Evangélicos neopentencostais são maior obstáculo a avanço dos direitos LGBT no Brasil

segunda-feira, 25 de novembro de 2013 1 comentários

Bancada evangélica e deputados ligados aos gays não chegam a um
 acordo sobre os projetos que tramitam no Congresso. 
José Cruz/Agência Senado

Senadora culpa evangélicos por atraso na pauta LGBT
O Senado tirou PL da Homofobia da pauta e a Câmara aprovou propostas contrárias à causa dos gays. Enquanto Ana Rita (PT-ES) e presidente da ABLGT criticam setores religiosos conservadores, Feliciano diz que partidos fugiram do debate

Em um mesmo dia, a comunidade LGBT(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) sofreu derrotas nas comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado. Para parlamentares ligados a esses grupos, a culpa é da bancada evangélica no Congresso, em especial seus os integrantes do movimento neopentecostal. Enquanto o Projeto de Lei 122/06, que trata do crime de ódio contra gênero, orientação sexual e raça, foi retirado de votação pelos senadores, deputados aprovaram duas propostas que contrariam decisões da Justiça em favor dos gays. 

“O que está empacando é o setor de neopentencostais, que não admite a aprovação desse projeto. Esse projeto tem acordo com as igrejas evangélicas; igrejas mais progressistas; com a Igreja Católica; com o movimento LGBT; com o governo, por meio da Secretaria de Direitos Humanos; mas, infelizmente, aqui no Congresso, tem uma representação de parlamentares neopentencostais que não admitem que esse projeto seja aprovado”, afirmou a presidente da CDH do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES), ao Congresso em Foco.

Foi justamente na comissão presidida por Ana Rita que houve a primeira derrota do setor. Na manhã de quarta-feira, estava prevista a votação do PL 122. Apesar de tramitar na Casa há mais de sete anos, ainda não conseguiu ser analisado na comissão de mérito. Integrantes da bancada evangélica nas duas Casas do Congresso e representantes de igrejas se manifestaram na sessão, impossibilitando a votação da proposta.

Inicialmente, o texto apresentado pela deputada Iara Bernardi (PT-SP) criminalizava a homofobia. Porém, após sucessivas negociações com a bancada evangélica, o termo foi retirado da proposta e foi adotada uma redação mais genérica. O relator do PL, Paulo Paim (PT-RS), ampliou a lei que já pune a discriminação racial e o capítulo do Código Penal que trata do crime de injúria para incluir o combate a todo tipo de preconceito, não apenas aos homossexuais, mas também ao direcionado a idosos, mulheres e pessoas com deficiências físicas.

“Fundamentalistas”

Em discurso no plenário do Senado na quarta-feira, o senador Magno Malta (PR-ES), um dos integrantes da bancada evangélica no Congresso, disse que o PL 122 pretende criar um “império homossexual” no país. Crítico do projeto – “é uma anomalia” -, o parlamentar capixaba entende que, com as mudanças elaboradas por Paim, fica aberto o caminho para a criação do “estatuto do homossexual”.

“É um império homossexual, em que eles podem tudo e ninguém pode nada. Por exemplo: se não alugar casa a um homossexual, você vai preso; se não admitir, você vai preso; se demitir, vai preso também. São essas as aberrações que existem no bojo daquele projeto. E mais: você vai preso se não aceitar a opção sexual do indivíduo. Ou seja: você está criminalizado e é obrigado, se não é um criminoso, a aceitar a opção sexual dele”, disse.

Em nota, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno, diz que “esse povo apenas quer impor a teocracia”. Ele entende que os parlamentares da bancada evangélica devem, ao citar dados de violência contra homossexuais, serem responsabilizados “pelas mortes, pela violência e pelas discriminações que fazem vítimas de milhares de brasileiras e brasileiros todos os anos”.

“Este povo fundamentalista não quer diálogo, este povo quer transformar o Brasil em uma ditadura fundamentalista que faz acepção a quem não siga seus dogmas. Este povo perdeu os valores: semeia o ódio contra a população LGBT. Basta ver conteúdos de determinados programas de televisão apresentados por pastores fundamentalistas, sem falar da vergonhosa Comissão da Câmara dos Deputados que não é digna do nome de Direitos Humanos e Cidadania”, afirmou.

