Em Denver (EUA), pastor se recusa a realizar serviço funerário de mulher por ser lésbica

terça-feira, 20 de janeiro de 2015 0 comentários

Imagem que levou ao cancelamento do funeral de Vanessa Collier

Os familiares e amigos de Vanessa Collier nem queriam acreditar no que estava acontecendo. O funeral da jovem de Denver, nos EUA, foi cancelado 15 minutos antes de começar por causa de um vídeo feito em sua honra que a mostrava  dando um beijo na boca da esposa.
Collier, de 33 anos, morreu no dia 30 de Dezembro, em consequência de um acidente com uma arma de fogo, e a família pagou 400 dólares (cerca de 950 reais) à agência funerária New Hope Ministries para que organizasse o funeral em sua capela no dia 10 de Janeiro.

No entanto, 15 minutos antes da cerimônia começar, com a capela lotada e o caixão aberto, a família de Vanessa foi informada que o pastor escolhido se recusava a realizar o funeral porque os pais e amigos de Vanessa não aceitaram apagar do vídeo a imagem de Collier beijando a mulher. O casal vivia em união de fato e tinha duas filhas.

O caixão teve assim que ser transportado para outra casa funerária, Newcomer Funeral Home, que conseguiu organizar o funeral no mesmo dia. 

Os amigos e familiares de Vanessa regressaram à New Hope Ministries para protestar contra o ocorrido. A agência funerária limitou-se a dizer que “lamentava” o que tinha acontecido e que reembolsaria os 400 dólares já pagos.

World News Videos | ABC World News

Fonte: com informações de SOL.pt, ABC News e outros

Ellen Degeneres zoa pastor que a acusa de ter "agenda gay"

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015 0 comentários


Ellen Degeneres “samba” na cara de pastor que a acusou de promover assuntos gays na TV

Uma resposta que Ellen Degeneres deu a um pastor preconceituoso virou mais um motivo para a gente amar a apresentadora — como se a gente já não tivesse todos, né?

Depois de ser acusada pelo religioso, Larry Tomczak, de “promover uma agenda gay, celebrando seu lesbianismo” e de “usar artistas para influenciar crianças por meio de seu programa na TV”, ela decidiu responder com muita classe, de um jeitinho que só ela consegue.
Não leio nada sobre mim a não ser que seja uma notícia sobre eu estar grávida – porque aí eu precisaria saber como isso aconteceu”, brincou a apresentadora, que é casada com a atriz de “Scandal”, Portia de Rossi.
Li um artigo escrito sobre mim e gostaria de falar sobre isso agora”, começou Ellen mostrando o artigo publicado por Tomczak que diz que ela “celebra seu lesbianismo e casamento [com aspas] usando convidados como Taylor Swift para atrair jovens garotas”.
Depois de mostrar o artigo, ela começa o samba a explicar:
Primeiro, eu não sou “casada” – fazendo o sinal das aspas com os dedos. Eu sou casada. Só isso. E, Larry, eu nem sei o que significa celebrar meu lesbianismo. Ou talvez eu saiba…”, disse Ellen, tirando confetes do bolso e atirando pro alto. Hahahahaahahahahahaaha! Não é maravilhosa?
Em seu artigo, ele critica programas de TV por promoverem a tal ‘agenda gay’. Diz que ‘Glee’ tem mais de cinco personagens gays. ‘Modern Family’ teve um casamento gay. Anderson Cooper [o famoso jornalista americano] se orgulha de sua homossexualidade. É, Larry está assistindo muita televisão gay”, disse, levando a plateia ao delírio.
E ela continuou:
O único jeito que eu tento influenciar as pessoas aqui, é para que elas sejam mais gentis umas com as outras. Essa é a mensagem que eu sempre tento mandar. Eu não tenho uma ‘agenda’. Não estou aqui para fazer lavagem cerebral, mas… Ouçam o som da minha voz. Atenção, jovens de todo o mundo: Eu quero que vocês vivam suas vidas sendo exatamente o que são. Sejam verdadeiros. A coisa mais importante é ser verdadeiro com você mesmo”, disse, fingindo hipnotizar o público.
Como não poderia perder a piada, ela continuou: 
A segunda coisa mais importante é usar minha linha de cuecas e só as minhas cuecas. Agora, olhe para isso e dance comigo”, encerrou, arrancando risadas da plateia.
Fonte: Papel Pop, por LUIZ BELINELI, 14/01/2015

Retrospectiva 2014: O Ibope do casamento de Clara e Marina "Em Família" e a repercussão do beijo

domingo, 18 de janeiro de 2015 1 comentários


O casamento das belas Clara e Marina de Em Família, além de levantar o Ibope da novela como nunca antes, ainda rendeu elogios vários nas redes sociais e entre celebridades. Apesar do modelito "par de vasos" que as moças adotaram desde que resolveram institucionalizar a relação, o beijo desta vez foi bem mais natural e pra valer. Provável que, se Manoel Carlos tivesse tratado a relação das duas com mais ousadia desde o início, a novela teria tido mais audiência.

