40% daqueles que se identificam com a direita responderam a favor, contra 61% daqueles que se alinham à esquerda. Outro fator determinante para a percepção da homossexualidade, segundo o Instituto Pew, é a idade. Em 2 de cada 3 países analisados, os jovens se mostraram significativamente mais propensos a serem favoráveis na questão.

A diferença entre as respostas do grupo de 18 a 29 anos daquelas dos entrevistados de mais de 50 chegou a 56 pontos percentuais na Coreia do Sul, o país que mostrou a maior diferença generacional. O Japão fica em segundo lugar desse índice: a proporção de jovens favoráveis à aceitação é 36 pontos percentuais mais alta. Seul também teve a maior diferença no recorte de gênero: 51% das mulheres se dizem a favor, enquanto apenas 37% dos homens concorda com esse posicionamento.

Clipping Aceitação da homossexualidade no Brasil cresceu de 61% em 2013 para 67% em 2019, Diário de Pernambuco (via FolhaPress), por Diana Lott, 5/06/2020

Estudos mostram que casais de gays e lésbicas são mais felizes do que casais heterossexuais

segunda-feira, 2 de março de 2020 0 comentários

Casais de gays e de lésbicas dividem melhor as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos


Há cinco anos legalizado em todos os EUA, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não matou a união heterossexual. De fato, parece que muitos desses casais poderiam ter um matrimônio mais feliz e satisfatório se tomassem como exemplo algumas atitudes dos homossexuais.

Não faz muito tempo, um grupo de pesquisadores pediu a três grupos de casais casados legalmente — heterossexuais, gays e lésbicos — que mantivessem registros diários de suas experiências de pressão e dificuldades conjugais. E a conclusão foi que as mulheres em casamentos heterossexuais relataram os maiores níveis de estresse psicológico; os homens em casamentos homoafetivos, os menores. Os homens casados com mulheres e as mulheres casadas com mulheres ficaram no meio, registrando graus semelhantes de ansiedade.

Segundo Michael Garcia, principal autor do projeto, o mais impressionante é que estudos anteriores já tinham concluído que as mulheres em geral mostravam um nível maior de desconforto na relação, mas, na verdade, isso só vale para as que são casadas com homens.

Há fortes razões históricas para os casamentos heterossexuais serem sujeitos a mais tensão, desentendimento e ressentimento que as relações homossexuais: o que os distingue através dos tempos não é quantas vezes já foram realizados, mas as distinções gritantes que ditam em relação aos deveres e à autoridade dos parceiros.

Às vezes, um marido exercia autoridade sobre o trabalho de uma mulher; outras, sobre duas ou mais. Ocasionalmente, como em muitas das 80 e tantas sociedades conhecidas pela prática da poliandria, diversos maridos exerciam poder sobre uma única esposa. Até os anos 70, quando uma norte-americana se casava, seu marido passava a tomar conta de sua sexualidade e da maior parte de suas finanças, propriedades e comportamento.

Entretanto, já nessa época muita gente no país rejeitava o casamento tradicional. Ao longo das décadas de 70 e 80, as esposas ganharam igualdade legal em relação a seus maridos e a justiça redefiniu as responsabilidades da união em relação à neutralidade de gênero. Em 1994, a grande maioria da população dos EUA repudiava a necessidade de papéis específicos de gênero no matrimônio, defendendo em vez disso o compartilhamento de responsabilidades.

De fato, a divisão de tarefas domésticas passou a se tornar um componente cada vez mais importante na estabilidade conjugal, e a falta dela, um indicador mais e mais poderoso de conflito. Nas uniões realizadas antes de 1992, os casais pareciam satisfeitos com a mulher como principal responsável pelo cuidado com a casa e os filhos, mas isso mudou: estudos realizados em 2006 concluíram que os mais felizes e mais realizados sexualmente eram os que dividiam o trabalho caseiro e a educação dos filhos mais equitativamente. Aqueles em que a mulher acumulava a maior parte das obrigações domésticas, como a lavagem da louça, registravam os maiores níveis de discórdia.

Apesar disso, pouco menos de um terço dos casais heterossexuais analisados na época conseguira alcançar a igualdade aproximada na divisão do trabalho doméstico. Para a maioria dos heterossexuais, o casamento continua a reforçar o estereótipo de gêneros. Um estudo de 1999 concluiu que, quando um homem solteiro se casava, reduzia sua rotina de trabalho doméstico, em média, em três horas e meia por semana; no caso da mulher, ela aumentava o tempo de tarefas caseiras, aquelas atividades mecânicas que devem ser feitas diariamente, em um volume proporcional.

