A bicampeã de vôlei Fabi Alvim anuncia gravidez de sua mulher

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019 0 comentários

Fabi Alvim anuncia a gravidez da mulher, JuliaImagem: @fabialvim/Instagram

Bicampeã olímpica Fabi anuncia que sua mulher está grávida.

Bicampeã olímpica pela seleção brasileira, Fabi anunciou a gravidez de Julia Silva, sua mulher e gerente de seleções da Confederação Brasileira de Vôlei, nesta quarta-feira (23), em uma postagem em sua conta no Instagram. Em contato com a reportagem do UOL Esporte, a assessoria de imprensa da ex-atleta confirmou que Julia está grávida de 16 semanas. "Nosso sonho se tornando realidade! Obrigada, Julia Silva, por dividir essa missão de formar uma família! Vamos juntas viver intensamente cada cada momento! O amor e respeito é a base de tudo", escreveu Fabi, 38 anos

Jogadoras que atuaram com Fabi na seleção brasileira, como Jaqueline, Fê Garay e a líbero Camila Brait, usaram a imagem para parabenizar a jogadora pelo feito. "Que lindas. Muito feliz por vocês! Vão conhecer o maior amor do mundo inteiro. Parabéns casal", escreveu Camila Brait que foi mãe há pouco tempo. "Parabéns! Deus abençoe a família", disse Jaque. "Lindas. Toda a felicidade do mundo para vocês", completou Fê Garay. Ainda na rede social, Fabi respondeu a um seguidor que ironizou o fato de um casal de duas mulheres esperarem um filho. "Grávida, como? Milagre?", escreveu ele. "Pode ser também. Chame como achar melhor. Muito amor para você", respondeu ela.... - 

Em entrevista ao UOL Esporte publicada em 2017, a então jogadora do Sesc (RJ) admitiu o desejo de ser mãe, embora entrando em poucos detalhes a respeito. "Eu vou ter filho. Vou ser mãe. Isso é mais certo que parar de jogar vôlei. É um desejo", afirmou na ocasião. "Não sei se vou gerar esse filho, mas eu vou ter filho, com certeza. Isso é uma vontade que tenho desde que nasci. Se tem uma coisa que eu sempre soube que iria ser é ser mãe. Mas não sei de que forma vai ser", comentou.... 

À reportagem, falou também sobre seu relacionamento com Julia. "Tenho uma relação hoje, preservo minha relação por uma questão de não querer misturar muito. Vida pessoal é vida pessoal, aqui na quadra é vida profissional. A gente fala muito, é muito invasivo em algumas coisas que eu procuro não misturar. A gente tem que falar das coisas esportivas e pessoais no momento certo", declarou. 

"Mas sou muito bem relacionada há quase quatro anos, sou feliz, (com) uma relação estável, onde eu quero certamente construir e aumentar. Me vejo muito feliz nesse aspecto. É uma coisa que a gente busca: uma parceria, uma pessoa que nos ajude fora de quadra, dentro da quadra. E eu achei". concluiu Fabi. 

Medalhista de ouro em Pequim-2008 e Londres-2012, Fabi seguiu atuando no vôlei até o meio de 2018, quando fez sua última Superliga. Já longe da seleção, ela se tornou comentarista de vôlei da Globo. Hoje, ela tem feito preparação como triatleta. Colegas de Globo da ex-jogadora também a parabenizaram pela notícia. "Viva. Ainda mais amor para vida de vocês", escreveu Luis Roberto que divide transmissões de vôlei com ela. "Que notícia linda. Parabéns. A vida vai se inundar ainda mais de amor", falou a apresentadora Lizandra Trindade.... 

Fonte: UOL Esportes, Leandro Carneiro, 23/01/2019

A Favorita: Rainha Anne, suas amantes e as questões de Estado

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019 0 comentários

Abigail (Emma Stone), rainha Anne (Olivia Colman) e a duquesa de Marlborough (Rachel Weisz)

Análise: 'A Favorita' revela as tensões entre as razões de Estado e desejo humano
O ótimo 'A Favorita', do grego Yorgos Lanthimos, é um filme sobre os bastidores do poder; longa que estreia nos cinemas brasileiros está na disputa do Oscar 2019 em 10 categorias

A Favorita, de Yorgos Lanthimos, é, no principal, um filme sobre os bastidores do poder. Na Inglaterra do século 18, a rainha Anne (Olivia Colman) reina, mas quem governa é sua “favorita”, Sarah Churchill, a duquesa de Marlborough (Rachel Weisz), um Rasputin de saias que age nas sombras. O equilíbrio do poder é abalado com a chegada de Abigail (Emma Stone), que logo cai nas graças de Sua Majestade e ameaça a posição de Sarah.

Eis aí um enredo folhetinesco e que, dizem, se baseia em fatos reais. Dessa contradança erótico-político das três sai toda a graça de uma obra que, precisa e perfeita na reconstituição de um tempo, jamais lhe é reverente, como às vezes acontece com filmes de época.

Pelo contrário, o grego Lanthimos adentra o espaço íntimo da monarquia britânica com dose brava de senso crítico, sentido humorístico afiado e verve não raro sardônica. Como aquele personagem de Machado de Assis, interpreta a História com “a pena da galhofa e a tinta da melancolia”. 

Há a trama, em que mulheres governam, porém cercadas de homens poderosos. Todo um “sistema” em torno de Anne limita seu poder, em tese absoluto. E esse sistema é regido por homens, intérpretes de um interesse de Estado que transcende caprichos individuais. No entanto, sempre há o desejo humano, que faz com que decisões fluam por caminhos nem sempre racionais. Anne tem uma posição delicada e frágil. Para uma rainha, casada ainda por cima, manter em palácio uma amante, ou duas, pode ser um fator e tanto de desestabilização política.

É mérito de Lanthimos ambientar essas intrigas palacianas num ambiente com tons de fantástico, com angulações inusitadas e lentes que reforçam a estranheza de tudo aquilo. 