Agora, porém, tudo se releva porque foi o primeiro casamento entre duas mulheres exibido numa novela de TV, com plateia gay-friendly e ao som da bonita Só Vejo Você. E ainda vai ter discurso emocionante do filho de Clara, Ivan, na escola contra o preconceito, e a Marina saindo das dificuldades financeiras. Clara, sem dúvida é uma mulher de sorte. Saibam mais sobre o final feliz das casadas nos artigos abaixo. E confiram o tão famoso beijo no vídeo abaixo.

"Brasil avançou 50 anos", diz Daniela Mercury sobre casamento gay em novela
Vários famosos elogiaram a cena do casamento de Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) que foi ao ar nesta quarta-feira (16) na novela "Em Família". Daniela Mercury, que oficializou sua união com Malu Verçosa em 2013, publicou uma foto de seu casamento bem parecida com uma cena da novela.

"O Brasil avançou 50 anos em apenas 1 ano com essa cena de Em Família. (A frase é do meu amigo com pós-doutorado na Sourbone Marcelo Dantas)! A gente agradece!", escreveu a cantora.

O beijo das duas, mais demorado, foi elogiado e comemorado por internautas.

O ex-BBB Dicésar também se manifestou no Instagram: "Só tenho que aplaudir a cena perfeita . Ao bom gosto de tudo dos vestidos, das rosas azuis , dos penteados". A ex-BBB Angélica Morango comemorou a cena: "Tão feliz que só me resta parabenizar toda a equipe envolvida e agradecer a emissora pela exibição! #casamentogay #EmFamilia #Globo"

A apresentadora da Rede Tv! Sônia Abrão também elogiou a Globo: "Na falta de beijo gay, a Globo produziu dois em duas novelas seguidas: Félix e Carneirinho em Amor à Vida e Clara e Marina na trama de Em Família! Fim do preconceito da emissora!!!"

O blogueiro Hugo Gloss também se manifestou: "Parabéns @gioanto e @tainamuller!!! Cenão, beijão! E que toda forma de amor possa existir nesse mundo!!! #homofobianao".

Muitos internautas elogiaram a cena também e as hashtags "Clarina casamento do ano" e "Clarina" entraram nos assuntos mais comentados do Twitter durante a novela.

Ao site oficial da novela, Giovanna Antonelli comemorou a cena: "Todos muito animados e muito cansados também".

"Estamos super parecidas como vocês podem ver e fomos ficando ao longo da novela", completou Tainá Müller.

O diretor Leonardo Nogueira, marido de Giovanna, falou sobre o clima dos bastidores: "Esse clima de final de novela passa para gente. Tem gente que chora, que se despede e não volta a gravar mais pois fez a última cena".

Fonte: UOL Entretenimento, 16/07/2014

Fim de 'Em Família': Ivan faz discurso sobre tolerância. 'Amar sem preconceito'

O pequeno Ivan (Vitor Figueiredo) vai dar uma lição de amor e tolerância no último capítulo de "Em Família", que vai ao ar nesta sexta-feira (18). Escolhido pelos colegas para fazer o discurso no aniversário de 10 anos de sua escola, o filho de Clara (Giovanna Antonelli) e Cadu (Reynaldo Gianecchini) vai emocionar a família com seu discurso, em que diz não ao preconceito e mostra que não é difícil entender e conviver com as diferenças.

Além dos pais, Marina (Tainá Müller), Verônica (Helena Ranaldi) e toda a família Fernandes se reúne na festa para ouvir as palavras que o próprio Ivan escreveu para comemorar o aniversário da escola. Depois de levar as alianças ao altar no casamento da mãe, o menino terá avisado que escreveu o discurso pensando nela e em Cadu, como uma maneira de presenteá-los. Muito solene, ele sobe ao púlpito e à medida que vai falando, emociona a todos.
"(...) Pensei bastante e achei que devia dividir com todos uma coisa que minha mãe me ensinou: a de que temos que amar as pessoas como elas são pelo lado do avesso. Como elas são por dentro. Sem nenhum preconceito. Porque somos todos iguais. Por isso, dê aos outros o amor que você também deseja ganhar. Meu pai sempre me diz que se eu for tolerante hoje, vou ser um adulto melhor amanhã. E é isso que quero para mim e para os meus amigos: um mundo melhor, onde todos sejam respeitados, como somos aqui, na nossa querida escola. Obrigado!", ele discursa.
Entre lágrimas de comoção, Ivan recebe muito aplausos de todos os presentes. Chica (Natália do Vale) é a primeira a elogiar o neto: "Tenho que agradecer por estar viva e ver esse momento lindo. Parabéns, meu amor, você foi incrível!". E Helena (Julia Lemmertz) completa: "Clara, esse menino vai ser artista!". "Já tinha percebido que ele tem vocação para o palco", comenta Verônica (Helena Ranaldi).

Toda orgulhosa, a mãe puxa o filho para um papo. "Agora somos só nós dois: filho, você nem imagina como me fez feliz hoje. Sou a mãe mais sortuda dessa escola! Espera, recalculando: sou a mãe mais feliz do mundo!", ela diz. E Cadu faz coro: "Estou muito orgulhoso também. Bota a mão no meu coração. Ele é novo, mas não é de ferro!". Ao colocar a mãozinha no peito do pai, o menino acha graça e chama Rafael, que é filho do doador do coração do chef: "Vem aqui. Vem ouvir o coração do nosso pai".No decorrer da festa, Ivan se abre ainda mais com os pais: "Me deu muito trabalho esse discurso. Porque ainda tenho muitas dúvidas sobre a vida". "Que bom, meu amor. Que elas nunca acabem. Porque a gente nunca deve deixar de buscar respostas. Mesmo quando estiver bem velhinho", explica Clara. E Cadu pergunta ao filho: "Eu, por exemplo, tenho uma questão que fica assim, olha, martelando minha cabeça (...) Você é feliz?".

