Estatuto da Família de deputado evangélico quer limitar conceito de família. Vote contra!

sexta-feira, 11 de julho de 2014 1 comentários



Em mais um ataque à democracia e à inclusão social, o pastor-deputado Anderson Ferreira (PR-PE) elaborou projeto de lei que cria o Estatuto da Família, sob a desculpa esfarrapada de valorização da família e de enfrentamento das questões complexas no mundo contemporâneo. Na verdade, o famigerado Estatuto visa restringir o conceito de família a núcleo formado “a partir da união entre homem e mulher”, excluindo as famílias formadas por casais de mesmo sexo e outras configurações (ver no vídeo abaixo todas as famílias excluídas). 

Vote contra mais essa aberração autoritária evangélica na enquete do Portal da Câmara. Mais informações e link para o projeto no texto abaixo da 'Agência Câmara Notícias'.

Câmara promove enquete sobre conceito de família

Texto-base para o Estatuto da Família define entidade familiar como o núcleo formado a partir da união entre homem e mulher.

Saulo Cruz

Anderson Ferreira quer políticas públicas para valorizar a família.

A polêmica sobre conceito de família é tema da nova enquete do Portal da Câmara, incluída nesta terça-feira (11). O objetivo é avaliar se os cidadãos são favoráveis ou contrários ao conceito incluído no Projeto de Lei 6583/13, do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que cria o Estatuto da Família. 

De acordo com o texto, que apresenta diretrizes de políticas públicas voltadas para a entidade familiar e obriga o poder público a garantir as condições mínimas para a “sobrevivência” desse núcleo, família é formada a partir da união entre homem e mulher.

O deputado argumenta que “a família vem sofrendo com as rápidas mudanças ocorridas em sociedade”. E que, apesar de a Constituição prever que o Estado deva proteger esse núcleo, “o fato é que não há políticas públicas efetivas voltadas para a valorização da família e ao enfrentamento de questões complexas no mundo contemporâneo”.

No último dia 5, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, criou uma comissão especial para analisar a proposta. Os líderes partidários deverão indicar os integrantes da comissão, que será formada por 23 deputados titulares. 

E você? É a favor ou contra o conceito de família como núcleo formado “a partir da união entre homem e mulher”? Participe da enquete e deixe também o seu comentário abaixo. 

Íntegra da proposta:
Da Redação - ND

Vídeo da Apple em apoio aos direitos LGBT

quinta-feira, 10 de julho de 2014 0 comentários


Apple divulga vídeo em apoio aos direitos dos homossexuais

No dia 29 de junho, a cidade de San Francisco, na Califórnia, recebeu a Parada do Orgulho Gay, com presença massiva das empresas do Vale do Silício, entre as quais estão a Apple. Agora, após um tempo do evento, a empresa divulgou um vídeo para promover a ação e a participação de seus funcionários no evento. “A inclusão inspira a inovação”, afirma o vídeo. 

A Apple diz que milhares de funcionários do mundo todo se uniram para participar da marcha “para celebrar o compromisso da Apple com a igualidade e diversidade”, diz a companhia americana. 

Durante a parada, a Apple distribuiu vales-presente do iTunes e até mesmo chegou a criar uma rádio LGBT no iTunes Radio para o evento. 

A Apple é uma das empresas mais ativas quando o assunto é o apoio à diversidade sexual e à liberdade para o casamento homossexual, chegando a ter um artigo publicado por Tim Cook no tradicional Wall Street Journal pedindo mudanças nas leis dos EUA neste sentido, mas não é a única. O Google já manifestou apoio à causa várias vezes, e a Microsoft já chegou a incluir cenas de um casamento entre pessoas do mesmo sexo em um comercial do Outlook.