Olivia Colman
Mas, claro, nada seria possível sem a excelência do elenco, em especial a presença dessa atriz extraordinária que é Olivia Colman. Não é para qualquer uma interpretar uma rainha todo-poderosa que, no entanto, se revela em sua fragilidade humana. Voluntariosa, muitas vezes sábia, outras frívola, Anne era escrava de um corpo enfermiço, que a sujeitou a inúmeras doenças ao longo de sua vida (1665-1714).

Há algo de soturno na maneira como Anne percorre os labirínticos corredores do palácio em sua cadeira de rodas. E também na maneira como, em meio a futricas, puxadas de tapete, rivalidades e intrigas, tem de se haver com toda uma série de graves decisões a tomar. 

Em meio a questões tão importantes, os males de amor de uma rainha parecem não ter a menor importância. Mas, na escala humana, perder um grande amor equivale a perder uma guerra. Essa costura assimétrica e mal alinhavada entre a intimidade e a política faz o encanto desse filme que disputa o Oscar em 10 categorias.



Fonte: O Estado de S. Paulo, Luiz Zanin Oricchio, 24/01/2019

Dona de restaurante vegano de Araraquara (SP) acusa locador de discriminação

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019 0 comentários

Nathália Mendonça Santos registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher em
Araraquara (SP) 
Foto: Amanda Rocha/A CidadeON

Dona de restaurante acusa locador de homofobia em Araraquara
Boletim de ocorrência foi registrado como injúria e será acompanhado pela Assessoria de Políticas Públicas LGBT da cidade. Nathália Mendonça Santos registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher em Araraquara (SP)

A proprietária de um restaurante vegano de Araraquara (SP) registrou um boletim de ocorrência contra o proprietário do prédio onde seu estabelecimento funcionava, no centro da cidade. Ela diz que teve que sair do local por causa de homofobia.

Segundo Nathália Mendonça dos Santos, de 27 anos, o dono do estabelecimento a teria expulsado na sexta-feira (18) após diversas discussões. Em entrevista ao G1, a empresária disse que o motivo seria um suposto beijo que ela e a namorada teriam dado há alguns dias no local.

O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Araraquara como injúria e terá acompanhamento da assessora de políticas públicas LGBT da prefeitura, Filipe Brunelli.

Polícia esteve no prédio, no centro, para averiguar os fatos — Foto: Amanda Rocha/ACidadeOn

Homofobia

Segundo relato de Nathália, o estabelecimento alugado há quatro meses fica na frente da casa dos proprietários e os conflitos começaram no domingo (13), quando o sogro do dono teria visto um beijo entre ela e a namorada.
Ele tem 60 e poucos anos e chamou a atenção dos proprietários do local, falando que não gostou do que tinha visto. Falou que não era certo, uma coisa que não era natural, que não queria que a neta de 9 anos visse”, disse.
Na segunda-feira (14), o proprietário e a esposa marcaram uma reunião com Nathália para pedir para ela não repetisse o comportamento no restaurante. Eles teriam pedido para que, se ela fosse beijar a namorada, o fizesse “no banheiro rapidinho”.
Eu sai do serviço acreditando que foi uma discussão de um caso isolado. Eles sabiam e criaram caso dizendo que não é coisa normal, mas eu sou assim e não vou mudar, posso ir ao local quando eu quiser porque o espaço é meu, eu alugo, pago por mês e posso receber qualquer tipo de pessoa, não são eles que vão definir”, afirmou.
Na quarta-feira (16), Nathália foi ao prédio com outras pessoas depois da meia noite para carregar o celular. Incomodado, o proprietário teria ligado para a mãe da empresária e reclamado que ali não era lugar de namorar.

Na sexta-feira, Nathália disse que tentou conversar com o dono do lugar e pedir que qualquer reclamação fosse reportada a ela. Ao que ele teria estabelecido horários para que ela usasse o espaço.
Ele disse: ‘Não quero você dentro deste local fora do horário das 11h às 14h e das 20h às 23h. Se você está infeliz, saia do espaço. Então eu te peço o local porque isso não é uma coisa normal'”, relatou Nathália.

Segundo o que ela registrou no B.O. minutos depois ele começou a tirar as cadeiras do restaurante alegando que elas não constavam do acordo para locação do imóvel.

Ainda segundo Nathália, a mulher do proprietário teria usado o termo “aberração” e o homem disse para ela tirar as coisas dela do restaurante e a desafiado a provar que eles eram homofóbicos.

Nathália e a namorada teriam recebido ofensas de proprietário do imóvel em Araraquara (SP)
Foto: Amanda Rocha/ACidadeON

Maioria dos clientes do restaurante é de lésbicas e gays

Nathália e a namorada teriam recebido ofensas de proprietário do imóvel em Araraquara (SP)

Segundo Nathália, 90% dos seus clientes são homossexuais e são eles que representam grande parte da renda da família.

O restaurante vegano funcionava em dois horários, pela manhã e a noite e segundo a empresária, vendia em torno de 40 marmitas e 50 lanches por dia.

Além de Nathália, sua mãe e sua tia trabalhavam no lugar e todas tem a renda do restaurante como principal.
É a única renda que a gente tem. Ele tirou a única coisa que eu tinha para sustentar a minha casa”.
Após registrar o B.O. Nathália foi orientada a aguardar uma convocação do Núcleo Especial Criminal (Necrim), órgão especializado da Polícia Civil do Estado de São Paulo que promove a solução de conflitos de interesse decorrentes de crimes de menor potencial ofensivo.

Assessoria LGBT acompanhará o caso

A responsável pela Assessoria de Políticas Públicas LGBT de Araraquara, Filipe Brunelli, afirmou que está acompanhando o caso. Segundo Brunelli, as ofensas e discussões puderam ser ouvidas quando estava em uma ligação com Nathália. O registro da ocorrência também foi incentivado pela assessora.
A assessoria está aqui para isso. Para construir e garantir a cidadania das pessoas LGBT. Nós LGBTs somos muito marginalizados, é tão difícil arrumar um emprego. Aí quando montamos um negócio para podermos sobreviver, acontece isso”, disse.
A empresária e sua namorada serão encaminhadas à defensoria pública onde será designado um advogado que tratará as medidas indenizatórias. O pedido de processo por homofobia também será encaminhado à Justiça.