Quando chegam os filhos, as velhas tradições conjugais se confirmam ainda mais. Joanna Pepin, pesquisadora da Universidade do Texas, e seus colegas descobriram recentemente que as mães casadas passam mais tempo no serviço doméstico do que as mães solteiras e têm tempo de lazer significativamente menor que aquelas que só moram junto com os companheiros. Segundo a especialista me disse, "as expectativas de gênero tradicionalmente associadas ao papel da esposa parecem encorajar as mães casadas a trabalhar mais do que as que não são, e seus maridos a aceitar isso como algo normal".

É aqui que os casais de pessoas do mesmo sexo podem oferecer dicas bem úteis aos heterossexuais casados: uma vez que não podem usar as diferenças atribuídas às diferenças entre homens e mulheres para definir quem faz o quê, eles se baseiam menos nos estereótipos. A tendência dos pais heterossexuais é a de ver tarefas como cuidar dos filhos, lavar a roupa e a louça como parte do pacote atribuído a um dos parceiros; a probabilidade de os homossexuais assumirem obrigações tanto consideradas "femininas" como "masculinas" indiscriminadamente é muito maior.

Como também a de compartilharem os deveres rotineiros. Uma pesquisa de 2015 concluiu que quase metade dos casais homossexuais em que ambos trabalhavam fora dividia a lavagem de roupa, por exemplo, em contraste com os heterossexuais, cujos números não chegavam a um terço. A proporção chegava a ficar gritante quando se tratava do cuidado com os filhos: 74 por cento, em relação a 38 dos casais heterossexuais.

Como estes, entre os pais gays geralmente um se habilita a parar ou reduzir a carga horária de trabalho. Entre os casais de homens, há a mesma porcentagem de pais que ficam em casa quanto entre os heterossexuais; a diferença é que as chances de especificarem "tarefas femininas" àquele que passa mais tempo em casa são bem menores. E também tendem a discutir as preferências individuais de cada um para quem faz o que em casa. Isso é válido principalmente para os gays e talvez seja por isso que eles demonstrem uma satisfação maior com a divisão de tarefas.

Na questão parental, o fato de os pais do mesmo sexo não poderem se encaixar nos padrões de gênero gera algumas diferenças gritantes. Uma análise da American Time Use Surveys de 2003 a 2013 verificou que os homens que tinham parceiras mulheres passavam menos tempo do tempo total e a menor proporção do tempo livre engajados com os filhos. As mulheres com parceiras passavam mais tempo.

Mas os homens com parceiros do mesmo sexo passavam tanto tempo com os filhos quanto as mulheres médias casadas com homens. O resultado? As crianças que moram com pais do mesmo sexo convivem com os pais, em média, três horas e meia por dia; as que têm pais heterossexuais, duas horas e meia.

O estudo também mostra que pais gays e mães lésbicas têm mais probabilidade de interagir mutuamente com os filhos. Em famílias tradicionais, ao contrário, a mãe é quem toma a iniciativa e o pai fica de coadjuvante ou faz atividades paralelas.

Outra vantagem parental para os homossexuais é que eles raramente têm um filho indesejado ou não planejado, o que representa um risco para a parentalidade deficiente. Em 2011, último ano para o qual existem dados disponíveis, 45 por cento das gestações nos EUA foram acidentais, e 18 por cento, indesejadas. Se os oponentes ao controle de natalidade e ao aborto continuarem a ganhar espaço, os pais de mesmo sexo se verão com cada vez mais vantagens nesse aspecto da vida familiar.

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Há fortes razões históricas para os casamentos heterossexuais serem sujeitos a mais tensão,
desentendimento e ressentimento que as relações homossexuais

Uma comparação de doze anos em relação à maneira como os casais dão início e lidam com os desentendimentos identificou outras vantagens dos casais homossexuais. Os pesquisadores John Gottman e Robert Levenson concluíram que, em uma briga com o parceiro, gays e lésbicas se comportavam de forma menos agressiva, dominadora e amedrontada do que os indivíduos de sexos diferentes, talvez por não terem de lidar com a mesma bagagem de desigualdade de poder. Assim, usavam mais afeto e humor durante as discussões, tornavam-se menos agitados e se acalmavam mais rapidamente depois.

Mesmo no dia a dia, gays e lésbicas usam métodos mais positivos para influenciar o parceiro, usando o encorajamento e o elogio em vez de críticas, sermões ou apelos para estimular o remorso e a culpa no outro.

