Fundador da torcida organizada gay do Corinthians diz que entidades esportivas não se pronunciam contra a homofobia e que a Parada de São Paulo é mal organizada

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014 0 comentários


Homofobia na Copa: "São Paulo não está pronta", afirma o presidente da Gaivotas

Quando o assunto é futebol, falar de homossexualidade ainda é tabu. Recentemente, um "selinho" do atacante corinthiano Emerson Sheik em um amigo gerou polêmica e reacendeu o debate. Lamentavelmente, São Paulo também registra casos frequentes de agressão física ou verbal a homossexuais. Com a proximidade da Copa do Mundo, estará a cidade preparada para receber um evento de tamanha importância e garantir os direitos e a segurança do público LGBT?

Segundo Felipeh Campos, jornalista e fundador da torcida organizada gay do Corinthians "Gaivotas Fiéis", a resposta é não. "São Paulo é uma cidade que não está preparada nem para receber chuva. Sou patriota, amo meu país, mas não acredito que nem o Brasil, nem São Paulo estão prontos para receber um evento desse porte", afirma.

Em entrevista para o Yahoo Esporte Interativo, ele revelou que muitos torcedores de outros clubes mostraram interesse em fazer parte da Gaivotas Fiéis. Portanto, pelo menos até a Copa, o nome será alterado para Gaivotas do Brasil, visando a torcida pela seleção brasileira. "Estou indo a Brasília entregar o kit de camiseta, bandeira, caneca e chaveiro para [a presidente] Dilma [Rousseff] e para [o ex-presidente] Lula. Vai ser o primeiro termômetro: se não me receberem ou, por qualquer motivo, começarem com 'coisa', saio de lá do Planalto, paro na primeira delegacia e abro um boletim de ocorrência".

Felipeh entende que não se trata apenas da homofobia, pois o problema da violência em São Paulo é generalizado. Mais do que uma ação específica voltada para o público LGBT, ele defende que os governos estejam atentos à proteção da população como um todo. "O que o gay busca é uma socialização com segurança, que a gente não tenha tantos problemas relacionados a crimes de homofobia. Se houvesse uma preocupação com a questão da segurança como um todo, já seria um grande passo", define.

O Silêncio dos Dirigentes 

Felipeh Campos também vê incoerência nas atitudes - ou na inoperância - de líderes de entidades esportivas, como a Fifa, o COI e a CBF: "eles defendem a união entre povos, afirmam que toda pessoa deve ser vista como cidadão comum, independentemente de ser homo, hetero ou bissexual, fazem tantas campanhas a favor deles mesmos mas não são capazes de se manifestar em relação ao público LGBT, que hoje representa uma parcela enorme da população brasileira". O corintiano parte pro ataque: "Esses dirigentes não conseguem nem falar sobre a sexualidade deles, como é que vão falar da sexualidade do outro?"

Argumentos para as palavras de Felipeh não faltam. Às vésperas da realização das Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia, nenhuma palavra foi publicada por parte do Comitê em relação à lei que proíbe manifestações pró-homossexuais no país; já a Fifa não se pronunciou sobre qualquer tipo de campanha anti-homofobia na Copa do Mundo, seja após receber um pedido oficial da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros, seja ignorando o fato de que, em 2022, o torneio será realizado no Qatar, país onde o homossexualismo é crime.

Politicamente Parada

O outro problema em relação à defesa dos direitos de LBGT na cidade está no direcionamento do trabalho das associações. O jornalista tece críticas à Associação LGBT de São Paulo: "eles estão mais em cima de uma ideologia e esquecem do fator político, que eu acho que é o mais importante", analisa Felipeh, que também se declara contrário à Parada Gay nos moldes atuais. "Eu acredito que a Parada Gay é muito mal organizada. Eu não participo, acho um ato bem preconceituoso; eu não estou lá pra ver 'fulano' se drogar, outros [dizendo] 'ai, vamos parar para ver os gays passarem'".

Além da torcida organizada, Felipeh também montou uma organização LGBT, que deve iniciar suas atividades ainda neste primeiro semestre. "A integração tem que acontecer todos os dias, tendo Parada uma vez por ano ou não. Nessa época, fica tudo muito em cima da questão da ideologia, o barulho é grande por causa disso, mas não se fala da política, que eu acredito que é o mais bacana", conclui.

Poder Público

Esta coluna procurou ouvir a Coordenação de Políticas para LGBT da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, mas não houve resposta até o fechamento deste artigo. Além dessa coordenação, a Prefeitura também conta com o Comitê Integrado de Gestão Governamental Especial para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 - SPCopa, coordenado pela vice-prefeita Nádia Campeão.