Empresária apresentou recibo de pagamento de aluguel de restaurante em Araraquara
em nome da mãe.
Proprietário nega preconceito

O G1 tentou entrar em contato com o proprietário do prédio por telefone diversas vezes, mas não obteve sucesso.

Em entrevista gravada ao site A CidadeON, o homem alegou não ser homofóbico e disse que reclamou do barulho que Nathália estaria causando e que ela teria desrespeitado o pedido de silêncio após o horário do expediente.
Eu só reclamei que a gente tem que ter um respeito mútuo porque eu moro nos fundos e ela tem o estabelecimento na frente. Já peguei ela com a namorada, nunca reclamei. O fato que foi a bagunça fora do horário. Se ela quiser namorar pode namorar aqui o quanto quiser, mas não tendo desrespeito com a gente que mora aqui”, afirmou.
Ele disse ainda que Nathália poderia estar inventando falsas acusações contra ele para sair do prédio sem pagar aluguéis que estariam atrasados, mas a empresária apresentou ao G1 recibos que comprovariam o pagamento dos aluguéis.
*Sob supervisão de Fabiana Assis, editora do G1 São Carlos e Araraquara.

Fontes: A CidadeOn (por Amanda Rocha) e G1 São Carlos e Araraquara

Defensoria de João Pessoa (PB) realiza 33 casamentos homoafetivos

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019 0 comentários


Defensoria realiza casamento de 33 casais homoafetivos em João Pessoa


As jovens Emília e Eunice namoram há um ano e vão comemorar o primeiro ano de relacionamento de forma especial: elas fazem parte do grupo formado por 33 casais homossexuais que oficializarão a união no próximo dia 24 de janeiro, no casamento coletivo realizado pela Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) e o Movimento Social de Defesa dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexo e Mais.

A cerimônia vai ser realizada no Teatro Paulo Pontes (Espaço Cultural José Lins do Rego), a partir das 19h, pelo juiz de paz Romero Feitosa. Entre os noivos, estão casais que residem em João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Conde, Sapé e Guarabira.

O defensor público-geral da Paraíba, Ricardo Barros, explica que além de consolidar direitos civis dos casais homoafetivos, o casamento coletivo promovido pela DPE-PB concretiza o sonho de casais que não têm dinheiro para custear as despesas cartoriais.
Com o casamento civil, esses casais passarão a ter mais garantias no que diz respeito ao direito a herança, previdenciário, alimentos e partilha de bens. Além disso, o casamento representa um sonho para duas pessoas que se amam e é muito gratificante para a DPE fazer parte desse sonho", ressaltou o defensor geral.
A coordenadora da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos, Remédios Mendes, afirma que a Defensoria está atenta as reivindicações dos movimentos sociais:
Sobretudo da população homossexual, que ora tem sofrido ataques e ameaças de retrocesso nos direitos conquistados com luta por gerações", ressaltou. Para a defensora pública, o casamento não só é a garantia dos direitos civis, mas a afirmação de que todos são iguais indistintamente.
Nossa humanidade não pode ser suplantada por preconceitos e discriminação. Somos, além de nossa sexualidade, pessoas, somos humanos e nossa dignidade tem que ser afirmada", completou Remédios.
FORTALECIMENTO - Para a psicóloga e marceneira Emília Danila, de 23 anos, a união civil com a mulher com quem vive há quase um ano representa o fortalecimento do casal. "Nós nos unimos para nos fortalecer. Estamos muito empolgadas e muito gratas pela oportunidade. É muito bacana fazer parte desse ato, que também é político, realizado de forma muito organizada e dividindo esse momento com outros casais. Todo mundo tem se ajudado nesse processo e a Defensoria Pública está de parabéns, nos atendeu muito bem e tratou a todos de forma muito respeitosa", contou Danila.

CONSOLIDAÇÃO DE DIREITOS - Para os representares do Movimento envolvidos na organização do evento, é importante que, "diante da atual conjuntura do país, de ameaças a retirada de direitos e conquistas da população, os casais façam jus a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu em 2014 a união estável entre casais do mesmo sexo".

PARCERIAS – O casamento coletivo homoafetivo tem o apoio do Cartório Azevedo Bastos, que se responsabilizou pela emissão das certidões de casamento sem custos para os noivos, além dos profissionais André Luiz (florista) e Daniel Honório (bolo) e da empresa Mariage Doces Finos, que participarão voluntariamente do evento, assim como as cantoras Renata Arruda e Diana Miranda.

Fonte: Defensoria Pública da Paraíba, 19/01/2019

Kate Winslet e Saoirse Ronan farão par romântico no filme Ammonite

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019 0 comentários

Saoirse Ronan (esquerda) e Kate Winslet (direita) Foto: David Benett

Kate Winslet e Saoirse se apaixonarão em drama de época.  
Diretor de 'Reino de Deus' comanda filme sobre a pioneira paleontóloga Mary Anning
Duas queridinhas da Academia vão estrelar o novo filme do cineasta britânico Francis Lee, elogiado por seu trabalho em Reino de Deus. Segundo o portal Deadline, Kate Winslet e Saoirse Ronan foram confirmadas como as protagonistas do romance Ammonite. 

Ambientado numa cidade costeira do Reino Unido durante a década de 1820, a obra vai girar ao redor da pioneira Mary Anning, protagonizada por Winslet, paleontóloga responsável pela descoberta do primeiro fóssil de ictiossauro, ainda na adolescência. O roteiro de Lee acompanha como a pesquisadora, vinda de uma família pobre, acaba se tornando dama de companhia e enfermeira de uma rica mulher londrina, vivida por Saoirse Ronan, com quem começa um inusitado romance.


Mary Anning

A produção é de Iain Canning, Emile Sherman (ambos de As Viúvas e Lion - Uma Jornada Para Casa) e Fodhla Cronin O'Reilly (Lady Macbeth). As filmagens começam em março de 2019, mas Ammonite ainda não ganhou previsão de lançamento.

Vencedora do Oscar por O Leitor, Kate Winslet grava o remake Blackbird e está confirmada nas sequências da franquia Avatar. Já Saoirse Ronan busca sua quarta indicação ao prêmio da Academia pelo histórico Duas Rainhas, que chega aos cinemas brasileiros em 14 de fevereiro.

