Estupros e homofobia na Faculdade de Medicina da USP

quinta-feira, 13 de novembro de 2014 0 comentários


MP investiga oito casos de estupro na Faculdade de Medicina da USP


O inquérito instaurado pelo MPE (Ministério Público Estadual) que investiga os casos de violência sexual e agressão às mulheres e homossexuais na Fmusp (Faculdade de Medicina da USP) menciona a ocorrência de oito estupros nos últimos anos.

O documento obtido pela reportagem mostra que as vítimas, que relataram os episódios anonimamente, afirmaram que não houve "qualquer suporte da diretoria", que deixou de dar prosseguimento a procedimentos administrativos de apuração. Nesta terça-feira, 11, em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp),duas jovens afirmaram terem sido estupradas em festas da Fmusp organizadas por veteranos da medicina.
Não são casos pontuais. Desde o início me chamou atenção esse caráter coletivo, essa cultura de violação aos direitos, uma cultura opressora e violenta", afirmou a promotora Paula Figueiredo, da Promotoria de Direitos Humanos, à reportagem.
De acordo com Paula, o objetivo do inquérito é buscar mecanismos para reforçar, por meio de campanhas, uma mudança de estrutura interna que acabe com este tipo de ocorrência.

Segundo o inquérito, as vítimas relataram que houve tentativa de "ocultar os casos" para "evitar exposição à imagem da universidade". Uma das vítimas, que chegou a relatar anonimamente o episódio em que foi estuprada na imprensa, afirmou que tem sido humilhada.

O inquérito ainda cita dois casos concretos de discriminação contra homossexuais da Faculdade de Direito em festas da Fmusp - como foi relatado pelo jornal O Estado de S.Paulo à época. Um jovem, que pediu para não ter o nome identificado na reportagem, disse ter sido impedido de entrar em uma ala da festa Carecas no Bosque, que só aceitava casais heterossexuais. Outro rapaz foi expulso da festa pelo mesmo motivo.

A promotora pediu à USP que informasse todas as notícias recebidas nos últimos cinco anos relacionadas à violações sexuais ou discriminações, além de detalhamento dos mecanismos de punição aos casos pela universidade. O inquérito ainda pede informações sobre matérias da grade curricular que envolvam fundamentos de direitos humanos.

Ofensas

Uma das alunas que denunciou nesta terça na Alesp o episódio em que foi estuprada, afirmou que vem recebendo ofensas e ameaças pelas redes sociais.

Essa escória da Fmusp deveria ser extirpada da humanidade...lixos...essas prostitutas sujas deveriam sumir e ir cursar algo mais condizente com a mentalidade essência delas", disse um estudante.

Dia de luto para a grande Casa de Arnaldo" (...) Vejo punhados de infelizes alunos que não fazem a menor ideia de onde estão, da grandiosidade da Casa em que pisam, querendo minar mais de 100 anos de História", escreveu uma usuária em sua página pessoal.




Fonte: Estadão, 12/11/2014

Kansas é o 33º dos 50 estados americanos a legalizar união homossexual

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Supremo dos EUA autoriza casamento gay no Kansas

Estado é o 33º dos 50 dos EUA a legalizar união homossexual. Suprema Corte confirmou decisão que invalidava união no estado.

A Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos autorizou o casamento gay no Kansas, que se torna o 33º dos 50 estados americanos a legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo, além da capital federal, Washington, DC.

Em uma breve e já esperada decisão, sete dos nove juízes do Supremo rejeitaram a ação do Kansas de bloquear os casamentos homossexuais no estado. A decisão tem efeito imediato.

Com isso, a Suprema Corte confirma a decisão de um juiz federal de invalidar a proibição desse tipo de união pela lei de Kansas. Apenas dois juízes ultraconservadores, Antonin Scalia e Clarence Thomas, votaram contra, segundo o documento divulgado pela mais alta instância do Poder Judiciário americano.

No mês passado, o governo de Barack Obama anunciou que o casamento gay era reconhecido em 32 dos 50 estados americanos, além da capital.

Embora Kansas ainda possa recorrer à Corte de Apelação, é muito pouco provável que seja ouvido, considerando-se que essa instância já rejeitou dois pedidos idênticos de outros dois estados - Oklahoma e Utah.