A Prefeitura de São Paulo mantém o Centro de Combate à Homofobia (CCH) para prestar atendimento gratuito e especializado à população LGBT que sofre violência e/ou discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou identidade de gênero. O CCH fica no Páteo do Colégio, 5 - Centro. O contato também pode ser feito por telefone, por meio do número (11) 3106-8780, ou pelo e-mail cch@prefeitura.sp.gov.br.

As vítimas de homofobia também podem procurar a 2ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância - DECRADI, que fica na Rua Brigadeiro Tobias, 527 - 3o. andar, na Luz. O telefone é o (11) 3311-3555.

Fonte: 
Portal O Dia via Esporte Interativo, 28/01/2014

Casamento LGBT coletivo, ao som de Macklemore, Lambert e Madonna, no Grammy 2014

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014 0 comentários

Casar ao som de Madonna é mesmo muito emocionante

Com casamento coletivo, Madonna e Macklemore cantam no Grammy
Apresentação de medley do hino gay 'Same Love' com 'Open Your Heart' ainda contou com participação de Queen Latifah e Mary Lambert

A emoção tomou conta do público, na madrugada de segunda-feira (27), quando o Macklemore subiu ao palco da 56ª edição do Grammy Awards, em Los Angeles. Madonna, que vinha dando pistas de que faria uma participação especial na premiação, honrou a palavra a surgiu junto do duo de rap.

Com o hino gay Same Love, Ben Haggerty, o Macklemore, recebeu no palco a cantora Mary Lambert e Ryan Lewis, seus parceiros na canção, para uma apresentação de apoio aos direitos da comunidade LGBT, que ainda contou com a rapper, atriz e apresentadora Queen Latifah. 

Com um look branco de inspiração country, Madonna entrou no palco surpreendendo ao fazer um medley da canção com seu hit Open Your Heart. E assim, com a mensagem de amor igualitário, o encontro do quarteto marcou o inesperado casamento coletivo de diversos casais homossexuais e heterossexuais.

Confira nos vídeos abaixo!

Fonte: Quem Acontece, 27/01/2014

Torcida por beijo gay em ‘Amor à vida’

terça-feira, 28 de janeiro de 2014 0 comentários

Novos Tempos: telespectadores torcem para casal gay

Namoradinhos do Brasil: Thiago Fragoso está na torcida por beijo entre Niko e Félix em ‘Amor à vida’

Já Mateus Solano não vê necessidade no carinho entre os personagens
Na reta final da trama de Walcyr Carrasco, os atores analisam a popularidade do casal Félix e Niko, o favorito dos espectadores da trama das 21h que termina na sexta

RIO - Quando “Amor à vida” estreou, em maio de 2013, um romance entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago. Fragoso) parecia inviável até mesmo na cabeça do telespectador mais imaginativo. Afinal, enquanto o primeiro foi apresentado como um gay enrustido, pérfido, dono de comentários ácidos, o segundo era a síntese da estabilidade: um rapaz casado, sensível e apaixonado pelo companheiro, o advogado Eron (Marcello Antony), com quem planejava ter um filho.

No meio do caminho, entre uma trama rocambolesca, cheia de encontros e desencontros, idas e vindas, quis o destino — ou melhor, o autor Walcyr Carrasco — que Félix se redimisse e Niko se separasse. E que os dois se gostassem e quisessem ficar juntos. E, talvez o mais improvável: que a dupla tivesse o aval do público e conquistasse o status de casal principal da trama, desbancando Paloma (Paolla Oliveira) e Bruno (Malvino Salvador).

— Niko e Félix são um casal legal, querido. A gente brinca muito com o humor, um fala em cima do outro o tempo todo. Há companheirismo, e os dois têm personalidade forte. O Niko é fofo e não gosta de alguns comentários do Félix, mas, ao mesmo tempo, o acha engraçadíssimo. Essa complexidade faz o casal ficar tão interessante, cheio de sutilezas. E o fato de eles serem gays contribuiu — avalia Thiago, contando que sua mulher (Mariana Vaz) sempre torceu para que os dois ficassem juntos: — Ela estudou com o Mateus no colégio e gosta muito dele. E Félix não tinha um par na história. Anjinho (Lucas Malvacini) era mais um caso. Comecei a achar que havia espaço para esse triângulo — entrega.

Walcyr crê que a aceitação dos personagens não aconteceu por acaso. Mas envolve um processo histórico que começou lá atrás, através de autores como Gilberto Braga, Silvio de Abreu, Gloria Perez e Manoel Carlos.