Você pode conferir o vídeo logo abaixo:


Fonte: Olhar Digital, 08/07/2014

Homofobia: DJ afirma ter sido espancada quando passeava com a namorada em Ipanema (RJ)

quarta-feira, 9 de julho de 2014 0 comentários

Homofobia: mulher é agredida na Zona Sul após jogo do Brasil

Mais uma denúncia de agressão a homossexuais no Rio de Janeiro. Na última sexta-feira, 4 de julho, após o jogo do Brasil contra a Colômbia, a DJ Carla Ávila passeava com sua namorada, quando foi abordada por um homem desconhecido que as insultou, aos gritos, com argumentos preconceituosos. Como se não bastasse, o homem a agrediu fisicamente, com chutes e socos. De acordo com Carla, toda agressão aconteceu em frente ao Bar 20, localizado na esquina das ruas Henrique Drummond e Visconde de Pirajá.

De acordo com a DJ, o bar estava cheio e enquanto ocorria a agressão, os frequentadores apoiavam a cena e aplaudiam a atitude do agressor. Carla também garante que ninguém a socorreu e que algumas pessoas chegaram a registrar imagens da ação. Indignada, Carla decidiu publicar o caso em seu perfil do Facebook, nesta segunda-feira, 7 de julho:


Procurada pelo SRZD, Clara declarou que após a agressão, precisou buscar três hospitais para a realização de exames de imagem. Ela chegou a fazer o Boletim de Ocorrência na 14ª DP (Leblon), porém somente sua companheira testemunhou o caso.

De acordo com informações da 14ª DP, Carla foi encaminhada para exame de corpo de delito e as imagens das câmeras de segurança do bar foram solicitadas. Agentes realizam diligências em busca de informações e outras testemunhas. As investigações estão em andamento para tentar identificar o autor.

Carla acredita que os funcionários do restaurante que acompanharam a situação tenham sido orientados a não comentar o caso. "Talvez exista algum garçom de boa vontade disposto a testemunhar, mas acho difícil, pois pela omissão do bar, devem proibir eles de falarem algo", declarou.

Francisco Chagas, proprietário do Bar 20, afirmou que o estabelecimento funcionou normalmente na sexta-feira e que não houve nenhum acontecimento fora do normal no dia em que Carla teria sofrido a agressão. Chagas ainda informou que ficou sabendo da denúncia somente nesta terça-feira, 8 de julho, pelo Facebook e que ficou surpreso, porque nenhuma das câmeras registrou a ação. "Dentro do bar não aconteceu nada. Se aconteceu, pode ter sido na rua. Realmente ninguém da nossa equipe presenciou essa agressão. Trabalhamos sexta até fechar, 1h da manhã, sábado e domingo normalmente. Fui saber disso hoje. Se algo tivesse acontecido aqui dentro, teríamos tomado uma providência."

Na página oficial do estabelecimento no Facebook, um comunicado foi publicado na tarde desta terça-feira, alegando que não houve nenhum episódio de agressão no local.

Em virtude da grande quantidade de postagens por meio desse canal de mídia, e no intuito de se evitar qualquer conclusão açodada sobre o fato aqui relatado, o BAR 20 esclarece que:
a) Não ocorreu, em hipótese alguma, qualquer ato de agressão nas dependências do estabelecimento;
b) De igual modo, também não se sucedeu qualquer briga defronte ao BAR 20, pois caso houvesse, os responsáveis pelo estabelecimento não hesitariam em contatar as autoridades públicas, inclusive a policial e a do corpo de bombeiros;
c) Nenhum funcionário e/ou responsável pelo BAR 20 presenciou a agressão relatada feita por um suposto cliente que frequentava as suas dependências;
d) O BAR 20 não admite a prática ou demonstração de qualquer forma de preconceito e/ou discriminação, como de raça, cor, crença, religiosa, idade, sexo, convicção política, nacionalidade, estado civil, orientação sexual, condição física e/ou outras necessidades especiais.
e) Portanto, o BAR 20, através de seus responsáveis, permanece à disposição para qualquer esclarecimento às autoridades públicas que se fizer necessário em momento posterior.
#comunicado #bar20oficial

