Casais homossexuais serão contabilizados como famílias em censo nos EUA

quinta-feira, 29 de maio de 2014 0 comentários


Gays casados serão recenseados como famílias nos Estados Unidos
Casais homossexuais eram contabilizados como 'casais não casados'.

Casamento gay é permitido em número cada vez maior de estados. A agência governamental encarregada pelo censo nos Estados Unidos (United States Census Bureau, em inglês) vai contabilizar em suas estatísticas, a partir de agora, os casais homossexuais casados como famílias, para retratar a evolução da sociedade norte-americana.

O casamento entre homossexuais "é agora reconhecido a nível federal, então chegou a hora de contabilizá-lo entre os casais casados", explica Rose Kreider, especialista em assuntos familiares da agência oficial, citada pelo jornal The Washington Post.

Até agora estes casais eram contabilizados como "casais não casados" e não eram considerados famílias. O casamento gay é permitido num número cada vez maior de estados do país.

Em setembro deste ano, o organismo publicará seu estudo anual sobre a população dos Estados Unidos em 2013 e, pela primeira vez, os casais homossexuais casados serão levados em conta no número de famílias entrevistadas.

Segundo as últimas estatísticas do United States Census Bureau, correspondentes a 2012, haveria 182 mil casais homossexuais casados entre 56 milhões de famílias recenseadas no país.

Em junho de 2013 a Suprema Corte dos Estados Unidos invalidou a lei de defesa do casamento, que definia o matrimônio como a união entre um homem e uma mulher, dando aos casais homossexuais os mesmos direitos em termos de proteção e ajudas às heterossexuais.

O apoio ao casamento homossexual nos Estados Unidos chegou ao seu maior nível recentemente (55%), segundo uma sondagem do instituto Gallup realizada há uma semana.

O Gallup lembrou que em 1996, 68% dos norte-americanos era contra este tipo de união, frente a 27% que se dizia favorável.

O United States Census Bureau começou a registrar dados sobre os casais homossexuais em 1990, quando foi adicionada a categoria "casal não casado".

Fonte: G1 via AFP, 27/05/2014

Dattch, novo aplicativo de encontro para mulheres lésbicas e bissexuais que vai além das aparências

quarta-feira, 28 de maio de 2014 0 comentários


Dattch é um aplicativo de encontro para mulheres lésbicas e bissexuais. Disponível gratuitamente para iOS, o app permite conhecer novas pessoas para namoro, amizade, por exemplo.

Diferentemente do Tinder e Grindr, apps nos quais foi inspirado, o Dattch possui mecanismo de filtros e espaço para postar interesses pessoais. A usuária é incentivada a escrever onde passou o fim de semana, seus pratos favoritos ou coisas que "sem as quais não vive", permitindo uma abordagem para além da beleza física.

Para entrar, é preciso fazer login pelo Facebook. Isso evita a presença de homens se fazendo passar por mulher, garantindo mais conforto ao público real. O Dattch foi desenvolvido no Reino Unido e até neste momento tem foco em Londres, mas é possível se cadastrar de qualquer lugar do mundo. A ideia da criadora, Robyn Exton, é expandir o serviço internacionalmente, conforme ele for atingindo mais repercussão.

Funcionalidades

Os recursos são apresentados em uma barra localizada na parte inferior da tela. Em “Profile” é possível visualizar perfis, definir filtros de acordo com idade e distância, assim como acessar as pessoas marcadas como favoritas na “Wishlist”. Clicando em “Inbox”, você tem acesso às mensagens enviadas e recebidas de forma privada.

A função ”Would you?” mostra dois perfis a serem analisados pelas fotos. A usuária deve mover a preferida para um quadrado, e caso ela tenha feito o mesmo as duas serão notificadas.

Há ainda o blog do aplicativo, que traz artigos e notícias voltadas ao público lésbico, e o espaço para editar suas informações pessoais. É possivel convidar amigas para participar da rede social e mostrar algum perfil que acredite que combina com o seu. Faça download de Dattch e marque seu encontro.

Fonte: TechTudo, por Marcela Vaz, 21/05/2014 

Marisa Lobo tem registro cassado pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) do Paraná

terça-feira, 27 de maio de 2014 9 comentários


Psicóloga que propunha ‘cura gay’ tem registro cassado
Autodenominada como “psicóloga cristã”, Marisa Lobo foi cassada pelo Conselho Regional de Psicologia

O Conselho Regional de Psicologia (CRP) do Paraná cassou o registro da psicóloga Marisa Lobo, que ficou famosa em todo o Brasil ao defender a ‘cura gay’.