— Eu apenas dei continuidade a um processo iniciado por eles e espero, sim, dar um passo adiante — torce.

Mesmo garantindo não ter alterado a história por conta da popularidade do casal, ele confirma que o romance não estava previsto na sinopse. Mas, ao longo dos capítulos, ele diz, se manteve antenado para sentir “o que rola e o que não rola”, em um processo intuitivo.

— Veja bem, a pesquisa da novela é feita apenas no início, para uma análise das primeiras respostas. Depois, o autor fica ligado com sua antena e, a partir daí, cria seus caminhos, mas sem especificamente ouvir alguém ou mesmo haver alguma interferência da emissora. O meu segredo é assistir à novela todos os dias, junto com o público — revela o autor.

Para Mateus, Félix passou a novela sendo “deseducado”. Segundo o ator, o personagem “foi mimado pela mãe quando deveria ter sido reprimido, ganhava reprovação do pai quando precisava de incentivo”. Tal desequilíbrio só se transformou em algo positivo quando ele se viu obrigado a vender hot dog com Marcia (Elizabeth Savalla). Foi aí que, diz Mateus, Félix teve que reavaliar os conceitos de vida.

— Ele teve que aprender na marra a dar valor às coisas certas. O Niko é uma delas, mas não a única, e a relação deles mexe com uma outra coisa que é a incapacidade do Félix de amar. Primeiro de ele gostar de si próprio, e segundo de aceitar que alguém possa gostar dele. Como o filho, Jonathan (Thalles Cabral), e a Marcia, que foi fundamental — analisa Mateus, contando que não esperava nenhuma das mudanças. — O Félix passou por tudo e mais um pouco, desde a “revelação” da homossexualidade, passando pelo episódio que assume ter jogado Paulinha (Clara Kastanho) na caçamba, ganhar a presidência até perder tudo.

Ao mesmo tempo, Niko caiu nas graças do público pelo jeito sensível e cativante. Por gostar de Fabrício sem saber que era sequer seu filho biológico. E por adotar Jaime (Kaiky Gonzaga) e criá-lo praticamente sozinho. A loucura de Amarilys (Danielle Winits), por sua vez, funcionou como uma contraponto e aumentou ainda mais a compaixão pelo sushiman.

— O público brasileiro é conservador e, pela primeira vez, não ficou ao lado da mãe, mas, sim, ao lado do afeto mostrado por esse cara que nem sabia que era pai biológico da criança. E isso é muito revolucionário, porque dentro da humanidade de cada um, a opção sexual é o que menos importa — define Thiago.

E tanto ele quanto Mateus concordam ao definir a trajetória de Félix como um conto de fadas. Por que não?

— O Walcyr acredita nesse conto de fadas. Foi bonito o universo que criou, e as pessoas compraram a ideia de que o mal pode se redimir. Não é real. Vejo como uma grande metáfora: tinha o cara totalmente bom e o totalmente mau, e o mal foi contagiado pelo bem. E essa regeneração é a mensagem que a novela pode passar — acredita Thiago.

Mateus também acha que um dos méritos de Walcyr foi não se prender tanto à realidade. Ele crê, por exemplo, que aqueles que torcem para o Félix tiveram que aceitar suas inverossimilhanças ao longo dos capítulos: em alguns momentos, a caricatura; em outras, o drama em demasia:

— Ele faz graça nos piores momentos, chama a secretária de cadela e outras coisas que seriam inverossímeis, mas que a gente gosta de ver e compra.

E o jeito ácido e franco do vilão, sempre permeado pelo humor, foi exatamente o que fez as pessoas gostarem dele e ficarem na torcida para que encontrasse alguém, continua Mateus.

— Vivemos num mundo em que não podemos falar nada, nem ofender ninguém. Acho que ele se tornou uma válvula de escape, e isso foi perceptível quando comecei a ver várias montagens na internet com o rosto dele ao lado de frases preconceituosas ou malvistas. A verdade é que todo mundo tem um Félix dentro de si — desafia. — O público primeiro aceitou o Félix. E depois o fato de que ele precisa de um homem para ser feliz. Algumas pessoas então reviram seus conceitos e seus preconceitos.

E após conversas francas, sinceras e cheias de afeto nos últimos capítulos, Félix e Niko chegaram até a trocar carícias sutis. Nesta última semana, Walcyr sugere, em uma cena, que os dois vão passar a noite juntos. Mas conta que foi “extremamente discreto”. Embora o autor afirme ter o aval da emissora para escrever sobre o que quiser, Thiago acha que o beijo gay não vai acontecer. E nem um casamento, como é de praxe no último capítulo.