Acordo

Ana Rita garante que existe acordo com igrejas e com o governo para aprovação da proposta. Mas coloca na conta dos neopentecostais a culpa pela proposta não avançar no Senado. “Eu acho que a religiosidade não pode se sobrepor a questão dos direitos humanos. A defesa dos direitos humanos tem de estar acima de qualquer religião, de qualquer identidade religiosa. E o que está prevalecendo aqui, por parte de alguns parlamentares, é a crença acima dos direitos humanos. Eu acho quem é cristão, e tem fé, tem de defender os direitos humanos. E o Estado é laico”, disse.

Com a retirada de pauta, a proposta não tem data para ser analisada novamente. Paim e Ana Rita vão retomar as negociações com os líderes para o texto ser analisado. “Eu, sinceramente, espero que possamos aprovar esse projeto. Na minha opinião, é um grande avanço na conquista de direitos de toda essa população e, particularmente, da população LGBT, que é altamente discriminada em nossa sociedade”, comentou a presidente da CDH.

Casamento, direitos previdenciários e plebiscitos

Horas depois, a CDH da Câmara, em uma sessão esvaziada, aprovou dois projetos e rejeitou um diretamente ligados aos grupos LGBT. O primeiro deles foi o Projeto de Decreto Legislativo 871/13, que revoga a resolução (175/13) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editada para obrigar cartórios a celebrar casamentos de pessoas do mesmo sexo. A mesma norma torna obrigatória a conversão para casamento de união estável entre homossexuais.

Na sequência, a comissão de Direitos Humanos rejeitou projeto do ex-deputado Maurício Rands (PE), que permite a inclusão de companheiros gays como dependentes na Previdência Social. No fim, ainda aprovaram um projeto de resolução que prevê a realização de plebiscito nacional sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo. “Essa comissão não é séria, propor isso não é sério, é um escárnio com o país”, afirmou o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), que deixou a CDH após a eleição do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência do colegiado.

Para Feliciano, “faltou o contraditório”. “Os partidos que defendem a causa [LGBT] simplesmente fugiram da comissão. Cadê o contraditório, não apareceram aqui. Ou não estão defendendo direito ou ignoraram a nossa votação”, afirmou, em referência à decisão de deputados do PT, PCdoB e Psol em sair do colegiado. Presidente da CDH desde o início do ano, sofreu reações de grupos ligados a direitos humanos por conta de declarações dadas no passado. Nenhum dos projetos aprovados na quarta são de autoria dele.

Trâmite

Apesar de a CDH ser a comissão de mérito, todas as propostas ainda precisam passar por outros colegiados. O plebiscito, por exemplo, segue para a Finanças e Tributação (CFT) e depois pela Constituição e Justiça (CCJ). Feliciano entende que a “falta de coragem” em debater assuntos relacionados a LGBT levam o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a atuarem no vácuo legislativo. “Existe uma interferência nos poderes. O STF não pode mudar a Constituição, apenas esta Casa pode fazer.”

Em abril, o CNJ aprovou uma resolução para obrigar os cartórios de registro a reconhecer a união civil entre pessoas do mesmo sexo e celebrar o casamento homoafetivo. Para aprovar a determinação, o conselho se baseou em decisão do Supremo de maio de 2011, quando a mais alta corte reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo.

Fonte: Congresso em Foco, 22/11/2013, por Mario Coelho e Rodolfo Torres

Estado americano de Illinois também legaliza casamento LGBT

sexta-feira, 22 de novembro de 2013 0 comentários

Gays celebram a decisão da Assembleia de Illinois nesta terça-feira (5) em Chicago (Foto: AFP)Gays celebram a decisão da Assembleia de
Illinois no útlimo dia 5 em Chicago (Foto: AFP)

Illinois se torna o 16º estado dos EUA a legalizar casamento gay
Texto foi sancionado na quarta (20) pelo governador do estado. Lei deve entrar em vigor no dia 1º de junho de 2014.

llinois se transformou no 16º estado dos Estados Unidos a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, depois que a lei foi sancionada nesta quarta-feira (20) pelo governador Pat Quinn, que declarou que "o amor nunca falha".

"Esta lei é uma vitória épica pela igualdade de direitos nos Estados Unidos. Illinois avança e se transforma em um modelo para o país", disse o governador.