Fonte: Terra, por Katiúscia Vianna, 14/12/2018 e outras

Agentes de segurança trabalham pelos direitos de gays, lésbicas e outras minorias

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019 0 comentários

Registro feito durante o II Encontro Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI

Além de PMs que se casaram em Minas, outros agentes de segurança trabalham pelos direitos dos LGBTI


Os soldados da Polícia Militar Victor Morais e Wilker Figueiredo, que se casaram e fizeram sucesso na internet, não são os únicos agentes de segurança a mostrar publicamente a homossexualidade. Na conta do Instagram da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+ (Renosp), policiais e militares mostram seus rostos, nomes e histórias para provar à população a importância de se enfrentar os preconceitos dentro e fora das instituições.

A Renosp/LGBTI+ foi criada em 2010, no Rio de Janeiro, por agentes de segurança de todo o país, mas passou a ser mais atuante na divulgação dos direitos humanos no ano passado. A mudança aconteceu em julho, quando um policial militar do Estado de São Paulo foi ameaçado de morte por colegas de trabalho depois de ser flagrado dando um beijo na boca de outro homem.

A repercussão do caso foi tão grande que a rede decidiu criar uma conta no Instagram para que outros agentes de segurança e forças armadas pudessem mostrar seus rostos e suas histórias. “Ficamos indignados. Como um beijo poderia ser motivo para ameaças de morte? Decidimos nos organizar de maneira mais efetiva, transformamos a Renosp em pessoa jurídica, uma associação, para atuar em casos como esse”, afirma Anderson Cavichioli, pesquisador da Universidade de Brasília que faz parte da rede.

Além do uso da rede social, a Renosp decidiu trabalhar várias ações para combater a LGBTfobia dentro e fora das instituições de segurança - como polícias, guardas municipais e forças armadas. Assim, a rede acompanha os casos de violência, exigindo apuração por parte do poder público, além de oferecer apoio às vítimas. O grupo também se manifesta publicamente quando a comunidade LGBT se sente ofendida pelo discurso de alguma personalidade famosa.

Fonte: Hoje em Dia, por Cinthya Oliveira, 16/01/2019

Casal de mulheres agredido com chutes e socos em ataque heterrorista em Natal

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019 0 comentários

Vanessa teve o braço quebrado em duas partes

Casal de mulheres é agredido com chutes e socos em ataque heterrorista em Natal

Um casal de mulheres foi vítima de lesbofobia no condomínio Village Planalto, no bairro Planalto, Zona Oeste de Natal. Vanessa Macambira, 40, e Glícia Brandão, 26, são casadas e sofreram agressão verbal e física após interpelar um jovem de 17 anos, lutador de artes marciais, acusado de agredir o filho delas, de apenas 9 anos de idade. O crime aconteceu dia 27 de dezembro de 2018.

Vanessa teve o braço quebrado em duas partes e foi levada para o hospital Walfredo Gurgel, unidade de urgência e emergência na capital potiguar. O local da fratura foi imobilizado e ela ainda aguarda cirurgia pelo SUS. Ao tentar defender a esposa, Glícia levou um soco no rosto e sofreu corte na testa. A criança não presenciou o ataque.

O agressor, menor de 18 anos, vinha hostilizando o filho de Vanessa e Glícia há alguns meses em razão da homossexualidade do casal. Nas redes sociais, o jovem aparece numa das fotos com o logotipo do presidente Jair Bolsonaro. Ele é filho do aposentado Nilo Ferreira Lima, que também mora no condomínio.

Segundo Vanessa, ao ser avisada pelo filho de que havia sido agredido, ela desceu para falar com o garoto e foi ameaçada. Da janela, Glícia viu e desceu para conversar. Vanessa subiu para o apartamento e deixou o filho, antes de voltar para o local onde estavam. No retorno, Vanessa lembra que viu Glícia sendo empurrada, apressou o passo e foi agarrada por trás e atirada no chão. Foi então que o jovem começou a desferir chutes na vítima. Ao tentar impedir, Glícia levou um soco no rosto e perdeu os óculos:
 Quando eu vi, o rapaz empurrou a Glícia e fui tentar separar a briga. Ao chegar, o pai do menino me segurou e me derrubou. Quando eu vi já estava no chão e senti o garoto me chutando. E num dos chutes senti que meu braço havia quebrado. Glícia tentou fazer o garoto parar e levou um soco no rosto, o óculos voou. Ela ainda pegou britas no chão e tentou acertá-lo.
No momento da agressão nenhum dos moradores que presenciou o ataque prestou socorro. O porteiro do condomínio chegou a empurrar Glícia para apartar a briga e outro morador reclamou que uma das vítimas acertou uma pedra em seu automóvel. A síndica se recusou a informar a relação de moradores do prédio, não prestou socorro e também não apurou o caso.

Vanessa e Glícia só conseguiram registrar o Boletim de Ocorrência uma semana depois da agressão em razão da greve dos policiais civis no Estado. Uma advogada soube do caso pelas redes sociais e se ofereceu para defender o casal. O recesso do Judiciário também impediu que as vítimas processassem o agressor e o pai logo após o ocorrido.

A lei estadual que reconhece a homofobia como crime existe desde 2007 no Rio Grande do Norte, mas nunca foi regulamentada pelo Governo do Estado.