O 34º estado a engrossar a lista pode ser a Carolina do Sul, depois que um juiz federal decidiu nesta quarta que a proibição dessas uniões é inconstitucional. O tema também irá para um tribunal de apelação.

A tendência geral do país é legalizar esse tipo de união nos tribunais, mas uma Corte de Apelação resistiu na semana passada. Pela primeira vez, confirmou-se a proibição desses casamentos em quatro estados: Michigan, Ohio, Tennessee e Kentucky. A questão não deve demorar a chegar até a Suprema Corte.

Em 26 de junho de 2014, nove juízes da Suprema Corte tomaram uma decisão histórica, ao invalidar a lei federal de defesa do matrimônio, o qual se restringia a um enlace entre um homem e uma mulher.

Também foi autorizado que os casais gays recebam os mesmos benefícios federais que os casais heterossexuais. Conforme a legislação, a Suprema Corte concede a cada Estado o direito de legalizar, ou não, a união gay.

Fonte: G1, 13/11/2014

Beijo gay em vídeo do canal de humor ‘Parafernalha’ gera comentários homofóbicos na internet

quarta-feira, 12 de novembro de 2014 0 comentários

Beijo dos atores Gustavo Verdana e Maicon Santini em vídeo
do canal ‘Parafernalha’ causa polêmica na web - Reprodução

Vídeo do canal de humor ‘Parafernalha’ com beijo gay gera comentários homofóbicos na internet
Alguns usuários classificaram o beijo como ‘nojento’; fundador do canal, Felipe Neto defendeu a esquete

RIO - Um vídeo publicado no canal de humor “Parafernalha” no último sábado despertou a ira de internautas homofóbicos. Com mais de 600 mil visualizações no YouTube até agora, o episódio “Piores momentos para uma festa surpresa” contém várias situações ruins para se ser surpreendido com uma festa de aniversário. A última a aparecer na esquete é um amasso — bastante comedido — de um casal gay.

Apesar do vídeo conter também uma cena de sexo quase explícita com um casal heterossexual, foi o beijo dos atores Gustavo Verdana e Maicon Santini que provocou uma série de comentários raivosos no YouTube. Enquanto alguns usuários classificaram o beijo como “nojento” ou “ridículo”, outros chegaram a dizer que ele é impróprio para crianças.

“Não concordo com gays se beijando em qualquer lugar. Querem fazer a sebosidade de vocês, façam, mas façam escondido. Façam longe de crianças”, disse um internauta.

Fundador do “Parafernalha”, o ator e empresário Felipe Neto usou sua conta no Facebook para defender o vídeo e o beijo do casal.

“Como não poderia deixar de ser, o novo vídeo do Parafernalha está sendo esculachado pelos homofóbicos. Apesar do vídeo ter uma cena quase explícita de sexo heterossexual (que colocamos de propósito), as críticas avassaladoras são contra um beijo gay que acontece na cena seguinte. Ninguém comenta a cena de sexo, apenas ficam ofendidos pelo beijo homossexual”, comentou o youtuber.

Pelo menos outros dois vídeos do canal já contaram com cenas de beijo entre dois homens. Na esquete “Como não terminar um namoro - parte 2”, os atores Daniel Curi e Victor Lamoglia interpretam um casal de namorados. Já em outro clipe, que faz piada com a pegação desenfreada durante o carnaval, o comediante Lucas Salles beija Curi.

Em julho, quando o vídeo que traz o casal de namorados foi publicado, comentários homofóbicos também surgiram. Irritado com a recepção preconceituosa, Curi desabafou no Facebook sobre o episódio.

“Gosto de interpretar gays. Me acha engraçado fazendo e acho até que faço direitinho. Mas o que mais me toca é viver um eprsonagem gay e sentir um pouco do preconceito que o homossexual sofre todos os dias e em todos os lugares. Pior que isso é ver homofobia de tanta gente idiota. Bando de gente ignorante que não merece o meu respeito”, escreveu o ator à época.

Travestis da Paraíba vítimas de tráfico de pessoas e trabalho escravo para o exterior

terça-feira, 11 de novembro de 2014 0 comentários

Varandas defende políticas públicas de inclusão para reduzir o tráfico de
 travestis (Foto: Reprodução / TV Cabo Branco)

MPT e PF investigam rotas de tráfico de travestis da Paraíba para o exterior

Rotas levariam travestis para a Europa e América Latina. Seminário esta semana em João Pessoa discute homofobia.