O menino acha graça da pergunta do pei e responde com um sorriso: "Pai, essa é mole! A mamãe me disse que não tem outra opção: tem que ser feliz! Nascemos para a felicidade". "Caramba, filho, grandes papos filosóficos com a sua mãe!", se admira o chef. E os três se abraçam, contentes e emocionados.

(Por Samyta Nunes)

Fonte: Purepeople, 14/07/2014

Marina vai recuperar status e Vanessa ficará com Flavinha

Marina (Tainá Müller) conseguirá recuperar seus status graças ao pai. No penúltimo capítulo de "Em família", Diogo (José Rubens Chachá) avisará que limpou seu nome, para alívio da filha. Vanessa (Maria Eduarda) aproveitará o momento de festa para comunicar que está namorando Flavinha (Luisa Moraes).

Tudo começará quando o empresário surgir no casamento da fotógrafa avisando que tem novidades. Marina e Vanessa ficarão tensas e, no dia seguinte à cerimônia, chamarão Diogo para conversar.

- Só espero que não seja para dizer que está quebrado de vez - dirá a fotógrafa.

- Calma, Marina. Não pensa em notícia ruim. Diogo não ia esperar tanto tempo se fosse anunciar uma catástrofe! - tranquilizará Clara (Giovanna Antonelli).

- Pelo tom dele... Não sei, não - opinará Vanessa.

Diogo chegará com duas caixas de champagne e avisará que todos vão comemorar:

- Consegui provar que parte das acusações contra mim era injusta e infundada. Recuperei meu nome, meus negócios e bens! Tudo em parte, claro. Falei que ia sair dessa, não falei? Se eu falasse ontem, vocês iam me encher de perguntas e ontem era dia de festa!

Todos se abraçarão, felizes, e Diogo perguntará sobre a viagem de lua de mel. Clara responderá que elas precisaram adiar:

- Temos o casamento da minha sobrinha e a Marina está organizando mais uma exposição.

- Vou fotografar crianças! Aliás, o senhor se prepare! Daqui a pouco vai ser avô. Eu e a Clara queremos adotar uma menina - contará Marina.

- Meu Deus! Mas só temos notícias boas! E você, Vanessinha? Qual a sua boa nova?

- Bem, eu gostaria de comunicar que eu e Flavinha estamos namorando. Oficialmente - revelará ela, arrancando aplausos.

Fonte: Blog Patricia Kogut, Anna Luiza Santiago, 17/07/2014

Para ver o casamento na íntegra, clicar aquiPublicado originalmente em 17/07/14

Retrospectiva 2014: Como na novela Em Família, mulheres casadas que se apaixonaram por outras mulheres e foram viver com elas

sábado, 17 de janeiro de 2015 0 comentários

O casal formado por Viviane Soares e Rosana Ribeiro posam para ensaio artístico.
“Os sentimentos falaram mais alto que o medo de perder a família”, desabafa Viviane.
Foto: Fernanda Dias / Agência O Globo

De ‘Em família’ para a vida real: mulheres contam como descobriram a homossexualidade após amores héteros


Numa das tantas canções de Vinicius de Moraes, o Poetinha bem avisou: “Para viver um grande amor direito, é preciso ter muito peito, peito de remador”. Não há como negar: no mundo fantástico de flechas e cupidos, nem o mais exímio cardiologista consegue controlar o próprio coração. Pulsante no peito, ele sempre apronta poucas e boas e atiça sentimentos inesperados, como fez com Clara (Giovanna Antonelli), na novela Em família. Casada com Cadu (Reynaldo Gianecchini) — com quem tem um filho —, ela se viu, de repente, apaixonada por Marina (Tainá Müller).

Inspirada na trama do folhetim, a Toda Extra foi atrás de mulheres que viveram histórias parecidas. Pessoas que, após romances heterossexuais, escalaram pedras pontiagudas, entre a rejeição da família e a pressão da religião, para assumir, enfim (e felizes!), um novo amor com outra mulher. São exemplos de mulheres de peito, sem dúvida.