A cerimônia de promulgação da lei sobre Liberdade Religiosa e Casamento Igualitário, que entrará em vigor no dia 1º de junho de 2014, foi realizada no Fórum da Universidade de Illinois em Chicago.

"É hora de acabar com os protestos e começar a planejar os casamentos", declarou a vice-governadora Sheila Simon.

No auditório, cerca de 3 mil pessoas aplaudiram de pé o representante democrata Gregg Harris, autor da iniciativa.

Em um breve discurso antes da assinatura, o legislador disse que "liberdade e igualdade não são destinos, mas caminhos".

Ao se referir às dificuldades que teve para conseguir a aprovação da lei citou uma frase do presidente Abraham Lincoln: "Às vezes caminhamos devagar, mas nunca para trás".

A batalha pelos direitos dos homossexuais em Illinois ganhou força em 2005 quando o então governador democrata, Rod Blagojevich, sancionou uma lei sobre os direitos dos gays, que foi seguida por uma lei de união civil assinada em janeiro de 2011.

Sob a nova lei, a definição de casamento em Illinois mudará da união entre um homem e uma mulher para a união entre duas pessoas.

As uniões civis se transformarão em casamento em Illinois assim que a promulgação da lei completar um ano.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal em outros 15 estados dos EUA, que o aprovaram através de suas Cortes Supremas ou de suas assembleias gerais desde 2004 até o momento.

Além do Distrito de Columbia, onde fica a capital Washington, os outros 15 estados que permitem o casamento entre homossexuais são: Massachusetts, Califórnia, Connecticut, Iowa, Vermont, New Hampshire, Nova York, Washington, Maine, Maryland, Rhode Island, Delaware, Minnesota, Nova Jersey e Havaí.

Fonte: G1, 21/11/2013

Sequestrada por deputados evangélicos, Comissão de "Direitos Humanos" aprovou dois projetos contra a cidadania homossexual

quinta-feira, 21 de novembro de 2013 0 comentários

Ana Rita (E) e Paulo Paim, relator, ouvem ponderações sobre o projeto antes da reunião
Destaque: Enquanto a comissão de Feliciano avançava contra benefícios a pessoas do mesmo sexo, a Comissão de Direitos Humanos do Senado adiou, na manhã da quarta de ontem, a votação do polêmico projeto que pretende criminalizar a homofobia no país, com o argumento de que se quer buscar consenso com a bancada religiosa.
Falta de consenso impede votação de projeto que criminaliza homofobia

Manifestações de deputados da bancada evangélica e de representantes de igrejas marcaram a primeira tentativa de votação, nesta quarta-feira (20), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), do substitutivo de Paulo Paim (PT-RS) ao projeto que torna crime a discriminação ou o preconceito pela orientação sexual e identidade de gênero (PLS 122/2006).

A pedido de lideranças partidárias e de senadores da CDH, Paim pediu a retirada da matéria da pauta da comissão, para buscar consenso sobre o texto. Ele, no entanto, disse já ter realizado diversas conversas para a elaboração do substitutivo, tanto com entidades religiosas como com grupos do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Para atender a demandas dos grupos religiosos, o relator já havia, por exemplo, modificado artigo que torna crime “impedir ou restringir a manifestação de afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público”, incluindo ressalva para que seja “resguardado o respeito devido aos espaços religiosos”.

A medida, no entanto, não foi suficiente para o entendimento.

– Um dos argumentos que ouvi aqui hoje foi de que uma celebração religiosa pode ser realizada em um ginásio de esporte, que não é um templo. Nesse caso, como é que fica? Eles querem que fique mais clara essa questão – explicou, ao reafirmar sua disposição ao diálogo.

Empenho

Também a presidente da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES), disse que a comissão buscará promover o entendimento, para que o projeto seja aprovado ainda este ano.

– É importante que os líderes partidários se empenhem. Não gostaríamos de deixar isso para o ano que vem, até porque houve debate intenso sobre esse assunto. É matéria que, do nosso ponto de vista, contempla perfeitamente todos os setores discriminados – opinou.

Em sentido oposto, o senador Magno Malta (PR-ES), que é evangélico, afirma que o texto atual “não contempla ninguém” com interesse na questão.

– Acompanhamos o esforço do senador Paim. Realmente, não é matéria fácil. Nem vou entrar no mérito, mas não podemos deixar um legado infame para as gerações futuras. Queremos um texto que trate de tolerância e não de intolerância – afirmou o senador capixaba.