Em resposta ao comunicado, Carla publicou novamente em seu perfil, dando detalhes da agressão:
Sendo eu a agredida, reforço que o crime foi cometido por um cliente do bar, que estava lá sentado e consumindo no bar. O espancamento nao foi dentro do estabelecimento, pq o cliente saiu do bar e veio na minha direção para me espancar, o q considero tentativa de homicídio, pois inúmeros chutes na cabeça poderia ter me levado no mínimo ao coma. A agressão nao foi do outro lado da rua como o dono do estabelecimento inventou, e sim um pouco ao lado do bar, já que o cliente se deu ao trabalho de levantar para ir atras de mim e iniciar o espancamento. As câmeras do bar provavelmente nao registraram a agressão em si. Mas as câmeras da prefeitura com certeza sim e podem provar o exato local da agressão. Após o espancamento, o cliente voltou ao abr onde a conta dele foi fechada imediatamente. Em questão de poucos minutos. Se o dono pretende ajudar de alguma forma, para de inventar que a agressão nao foi onde foi, ceda as imagens para q eu, minhas namorada e as autoridades possam registrar a imagem do animal que fez isso, e ceda o nome dele caso ele tenha pago com cartão. E outra, pq nenhum funcionário saiu para pelo menos tentar me defender? Tenho 1.60, o agressor tinha pelo menos 1.80. Pura covardia. E nem podem falar q nao viram nada, pq o "espetáculo" foi aplaudido por todos os clientes que estavam na hora consumindo no bar, aplaudiram de pé inclusive. Melhor assumir o q aconteceu de verdade e ajudarem a encontrar o filho da puta, pq tem testemunhas e vou conseguir câmeras. Além de ter toda comunidade GLBT do meu lado. A justiça sera feita. Covardes!
"Espero que encontremos esse agressor covarde e que o bar também seja punido por estar sendo cúmplice desse ato covarde e brutal", finalizou Carla.

Fonte: SRZD, Gustavo Ribeiro e Bárbara Mello, 08/07/2014

No Irã, cirurgias de mudança de sexo estão sendo indicadas para "consertar" a sexualidade de gays e lésbicas

terça-feira, 8 de julho de 2014 0 comentários

Mapa LGBT do Irã

Lésbica iraniana diz que autoridades do país tentaram forçá-la a fazer cirurgia de mudança de sexo para "consertar" sua sexualidade.

Uma mulher iraniana disse que autoridades do país tentaram forçá-la a fazer cirurgia de mudança de sexo para "consertar" sua sexualidade.

A mulher, conhecida como Sara, disse que, depois de se assumir para a família, aos 20 anos, uma psicóloga a mandou se submeter ao "tratamento" de mudança de sexo. 

Sara disse a Reuters: 
Foi difícil no começo. Minha família tentou me convencer de que eu estava errada e me marcou uma consulta com uma psicóloga. A psicóloga disse que eu era um homem no corpo de uma mulher e que eu tinha que mudar meu corpo para adequá-lo a minha personalidade. Minha irmã lhe mostrou uma foto, tirada quando eu tinha 5 anos. Estava usando roupa de menino e tinha uma arma de brinquedo na mão. A psicóloga enfatizou então que essa foto provava que eu era um homem. Fiquei chocada porque nunca quis ser um homem e gosto de meu corpo. Nunca tive problemas com ele. Apenas prefiro meninas em vez de garotos, mas como uma menina e não como um homem."
De acordo com um relatório do departamento de Justiça iraniano e da 6 Rang, organização LGBT local, o "aconselhamento" dado a Sara é comum, e lésbicas são frequentemente indicadas para cirurgias de mudança de sexo.

Shadi Amin da 6Rang relata: 
A maioria dos profissionais de saúde no Irã acredita que a homossexualidade é uma doença mental. E que lésbicas e gays sofrem de desordem de identidade de gênero."
Sara acrescentou:
 Eles dizem que a homossexualidade é um pecado. Se você se interessa por alguém de mesmo sexo, você tem que mudar. Apenas aceitam relacionamentos homem-mulher. Se você ama uma mulher, você tem que ser um homem. A maioria de meus amigos não se assume para a família, mesmo quando ela não é religiosa. Uma de minhas amigas disse que sua família a mataria, se soubesse de sua orientação sexual.”
Tanto a homossexualidade masculina quanto a feminina são ilegais no Irã, variando apenas a aplicação da pena de morte para os delituosos: no caso dos homens, ela é sempre aplicada, por sodomia, no das mulheres, "apenas" quando a acusada é reincidente.