Um aspecto positivo característico dos casais gays é que a tendência de discutir abertamente as respectivas preferências se estende também para a sexualidade, incluindo escolhas que podem espantar alguns heterossexuais. Por exemplo, embora a extensão da não monogamia nos relacionamentos homossexuais masculinos seja quase sempre exagerada, as relações oficialmente abertas são mais comuns entre eles do que entre lésbicas e heterossexuais. Muitos inclusive definem acordos detalhados sobre os tipos de contato sexual permitidos fora da relação, sob que circunstâncias e com que frequência.

Notadamente, porém, embora o namoro entre homens seja menos estável do que o das lésbicas e dos heterossexuais, a união formal deles é tão sólida quanto a destes últimos, e mais que as uniões entre mulheres.

A socióloga Virginia Rutter, coautora de "The Gender of Sexuality", alega que os casais heterossexuais poderiam alcançar um nível maior de intimidade e evitar crises destrutivas em seus relacionamentos se também falassem de seus desejos e ambivalências sexuais com mais franqueza.

Por outro lado, os casamentos homoafetivos também são afetados pelas expectativas de gênero que permeiam nossa sociedade, talvez de formas surpreendentes; gays e lésbicas internalizam muitas dessas atitudes, ainda que tenham rejeitado ou modificado os limites que elas impõem, o que torna mais provável o compartilhamento de suas prioridades e hábitos.

A mulher, por exemplo, há muito é socializada para acreditar que dar e receber apoio emocional é uma obrigação rotineira, algo que, como pôr comida na mesa, deve ser feito todos os dias. Para Debra Umberson, socióloga da Universidade do Texas, a mulher tende a se dedicar integralmente à antecipação, compreensão e reação às necessidades físicas e emocionais do parceiro.
Só que isso funciona de um jeito totalmente diferente quando ela está em um relacionamento com outra mulher. Entre lésbicas, há uma reciprocidade muito maior no que se refere ao nível de cuidado; ambas se mostram atentas às necessidades e preferências da parceira, reagindo ativamente a elas. Já no casamento heterossexual, o marido, além de dar como certo esse tipo de atenção, não reconhece a dedicação da mulher e geralmente não vê a necessidade de apoio emocional da parte dela", explicou a professora em entrevista.
Casais de gays também mostram reciprocidade na questão desse desvelo, embora com menos intensidade que as mulheres. Como os homens heterossexuais, os parceiros geralmente valorizam mais a preservação da autonomia emocional e da independência do que o rompimento de barreiras com o objetivo de conquistar uma maior intimidade.
O gay é mais comedido que a mulher, oferecendo cuidado emocional e instrumental ao parceiro quando a necessidade é clara, sem tratar a questão como uma obrigação rotineira; e justamente por isso a tendência é não esperar esse tipo de comportamento, a menos que peça explicitamente — afirma Umberson.
Mas talvez justamente por não ter uma mulher em casa para "controlar" a temperatura emocional, o gay é muito mais consciente que o homem heterossexual da atenção à necessidade de apoio emocional do parceiro, de modo que possa oferecê-la quando realmente for necessária.

O que não significa dizer que os casais de gays e lésbicas têm todas as respostas para os heterossexuais que querem se livrar dos hábitos do casamento tradicional; uma dose dupla de socialização masculina ou feminina também tem lá seus problemas. A mulher se dedica mais a manter e aprofundar a intimidade do que a maioria dos homens e tem uma expectativa muito maior de empatia e apoio emocional. Também monitora a qualidade da relação mais de perto e tem padrões mais altos para ela.

Essas características podem produzir relacionamentos excepcionalmente íntimos e solidários, mas também consomem muita energia e geram estresse e decepção – o que talvez explique por que as relações lésbicas, apesar da alta qualidade, em média, tenham uma proporção maior de rompimento que as parcerias de casais heterossexuais e/ou gays.

Estes, por sinal, também têm vulnerabilidades relacionadas à socialização de gênero. No estudo de Gottman e Levenson, a única exceção à maior positividade dos casais de mesmo sexo ocorria quando um dos parceiros se tornava particularmente negativo na defesa de seu argumento. Nessas ocasiões, o companheiro achava mais difícil levar a conversa de volta para um nível menos beligerante do que os heterossexuais e as lésbicas. É possível que essa tendência de descambar para a hostilidade esteja relacionada com a socialização masculina que gera raiva quando o homem se sente desrespeitado.