Conheça abaixo essas histórias:



Amor de mulher: Milhelle Capistrano (de roupa listrada) e Priscilla Capistrano posam no Parque Madureira
Amor de mulher: Milhelle Capistrano (de roupa listrada) e Priscilla Capistrano posam no Parque Madureira Foto: Nina Lima / Agência O Globo

Michele Capistrano e Priscilla Capistrano


A história de Michele, de 27 anos, e Priscilla Capistrano, de 28, parece caso de novela. As duas se conheceram no carnaval de 2010, num bloco em Vila Valqueire, na Zona Norte. Michele (de roupa listrada na foto) já havia rompido o relacionamento com o pai de seu filho — Kayo Henrique Lopes, de 7 anos —, mas continuava a morar com ele. Cuidadora de idosos, Priscilla vivia com o marido há quatro anos, num “casamento de corpos separados”, como define. Quando as duas trocaram olhares, no meio da folia, foi amor à primeira vista. “Ficamos no mesmo dia. Foi maravilhoso. Mas eu precisei chutar o pau da barraca. Como cresci em igreja evangélica, aquilo era uma coisa demoníaca”, conta Priscilla, que sofreu ameaças do marido quando revelou tudo: “Ele disse que preferiria que eu morresse a me perder para uma mulher”. Na família de ambas, a maioria dos parentes virou as costas para elas. “O meu pai falou que acabaria com a minha vida se soubesse que eu estava desonrando o nome de Deus”, desabafa Priscilla. “No fim, as dificuldades nos motivaram ainda mais a ficarmos juntas”, opina Michele. Além da tatuagem inspirada nos versos da música “Eu sei que vou te amar” — tema de abertura da novela das nove, coincidentemente —, as duas selaram o amor com um casamento na Igreja Cristã Contemporânea, em Madureira — instituição evangélica inclusiva frequentada pelo casal. Quem entrou com as alianças no templo foi o pequeno Kayo. “Ele insistiu muito para nos casarmos. Hoje, diz orgulhoso que tem duas mães e um pai”, conta Michele, entre as brincadeiras do pequeno, no gramado do Parque Madureira.



Viviane Soares e Rosana Ribeiro (de cabelo curto): “Sofremos discriminação na rua. Até quando andamos de mãos dadas, sentimos alguns olhares”.
Viviane Soares e Rosana Ribeiro (de cabelo curto): “Sofremos discriminação na rua. Até quando andamos de mãos dadas, sentimos alguns olhares”. Foto: Fernanda Dias / Agência O Globo

Viviane Soares e Rosana Ribeiro

“Sempre namorei homens, desde os 16 anos. Há sete, eu me apaixonei pela minha supervisora de estágio. Assumi no escuro, sem saber se ela era gay. No dia em que a gente ficou, entrei em estado de choque, pois, para mim, era impossível beijar uma mulher e gostar. Aí meu marido me viu trocando mensagens com ela e precisei contar tudo”, diz Viviane, de 27 anos, que, na época, tinha uma relação estável com o marido e o filho, hoje com 8 anos. Há oito meses, ela namora a motorista Rosana, de 39. “Sofremos discriminação na rua. Até quando andamos de mãos dadas, sentimos alguns olhares”, afirma Rosana. A família das duas também rejeita o relacionamento: “Minha mãe fez tudo para que o meu primeiro namoro lésbico não desse certo. Foram coisas horrorosas. Ela a perseguia na rua. Precisamos terminar por causa de tanta pressão. Mas faria tudo igual novamente. O sentimento fala muito mais alto do que o medo de perder a família”, desabafa Viviane, sem querer mostrar o rosto nas fotos.



Fabiana Ormonde e Marcelle Esteves enfrentaram a religião para assumir a homossexualidade. “Se fosse mesmo uma questão de escolha, optaríamos por sofrer isso tudo?”, questiona Marcelle.
Fabiana Ormonde e Marcelle Esteves enfrentaram a religião para assumir a homossexualidade. “Se fosse mesmo uma questão de escolha, optaríamos por sofrer isso tudo?”, questiona Marcelle. Foto: Pauty Araújo / Agência O Globo

Fabiana Ormonde e Marcelle Esteves

A religião foi a principal questão enfrentada por Fabiana, de 33 anos, e Marcelle, de 40. Enquanto a primeira cresceu dentro de uma família evangélica tradicional, a segunda praticamente nasceu na Igreja Católica. “Não era nem permitido eu pensar na possibilidade de ficar com uma mulher. O meu casamento estava bem, sem crises. Para resolver a situação, meu ex-marido sugeriu que mudássemos de estado. Mas não quis”, relata Fabiana, estudante de Psicologia, que ficou cinco anos sem falar com a mãe. Depois de assumir a paixão por outra mulher, a assistente social Marcelle desmarcou o casamento com o noivo quase na porta da igreja. “Para mim, foi um conflito interno muito grande. Por causa da religião, não entendia isso como algo natural”, conta. Hoje, as duas vivem juntas, com os três filhos de Fabiana. “Se fosse mesmo uma questão de escolha, optaríamos por sofrer isso tudo?”, questiona Marcelle, que torce por um beijo quente na novela.



“Viemos ao mundo para amar, não para sofrer”, sentencia a escritora Sissa Schultz, de 76 anos - e que, aos 40, se apaixonou por uma colega de trabalho.
“Viemos ao mundo para amar, não para sofrer”, sentencia a escritora Sissa Schultz, de 76 anos - e que, aos 40, se apaixonou por uma colega de trabalho. Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

Sissa Schultz

“Nunca imaginaria que pudesse ter uma relação com uma mulher. Achava que estava doente e precisava salvar o casamento por causa das crianças”, conta Sissa Schultz, de 76 anos, que, aos 40, descobriu-se apaixonada por uma colega de trabalho. Quando contou para o marido, com quem tinha um relacionamento de 14 anos, ele ficou irritado e foi logo contar a história para a mãe de Sissa. “Eu achava aquilo tão inusitado que fiz oito meses de tratamento psiquiátrico”, lembra. Hoje, ela é muito bem resolvida com a questão sexual. “Dei uma guinada de 180 graus. Mulher é outro departamento: as relações de carinho são muito diferentes”, opina a escritora e moradora de Niterói, que mantém um namoro à distância com uma mulher de Brasília. “Temos que fazer valer tudo aquilo que queremos. Viemos ao mundo para amar, não para sofrer”, afirma ela — que, todos os anos, abre a Parada Gay de Niterói.