— Adoraria ver o casamento, ia ser ótimo gravar, mas acho que o Walcyr teve a preocupação de não ser panfletário. E se tiver o beijo gay, vou fazer feliz, acharia o máximo, mas na nossa sociedade com valores sociais deturpados, acho que seria considerado mais agressivo esse beijo entre homens, mais do que entre mulheres. Talvez por isso não tenha — avalia Thiago, afirmando que não gravou cena de beijo e isso não está no roteiro, por enquanto: — Se chegar um adendo secreto, vou ficar superfeliz.

Já Mateus não vê a necessidade real do afago, já que, para ele, Walcyr “ultrapassou a questão do beijo e tocou em questões até mais profundas”.

— Em cena, eles têm diversas demonstrações de carinho e o beijo não faz falta — assegura.

Crer que não há homofobia seria ingenuidade, conclui Thiago, que, todavia, defende o papel da arte como reflexão.

— A arte é a alma do mundo. Embora o comportamento geral não tenha mudado, me sinto satisfeito por ter tocado ao menos um coração com essa história.

Fonte: O Globo, Natália Castro, 26/01/14 

Programadora Box Brazil lança canal LGBT

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014 1 comentários


Canal We aposta em conteúdo LGBT
Novo canal da programadora Box Brazil terá a diversidade como foco de sua programação

A Box Brazil está investindo na criação de um canal com conteúdo que valoriza a temática LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).

Previsto para ser lançado ainda neste ano, We será o quinto canal da programadora e o primeiro a se dedicar exclusivamente à diversidade. Na programação haverá séries, filmes, programas de entrevistas e telejornais com informações relacionadas à diversidade e aos direitos humanos.

Segundo a Box Brazil, a intenção do canal é desmistificar e esclarecer aspectos relacionados à cultura e às individualidades e priorizar os assuntos estigmatizados pela sociedade em geral.

A programadora independente está no mercado de TV por assinatura desde 2011 e tem os canais Prime Box Brazil, Music Box Brazil, Travel Box Brazil e FashionTV Brasil. Segundo dados divulgados pela empresa, a base de assinantes é de 8 milhões.

O canal We está no Facebook e no Twitter para que as pessoas possam interagir e participar com sugestões que poderão ser incorporadas à programação. Além das redes sociais, o público poderá acessar o blog do We. O lançamento está previsto para os próximos meses.

Com informações do Coletiva.net e Meio e Mensagem, 22-24/01/2014

Neurologista afirma que homossexualidade estaria ligada à mudança na composição hormonal e na formação do cérebro

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014 0 comentários



Estresse na gravidez eleva chance de filho ser gay, diz cientista


Um livro recém-lançado por um neurologista sugere que o estresse na gravidez elevaria as chances de uma criança nascer gay.

Segundo o holandês Dick Frans Swaab, autor de We are our Brains (Spiegel & Grau, 448 páginas) ("Nós somos os nossos cérebros", em tradução livre), a homossexualidade estaria ligada a uma mudança na composição hormonal e na formação do cérebro.

Nesse sentido, o neurologista acredita que fumar ou ingerir drogas na gravidez pode influenciar na formação da sexualidade do feto.
Mulheres grávidas que sofram de estresse tem maior chance de darem a luz a bebês homossexuais, porque os níveis elevados do hormônio de estresse cortisol afeta a produção de hormônios sexuais fetais", escreve Swaab.
A abordagem de Swaab, professor emérito de neurobiologia da Universidade de Amsterdã, parte do pressuposto de que a sexualidade é determinada no útero e não pode ser alterada, contrariando uma visão partilhada por muitos especialistas de que a orientação sexual é uma escolha individual.
Embora seja frequente ouvirmos que o desenvolvimento após o nascimento também afete a orientação sexual, não há absolutamente nenhuma prova científica disso", vaticina Swaab.
Para exemplificar sua tese, Swaab cita o caso de uma droga prescrita a 2 milhões de mulheres para evitar abortos nas décadas de 40 e 50 que, segundo ele, aumentou as chances de bissexualidade e homossexualidade nos recém-nascidos.
A exposição à nicotina e à anfetamina durante a gravidez eleva as chances de a mãe gerar uma filha lésbica", afirma o holandês.
O neurocientista também acredita que as chances de que um bebê se torne homossexual são maiores quando a mãe já gerou filhos homens antes.
Isso se deve à resposta imunológica da mãe às substâncias masculinas produzidas por bebês do sexo masculino no útero. Essa reação se torna cada vez mais forte durante cada gravidez", acrescenta Swaab.
Controvérsia

Há mais de cinco décadas pesquisando a anatomia e a fisiologia do cérebro, o holandês, que coleciona diversos prêmios em seu currículo, é um crítico voraz do chamado "livre-arbítrio" humano e muitas de suas tesas tem causado polêmica.