Todos nós — heterossexuais, gays ou lésbicas — temos dificuldades em saber como substituir as regras tradicionais de gênero e casamento que frustram nossos valores mais modernos e adaptar/atualizar as que continuam sendo úteis. E o que funciona em algumas relações nem sempre dá certo em outras.

O que é mais um motivo para se abrir à existência e à visibilidade de outros modelos que ofereçam dicas de como tornar o casamento mais bem-sucedido. Kristi Williams, editora do "The Journal of Marriage and Family", por exemplo, se diz curiosa para ver como os norte-americanos de gênero fluido, cada vez mais comuns, negociarão seus relacionamentos.
Com a evolução e a diversificação das famílias, teremos novas oportunidades de aprender mais uns com os outros — ela aposta.
Clipping Estudos mostram que casais homoafetivos são mais felizes. O que eles podem ensinar aos heterossexuais?, por * Stephanie Coontz, O Globo, 26/02/2020 

* Stephanie Coontz, autora de "Marriage, a History: How Love Conquered Marriage", é diretora de pesquisa e educação pública do Conselho de Famílias Contemporâneas.

Homofobia pode ser o resultado da repressão de certas pessoas a seus próprios desejos

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020 0 comentários

Rubén Montenegro
Rubén Montenegro

A homofobia poderia ser o resultado da repressão de certas pessoas a seus próprios desejos

O The New York Times publicou em 2012 um artigo com essa manchete provocadora que ligava a homofobia à homossexualidade. O texto expunha o resultado de várias pesquisas. Evidentemente, nem todos os homofóbicos são homossexuais. Você pode ter antipatia ou ódio contra pessoas diferentes de você por diversas razões: educação, crenças de qualquer tipo ou medo. Contudo, essa aversão também pode ser produzida pela repressão de certas pessoas de seus próprios desejos, como diria Freud. É exatamente o que aconteceu com personalidades de certa notoriedade pública. Nos Estados Unidos, vários líderes evangélicos e políticos que classificavam a homossexualidade como pecado ou que defendiam sua classificação como crime se tornaram famosos. Com o passar do tempo se descobriu que aqueles que defendiam essas teses haviam tido experiências com pessoas do mesmo sexo.

Várias pesquisas mostram a correlação entre homofobia e homossexualidade. Uma delas foi publicada em 2012, depois da análise do comportamento de 748 jovens norte-americanos e alemães. No estudo, pediram-lhes que expressassem sua tendência sexual em uma escala de zero a 10, de homossexual a heterossexual. Em seguida, realizaram um exercício de "associação semântica" que consistia em categorizar imagens relacionadas à homossexualidade ou à heterossexualidade, enquanto o computador media o tempo de reação. Os pesquisadores incluíram a palavra eu de modo subliminar. Aparecia apenas 35 milissegundos para que a mente consciente não a notasse. De acordo com a associação semântica, se alguém acredita que é homossexual e antes apareceu a palavra eu, faz uma conexão mais rápida, medida pelo computador.

Os resultados concluíram que mais de 20% dos participantes que se declararam completamente heterossexuais apresentaram alguma discrepância em suas respostas. E o mais surpreendente: essas pessoas estavam mais inclinadas a promulgar políticas contra os homossexuais ou a impor punições mais severas ao grupo por crimes menores. Quando os pesquisadores aprofundaram na educação que os participantes haviam recebido, encontraram um elo comum: aqueles cujas respostas foram mais discrepantes durante o exercício tinham crescido em ambientes muito controladores, com pais muito beligerantes contra a homossexualidade.

Em 1996, já tinha sido realizada uma pesquisa que media a excitação de 64 homens por meio da espessura de seu pênis enquanto assistiam a vídeos de sexo entre heterossexuais e entre homossexuais. Aqueles considerados homofóbicos negaram que gostassem de vídeos entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, seus pênis diziam outra coisa: estavam excitados.

As pesquisas anteriores ainda são controversas, tanto pelos métodos selecionados e os porcentuais sugeridos como pela não repetição dos resultados. É o que afirma um artigo publicado em 2013 que não encontrou correlação entre a aversão e as tendências homossexuais, e que foi igualmente refutado.

Parece óbvio insistir em que nem todos os homofóbicos são homossexuais, mas é possível que em alguns casos haja alguma relação, como se deduz de várias investigações científicas ou, pelo menos, de algumas declarações de pessoas que reconheceram o vínculo. Vale a pena ser mais sincero consigo mesmo e, como sugere Richard Ryan, um dos pesquisadores da Universidade de Rochester, despertar a compaixão pelos próprios intransigentes. Talvez eles tenham vivido em ambientes muito controladores e estejam lutando contra uma parte de si mesmos.

