Homofobia: DJ afirma ter sido espancada quando passeava com a namorada em Ipanema (RJ)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Homofobia: mulher é agredida na Zona Sul após jogo do Brasil

Mais uma denúncia de agressão a homossexuais no Rio de Janeiro. Na última sexta-feira, 4 de julho, após o jogo do Brasil contra a Colômbia, a DJ Carla Ávila passeava com sua namorada, quando foi abordada por um homem desconhecido que as insultou, aos gritos, com argumentos preconceituosos. Como se não bastasse, o homem a agrediu fisicamente, com chutes e socos. De acordo com Carla, toda agressão aconteceu em frente ao Bar 20, localizado na esquina das ruas Henrique Drummond e Visconde de Pirajá.

De acordo com a DJ, o bar estava cheio e enquanto ocorria a agressão, os frequentadores apoiavam a cena e aplaudiam a atitude do agressor. Carla também garante que ninguém a socorreu e que algumas pessoas chegaram a registrar imagens da ação. Indignada, Carla decidiu publicar o caso em seu perfil do Facebook, nesta segunda-feira, 7 de julho:


Procurada pelo SRZD, Clara declarou que após a agressão, precisou buscar três hospitais para a realização de exames de imagem. Ela chegou a fazer o Boletim de Ocorrência na 14ª DP (Leblon), porém somente sua companheira testemunhou o caso.

De acordo com informações da 14ª DP, Carla foi encaminhada para exame de corpo de delito e as imagens das câmeras de segurança do bar foram solicitadas. Agentes realizam diligências em busca de informações e outras testemunhas. As investigações estão em andamento para tentar identificar o autor.

Carla acredita que os funcionários do restaurante que acompanharam a situação tenham sido orientados a não comentar o caso. "Talvez exista algum garçom de boa vontade disposto a testemunhar, mas acho difícil, pois pela omissão do bar, devem proibir eles de falarem algo", declarou.

Francisco Chagas, proprietário do Bar 20, afirmou que o estabelecimento funcionou normalmente na sexta-feira e que não houve nenhum acontecimento fora do normal no dia em que Carla teria sofrido a agressão. Chagas ainda informou que ficou sabendo da denúncia somente nesta terça-feira, 8 de julho, pelo Facebook e que ficou surpreso, porque nenhuma das câmeras registrou a ação. "Dentro do bar não aconteceu nada. Se aconteceu, pode ter sido na rua. Realmente ninguém da nossa equipe presenciou essa agressão. Trabalhamos sexta até fechar, 1h da manhã, sábado e domingo normalmente. Fui saber disso hoje. Se algo tivesse acontecido aqui dentro, teríamos tomado uma providência."

Na página oficial do estabelecimento no Facebook, um comunicado foi publicado na tarde desta terça-feira, alegando que não houve nenhum episódio de agressão no local.

Em virtude da grande quantidade de postagens por meio desse canal de mídia, e no intuito de se evitar qualquer conclusão açodada sobre o fato aqui relatado, o BAR 20 esclarece que:
a) Não ocorreu, em hipótese alguma, qualquer ato de agressão nas dependências do estabelecimento;
b) De igual modo, também não se sucedeu qualquer briga defronte ao BAR 20, pois caso houvesse, os responsáveis pelo estabelecimento não hesitariam em contatar as autoridades públicas, inclusive a policial e a do corpo de bombeiros;
c) Nenhum funcionário e/ou responsável pelo BAR 20 presenciou a agressão relatada feita por um suposto cliente que frequentava as suas dependências;
d) O BAR 20 não admite a prática ou demonstração de qualquer forma de preconceito e/ou discriminação, como de raça, cor, crença, religiosa, idade, sexo, convicção política, nacionalidade, estado civil, orientação sexual, condição física e/ou outras necessidades especiais.
e) Portanto, o BAR 20, através de seus responsáveis, permanece à disposição para qualquer esclarecimento às autoridades públicas que se fizer necessário em momento posterior.
#comunicado #bar20oficial

Em resposta ao comunicado, Carla publicou novamente em seu perfil, dando detalhes da agressão:
Sendo eu a agredida, reforço que o crime foi cometido por um cliente do bar, que estava lá sentado e consumindo no bar. O espancamento nao foi dentro do estabelecimento, pq o cliente saiu do bar e veio na minha direção para me espancar, o q considero tentativa de homicídio, pois inúmeros chutes na cabeça poderia ter me levado no mínimo ao coma. A agressão nao foi do outro lado da rua como o dono do estabelecimento inventou, e sim um pouco ao lado do bar, já que o cliente se deu ao trabalho de levantar para ir atras de mim e iniciar o espancamento. As câmeras do bar provavelmente nao registraram a agressão em si. Mas as câmeras da prefeitura com certeza sim e podem provar o exato local da agressão. Após o espancamento, o cliente voltou ao abr onde a conta dele foi fechada imediatamente. Em questão de poucos minutos. Se o dono pretende ajudar de alguma forma, para de inventar que a agressão nao foi onde foi, ceda as imagens para q eu, minhas namorada e as autoridades possam registrar a imagem do animal que fez isso, e ceda o nome dele caso ele tenha pago com cartão. E outra, pq nenhum funcionário saiu para pelo menos tentar me defender? Tenho 1.60, o agressor tinha pelo menos 1.80. Pura covardia. E nem podem falar q nao viram nada, pq o "espetáculo" foi aplaudido por todos os clientes que estavam na hora consumindo no bar, aplaudiram de pé inclusive. Melhor assumir o q aconteceu de verdade e ajudarem a encontrar o filho da puta, pq tem testemunhas e vou conseguir câmeras. Além de ter toda comunidade GLBT do meu lado. A justiça sera feita. Covardes!
"Espero que encontremos esse agressor covarde e que o bar também seja punido por estar sendo cúmplice desse ato covarde e brutal", finalizou Carla.

Fonte: SRZD, Gustavo Ribeiro e Bárbara Mello, 08/07/2014

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