Dica da especialista

Se tivesse que conversar com Clara sobre as questões internas que a estão atormentando em “Em família”, a psicóloga Marília Zampieri logo explicaria as diferenças entre “escolha” e “orientação” sexual: “O psicólogo deve colaborar no processo de autoconhecimento do paciente. A orientação independe da escolha. Já as escolhas podem ser feitas contemplando ou não a orientação”. A tese reforça a ideia explanada pelas mulheres entrevistadas nesta reportagem: ninguém simplesmente “escolheria” a orientação mais discriminada pela sociedade. Especialista em terapia comportamental, Marília ainda considera a influência do meio social. “Em alguns casos, esse despertar acontece tardiamente. Se pensarmos em padrões sociais muito rígidos, haverá pouco espaço para que as pessoas considerem a hipótese de determinada orientação”.

Fonte: Extra, 26/04/14

Publicado originalmente em 09/05/14

Retrospectiva 2014: Em Memória: A gata da noite preta. Entrevista de Vange Leonel à revista Um Outro Olhar

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015 2 comentários


Conheci Vange Leonel, aos 18 anos, quando ingressou no Grupo Lésbico-Feminista (LF, 1979-1981), o primeiro grupo de ativistas lesbianas brasileiro, no primeiro semestre de 1981, em São Paulo. A organização tinha um subgrupo chamado LF Artes que reunia as integrantes do LF que gostavam de poesia, música, artes plásticas, fotografia. As garotas animavam as festas do grupo com boa cantoria ao som de violões. Desse subgrupo, três integrantes partiram para uma carreira profissional como musicistas, compositoras. Uma delas foi exatamente a Vange Leonel.

Após a diáspora promovida pelo fim do Grupo Lésbico-Feminista, em meados de 1981, apenas algumas de suas remanescentes permaneceram como ativistas lesbianas e formaram outro coletivo, o Grupo Ação Lésbica-Feminista (GALF, 1981-1989), para dar continuidade ao trabalho iniciado pelo LF. A maioria das integrantes da entidade, contudo, dispersou-se ou no movimento feminista  ou no que a gente chamava na época de clandestinidade, ou seja, deixou de militar e foi seguir suas vidas particulares simplesmente.

No caso de Vange, ainda na década de 1980, ela integrou a banda Nau, formada também por Beto Birger (baixo), Zique (guitarra) e Mauro Sanches (bateria). Com essa banda, gravou o disco Nau, em 1987. Depois seguiu carreira individual, com os discos Vange Leonel, de 1991, que tem o hit Noite preta, e Vermelho, de 1996. Teve participação também em discos de outras bandas e coletâneas.

A partir de 1995, assume-se como lesbiana e começa a desenvolver uma espécie de ativismo individual, com a manutenção do blog Cio, no site do Mix Brasil, e a publicação de livros e peças que tematizavam a questão lesbiana e da mulher. Por exemplo, Lésbicas, Grrrls: garotas iradas, As sereias de Rive gauche e Balada para as meninas perdidas.

Em 1996, Vange concedeu uma entrevista para a revista Um Outro Olhar, (edição de número 25), publicação que editei de 1987 a 2002. Nessa entrevista, ela falava um pouco de sua carreira, suas influências musicais, do mercado de música no Brasil, do lançamento do seu CD Vermelho, do seu coming out como lesbiana e do machismo das bandas de rock brasileiras.

Resgato a entrevista como uma homenagem à Vange, uma das artistas que primeiramente se assumiu como lesbiana no Brasil. Abaixo da entrevista, posto também alguns vídeos de sua época na banda Nau, do hit A Noite Preta e do CD Vermelho. Fiquei tristemente surpresa com sua partida precoce. Que descanse em paz na ilha de Lesbos de seus sonhos.

Míriam Martinho, 16 de julho de 2014


A gata da Noite Preta

Um Outro Olhar: Vange, primeiro, para esquentar, qual sua idade e signo?
Vange: Tenho 33 anos e sou do signo de Touro com ascendente e Lua em Libra.

UOO: Depois, quando você come­çou a compor músicas? Mais detalhadamente, quando passou da poesia para a música? Ou simplesmente não houve passagem, mas um simples continuum?

Vange: Comecei a compor bem ce­do. Na verdade, me lembro de uma vez quando tinha 5 anos mais ou menos e comecei a cantarolar uma melodia in­ventada na minha cabeça. Virei para minha mãe e perguntei: "Mãe, se são só 7 notas como que as pessoas podem fa­zer tantas músicas diferentes?" Foi aí que começou minha curiosidade com relação à música. Tinha mais ou menos uns nove anos quando minha prima Quilha me levou para assistir ao show Gal A Todo Vapor. Foi determinante para mim ter visto esse show da Gal. Foi aí que eu decidi ser cantora e come­cei a aprender violão, depois piano, e nunca mais larguei a música.