Clipping Homofóbico? Talvez você seja homossexual, por Pilar Jericó, El País, 25/06/2019

Segundo estudo, lésbicas são vistas de forma mais positiva do que gays em 23 países ao redor do mundo

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020 0 comentários

Adolescentes lésbicas no Mardi Gras de Sidney na Austrália

Resumo da notícia

.Estudo feito em 23 países aponta que, ao redor do mundo, homens gays são vistos mais negativamente que mulheres lésbicas
.Relatório foi publicado no jornal científico Social Psychology and Personality Science
.Homens demonstraram mais antipatia em relação a gays, e mulheres em relação a lésbicas
.Dos países pesquisados, os que veem a homossexualidade de forma mais positiva são Espanha, Bélgica e Reino Unido

Um estudo publicado recentemente no jornal científico Social Psychology and Personality Science mapeou as atitudes em relação a homens gays e mulheres lésbicas em 23 países ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

De acordo com os resultados, as mulheres lésbicas são vistas de forma mais positiva do que os homens gays em todos os países participantes. A diferença foi mais acentuada em países como Rússia e Hungria, e menos acentuada em nações como Índia e Espanha.

Além dos países já citados, participaram da pesquisa Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, China, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul, Suécia, Turquia e Estados Unidos.

O estudo apontou que participantes do sexo masculino demonstraram mais antipatia em relação a homens gays, enquanto participantes do sexo feminino mostraram o mesmo resultado contra mulheres lésbicas.
Apenas na China, França e Itália os homens demonstraram atitudes mais negativas em relação a mulheres lésbicas [do que em relação a homens gays]. No México e nos Estados Unidos, as avaliações das mulheres sobre outras mulheres lésbicas foi muito mais severa", diz um trecho do relatório.
O estudo ainda certificou uma conexão entre o preconceito contra pessoas homossexuais e a "a percepção que mulheres lésbicas e homens gays quebram o que é considerada a norma tradicional do gênero [a que pertencem]".

Dos 23 países pesquisados, os que veem a homossexualidade de forma mais positiva são Espanha, Bélgica e Reino Unido. Já os países que veem homens gays e mulheres lésbicas de forma mais negativa são Rússia, Hungria e Turquia.

Clipping Gays são vistos de forma pior que lésbicas, diz estudo que incluiu Brasil, UOL, 14/01/2020

Pesquisa de associação empresarial (Aberje) aponta que diversidade e inclusão aumentaram no ambiente de trabalho

segunda-feira, 5 de agosto de 2019 0 comentários


Pesquisa revela o amadurecimento do tema da diversidade dentro das empresas.
Pesquisa realizada pela Aberje aponta que 57% dos funcionários acreditam que diversidade e inclusão foram ampliadas no ambiente em que trabalham

Pesquisa revela o amadurecimento do tema da diversidade dentro das empresas. É o que diz a pesquisa “A Diversidade e Inclusão nas Organizações no Brasil”, realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). O estudo aponta o crescimento de programas de diversidade no ambiente de trabalho.

Participaram do estudo 124 companhias que, juntas, faturam R$ 1,24 trilhão, equivalente a 18,3% do PIB brasileiro em 2018. Entre essas empresas, 63% têm programas de diversidade e inclusão.
Melhorar a imagem e reputação" foi citado por 68% das empresas como justificativa para iniciativas que promovam a diversidade. Outras razões apontadas foram contribuir para mudanças estruturais da sociedade (63%), aumentar a eficiência interna (57%), qualificar a cultura organizacional (54%) e desenvolver soluções inovadoras (47%).
A pesquisa também entrevistou 269 profissionais brasileiros para saber a percepção deles sobre a diversidade nas companhias em que trabalham. Entre eles, 57% dizem que a diversidade e inclusão foram ampliadas ou se tornaram mais evidentes recentemente. Os programas internos que se destacam são aqueles voltados aos temas: pessoas com deficiência (96%), identidade de gênero (83%), cor e etnia (78%) e orientação sexual (74%).

Em contrapartida, ainda existem funcionários que sofrem discriminação no ambiente corporativo — não apenas em razão da cor da pele ou orientação sexual, mas sobre questões relacionadas a peso, idade e até mesmo preferências políticas.

Os entrevistados disseram que já presenciaram, uma ou mais vezes, situações constrangedoras como: discriminação por conta da altura ou peso (24%), identidade ou expressão de gênero (40%), idade (35%), cor ou etnia (30%). O mais comum, no entanto, foi a discriminação em relação à orientação política: 55% dos funcionários dizem já ter presenciado esse tipo de situação.