Já Gustavo Bernardes, representante do Conselho Nacional LGBT, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, considera que o substitutivo é fruto de entendimento, onde cada setor cedeu um pouco, e deve ser votado, para que o país possa ter uma legislação de proteção às minorias.

– Apesar de, em 2012, terem sido registrados 310 assassinatos motivados por homofobia no Brasil, ainda há setores que se negam a reconhecer que exista violência contra a população LGBT – frisou.

Tramitação

De autoria da deputada Iara Bernardi (PT-SP), o PLC 122/2006 já foi aprovado na Câmara dos Deputados e tramita no Senado há sete anos. O texto passou pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde foi modificado por substitutivo apresentado pela então senadora Fátima Cleide.

Na CDH, Paulo Paim elaborou novo substitutivo, na tentativa de superar a polêmica que acompanha a matéria. Na busca do consenso, ele ampliou a lei que já pune a discriminação racial (Lei 7.716/1989) e o capítulo do Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940) que trata do crime de injúria, para incluir o combate a todo tipo de preconceito, não apenas aos homossexuais, mas também ao direcionado a idosos, mulheres e deficientes físicos.

De acordo com Paim, a nova lei terá como o objetivo “o combate ao ódio, à intolerância e à violência de um ser humano contra o outro”.

Depois da votação na CDH, o projeto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), antes de ir a Plenário.

Fonte: Agência Senado, por Iara Guimarães Altafin e Anderson Vieira, 20/11/2013

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Comissão de Marco Feliciano aprova dois projetos contra gays e rejeita um a favor

Em sessão tranquila e esvaziada, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (20), a convocação de plebiscito para consultar a população sobre a realização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, e a suspensão da resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que abriu caminho para o casamento gay.

As duas aprovações foram comandadas pelo presidente da comissão, deputado e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP), e ocorreram em menos de 30 minutos e sem obstáculos. Na sequência, a comissão rejeitou um projeto de lei que pretende consolidar a oferta de benefícios previdenciários para o parceiro do mesmo sexo.

"Você é a favor ou contra a união civil (casamento) de pessoas do mesmo sexo?", diz a questão aprovada pela comissão para constar em um plebiscito.

Essa é a primeira aprovação que recebe o projeto de decreto legislativo que estabelece o plebiscito sobre o casamento gay, apresentado em 2011. O texto ainda precisa ser avaliado por outras duas comissões e pelo plenário da Casa, antes de ser encaminhado para análise do Senado.

"Não há como fazer o necessário debate sobre o tema no Parlamento, hoje tomado pela radicalização das posições. A falta de uma norma sobre a questão gerou uma lacuna que tem levado o tema ao Poder Judiciário que, por sua vez, toma decisões que não passam por uma discussão mais ampla da sociedade", diz o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), também evangélico, em seu relatório aprovado.

O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo já é realidade no país. Passou a ser realizado em decorrência do entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que deve ser reconhecida a união estável entre pessoas do mesmo sexo.

Pouco após a aprovação do plebiscito, a comissão aprovou outro projeto de decreto legislativo, dessa vez com o objetivo de suspender a validade da resolução do CNJ que estabeleceu, em 2013, o direito à realização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Na avaliação do relator da matéria, deputado Pastor Eurico (PSB-PE), a resolução extrapola a competência do CNJ e "avança sobre as prerrogativas" do Legislativo.

O projeto também depende de aprovação de mais uma comissão e pelo plenário da Câmara, antes de ser encaminhado para avaliação do Senado.

Enquanto a comissão de Feliciano avançava contra benefícios a pessoas do mesmo sexo, a Comissão de Direitos Humanos do Senado adiou, na manhã desta quarta, a votação do polêmico projeto que pretende criminalizar a homofobia no país, com o argumento de que se quer buscar consenso com a bancada religiosa.

DISCRIMINAÇÃO

A comissão presidida pelo pastor Marco Feliciano rejeitou, ainda, um parecer favorável ao projeto de lei que pretende dar igualdade de condições e evitar a ocorrência de discriminação em processos administrativos e judiciais para um grupo extenso de pessoas.

"Independentemente de classe, gênero, sexo, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional,
idioma, idade, religião, opiniões políticas, condição física, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou outro atributo social", detalha o projeto.