Ao mesmo tempo sempre adorei es­crever. Uma coisa sempre esteve muito ligada a outra. Eu inventava umas melo­dias e já ia pondo letras nas minhas mú­sicas. Para mim, poesia e música sempre estiveram juntas. A única coisa que eu sempre senti falta ao escrever, era ver a reação da pessoa que iria ler depois meus poemas. Por isso cantar acabou se tornando minha atividade principal. Adoro estar no palco e sentir a troca com o público in loco, ao vivo. Escrever é algo muito solitário.

UOO: Se ainda faz também poesia, qual foi o último livro que publicou? Cite também os primeiros.

Vange: Nunca publiquei um livro. Quando era adolescente fazia umas edições limitadas, em xerox, e as vendia pes­soalmente. Agora estou com um livro de poemas pronto para ser publicado, mas esse ano que passou (1995) acabei não tendo tempo para me dedicar ao projeto. O li­vro se chama Virtual Bilitis, e é inspirado no Canções de Bilitis, de Pierre Louis, que por sua vez se inspirou na vida da poeta grega Safo. Ou seja, são poemas lésbicos, poemas que falam do amor entre mulheres. Gosto muito do livro e estou louca para publicá-lo logo. 

UOO: E suas preferências musicais? Quem você ouve? Quais as bandas, os artistas de que gosta? Quem lhe influen­cia na hora de compor?

Vange: Nossa, são tantos... Eu procu­ro não me fechar para nenhum tipo de música. Mas com relação ao meu trabalho, especificamente, quem mais me marcou foi Gal, como inspiração primeira, pelo jeito de cantar, a sensualidade e principal­mente a atitude dela no palco. No começo dos 70, ela era uma das grandes vozes da contracultura brasileira. Me lembro do show Índia, ela dançando descalça, rodan­do a saia, uma verdadeira baiana em tran­se, e o batuque comendo solto no palco. Cantava compositores novos como Macalé, Melodia, Caetano, caras que aprendi a gostar na voz dela. Vozes femininas sem­pre me seduziram. Outro dia um amigo meu disse que acabamos gostando mais de cantoras porque suas vozes talvez lem­brem o canto de nossas mães quando nos faziam dormir... O mais curioso: Gal foi uma influência forte tanto para mim co­mo para a minha parceira nas músicas, a Cilmara Bedaque. Comecei a trabalhar com a Cilmara tipo em 89, quando ainda estava com o Nau, e foi uma surpresa ma­ravilhosa saber que tínhamos muitos gos­tos musicais em comum. Outra pessoa que de certa maneira influenciou bastante o meu trabalho de compositora foi a Ma­rina. Quando escutei suas músicas, fiquei absolutamente identificada. A batida do violão dela é única e cheia de feeling e o que ela diz nas músicas tão pessoal, vai fundo, um mergulho corajoso. Eu gosto e me identifico com isso. Fora que ela também tem esse negócio de trabalhar em dupla com o Cícero, que é irmão dela, meio como que a minha parceria com a Cilmara, já que a Cil faz mais as letras e a gente discute bastante os te­mas, o que vai dizer na música, e acaba­mos sempre por escolher temas ligados à nossa experiência. Tudo o que dizemos em nossas canções é fruto de um olhar para dentro. Gosto do jeito como Clarice Lispector escrevia, a experiência pessoal e íntima, uma fonte enorme e inesgotável de matéria prima para canções.

UOO: Sua carreira se iniciou com a banda Nau e, depois, estourou para o sucesso com o hit Noite Preta. Fale um pouco dessa trajetória e de sua relação com a fama.

Vange: Tento fazer minha fama em cima do meu trabalho. O grande pro­blema que hoje em dia você primeiro precisa ser famoso para depois poder mostrar o seu trabalho. Não pode, tá er­rado! Nego só consegue lotar um teatro se já for famoso. Sabe aquele negócio de só contratar se tiver experiência?? A mesma coisa. Um saco!!

UOO: Do hit Noite Preta até o CD Vermelho, houve uma grande distância. Por que isso aconteceu? Desacordo com as gravadoras ou um processo de gesta­ção demorado? Fale um pouco sobre o novo álbum.

Vange: As minhas gestações são um pouco mais lentas sim, mas o que aconteceu foi que teve todo um tempo para eu sair da Sony e abrir minha própria gravadora. Trabalhar num es­quema independente e sem grana significa ter que desenvolver uma paciên­cia oriental. As coisas levam tempo, você faz shows que não são divulgados e, para o grande público, fica a sensa­ção que você desapareceu. As pessoas estão cada vez mais ficando dentro de casa e tornando-se dependentes da noticia que chega até elas. Aí é o poder econômico que fala mais alto. Verme­lho é um álbum corajoso, uma produ­ção independente minha e da Cilmara. Temos muito orgulho desse disco, as canções falam de temas super-atuais e sensíveis, e recuperei uma coisa que ti­nha com o Nau. um lance mais rocker. A faixa Vermelho fala sobre menstrua­ção. Meninas sobre meninas prostitu­tas. To Fora é uma balada de cortar os pulsos. O disco é super-visceral e o show que eu to fazendo agora tam­bém. Dionísio puro.