A falta de diversidade tem um preço para as empresas. Um quarto dos profissionais dizem já ter considerado pedir demissão por se sentirem isolados, e 42% já sentiu pressão para mudar as próprias características pessoais a fim de se enquadrar aos padrões da empresa.

Relacionamento e liderança

Os líderes incentivam que os funcionários trabalhem com os colegas com diferentes características de diversidade. Segundo os funcionários, 45% dos chefes têm essa preocupação e investigam denúncias de tratamento preconceituoso. Por outro lado, falham em auxiliar aos funcionários a reconhecer preconceitos que promovam a discriminação ou a exclusão (52%).

Clipping "O que leva as empresas brasileiras a investir em diversidade?", Época Negócios, 04/08/2019

74% dos brasileiros consideram que a homossexualidade "deve ser aceita por toda a sociedade"

quarta-feira, 14 de novembro de 2018 0 comentários

Rejeição à homossexualidade diminuiu na sociedade brasileira.
74% dos brasileiros consideram que a homossexualidade "deve ser aceita por toda a sociedade"

Pesquisa Datafolha mostra que a aceitação de LGBT pela sociedade cresceu de forma significativa nos últimos três anos


Pesquisa Datafolha para identificar a inclinação ideológica da população brasileira revela que a aceitação de homossexuais está crescendo no Brasil.

O levantamento divulgado nesta segunda-feira (3) aponta que 74% dos brasileiros consideram que a homossexualidade "deve ser aceita por toda a sociedade". Em 2014, quando foi feita a última pesquisa, eram 64%.

Atualmente, 19% dos brasileiros dizem que a homossexualidade "deve ser desencorajada por toda a sociedade". Há três anos, eram 27%.

O Datafolha entrevistou 2.771 pessoas de 21 a 23 de junho.

Esse mesmo levantamento mostra que os brasileiros estão condenando mais a pena de morte como resolução para crimes hediondos. Em 2014, eram 52%; agora, são 55%.

Também aumentou ligeiramente a proporção de pessoas favoráveis à reeducação dos adolescentes infratores: 25%, em 2017, contra 22%, em 2014.

O percentual de favoráveis a punições mais severas para menores, como as infligidas a adultos, caiu de 76% para 73%.

Apesar do avanço de pensamentos associados à esquerda verificado pela pesquisa, uma das bandeiras de direita mais em voga é a defesa pela posse de arma. Para 43% dos brasileiros, "possuir arma legalizada deveria ser direito do cidadão". Em 2014, essa era a crença de 35%.

De acordo com 55% dos entrevistados, a posse de armas deve ser proibida por configurar ameaça à vida. Essa proporção diminuiu bastante: eram 62% três anos atrás.

Fonte: HuffPost, por Diego Iraheta, 03/07/2018

Filhos casais de mesmo sexo crescem tão bem quanto os de casais heterossexuais

quinta-feira, 26 de julho de 2018 0 comentários


Filhos de pais gays crescem tão bem quanto os de casais heterossexuais
Estudo científico analisou quase 400 casais com filhos e traçou suas condições psicológicas

São Paulo – Um estudo sobre pais do mesmo sexo concluiu que seus filhos são tão bem psicologicamente ajustados quanto os de casais heterossexuais–ou mesmo melhores.

Conduzida por psicólogos da Universidade de Sapienza de Roma e da Universidade do Texas de Austin, a pesquisa envolveu quase 400 casais.

Feito com base em questionários, o estudo consultou 195 pais heterossexuais (que tiveram filhos sob condições naturais), 70 casais de homens, que tiveram filhos com uma mulher (algo como barriga de aluguel), e 125 casais de mulheres, com concepção por doação de esperma.

As perguntas feitas aos pais foram “Quanto vocês avaliam que a sua família é funcional?”, “Quais são os pontos fortes, fracos e características sociais dos seus filhos?” e “Qual é a avaliação que faz se si mesmo enquanto pai?”. Os resultados foram compilados e analisados estatisticamente.

Os pesquisadores destacaram que as crianças com pais gays e mães lésbicas foram reportadas mostrando menor ocorrência de problemas psicológicos do que filhos de pais heterossexuais.

O estudo foi analisado pela comunidade científica e publicado no Journal of Developmental and Behavioral Pediatrics.

Ainda assim, ele tem algumas limitações. Ele não é longitudinal, quando pesquisadores acompanham os participantes de uma pesquisa ao longo dos anos, e é baseado em questionário, o que deixa a conclusão sujeita ao que se chama de viés.