Morando juntas há sete anos, Vanessa e Glícia contaram que já foram vítimas de agressões verbais, mas nunca imaginaram que fossem entrar para as estatísticas homofobia da forma como o caso aconteceu:
As pessoas chamam a gente de sapatão na rua e há também o preconceito velado na escolas. Nosso filho tem 9 anos, foi adotado com cinco dias de nascido, e é como se o tempo todo você estivesse sendo observada e julgada por ser uma boa mãe. Tem sempre que provar. Mas nunca imaginamos ser agredidas dessa forma. É homofobia porque começou com agressões ao meu filho, chamado de ‘fresco’, ‘viado’, ‘baitola’ por ser filho de duas mulheres lésbicas”, conta Vanessa.
Luiz Felipe entre as duas mães, Vanessa e Glícia
Histórico

Segundo a mãe, Luiz Felipe vem sendo vítima de bullyng há alguns meses dentro do condomínio. Glícia já chegou a reunir as crianças e adolescentes do prédio para pedir que não ofendessem mais o filho, além de explicar que há diversidade de pensamento e de orientação sexual entre as pessoas. O garoto chega em casa ora chorando ou chateado:
Eu cheguei a ir no apartamento do Nilo porque o filho mais novo dele era uma das crianças que xingava meu filho. Nem conhecia o mais velho, que foi quem nos agrediu.
Vanessa e Glícia são reservadas, não costumam andar juntas pelo condomínio e não possuem relações próximas com os demais vizinhos. Após a agressão, que ocorreu por volta das 20h, a família dormiu na casa da mãe da Glícia, em Lagoa Nova, local adotado como ponto de apoio. Vanessa só aceitou voltar para o condomínio após o irmão conversar com o pai do agressor:
Ele disse para o meu irmão que tinha passado mal, teve pressão alta e que poderíamos voltar sem problemas, mas ainda estamos traumatizadas. Não me sinto segura, mas voltamos depois dessa conversa do meu irmão com ele. O garoto que nos agrediu está passando férias numa casa de praia. Comprei esse apartamento financiado pela Caixa Econômica ainda na planta. Não quero ir embora”, conta Vanessa Macambira, funcionária estadual e municipal
A eleição de um presidente da República homofóbico, como Jair Bolsonaro, é um agravante, avaliam as vítimas. Emocionada, Glícia acredita que os crimes de ódio contra homossexuais devem aumentar: 
As eleições nos deixaram totalmente fragilizadas. Sabíamos que perderíamos nossos direitos e que as pessoas que concordam com o discurso de ódio dele (Jair Bolsonaro) iam sair do armário. E a maioria dessas pessoas é homem e mais fortes que nós. Eles nos querem mortos só pelo fato de existirmos. A eleição de Jair Bolsonaro dá uma espécie de aval, é como se agora isso fosse permitido.
Campanha

Glícia Brandão é atriz e está desempregada. Já Vanessa Macambira é formada em Psicologia e é ex-policial Militar. Ela deixou a PM depois de passar em dois concursos para a área de Saúde do Estado e do município. Trabalha com crianças e jovens. As dificuldades financeiras do casal aumentaram após a agressão. O último salario do município veio com um desconto de mais de R$ 700 em razão dos dias descontados da paralisação dos servidores da saúde. No Estado, a situação é ainda pior. Vanessa está com três folhas atrasadas, incluindo o 13º de 2017.

Diante dos problemas e dos gastos extras com combustível e remédios, as duas resolveram fazer uma campanha de arrecadação. Segundo Vanessa e Glícia, os valores arrecadados serão anexados ao processo:

Banco do Brasil:

Ag: 1668-3
Cc: 15416-4
Variação: 51
CPF: 028.205.684-08
Vanessa Macambira dos Santos

Fonte: Saiba Mais, por Rafael Duarte, 09/01/2019/Portal do Sistema Opinião, 08/01/2019

Fernanda Gentil revela que quer ser mãe novamente e fala do casamento com Priscila Montandon

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019 0 comentários


Fernanda Gentil revela que quer ser mãe novamente e fala do casamento

Em entrevista a Matheus Mazzafera no “Vídeo Show” da quinta-feira (27/12), Fernanda Gentil revelou que foi a esposa, Priscila Montandon, quem a pediu em casamento.

A ex-apresentadora do “Esporte Espetacular” confidenciou que foi a companheira quem deu o passo à frente no relacionamento.
Ela primeiro pediu e um tempo depois a gente oficializou”, disse ela, que está com Priscila desde 2016.
O caráter dela, a pessoa que ela é, os valores que ela tem e mais me chamou atenção como eles são iguais aos meus, como a gente bateu nesse lugar que é muito especial pra gente”, derreteu-se sobre a amada.
A jornalista também revelou ter vontade de ser mãe novamente, mas ainda não sabe se ela ou Priscila é quem iria gestar a criança.
Tenho amor pra dar, acho que essa é a maior responsabilidade que a gente tem no mundo que a gente vive tão difícil, de coisas tão tristes. É realmente um legado que a gente deixa”, contou.
Questionada por Matheus se é realizada, Gentil disse que é feliz pela família.
Fico muito feliz de ter conseguido tudo isso. O que mais me deixa realizada é olhar pra dentro de casa e ver os meninos bem, com saúde, e eu amando e sendo amada, em paz, e tudo funcionando, nosso mundinho girando”.
Para 2019, a fã declarada da cantora Sandy garantiu que uma das metas é ir em uma apresentação da cantora. “Muita saúde, mais saúde, mais um pouquinho de saúde, desafios novos na carreira, muita paz em casa, viagens sempre bom, alegrias pros meninos, família, muito trabalho. Tudo que a Priscila quiser, menos mulheres, só eu”, brincou.
Fernanda Gentil dá o que falar em despedida do “Esporte Espetacular”

Fernanda Gentil apresentou o “Esporte Espetacular”, da Globo, pela última vez no dia 16/12 antes de sair do jornalismo para o entretenimento do canal. A sua despedida, então, deu o que falar nas redes sociais.

Apesar de já ter anunciado sua saída há algumas semanas, muitos telespectadores foram pegos de surpresa e comentaram nas redes sociais. No momento da despedida, o programa exibiu trechos de alguns momentos da apresentadora no departamento de esportes da emissora.
Eu vim aqui como combinei passar o bastão para Bárbara [Coelho], minha última contribuição foi essa matéria com o Diego Hypólito. Fui muito feliz aqui, é um espaço muito especial, abençoado”, afirmou Fernanda Gentil, antes de cumprimentar Felipe Andreoli e a equipe do dominical.
Fonte:  RDI, por Pedro Mendonça, 27/12/2018

Cartas de amor entre duas freiras lésbicas no século 12

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019 0 comentários


2019 está começando e ainda tem gente que precisa ter receio de viver o amor por causa do preconceito alheio. Se hoje em dia ainda é difícil, ainda que com muitos avanços, imagine no século 12, e quando as apaixonadas são um casal de freiras.