Fonte: Pink News, Nick Duffy, 27/06/2014. Tradução Míriam Martinho

Ativista LGBT nigeriano declara que Banco Mundial deveria fazer com que países interessados em receber empréstimos dessem proteção legal à orientação sexual

sexta-feira, 4 de julho de 2014 0 comentários

Adebisi Alimi. / PROJECT SYNDICATE

O custo da homofobia para o desenvolvimento
A proteção legal aos coletivos homossexuais é também uma questão econômica. Existem vínculos entre a pobreza e a homofobia em países que condenam estas relações

Sendo um homossexual que vivia na Nigéria, meu maior desafio foi ter que escolher entre minha sexualidade e meu trabalho. Em 2004, estava iniciando minha carreira como ator. Acabava de sair da universidade e me dera um papel em Rosas e espinhos, uma telenovela de máxima audiência na Galaxy Television, uma das redes mais populares do país. Meu personagem era Ricardo, o filho único de uma família rica que mantinha uma relação com a empregada da casa. Foi então que começaram a circular rumores sobre minha vida privada, por isso decidi que era hora de falar a verdade. Para isso, aceitei ir ao programa de entrevistas mais popular da Nigéria e falar sobre minha sexualidade.

Quase imediatamente, meu personagem foi eliminado da série. E, junto com meu emprego, também desapareceu minha segurança financeira. Assim como muitos homossexuais e lésbicas na África, tive que escolher entre a liberdade econômica e o encarceramento mental.

Naquele ano, Nigéria e Uganda aprovaram leis draconianas contra os homossexuais, o que desatou um debate mundial sobre Direitos Humanos. Este debate também começou no Banco Mundial, cujo presidente Jim Yong Kim, recentemente declarou que a discriminação institucionalizada "é prejudicial para as pessoas e para as sociedades".

As palavras de Kim geraram críticas e controvérsias. Em países como Uganda e Nigéria é comum ouvir que a oposição à discriminação contra homens e mulheres homossexuais, bissexuais e transexuais (LGBT, por sua sigla em inglês) por parte dos governos é uma maneira de impor valores "ocidentais" à África. Mas isto supõe que a homossexualidade é "antiafricana". E, apesar da falta de provas de que algum país ou continente não possua pessoas LGBT (e muitas provas que mostram o contrário), é uma presunção aceita por uma quantidade cada vez maior de líderes africanos.

Em 2006, o então presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo foi um dos primeiros a falar isso. O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, seguiu seus passos quando transformou em lei um projeto anti-homossexual em 2014. Outros líderes, desde o presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, até o do Zimbábue, Robert Mugabe, se manifestaram no mesmo sentido.

Estas atitudes oficiais geraram um sofrimento significativo aos homossexuais e lésbicas da África. Na verdade, o preço da homofobia contra os gays em muitos países africanos é doloroso e evidente: sanções legais, ostracismo social e justiça pelas próprias mãos.

No entanto, o que os líderes homofóbicos da África não entendem é que a proteção legal aos coletivos gays não é apenas uma questão de Direitos Humanos, também é uma questão econômica. Kim tem toda a razão e a investigação começou a medir os custos econômicos da homofobia ao explorar os vínculos entre o sentimento anti-gay e a pobreza em países onde as leis e as atitudes sociais condenam as relações entre pessoas do mesmo sexo.

A discriminação institucionalizada é prejudicial para as pessoas e para as sociedades

M.V. Lee Badgett, um economista da Universidade de Massachusetts-Amherst, apresentou as descobertas iniciais de um estudo sobre as implicações econômicas da homofobia na Índia em uma reunião do Banco Mundial, em março de 2014. Badgett estimou que a economia indiana poderia ter perdido até 23,1 bilhões de dólares em 2012 em custos de saúde diretos por causa de problemas de depressão, suicídio e disparidades no tratamento do HIV causados pelo estigma e a discriminação contra os homossexuais.