No contexto científico, o novo estudo faz sentido e se encaixa em uma série de outros levantamentos e pesquisas feitas em diferentes regiões do planeta.

Em 2010, por exemplo, uma análise de 33 estudos sobre o bem-estar de crianças criadas por pais homossexuais concluiu que não há evidências, em termos sociais, educacionais, comportamentais e emocionais, que elas sejam piores do que os filhos de casais heterossexuais.

Fonte: Exame, por Lucas Agrela, 04/07/2018

Segundo estudo da Public Health England, lésbicas têm vida sexual mais feliz do que mulheres héteros

terça-feira, 24 de julho de 2018 0 comentários


Lésbicas têm vida sexual mais feliz do que mulheres héteros, diz estudo

Mulheres que se relacionam com mulheres têm vida sexual mais satisfatória do que as heterossexuais. De acordo com estudo da Public Health England deste ano, apenas metade das mulheres entrevistadas está feliz com a vida sexual, mas entre as lésbicas o índice é muito maior: pode superar os 70%. 

Segundo estudos publicados em 2014 no "Journal of Sexual Medicine", enquanto as mulheres que transam com mulheres gozam 75% do tempo do sexo, as heterossexuais "chegam lá" em apenas 61% do tempo.  (Entre os homens, por outro lado, a diferença entre o prazer dos gays e dos héteros é mínima: 85% e 86%, respectivamente. )

O motivo?
É simples: as mulheres lésbicas sabem onde é o seu clitóris e sabem o que fazer para conseguir um orgasmo. Elas não precisam mostrar à parceira o que fazer, o que significa que sua satisfação sexual é maior", explicou Matty Silver, terapeuta de saúde sexual, em entrevista ao "The Guardian".
Sue Mann, consultora de saúde pública responsável pela pesquisa da Public Health England, acrescenta que muitos homens deixam as preliminares de lado e acreditam que a parceira vai gozar apenas com a penetração, mas apenas 20% das das mulheres, segundo a pesquisa, "chegam lá" sem estimulação clitoriana.
É uma das razões pelas quais muitas mulheres heterossexuais falsificam seu orgasmo", diz Mann. 
Idade

Um dado interessante da pesquisa é que, de acordo com as 7 mil entrevistadas, o sexo melhora com o passar do tempo. Enquanto 50% das mulheres de 25 a 34 anos se dizem satisfeitas com a vida sexual, o número cresce para 71% na faixa etária de 55 a 64 anos.

Fonte: Universa, 13/07/2018

Homofobia pode ser atração pelo mesmo sexo

sexta-feira, 20 de abril de 2018 0 comentários

Homofobia está relacionada à homossexualidade reprimida pela família e desejo de se "defender" (AFP/)

Homofobia pode ser indício de atração pelo mesmo sexo, diz pesquisa
Segundo estudo, pessoas criadas em famílias repressoras podem não aceitar sua própria orientação sexual, tornando-se preconceituosas

São Paulo – A ideia muito propagada de que os homofóbicos são, na verdade, “gays enrustidos” ganha apoio da ciência com um estudo realizado por integrantes das universidades de Rochester e da Califórnia, nos Estados Unidos, e de Essex, na Inglaterra.

A pesquisa aponta que pessoas que crescem em ambientes familiares repressores podem se privar de seus desejos internos. Para evitar o estigma, elas suprimem a atração que sentem pelo mesmo sexo e se tornam preconceituosas, como forma de se defender.

Esse resultado foi publicado na edição mais recente do periódico Journal of Personality and Social Psychology. A conclusão veio a partir de quatro experimentos que testaram, de acordo com o tempo de resposta, a relação entre o apoio à autonomia dado pelos pais e a diferença entre a sexualidade declarada e a implícita.

Cada teste foi feito com cerca de 160 universitários. Nos dois primeiros, eles tiveram que classificar palavras e imagens como “gays” ou “heterossexuais” e, depois, procurar fotos de pessoas de gêneros diferentes. Isso foi feito para que os pesquisadores pudessem analisar a orientação sexual implícita de cada um.

Os experimentos seguintes tiveram foco direcionado à situação familiar, valores, opiniões, crenças e preconceitos presentes na criação dos pesquisados. Após os testes, foi percebido que houve uma maior discrepância entre a orientação sexual implícita e explícita nos participantes cuja família (principalmente a figura paterna) era homofóbica e não dava apoio à autonomia do filho.