Nas palavras do deputado Marcos Rogério, que fez o papel de relator nesta quarta, o projeto "não acaba" com eventuais discriminações, mas "alimenta ainda mais".

O parecer original, pela aprovação do projeto, foi rejeitado. Um novo parecer será apresentado pelo deputado Marcos Rogério, possivelmente na próxima semana.

Fonte: Folha de São Paulo, Cotidiano, por Johanna Nublat, Márcio Falcão, 20/11/2013
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Comissão de Feliciano aprova dois projetos contra homossexuais
Parlamentar ironizou eventuais críticas por conduzir votações deste tipo e alegou não ter medo do enfrentamento

Eduardo Bresciani 

Brasília - A Comissão de Direitos Humanos, comandada pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e dominada pela bancada evangélica, aprovou nesta quarta-feira, 20, dois projetos para tentar retirar direitos obtidos pelos homossexuais e rejeitou um terceiro que desejava garantir em lei outro direito. Todas as propostas serão submetidas ainda a outras comissões e ao plenário da Casa.

O primeiro projeto aprovado prevê um plebiscito para decidir sobre o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo. A proposta, de autoria de André Zacharow (PMDB-PR) e relatada por Marcos Rogério (PDT-RO), tem como efeito prático tentar derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que legalizou este tipo de união. A segunda proposta, na mesma linha, de autoria de Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e relatada por Pastor Eurico (PSB-PE), quer sustar por decreto legislativo a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que obrigou cartórios de todo país a registrar casamentos de homossexuais. As duas propostas irão a outras comissões e a plenário.

O projeto rejeitado visava tonar lei que os companheiros homossexuais de servidores e beneficiários do INSS passariam a ser considerados dependentes destes, tendo direito, por exemplo, a receber pensão. O projeto é de autoria do ex-deputado Maurício Rands e teve parecer contrário oferecido por Pastor Eurico. Apesar da rejeição, ele segue para outras comissões e terá de ser votado em plenário.

Feliciano ironizou eventuais críticas que poderá receber por conduzir votações como esta. "Meu papel é simplesmente votar. Não tenho medo do enfrentamento, não tenho medo do que escreve a mídia, o jornal de hoje embrulha o peixe de amanhã", afirmou da cadeira de presidente da Comissão de Direitos Humanos.

O deputado foi alçado ao cargo em meio a protestos de grupos da área que o acusam de homofobia e racismo por declarações dadas antes de chegar ao cargo. Após meses de tumultos nas sessões, o deputado fez uma agenda voltada para audiências públicas para tentar esvaziar a agenda dos protestos. A opção por colocar a proposta em pauta deve-se à proximidade do fim do seu mandato como presidente e para cumprir o desejo da bancada evangélica de levar adiante suas posições neste colegiado.

Fonte: O Estado de S. Paulo, 20/11/2013

Veja também: 

Depois de se tornar Testemunha de Jeová, até o andrógino Prince virou homofóbico

quarta-feira, 20 de novembro de 2013 15 comentários

Prince virou homofóbico

Tá provado: ler a bíblia faz mal a saúde mental das pessoas. Depois de virar Testemunha de Jeová, o andrógino popstar Prince já se posicionou, em 2008, contra o casamento LGBT e a descriminação do aborto. Em entrevista para o The New Yorker, Prince declarou, batendo com os dedos em sua bíblia: 
Deus veio à terra e viu pessoas enfiando em qualquer lugar e fazendo sexo com qualquer coisa, e ele simplesmente limpou tudo isso. Ele estava tipo 'Já chega'. Eu vivo de acordo com essa visão.
Agora, na segunda-feira (18/11), o cantor e compositor lançou online a música Da Bourgeoisie onde relata ter visto uma sua ex com outra mulher e diz, entre outras pérolas, que desejava nunca tê-la beijado. Em seguida, se ouve o som de Prince cuspindo. Veja abaixo a letra acompanhada do link onde conferir a lastimável música.

Yesterday I saw you kicking with another girl
You was all wrapped up around her waist
Last time I checked, you said you left the dirty world
Well, it appears that wasn't the case!
Hey, I see you're undercover like a C.I.A
Snatch a little weed from another f-cat
That's fridge??
I guess a man is only good for a rainy day
Or maybe you're just another beauty lady at the cabaret!
Ray Charles even saw you in the past before you saw me,
But nothing like you never last for eternity - 
I got your receipt baby
But where is the guarantee
I forgot, the Vegas is a Christmas tree!