UOO: Você já gravou um vídeo-clipe ou pensa em gravar um vídeo-clipe para divulgar alguma música do CD?

Vange: Fizemos o clipe da canção Vermelho. Deve ser lançado no final de janeiro, começo de fevereiro. O clipe foi dirigido pela Cilmara Bedaque, minha parceira, pela Ana Sardinha e pela Maria de Oliveira, todas muito amigas minhas. A Cilmara já tinha dirigido o clipe da Noite Preta, junto com o Luis Ferr. Su­per tranquilo para mim que ela dirija os clipes, porque ela é autora da música e de uma certa maneira já faz a letra pen­sando na imagem que virá depois. A adesão da Maria e da Ana, que traba­lham em publicidade e cinema, comple­tou o que já era ótimo. Foi muito baca­na trabalhar com esse trio de diretoras. Hoje em dia, fazer vídeo-clipe no Brasil não é fácil, já que fizemos em l6 mm, e cinema é uma coisa muito cara. Fize­mos, graças à ajuda e colaboração de muitas pessoas, um clipe a custo super-baixo. Adorei fazer o clipe. Principal­mente uma cena em que eu estou numa banheira. As cenas que minhas três dire­toras bolaram para mim são surpreen­dentes. Mal posso esperar para ver esse clipe no ar! E garotas, o clipe só vai pró TOP 20 se vocês pedirem!
Eu nunca achei que ser lésbica fosse algo ruim. Daí eu nunca es­condi nada. Apenas no começo da mi­nha trajetória como figura pública, eu si­lenciava a esse respeito. Até que numa determinada hora, achei ridículo não to­car no assunto. Não levanto nenhuma bandeira e nem chego me apresentando: "Prazer, Vange, cantora e lésbica". Mas com certeza o fato de existirem pessoas públicas revelando sua homos­sexualidade só ajuda. Mostra que não tem nada de mais. Normal.
UOO: E, nas rádios, considerando toda a pressão que as gravadoras fazem para determinar a programação, hoje voltada para o gênero nordestino ou as misturas de rock com baião, você vê al­guma forma de furar o cerco pra divul­gar um trabalho como Vermelho, inde­pendente, ousado, com muito rock e te­mas ligados diretamente às mulheres?

Vange: Essa questão das rádios é tão espinhosa quanto enigmática. Lógico que existem rádios mais comerciais e outras menos. A grande questão para mim é que vivemos uma época onde as pessoas saem pouco de casa, pelo menos nas grandes cidades. Proporcionalmente descobre-se menos coisas. Assim como não existe mais aquela figura do caçador de talentos, que vai descobrir o artista, o jornalista também está acostumado que as coi­sas cheguem até ele e o teles­pectador comum só compra o disco de quem aparece na televisão. Assim o poder econômico leva uma vanta­gem muito grande sobre ou­tros fatores, como talento, e mais ainda, merecimento. 

UOO: O bom humor, as grandes sacadas estão presentes em suas letras, além da li­berdade como você trata os assuntos. Esta é a vantagem de gravar um disco independente?

Vange:  Não. Essa é a vantagem de ter descoberto que a melhor coisa do mundo é ser o que se é, e não procurar correspon­der ao que esperam que você seja.

UOO: Mas, considerando as críticas positivas que Vermelho vem recebendo, se pintar algum convite de uma grande gravadora para fazer um trabalho mais comercial, você topa?

Vange: Claro! Nunca tive nada con­tra trabalhar associada a grandes grava­doras. Já lancei pela CBS e pela Sony e aprendi muito. Só não posso ficar para­da enquanto espero que uma das 5 grandes resolva me contratar.

UOO: No exterior, mais e mais canto­ras vêm assumindo suas relações com mu­lheres, tais como kd.lang, Melissa Etheridge, etc... Aqui no Brasil, você é uma das poucas que fala da questão aberta­mente, participando até de programas de TV sobre o assunto. Esta sua postura tem a ver com o fato de você ter participado, no passado, de grupos organizados, como o grupo lésbico-feminista (LF-79/81), ou simplesmente porque não vê razão para esconder e acha que, como artista, pode ajudar a combater o preconceito?

Vange: O fato de eu ter participado do LF já era resultado da minha comple­ta descomplicação com relação a esse as­sunto. Quando percebi que gostava de mulheres foi uma das descobertas mais maravilhosas da minha vida. Não foi na­da traumático. Era tão lindo descobrir o que era amar, se apaixonar. A minha sorte é que meus amigos também achavam lindo eu me apaixonar por garotas. Meus ídolos, tipo Janis Joplin, Gal, Caetano, todos achavam lindo ser gay, aceitavam a homossexualidade própria ou dos outros numa boa. Então eu nunca achei que ser lésbica fosse algo ruim. Daí eu nunca es­condi nada. Apenas no começo da mi­nha trajetória como figura pública, eu si­lenciava a esse respeito. Até que numa determinada hora, achei ridículo não to­car no assunto. Não levanto nenhuma bandeira e nem chego me apresentando: "Prazer, Vange, cantora e lésbica". Isso é um rótulo. Minha sexualidade é bastante flexível e inaprisionável, se é que existe essa palavra. Agora, faz outing quem quer! Essa é uma questão muito pessoal. Primeiro porque suas preferências se­xuais são coisas muito íntimas e dizem respeito só a você. Tem pessoas que têm facilidade em se expor assim. Outras não. Mas com certeza o fato de existirem pessoas públicas revelando sua homos­sexualidade só ajuda. Mostra que não tem nada de mais. Normal.