O neurologista acredita que o cérebro é pré-programado durante a gravidez, influenciando as decisões de um indivíduo durante toda a sua vida, desde suas experiências emocionais às suas preferências religiosas.

A sua primeira investida no campo da orientação sexual ocorreu na década de 80 e, desde então, Swaab vem provocando reações acaloradas de grupos de defesa dos direitos gays, que afirmam que suas descobertas enquadram a homossexualidade como um "problema médico".

O neurologista holandês, entretanto, discorda das críticas e afirma que sua tese descontrói o argumento de entidades ultra-conservadoras que acreditam na chamada "cura gay".

Além disso, como afirma que a homossexualidade é definida durante a gravidez, Swaab descarta a hipótese de que filhos de pais homossexuais tenham maior chance de se tornarem gays.
Crianças que cresçam em famílias de pais gays ou lésbicas não têm mais chances de ser homossexuais. Não há qualquer evidência de que a homossexualidade seja um escolha de vida", afirma.
A tese de Swaab, entretanto, não é inédita. No 21º Encontro da Sociedade Europeia de Neurologia, realizado em 2011, o professor Jerome Goldstein, do Centro de Investigação Clínica de São Francisco, nos Estados Unidos, apresentou dados baseados em tomografias computadorizadas que mostraram a diferença dos cérebros entre homossexuais e heterossexuais.
Segundo Goldstein, a orientação sexual não é uma opção, ela é essencialmente neurobiológica ao nascimento".
Cérebro

Mas essa não é a única polêmica do livro de Swaab. Na obra, o neurologista também afirma que o comportamento "irritante" dos adolescentes seria uma evolução natural para evitar o incesto e que partos difíceis seriam, na prática, resultantes da predisposição, nos recém-nascidos, a transtornos mentais como esquizofrenia, autismo ou anorexia.

Além disso, o holandês também defende outras teses, como a de que pessoas inteligentes costumam ser ateias, de que crianças bilíngues tem menos chance de desenvolver Alzheimer ou de que uma desilusão amorosa tem a mesma reação no cérebro do que a abstinência de um viciado.

Fonte: Terra, Saúde, via BBC, 22/01/2014

Padre Fábio de Melo declara apoio ao casamento civil LGBT em programa Altas Horas

2 comentários

Padre Fábio de Melo diz o óbvio: casamento civil e religioso são coisas distintas

Internautas de todo o País estão repercutindo nas redes sociais a declaração do padre Fábio de Melo em apoio ao casamento civil gay. O religioso tratou sobre o tema durante o programa Altas Horas, que foi ao ar pela Rede Globo na madrugada do último domingo (19). 

O padre surpreendeu os telespectadores ao apoiar a união civil de casais homossexuais e a separação entre a religião e os direitos civis 

O padre surpreendeu os telespectadores ao apoiar a união civil de casais homossexuais e a separação entre a religião e os direitos civis.
A gente precisa dividir bem a questão. Uma é a questão religiosa, o posicionamento das religiões, que têm todo o direito de não aceitar, de não ser a favor. É um direito de cada religião. Se você faz parte daquela religião, daquela instituição, você vai submeter-se à regra. Só que há também a questão cível, que não podemos interferir, que não é religiosa, que é o direito de duas pessoas reconhecerem uma sociedade que existe entre elas", respondeu.
Padre Fábio de Melo, que também é artista, escritor e professor universitário, com pós-graduação em educação, defendeu indiretamente o estado laico e explicou que a união civil entre pessoas do mesmo sexo é diferente do casamento religioso. Ele ainda disse que outros religiosos deveriam fazer esta distinção.
Acredito que o esclarecimento que precisamos ter, como líderes religiosos, é justamente a distinção. Se você quiser, pode chamar isso de casamento ou não, mas (se trata) de uma união que esteja civilmente amparada, para que as pessoas possam garantir direitos que não são religiosos. São duas coisas diferentes", defendeu.
Polêmica

O tema deve voltar a ganhar destaque nos debates da campanha eleitoral deste ano. Nem sempre os candidatos são favoráveis à distinção feita pelo padre artista.

Foi o caso da a ex-senadora Marina Silva, na campanha presidencial de 2010, quando concorria pelo PV. Evangélica, a fundadora da Rede Sustentabilidade, hoje cotada para ser vice do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na chapa do PSB, fez declarações nas quais confundia a questão religiosa com a civil.

Fonte: Nacional, Diário do Nordeste, 22/01/2014


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