Quem se dizia heterossexual, mas demonstrava não ser “internamente”, tinha mais propensão a agir com agressividade contra pessoas gays. Os conflitos revelados e a repressão da própria sexualidade decorrem, segundo os cientistas, do medo de contrariar e decepcionar os pais. Por isso, ao disfarçar sua homossexualidade, elas acabariam se tornando homofóbicas.

Fonte: Exame, por Luciana Carvalho, 12/04/2018

Entre as mulheres, as lésbicas são as que mais atingem o orgasmo

quinta-feira, 2 de março de 2017 0 comentários

Seja lésbica e tenha uma vida sexual mais satisfatória

Pesquisa revela “trio de ouro” para o orgasmo feminino

Homens gays e mulheres lésbicas  afirmam ter orgasmos com mais frequência que mulheres heterossexuais

No início dos anos 2000, a personagem Monica Geller, da série Friends, bem que tentou ensinar a fórmula para satisfazer uma mulher na cama em sete tópicos. Mas agora um time de cientistas americanos simplificou a tese interpretada por ela e sugere que a combinação ideal para fazer sua parceria atingir o orgasmo seja a seguinte, anote aí: estimulação genital, sexo oral e beijos profundos. Parece mole, não é? Mas, se fosse tão simples, não existiriam tantas mulheres anorgásmicas.



Para chegar nesse mantra científico da satisfação sexual, os pesquisadores hospedaram um questionário no site da NBC e coletaram dados de mais de 52 mil indivíduos entre 18 e 65 anos. Além da grande quantidade de pessoas entrevistadas, o diferencial da pesquisa foi levar em consideração a orientação sexual dos participantes. Do total de entrevistados, 26 mil eram homens heterossexuais, 452 deles eram homens gays, 550 se identificaram como homens bissexuais, 340 mulheres como lésbicas e 24 mil como mulheres heterossexuais. O estudo foi publicado no periódico Archives of Sexual Behavior.

Até então, a maioria das pesquisas sobre prazer sexual só se atinha a diferenças entre homens e mulheres sob uma perspectiva heteronormativa. Mas, os pesquisadores perceberam que esse é um tema que exige investigações mais aprofundadas entre os lençóis de diversas orientações sexuais.

Debaixo dos panos ou por cima deles, o fato é que os homens foram maioria ao afirmar que “geralmente ou sempre” gozam quando transam: sendo 95% deles heterossexuais, 89% gays e 88% bissexuais.

Entre as mulheres, as que mais chegam lá são as lésbicas, que relataram atingir o orgasmo em 86% das relações, seguidas das bissexuais em 66% das vezes e, na lanterna, as heterossexuais em 65% das transas.

Os cientistas acreditam que essa disparidade de orgasmos entre mulheres de orientações sexuais diferentes possa ser explicada pelo fato de que as mulheres sejam mais altruístas com o prazer do(a) parceiro(a). T(r)ocando em miúdos, elas dão mais importância para o orgasmo da pessoa com quem estão transando do que eles. Outro fator citado pelos pesquisadores é bastante óbvio, mas vale a pena ser ressaltado: mulheres entendem melhor as zonas erógenas do corpo da parceira do que um homem e sabem que o gozo feminino não está apenas associado ao sexo vaginal.

E vale a pena ser ressaltado porque o óbvio nunca é tão ululante assim – 30% dos homens acham que a melhor forma de fazer uma mulher chegar lá é com penetração. Só que, na hora do vamos ver, isso não agradada tanto assim. De acordo com a pesquisa, apenas 35% das mulheres heterossexuais afirmaram gozar com sexo vaginal e 44% delas disse nunca ou raramente ter tido um orgasmo assim.

Em contrapartida, o que mais funciona para elas não inclui penetração. Para 80% das heterossexuais e 91% das lésbicas que responderam à pesquisa, o que realmente as faz subir pelas paredes é uma combinação de beijos profundos, estimulação vaginal e sexo oral. Ou seja, 30% dos entrevistados estavam fazendo isso errado.

Trocadilhos à parte, é sabido que não existe certo e errado entre quatro paredes desde que haja respeito e diálogo com a pessoa com quem se está transando – um pouco (ou muita) imaginação também não faz mal a ninguém. Os próprios autores da pesquisa sugerem que essa “fórmula” possa aumentar a frequência e a qualidade das relações, principalmente entre as mulheres. Até porque, outros estudos já comprovaram que sexo traz inúmeros benefícios à saúde e que uma vida sexual satisfatória é a chave do sucesso de um relacionamento duradouro.

Fonte: Super-interessante, por Pâmela Carbonari, 24/02/2017

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