UOO: No cenário internacional, na área musical, as mulheres estão acaban­do com a supremacia masculina via trabalhos fortes e pessoais, co­mo as já citadas k.d.lang, Me­lissa Etheridge e Courtney Love, Sheryl Crow, Alanis Morissette e mesmo Patti Smith que voltou a gravar. Aqui, no Brasil, como você vê a situação das cantoras e compositoras em geral? Exis­te muito machismo no meio artístico?

Vange: Atualmente, no ce­nário Rock'n Roll do Brasil, o que existe é um sexismo enor­me. Só dar uma olhada nos video-clipes para ver que, quan­do aparece mulher, é aquela gostosona que rodeia os cantores da banda. Uma gostosona não! Um monte delas fazen­do papel decorativo com bundas maravilhosas em primeiro plano. Lindo! Quem não gosta de um corpinho bonito? Mas ando meio cheia desse discurso onanista cheio de testosterona de alguns moleques do rock. Mas o Brasil sempre foi muito bem dotado de mulheres cantoras e com­positoras. Se você pensar em Maysa, por exemplo, ela era muito mais porrada que Courtney Love. O que precisa acontecer é o Brasil descobrir as mulheres do Bra­sil! As mulheres do Brasil precisam des­cobrir as mulheres do Brasil. Fui no show da Alanis, em São Paulo, e o públi­co era 70% formado por garotas! Todas cantando as letras e entendendo o que es­tavam cantando. Eu sinto mais ou menos a mesma coisa com relação ao meu públi­co. As garotas gostam de ver uma mulher que compõe e canta suas próprias músi­cas e pode liderar uma banda. Porque is­so se parece com elas. No fundo nin­guém tá querendo exemplos para seguir. Elas querem ouvir alguém que tem os mesmos problemas que elas e que falem coisas que elas vivem e sentem.

Fonte: revista Um Outro OLhar, nº 25, Ano 10, Dez 96/Abril 97, por Luiza Granado e Angela Gonçalves


Publicado originalmente em 17/07/2014

Retrospectiva 2014: Freeheld: Julianne Moore e Ellen Page viverão casal em luta por direitos iguais

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015 1 comentários

Ellen Page e Julianne Moore

Julianne Moore e Ellen Page viverão casal lésbico em drama

As atrizes Julianne Moore (Carrie, a Estranha) e Ellen Page (A Origem) viverão um casal de lésbicas no drama indie Freeheld, informou o site The Hollywood Reporter

O filme vai narrar a história real de Laurel Hester (Moore), uma detetive da polícia que vê sua vida mudar drasticamente ao ser diagnosticada com uma doença terminal. Tudo piora quando o governo nega pensão à parceira dela, Stacie Andree (Page). A partir daí, as duas travam uma briga na justiça pela garantia dos benefícios.

A história é a mesma do documentário de curta-metragem homônimo, que venceu Oscar em 2008. Page está ligada ao projeto desde que ele foi anunciado, há cinco anos, e permaneceu ao lado dos produtores agora que eles finalmente conseguiram o financiamento.

A Incognito Pictures levantou a verba necessária para a produção, que irá levar às telas um roteiro assinado por Ron Nyswaner, indicado ao Oscar por seu trabalho em Filadélfia (1993) – longa que também trata da luta pelos direitos de homossexuais.

A produção marcará a terceira vez em que Moore viverá uma lésbica. Ela interpretou uma homossexual nos filmes As Horas (2002) e Minhas Mães e Meu Pai (2010). Além disso, no filme O Preço da Traição (2010), ela e a personagem de Amanda Seyfried são heterossexuais, que acabam vivendo um romance.

Além das duas protagonistas, também confirmada a participação de Zach Galifianakis (trilogia Se Beber, Não Case!) no elenco. Ele viverá Steven Goldstein, ativista da Garden State Equality, organização de Nova Jersey que luta pelos direitos da comunidade LGBT.

A direção está a cargo de Peter Sollett (Uma Noite de Amor e Música). Cynthia Wade, que produziu e dirigiu o documentário, será a produtora do longa, ao lado de Stacey Sher e Michael Shamberg, produtores de Django Livre. As filmagens devem começar em meados deste ano.

Enquanto isso, Moore será vista ao lado de Liam Neeson no suspense Sem Escalas, que estreia no Brasil em 28 de fevereiro. Galifianakis aparecerá em Muppets 2: Procurados e Amados, que estreia em 16 de maio. E Page voltará a viver a mutante Kitty Pryde em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, com lançamento marcado para 23 de maio.

Fonte: Pipoca Moderna, por Vanessa Wohnrath, 14/02/2014

Publicado originalmente em 18/02/14

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