O achado foi compartilhado por Erik Wade, professor e pesquisador de História da Sexualidade na Universidade de Bonn, na Alemanha. Ele encontrou o documento em um artigo da professora Jacqueline Murray.

Wade disse ter achado a carta “muito bonita e poderosa, mesmo centenas de anos depois”, e que acredita “ser importante ver exemplos positivos de desejo entre o mesmo sexo de períodos históricos antigos”, inclusive na Idade Média, que ele diz ser um período muito mais complexo do que se pensa ao enquadra-lo como ‘idade das trevas’.

Confira a carta – já traduzida do latim medieval pata o inglês – e sua tradução para português:
“Para C-, mais doce que mel ou favo de mel, B – envia todo o amor que existe para o seu amor. Você que é única e especial, por que você demora tanto tempo, tão longe? Por que você quer que sua única morra, alguém que, como você sabe, te ama com alma e corpo, que suspira por você a cada hora, a todo o momento, como um passarinho faminto.

Desde que eu tive que ficar sem sua doce presença, eu não quis ouvir ou ver qualquer outro ser humano, mas como as rolinhas, tendo perdido sua companheira, empoleira-se para sempre em seu pequeno ramo seco, então eu lamento sem fim até que eu aproveite sua confiança de novo.

Eu olho e não encontro minha amante – ela não me conforta nem com uma única palavra. De fato, quando reflito sobre a beleza de sua fala e aspecto mais alegre, fico completamente deprimida, pois não encontro nada que eu possa comparar com seu amor, mais doce que o mel ou o favo, comparável com o brilho do outro e da prata.

O que mais? Tudo em você é gentileza, perfeição, então meu espírito definha perpetuamente por sua ausência. Você é desprovida da ousadia de qualquer falta de fé, você é mais doce do que leite e mel, você é inigualável entre milhares, eu te amo mais do que qualquer outra.

Você é o meu amor e desejo, você é o doce resfriamento da minha mente, não há alegria para mim em qualquer lugar sem você. Tudo o que foi delicioso com você é cansativo e pesado sem você.

Então eu realmente quero te dizer, se eu pudesse comprar a sua vida pelo preço da minha, [eu faria] instantaneamente, pois você é a única mulher que eu escolhi de acordo com o meu coração.

Por isso, rogo a Deus que a morte amarga não venha a mim antes que eu desfrute da visão desejada de você novamente. Adeus. Tens de mim toda a fé e amor que existem. Aceite a escrita que envio e, com ela, meu constante pensamento.”
Fonte:  Hypeness, 12/2018 ," A correspondência amorosa entre duas freiras lésbicas no século 12"

Os direitos LGBT no governo Bolsonaro

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019 0 comentários

A comunidade avalia que o momento é de cautela

O que acontecerá com os direitos LGBT no governo Bolsonaro?

Horas depois da posse do presidente, na noite do dia 1º, a equipe de Bolsonaro apresentou formalmente, no site do Planalto, a estrutura do novo governo. Após alguns minutos, o documento (conhecido como Medida Provisória 870/19) causou comoção nas redes sociais por não citar artigos que continham menção à comunidade LGBT. O assunto ficou entre os trending topics do Twitter durante a quarta (2). Se, no governo Temer, as demandas de gays, lésbicas, bissexuais e transgênero eram prioridade de uma Diretoria, subordinada ao Ministério dos Direitos Humanos, no novo governo o termo sequer aparecia nos documentos.
Isso foi corrigido na manhã de quinta (3): um trecho do artigo da antiga Diretoria do governo Temer, que cita as minorias, foi copiado na nova Medida Provisória. Agora, o decreto de Bolsonaro mantém no texto atribuições como "coordenar as ações governamentais e as medidas referentes à promoção e defesa dos direitos de LGBTs" e "exercer a função de Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT". 

A assessoria do novo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado pela advogada e pastora Damares Alves, informou em nota que a Diretoria será mantida, com a mesma estrutura, mas sob a Secretaria Nacional de Proteção Global. A informação foi confirmada pela própria Damares, na quinta-feira (3), durante a posse dos ministros. Ela ainda apresentou o pastor Sergio Queiróz como responsável pela Secretaria. 

Pautas da comunidade não devem avançar 

Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI, acredita que há certa "confusão" na interpretação de documentos oficiais. Para ele, seria mais assertivo que a sociedade cobrasse aprimoramento, a qualidade e a efetividade das políticas implementadas. Em outras palavras, seria cedo para reclamar do novo governo antes de ver que políticas serão efetivamente adotadas.... 

Nomenclaturas à parte, a advogada especialista em diversidade Adriana Galvão afirma que os direitos já adquiridos não serão perdidos, a não ser que o próprio Judiciário revogue. "Mas é improvável, pois eles mesmos que concederam", diz. Ela aposta, entretanto, que será difícil ter aprovação de algo novo, como criminalização da homofobia, durante esses quatro anos do governo que se iniciou essa semana.


Quem vai promover a cidadania LGBT?

Symmy Larrat, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), comentou em um vídeo que a Diretoria fazia parte de uma Secretaria ligada à promoção e defesa dos direitos humanos. de uma Secretaria ligada à promoção e defesa dos direitos humanos. 
Durante a gestão Temer, passou para a pasta de Cidadania e agora está sob responsabilidade da Secretaria de Proteção Global. Não haverá nenhum tipo de promoção da cidadania LGBT?", pergunta. 
Outro fator preocupante, de acordo com ela, é que a Secretaria será paralela a outra pasta de defesa nacional da família, ambas subordinadas a mesma Diretoria.
Sabemos que não consideram as famílias homoafetivas, por exemplo. Como essa Secretaria de Proteção Global agirá estando lado a lado com uma pasta que nos persegue? Conclamamos a todas as pessoas LGBTs para, depois que entendermos essa conjuntura, pautar o governo por meio de nossa luta", diz. 
Movimento é visto como "de esquerda" 

O cientista político Bruno Silva acredita que o ato de tirar a expressão LGBT do documento em um primeiro momento é mais simbólico do que prático. 
Essa situação revela uma falta de disposição de dialogar com esse público. Há um desinteresse em dar visibilidade, tal como vinha sendo feito nos governos anteriores. Muita gente associa a pauta aos movimentos da esquerda e isso deslegitima o que seria de interesse de todo o país", diz. 
Os especialistas acreditam que, mesmo se o tema for atribuído a uma pasta mais generalista, deve trazer prejuízos, tendo em vista posturas da nova Ministra e do presidente publicamente conhecidas em relação à comunidade.