I wish I never kissed your lips pretty lady,
Oh, wait! Baby
I wish I never kissed your lips, aaah!
Does erase the glass the memory
Slippery lips of DA BOURGEOISIE,
Everybody sip right up, come and see
The beauty lady take me up to G!

(BOURGEOISIE
BOURGEOISIE)

Yesterday I saw you kicking with another girl
You was all wrapped up around her waist
Last time I checked, you said you left the dirty world
Well, it appears that wasn't the case!
Hey, I see you're undercover like a C.I.A
Oh, no more rainy days
Just another beauty lady at the cabaret
Just another beauty lady at the cabaret
Just another beauty lady at the cabaret

Fonte: Pitchfork (onde ouvir a música)

Mundo se divide em torno dos direitos LGBT

terça-feira, 19 de novembro de 2013 0 comentários

Ministro dos Esportes russo deixou claro que quem revelar que é gay
durante os Jogos poderá infringir a lei homofóbica do país

Gays e direitos humanos
O mundo se divide entre opiniões e regras sobre os direitos dos homossexuais

As Olimpíadas de Inverno de 2014 só começarão em Sochi em 7 de fevereiro, mas já se tornaram um assunto controvertido. Na Rússia, ativistas denunciam corrupção, danos ao meio ambiente e a possível ameaça à segurança, praticada por islamistas nas regiões vizinhas. Entretanto, no plano internacional, as preocupações concentram-se num tema bem diferente: direitos dos gays.
A comunidade LGBT e seus aliados tornaram as Olimpíadas o foco de uma campanha contra a notória lei, sancionada pelo presidente Vladimir Putin, em 2012, que fala em "propaganda do homossexualismo". A lei pretende prevenir a pedofilia, pois tem como alvo a difusão de "orientações sexuais não tradicionais" entre menores. Mas, segundo críticos, sua linguagem é tão vaga que torna crime praticamente qualquer referência positiva à homossexualidade. Os ativistas ressaltam que atos de violência contra gays aumentam persistentemente desde que a lei foi aprovada, em meio a uma onda de retórica homofóbica expressa por várias personalidades russas.

Ativistas do mundo inteiro combatem essa afronta. Pediram um boicote à vodca russa. Organizaram protestos contra Valeri Gergiev, o regente do Teatro Mariinsky, de São Petersburgo, que se vangloria de seus laços estreitos com Putin. Eles pretendem enviar milhares de livros de colorir, sobre casamento gay, a endereços na Rússia. Alguns pediram que a Rússia seja impedida de ser sede dos Jogos Olímpicos. Outros divulgaram vídeos de intenso conteúdo emocional pela internet.

Como se a legislação antigay não bastasse, ela ocorre em um momento em que a Rússia parece embriagada de intolerância. Um clipe particularmente maldoso mostra, supostamente, crianças russas atormentando um adolescente negro gay, da África do Sul, forçando-o a comer melancia e a fingir fazer sexo oral com uma garrafa.

Putin já respondeu à enxurrada de publicidade negativa declarando que visitantes gays, por ocasião das Olimpíadas, não precisam se preocupar com a possibilidade de serem assediados (o que parece implicar, no mínimo, que ele não leva muito a sério as leis do seu país).

Mas, ao mesmo tempo, Vitali Mutko, o ministro dos Esportes russo, deixou claro que quem revelar que é gay durante os Jogos poderá infringir a lei (que dispõe de cláusulas específicas para estrangeiros). Supõe-se que muitos ativistas decidirão mostrar suas inclinações, transformando os Jogos numa arena de protestos. Os que simpatizam com eles não poderão criticá-los.

Existem várias indicações de que a briga em torno das Olimpíadas simplesmente dramatiza uma cisão muito maior e mais profunda entre as nações do Ocidente, nas quais os cidadãos estão se tornando cada vez mais tolerantes com os LGBT - e um grande bloco de outros países em que os sentimentos contra os gays se tornam cada vez mais arraigados.

Não me entendam mal. Não estou deixando de considerar as forças da intolerância que, sabe Deus, continuam fortes em várias partes dos EUA e da Europa. As tendências, porém, são claras: jovens ocidentais, com cada vez mais amigos LGBT, demonstram ser menos inclinados a demonizar seus colegas por suas orientações sexuais.