Duas rotas de envio de travestis da Paraíba para esquemas de tráfico de pessoas e trabalho escravo para o exterior estão sob a mira da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Trabalho (MPT). O procurador Eduardo Varanda explicou que as travestis se tornam alvo fácil dado à dificuldade de conseguirem se inserir no mercado de trabalho e a homofobia. Estes são alguns dos temas que gestores públicos, pesquisadores e sociedade civil devem debater a partir de terça-feira (11) durante o '1º Seminário Internacional da Diversidade Sexual – Cidadania e Direitos', em João Pessoa.

No entanto, os dois casos são similares na forma de cooptar em cidades de interior travestis que têm o sonho de ganhar dinheiro fora do país e na prática de trabalho escravo quando chegam no exterior. Um exemplo é a rota Araçagi-Baía da Traição, desbaratada pela polícia. “Nós ajuizamos a ação na Justiça dessa rota que enviava travestis para a Itália. Pedimos o bloqueio dos bens dos envolvidos e a Justiça deferiu”, frisou. Doze pessoas, entre brasileiros e italianos, foram presos.

Um dado que explica a existência dessas rotas, segundo Eduardo Varandas, é a falta de oportunidades para travestis no Brasil. “Para as travestis que assumem a identidade de gênero do sexo oposto ao biológico, o mercado se fecha completamente. Por isso, a prostituição e trabalhos ditos femininos, como os de estética, são as únicas opções”, afirmou.

Da última rota descoberta, por ter enviado em torno de 40 travestis para a Itália, a maior surpresa de todo o processo, segundo o promotor, foi a recusa das envolvidas em voltar para o Brasil por entenderam que as condições de trabalho escravo na Europa se assemelhavam às de discriminação e exclusão no Brasil. “A maioria das travestis não quis voltar porque disseram que aqui no Brasil enfrentam condições tão escravas quanto no exterior, onde elas não têm liberdade. É preciso assegurar a essas pessoas liberdade plena. Para o Brasil combater o tráfico de pessoas é preciso ter políticas públicas de inclusão”, afirmou.

Homofobia no ambiente de trabalho
Não há nenhuma pesquisa realizada no Brasil em nenhuma das três esferas governamentais sobre a homofobia no ambiente de trabalho, o que, para o procurador do Trabalho Eduardo Varandas, demonstraria a dificuldade da sociedade em lidar com a homossexualidade.

A partir de terça-feira e durante três dias, a sociedade civil organizada, pesquisadores, representantes das entidades LGBT e gestores públicos vão discutir as questões relacionadas à homofobia e o cerceamento de direitos que a discriminação tem provocado no Brasil. O 1ª Seminário Internacional da Diversidade Sexual é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT-PB) com o Movimento do Espírito Lilás e vai acontecer no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.

Eduardo Varandas reforçou que o papel do agente público é essencial no combate à homofobia. "Entendemos que é dever do Ministério Público do Trabalho combater qualquer tipo de discriminação no ambiente de trabalho, seja ela qual for, porque a nossa constituição tem como princípio a dignidade do ser humano e a não discriminação. E em nenhum momento ela coloca pessoas em condições superiores às outras", afirmou.

Para ele, o único item discriminador aceitável no ambiente de trabalho é o da qualificação profissional do indivíduo. "O que for exigido além da capacidade e qualificação profissional, viola literalmente a Constituição Federal", disse.

Uma das dificuldades do Ministério Público do Trabalho (MPT-PN) em identificar a homofobia nos casos de discriminação no ambiente de trabalho se deve à discriminação velada. “É muito fácil atribuir uma possível discriminação com questões atribuídas à qualificação profissional e a grande arma de combate a esse tipo de discriminação tem sido as campanhas de conscientização”, frisou.

Fonte: Do G1 PB, Wagner Lima, 09/11/2014

Delegacia de Crimes Homofóbicos de João Pessoa garante atendimento especializado

segunda-feira, 10 de novembro de 2014 0 comentários


Delegacia de Crimes Homofóbicos garante atendimento especial

A delegacia especializada em Crimes Homofóbicos de João Pessoa instaurou, de janeiro a outubro deste ano, 33 inquéritos policiais e 42 Termos Circunstanciado de Ocorrência (TCOs). O atendimento é pautado na orientação, prevenção e punição de casos ligados à homofobia e à diversidade de gênero.