Adriana Galvão considera temerária a falta de menção à temática na MP.
Da forma que estava a portaria, entendemos que a matéria não está entre as prioridades do governo", explica.
Ela aconselha cautela, mas também diz que a comunidade deve cobrar a secretaria específica realmente defenda a pauta.
"O movimento precisa se unir nesse momento. Tem que ser pautado com bastante responsabilidade, sem radicalismo, com uma política de equilíbrio e diálogo. Precisa ser didático, as pessoas não conhecem e acabam polarizando as coisas", explica.
A especialista acredita que eventuais conquistas que a comunidade LGBT tenha nos próximos quatro anos não se darão pelos poderes Legislativo ou Executivo, somente pelo Judiciário.

Ministra prometeu diálogo

Em dezembro, a Ministra Damares se encontrou com mais de 30 organizações LGBTI, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, que funcionava como sede da transição do governo. Na ocasião, ela recebeu dos representantes o documento "O que Queremos do Estado Brasileiro", que trata das prioridades para as políticas públicas, especialmente nas áreas de direitos humanos, educação, saúde, emprego, previdência social, segurança pública e assistência social.

Em vídeo divulgado após o encontro, Damares falou sobre o perfil do novo governo, que é de ouvir diretamente as pessoas e entidades que representam determinados grupos. "Esse segmento, que é organizado e tem conquistas garantidas ao longo das militâncias, vai ter canal aberto com o Ministério dos Direitos Humanos", afirmou.

Fonte: UOL, por Paulo Gratão, Colaboração para Universa, 03/01/2019 

Ministro da Educação desmonta secretaria da diversidade

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019 0 comentários

Ricardo Vélez Rodriguez, Ministro da Educação

Vélez desmonta secretaria de diversidade e cria nova subpasta de alfabetização
Iniciativa é manobra para eliminar temáticas de direitos humanos, educação étnico-raciais e palavra diversidade
O governo Bolsonaro vai extinguir uma secretaria do MEC (Ministério da Educação) responsável por ações de diversidade, como direitos humanos e relações étnico-raciais. Além disso, será criada uma nova secretaria só para alfabetização, que ficará a cargo do proprietário de uma pequena escola de Londrina indicado pelo escritor Olavo de Carvalho.

Essas são as primeiras alterações no organograma do MEC após a definição do professor de filosofia Ricardo Vélez Rodriguez como ministro da Educação.

A atual Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão) será desmontada e em seu lugar surgirá a subpasta Modalidades Especializadas. Segundo a Folha apurou, a iniciativa foi uma manobra para eliminar as temáticas de direitos humanos, de educação étnico-raciais e a própria palavra diversidade.

A nova pasta deve continuar a articular as ações de educação especial, de jovens e adultos, educação no campo, indígena e quilombola.

A Secadi foi criada em 2004 com o objetivo de fortalecer a atenção especial a grupos que historicamente são excluídos da escolarização. Segundo descrição das atribuições da secretaria, as políticas orientadas pela subpasta devem considerar “questões de raça, cor, etnia, origem, posição econômica e social, gênero, orientação sexual, deficiências, condição geracional e outras que possam ser identificadas como sendo condições existenciais favorecedoras da exclusão social”.

O presidente eleito, Jairo Bolsonaro (PSL), repetiu durante a campanha ser contrário a políticas específicas a grupos vulneráveis, o que classificou como coitadismo. Ele impulsionou sua carreira política em uma cruzada contra a abordagem do que ele e outros detratores chamam de "ideologia de gênero", expressão nunca usada por educadores.

Para o frei David Santos, da ONG Educafro, o fim da pasta é um retrocesso a uma política de estado. “O surgimento da Secadi foi determinante para despertar do povo negro, quilombola, indígena, ribeirinha”, diz.
Enquanto militante de um mundo melhor, participante de uma igreja que definiu que políticas públicas como tema da campanha da fraternidade de 2019, vejo nessa atitude uma afronta.”
O futuro secretário de alfabetização será Carlos Francisco de Paula Nadalim. O país tem um grande desafio no tema. Segundo o última avaliação federal, mais da metade dos alunos do 3º ano do ensino fundamental tem nível insuficiente em provas de leitura e matemática.

A experiência de Nadalim, que é mestre em educação pela Universidade Estadual de Londrina, é na escola de sua família chamada Mundo do Balão Mágico, também na cidade de Londrina. No censo escolar de 2017, a unidade contava com 12 funcionários, 47 alunos na pré-escola e 94 estudantes do 1º ao 5º ano.

O paranaense é conhecido por vídeos na internet em que faz comentários religiosos, critica o educador Paulo Freire, defende a educação domiciliar e divulga um método supostamente inovador de alfabetização que ele desenvolveu para sua escola. Indicado pelo deputado Diego Garcia (POD-PR) ao prêmio Darcy Ribeiro, da Câmara dos Deputados, foi agraciado em 2018.

Em vídeos, Nadalim expõe a apostila de seu programa de alfabetização inspirado no método fônico (que concentra atenção na relação entre letras e sons para depois chegar à leitura) e ataca o que seria a tendência nacional de apostar no método construtivista (que, em resumo, alfabetiza já focado na leitura de textos). Olavo de Carvalho, que o indicou ao futuro ministro, já fez comentários parecidos. “Tem que voltar ao velho método fônico, beabá, como era nos anos 60, 70”, disse ele à Folha.

O escolhido para a nova secretaria ainda critica o trabalho da educadora Magda Soares, especialista em alfabetização e professora emérita da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Em seu último livro, “Alfabetização - Questão de Métodos”, Soares discorre sobre a dificuldade dos professores brasileiros em alfabetizar com algum método, o que seria reflexo do sistema de formação docente brasileiro.

A educadora coordena desde 2007 um projeto de alfabetização no município mineiro de Lagoa Santa (a 35 km da capital), cujos resultados se tornaram referência no país. O percentual de alunos de Lagoa Santa com aprendizagem adequada no 5º ano em leitura passou de 48% em 2009 para 66% em 2015, acima da média nacional (51%).