Além destes gastos concretos, ser diferente pode gerar violência, perda de empregos, rechaço familiar, assédio nas escolas e pressão para se casar. Como resultado disto, muitos homossexuais têm menos educação, menor produtividade, menores ingressos, uma saúde pior e uma expectativa de vida menor.

Na Nigéria, eu comecei o Projeto Independente para Direitos Iguais (TIERS) em 2005 com a intenção de responder e atender à crescente quantidade de pessoas que estavam perdendo o emprego por causa das suspeitas sobre sua sexualidade. Durante nosso primeiro ano oferecemos apoio a dezenas delas. Um jovem, Olumide, recebeu uma moradia depois que sua família o expulsou de casa por ser gay. Outro, Uche, foi despedido de seu emprego como cozinheiro depois de ter revelado sua sexualidade. TIERS o ajudou com o alojamento e com uma quantidade de dinheiro para montar seu próprio negócio de serviço de comida. Embora já se tenham passado quase 10 anos, ainda não podem usar seus nomes reais por questões de segurança.

Em toda África, os custos econômicos da discriminação aumentam de forma paralela à crescente pressão sobre empregadores, proprietários, fornecedores de atenção médica, instituições educativas e outros para que excluam as pessoas LGBT.

Hoje, o Banco Mundial e outras agências de desenvolvimento estão planificando as prioridades de desenvolvimento global que virão depois dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que oficialmente terminam em 2015 e incluíam pontos específicos para promover a igualdade de gênero e fortalecer as mulheres como uma estratégia para lograr o crescimento econômico. Olhando para o futuro, o Banco deveria adotar o mesmo enfoque sobre os direitos das pessoas LGBT e fazer com que os países que queiram receber empréstimos deem proteção legal à orientação sexual e à identidade de gênero.

O Banco Mundial deveria fazer com que os países que queiram receber empréstimos deem proteção legal à orientação sexual

Gerar reconhecimento pelos direitos das mulheres nos ODM não corrompeu as culturas africanas impondo valores "ocidentais". Na verdade, fortaleceu muitos países africanos, que agora são líderes mundiais do ponto de vista da representação de mulheres no governo. Se tentarmos aplicar uma proteção similar às pessoas LGBT, o investimento e a ajuda internacional podem melhorar o desempenho econômico e robustecer o respeito pelos direitos humanos básicos.

O Banco Mundial, sempre cauteloso em não se envolver em questões "políticas", enfatiza que não é o encarregado de fazer cumprir os Direitos Humanos. Mas também reconhece, e cada vez mais, seu próprio papel como facilitador na hora de ajudar os membros do Banco a cumprir com suas obrigações na área. Os direitos dos LGBT deveriam ser um caso para estabelecer jurisprudência.

A ajuda aos governos que permitem que certos grupos sociais sejam excluídos pode implicar custos econômicos bastante reais. Na hora de considerar novos empréstimos deveriam ser tomadas medidas para assegurar que os benefícios sejam inclusivos no maior grau possível.

Se o Banco - que atualmente empresta à Nigéria quase 5,5 bilhões de dólares (mais de 12 bilhões de reais) e espera outorgar outros 2 bilhões de dólares em cada um dos próximos quatro anos - avançasse nesta direção, outras entidades de financiamento poderiam seguir seus passos. As pessoas LGBT da África precisam desesperadamente destes aliados poderosos em sua luta pelos Direitos Humanos e econômicos.

Adebisi Alimi (@bisialimi), defensor LGBT e ativista pelo HIG, fugiu para o Reino Unido após sofrer uma tentativa de assassinato na Nigéria. Aspen New Voices Fellow em 2014 o Aspen Institute.