Um estudo realizado em 2011 sobre atitudes internacionais descreve claramente a evolução: de 1991 a 2008, o número de americanos que definiam a homossexualidade como "sempre errada" caiu de 67,4% para 53,6%. A mudança está cada vez mais expressa nas leis que punem a discriminação e reconhecem a igualdade de direitos civis, permitindo casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, a situação é muito diferente em outras partes do mundo.

Quando pesquisadores perguntaram aos russos, em 1991, se ser gay era "sempre errado", 58,7% concordaram. Em 2008, a porcentagem subiu para 64,2%. É difícil saber se o número poderá melhorar, considerando que a lei aprovada deverá criar problemas maiores para os LGBT russos que mostrarem abertamente sua sexualidade.

A influência política, cada vez mais destacada da Igreja ortodoxa russa, que propaga sem constrangimento sua posição homofóbica, é outro fator. Questiono se os russos mais jovens - que constituem a maioria nos comícios nacionalistas - serão necessariamente mais tolerantes do que os mais velhos.

O fato tem implicações mais amplas. Se os ocidentais continuarem acreditando que os direitos dos gays são apenas um subconjunto dos direitos humanos, isso nos levará cada vez mais para o conflito ideológico com os russos e com muitos outros países que consideram os direitos das minorias sexuais uma ameaça fundamental.

Para ser claro: o Ocidente está do lado certo do argumento. Os intolerantes não. E, se realmente nos importamos com os direitos humanos, devemos continuar nos importando, mas não devemos esperar que o resto do mundo concorde, o que poderia significar algumas escolhas políticas difíceis no caminho que temos pela frente. Fiquem ligados. 

Fonte: Estado de São Paulo, 18/11/2013, Caryl Christian, Foreign Policy, tradução de Anna Capovilla

Vídeo "O Amor Sempre Vence" contra a homofobia na Rússia

segunda-feira, 18 de novembro de 2013 0 comentários


No sábado último, dia 16/11, foi celebrado o Dia Internacional da Tolerância. A data anual foi aprovada pelos estados membros da UNESCO, em 1995, durante o Ano das Nações Unidas para a Tolerância. O site da Representação da UNESCO no Brasil publicou declarou sobre o  dia:
O Dia Internacional da Tolerância é uma oportunidade, para cada um de nós, de renovar nosso compromisso de praticar tolerância e promover harmonia. O rápido ritmo de globalização do mundo também o torna cada vez mais frágil. É por isso que, todos os dias, em todas as sociedades, devemos criar novos canais de tolerância, confiança e compreensão.
Mas atualmente o exercício de aceitação e respeito não está sendo seguido em muitos países, destacando-se a Rússia nesta triste lista. O país que vai sediar as Olimpíadas de Inverno, programadas para 2014, vem sendo palco de muita violência contra homossexuais, registrada em vídeos horrendos publicados pelo YouTube. Por essa razão,  para tentar chamar a atenção internacional sobre o assunto e evitar que esse cenário permaneça, a All Out, grupo LGBT internacional, lançou um vídeo contra a homofobia no Dia Internacional da Tolerância 

Com o nome de O amor sempre vence, o vídeo é protagonizado por um homem e uma mulher que vencem um campeonato na categoria de patinação no gelo. A mulher do par, ao receber a medalha do prêmio, olha para a namorada na plateia e imagina celebrar com ela sua vitória, mas desperta de seu sonho e se entristece de não poder realizá-lo devido à repressão homofóbica. A cena termina com os dizeres: "e, se para seguir seus sonhos, você tivesse que viver uma mentira?"

O roteiro do vídeo remete à lei antigay, promulgada na Rússia e aprovada por Vladmir Putin, que proíbe manifestações públicas de afeto entre gays, lésbicas e transgêneros. Considerando que o lema dos Jogos Olímpicos  prega a igualdade entre todos os povos, a honra e a dignidade, constata-se assim como a Rússia é escolha errada para sediar esses eventos. 

A All Out criou uma petição reivindicando  que os casos de violência parem de acontecer no país e que haja justiça para as vítimas. E a hashtag com o nome do vídeo, #LoveAlwaysWins, também está sendo usada para divulgar a causa mais do que justa.

Veja o vídeo da All Out:

Com informações do site POP, 16/11/2013

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