Procurado pela Folha, Nadalim não quis dar entrevista e disse que a definição do seu nome para o cargo ainda não está certa.

Fonte: Folha de SP, por Paulo Saldaña, 02/01/2019


Jornalistas da Globo se assumem bi ou lésbicas

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019 0 comentários

Fernanda Gentil, Leilane Neubarth e Nadia Bochi:
a verdade, tão somente a verdade sobre elas mesmas

Jornalistas da Globo livres para se assumirem bi ou lésbicas

Apresentadoras e repórteres compartilham com atrizes gays a luta contra o preconceito

A melhor coisa de sair do armário é que ninguém mais pode ameaçar contar aquilo que você já assumiu ser”, disse, em 2008, Rachel Maddow, uma das mais famosas e respeitadas apresentadoras dos Estados Unidos.

Ao se tornar a primeira âncora de programa jornalístico assumidamente lésbica no horário nobre da TV norte-americana, sem que a orientação sexual fosse empecilho para a ascensão profissional, ela encorajou colegas de profissão a também fazer o ‘outing’.

No Brasil, esse movimento de libertação de jornalistas lésbicas atuantes na TV é recente.

Vivemos em uma sociedade machista, discriminatória e opressora. Exige-se coragem extra para sair do armário.

O caso mais midiático aconteceu em setembro de 2016, quando Fernanda Gentil, então âncora do "Esporte Espetacular", assumiu o relacionamento com a também jornalista Priscila Montandon.
Estou só exercendo o meu direito de ser muito, muito feliz”, disse na época.
Desde então, a carioca lida bem com as reações de curiosidade a respeito de sua intimidade e os ataques homofóbicos nas redes sociais.

Em julho deste ano, outra jornalista da Globo rompeu o silêncio usado como escudo pela maioria dos homens e mulheres gays que atuam diante das câmeras.

Nadia Bochi, repórter do "Mais Você" de Ana Maria Braga, usou seu perfil no Facebook para um desabafo.
Me reconheci lésbica numa época em que ser homossexual não tinha nenhum glamour. Não existia beijo gay nas novelas, pelo contrário, as lésbicas explodiam junto com os prédios”, escreveu, referindo-se à morte do casal Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer), eliminado na explosão de um shopping na novela Torre de Babel (1998-1999), por conta da rejeição dos telespectadores conservadores.
Há 15 anos sou repórter da Globo e entro na casa de milhões de pessoas com tudo que me constitui: meu profissionalismo, sensibilidade, a voz, os ouvidos e também o meu jeito de amar”, relatou Nadia em outro trecho do post.
No último Natal, uma das veteranas da GloboNews compartilhou no Instagram uma foto ao lado da companheira. Leilane Neubarth recebeu centenas de comentários de apoio e felicitações.

Com testemunhos emocionados ou postagens discretas, essas três profissionais da comunicação contribuem para o combate à homofobia.

Elas trabalham na maior empresa de mídia do País e são reconhecidamente competentes. O fato de serem gays ou bissexuais é irrelevante no cumprimento de suas funções.

Acima, Nanda Costa e Thalita Carauta; abaixo, Bruna Linzmeyer e Barbara Gancia:
o uso da visibilidade midiática para defender o respeito às lésbicas e às mulheres em geral

Uma precursora entre as jornalistas militantes pelo respeito da homoafetividade é Barbara Gancia, ex-apresentadora do "Saia Justa", do canal GNT. Ela sempre disse a verdade a respeito de sua sexualidade.
Opto por ser fiel a mim, da forma mais digna e transparente possível, caminhando no sentido contrário das farsas, da impostura e das trevas”, explicou, anos atrás.
Algumas atrizes da Globo também declararam ao público o amor por outras mulheres.

Nos últimos tempos, Nanda Costa, Thalita Carauta e Bruna Linzmeyerpassaram a falar abertamente da questão e viver seu relacionamento sem o temor de um flagra pelos paparazzi.

Tal liberdade é mais uma etapa da revolução feminina (e feminista) iniciada no século 19.

Certa vez, ao ser questionada a respeito da importância de assumir a orientação sexual, a escritora norte-americana e ícone gay Rita Mae Brown foi sucinta e, ao mesmo tempo, totalizante:
Tudo que você deve fazer na vida é ser quem você é”.
Fonte: Terra, por Jeff Benício, 29/12/2018

Bolsonaro retira população LGBT das diretrizes dos Direitos Humanos

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019 0 comentários

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

MP assinada por Bolsonaro retira população LGBT das diretrizes dos Direitos Humanos
A Medida Provisória explicita as mudanças na estrutura dos ministérios, incluindo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela pastora Damares Alves

A Medida Provisória de nº 870/19, assinada por Jair Bolsonaro (SPL) nesta terça-feira (1), retirou a população LGBT da lista de políticas e diretrizes destinadas à promoção dos Direitos Humanos. A MP explicita as mudanças na estrutura dos ministérios, incluindo o novo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela pastora Damares Alves. A edição foi publicada no Diário Oficial da União ainda nesta terça (clique aqui para conferir a MP na íntegra).

Dentre as políticas e diretrizes destinadas à promoção dos direitos humanos estão incluídos explicitamente as "mulheres, criança e adolescente, juventude, idoso, pessoa com deficiência, população negra, minorias étnicas e sociais e Índio". As pessoas LGBT, que antes eram citadas nas estruturas de Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, foram excluídas. 

Na estrutura do novo ministério existem seis secretarias nacionais: Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres; Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; Secretaria Nacional da Juventude; Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. 

Caso a pauta LGBT possua alguma estrutura de gestão ou seja trabalhada pela gestão nacional, estará provavelmente sob a tutela das seguintes secretarias: Secretaria Nacional de Proteção Global e Secretaria Nacional da Família. O Conselho Nacional de Combate a Discriminação continua, mas de acordo com o decreto tem a função de formular e propor diretrizes de ação governamental. A execução de ações para a população LGBT depende de pastas especificas que ainda não foram detalhadas.

Fonte: Diário de Pernambuco, 02/01/2019

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