Para o delegado titular da especializada, Marcelo Falcone, a intenção dos atendimentos é de preferência a conciliação entre as partes envolvidas. Quando isso não é possível, são instaurados os procedimentos cabíveis. “Tudo pede muita orientação. Casos mais complicados geram inquéritos e são remetidos ao Ministério Público e seguem para o Judiciário, em instâncias mais altas. Mas, buscamos investigar, encontrar culpados e responder a esta parcela da população que precisa ser atendida, ouvida e devemos lutar por seus direitos”, destacou Falcone.

As autuações mais frequentes são por injúria, calúnia, difamação, ameaça e agressão física. Além desses, a delegacia atende muitos casos referentes à Lei Maria da Penha. “Recebemos pessoas agredidas por seus companheiros e que, mesmo sendo do mesmo sexo ou em uma situação envolvendo transgenia, a Lei abrange esses cidadãos. A nossa maior barreira é que a vítima não quer se expor e muitas vezes não conseguimos uma punição para o agressor, mas buscamos trabalhar com isenção e de forma legítima, por isso em situações delicadas, conversamos muito com a vítima”, ressaltou.

O prédio da Delegacia de Crimes Homofóbicos funciona na Avenida Francisca Moura, nº 36, no Centro de João Pessoa. O local conta com sala do delegado, escrivão, agentes e ainda uma sala de espera e outra de reunião. Desde que foi inaugurada, em 2009, já foram instaurados 95 inquéritos e 229 termos circunstanciados de ocorrência (TCOs). O prédio também abriga a delegacia especializada de Atendimento ao Idoso.

“Muita gente vem aqui para perguntar o que fazer em casos em que se sente ofendido por sua condição sexual ou então porque foi humilhado em público ou até agredido. Quando essas pessoas chegam até nós, explicamos os direitos e chamamos todos os envolvidos na situação para um esclarecimento formal. A punição é uma consequência, para impedir que crimes ou casos mais graves ocorram relacionados a essa questão de diversidade de gêneros. Eu sempre deixo muito claro que essa é uma situação muito delicada, que requer conversa, negociação e muita firmeza. Casos homofóbicos serão punidos de acordo com a gravidade da ocorrência e estamos aqui vigilantes e sempre prontos para entender, investigar e punir a situação, quando isso for necessário”, reiterou Falcone.

Para o delegado Antônio Brayner, seccional da 1ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), a delegacia atende a uma parcela da população que merece respeito e respostas. “A existência dessa especializada é de extrema importância para João Pessoa. É papel dela punir o preconceito e todos aqueles que de forma irresponsável atacam e atingem essa parcela LGBT da sociedade. A Polícia Civil se mantém sempre empenhada em investigar, apurar e resolver casos relacionados à homofobia ”, finalizou Brayner.

Secom-PB

Fonte: PBAgora, 08 de novembro de 2014

Nos EUA, Tribunal de Apelações proibiu o casamento LGBT em Michigan, Ohio, Tennessee e Kentucky

sexta-feira, 7 de novembro de 2014 0 comentários

Tribunal dos EUA decide contra casamento gay

Um tribunal dos Estados Unidos confirmou ontem, quinta-feira, pela primeira vez no país, a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, sob a alegação de que o tema não deve ser decidido pela Justiça.

Segundo o Tribunal de Apelações do Sexto Circuito, com jurisdição sobre Michigan, Ohio, Tennessee e Kentucky, a Constituição americana não impede que os Estados definam o casamento como uma união entre um homem e uma mulher.

A decisão vai no sentido oposto da atual tendência dos tribunais americanos, que têm se pronunciado a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O casamento gay é reconhecido em 32 dos 50 Estados americanos e no Distrito de Columbia.

Na decisão desta quinta-feira, o Tribunal de Apelações reconheceu que a definição de casamento está claramente mudando nos Estados Unidos, mas destacou que não cabe à Justiça realizar esta mudança.

O sistema federal do país permite que os Estados se convertam em "laboratórios de experimentação", com "um Estado inovando de uma maneira e outro, de outra", destaca a sentença, que aponta a eleição como a melhor forma de promover a mudança.

"Quando os tribunais não permitem que o povo resolva novos temas sociais como este, perpetuam a ideia de que os heróis nestes eventos de mudança são os juízes e os advogados".

Fonte: Yahoo Notícias, via AFP, 06/11/2014

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