Fonte: El País, Sociedade, 27/06/2014

Atendimento de saúde às mulheres lésbicas e bissexuais brasileiras em discussão no Piauí

quinta-feira, 3 de julho de 2014 0 comentários

Da esquerda para a direita, Carmem Lúcia Ribeiro,
Andrea Rufino, Bárbara de Melo e Marinalva Santana

I Colóquio sobre Atenção à Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais aconteceu no CCS/ UESPI

Por Mônica Rosa

Para discutir o atendimento de saúde às mulheres lésbicas e bissexuais brasileiras, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) realizou o I Colóquio sobre Atenção Integral à Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais. O evento aconteceu na noite da quarta-feira (25) no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Na ocasião a professora da UESPI, Andréa Rufino, apresentou os resultados de sua pesquisa de pós-doutorado intitulada: “Saúde sexual e reprodutiva de mulheres que fazem sexo com mulheres”.

O Colóquio foi uma realização da UESPI- através dos Núcleos Corpo e Sexualidade e Núcleo de Estudos e Pesquisa na Saúde da Mulher- e do Grupo Matizes, que defende a livre orientação sexual e os direitos dos LGBTS.

“O objetivo do Colóquio é divulgar e discutir os resultados da pesquisa sobre Saúde Sexual e Reprodutiva de Mulheres Lésbicas”, afirma a professora. “A ideia é que, junto com a comunidade acadêmica, com os profissionais de saúde, a gestão em saúde e a população de mulheres lésbicas e bissexuais, a gente possa chamar a atenção para informações como prevenção de DST, prevenção de HIV, acesso à técnicas reprodutivas, a humanização do atendimento, para mudar uma realidade de preconceito, que prejudica o acesso dessas mulheres ao serviço de saúde”.

A pesquisa foi desenvolvida em cinco capitais do Brasil: Manaus, São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Teresina e teve como objetivo perguntar sobre práticas sexuais e prevenção entre as mulheres lésbicas e bissexuais e também conhecer a experiência delas nos serviços ginecológicos em todo o Brasil. “Procuramos entender se há discriminação, preconceito e se as necessidades de saúde dessas mulheres são atendidas”, destacou Andréa Rufino. A pesquisadora já foi matéria de destaque no site da Veja, com sua pesquisa de doutorado que explica que os cursos de medicina no Brasil falam pouco sobre orientação sexual.

A reitora da UESPI em exercício, Bárbara de Melo, esteve presente no Colóquio e destacou a importância da pesquisa. “Esse estudo consegue fazer com que o ensino, a pesquisa e a extensão dialoguem. Hoje a Professora Andréa apresenta alguns dados de sua tese e está dando um retorno para a comunidade. Essa é uma responsabilidade que a universidade deve ter”, disse a gestora.

Para as integrantes do Matizes, a realização do Colóquio é de extrema a importância. Carmem Lúcia Ribeiro, Coordenadora Geral do grupo, afirma: “Esse é um momento ímpar para nós. Pela primeira vez estamos discutindo a saúde de mulheres lésbicas e bissexuais com os profissionais da área de saúde. Nós acreditamos que pautar essa discussão aqui vai facilitar o acesso das lésbicas ao sistema de saúde, principalmente no atendimento ginecológico”.

Marinalva Santana, fundadora e coordenadora do Matizes afirma que ações como essa, aproximam não só a academia, mas também o meio médico. ”A gente acha importante sensibilizar esses profissionais, para que eles percebam o significado de se pensar e discutir as especificidades de mulheres lésbicas e bissexuais”.

As professoras Ana Maria Veloso, Sérgia Oliveira, Maria das Dores Sousa e Lyzianne Bona compuseram a mesa do Colóquio e abriram espaço de discussão com a plateia. Foram tratados temas como a vulnerabilidade das mulheres lésbicas e bissexuais ao HIV, HPV, DSTs e câncer de colo do útero, além da humanização do atendimento e acesso às técnicas reprodutivas. Na ocasião também foram entregues duas cartilhas enfocando o combate ao preconceito nos serviços de saúde. Elas foram elaboradas em conjunto com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Saúde da Mulher e Núcleo de Estudos, Extensão e Pesquisa em Sexualidade, ambos da UESPI e o Grupo Matizes.

Fonte: Universidade Estadual do Piauí, Notícias, 26/06/2014

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