A cassação aconteceu na última sexta-feira (16), em Curitiba. Marisa ainda pode recorrer da decisão no Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O CRP ainda não quis se manifestar, alegando que o processo de Marisa corre em sigilo. O órgão só pretende falar quando o CFP der um parecer definitivo sobre a cassação.

Se autodenominando como “psicóloga cristã”, Marisa participou, em 2012, de audiências públicas no Congresso Nacional em favor de um projeto que propunha a modificação da resolução do CFP, que proíbe profissionais da psicologia de promover terapias para ‘tratar a homossexualidade’ de pacientes ou mesmo de se referir a esta orientação sexual como uma doença.

De autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), o projeto voltou à tona no ano passado quando o também deputado federal Marco Feliciano assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Congresso.

Mas após forte pressão de outros parlamentares e também dos movimentos LGBT e dos direitos humanos, o deputado do PSDB decidiu retirar a proposta de mudança, encerrando sua tramitação.

No site Gospel Prime, Feliciano criticou a cassação de Marisa, dizendo que a medida do CRP do Paraná foi uma ‘obra do sindicalismo gay’. Nesta semana, o senador evangélico Magno Malta (PR-ES) também fez um discurso no plenário do Senado defendendo a psicóloga cassada.

Fonte: O Dia, 23/05/2014

#ChutaOBaldeClara apesar do preconceito

segunda-feira, 26 de maio de 2014 0 comentários

Me olham, muitas vezes, como se eu fosse um animal raro, sem igual em lugar algum! E por que? Porque me interessei por outra mulher! Algumas pessoas me aceitam, outras até me admiram e me invejam, mas tem muita gente que está pronta pra me apedrejar. Me linchar. E atirar meus ossos aos cães. Noutro dia alguém me falou que isso de uma mulher amar outra, sexualmente, é pecar contra a Natureza humana. Um homem e uma mulher formam um par. Duas mulheres ou dois homens formam uma dupla imoral. Péssimo exemplo para a juventude”.
Quase todos aceitam na família dos outros, mas se você pergunta se gostariam de ter uma filha ou um filho homossexual, pulam logo fora: ‘Ah, não!’, ‘Filho meu, não’.
‘Em família’: Clara desabafa sobre sua sexualidade: ‘Tem muita gente que está pronta pra me apedrejar’

Aos poucos, Clara (Giovanna Antonelli) vai entendendo mais sobre sua sexualidade e o que significa gostar de outra mulher nos dias de hoje. Nos próximos capítulos de “Em família”, ela deixa isso claro numa conversa com Virgílio (Humberto Martins).

Os dois conversam sobre a reação do escultor ao casamento de Luiza (Bruna Marquezine) com Laerte (Gabriel Braga Nunes). “Por que não deixam ela viver esse sonho? Quer tanto! E ninguém pode garantir que não vai dar certo”, diz ela, tentando convencer o cunhado. Mas ele é pessimista: “Tem tudo pra dar errado. O histórico prova isso”.

Clara o contraria: “O histórico não prova nada! Quem pode garantir que os erros se repetem sempre? Ou quem pode garantir que as pessoas não mudem, sejam sempre iguais, ano após ano? Nesse caso são mais de vinte anos! Se a Helena mudou, se você mudou, se todos nós passamos por transformações, porque o Laerte ficou igual ou piorou?”.

Eles se olham e ela faz um desabafo: “Sei o que estou falando. Talvez eu seja a pessoa que mais tenha mudado em toda a nossa família. Me olham, muitas vezes, como se eu fosse um animal raro, sem igual em lugar algum! E por que? Porque me interessei por outra mulher! Algumas pessoas me aceitam, outras até me admiram e me invejam, mas tem muita gente que está pronta pra me apedrejar. Me linchar. E atirar meus ossos aos cães. Noutro dia alguém me falou que isso de uma mulher amar outra, sexualmente, é pecar contra a Natureza humana. Um homem e uma mulher formam um par. Duas mulheres ou dois homens formam uma dupla imoral. Péssimo exemplo para a juventude”.

O escultor se defende: “Mas eu nunca pensei assim”.

Lei homofóbica em Uganda promove demissões, desalojamentos e abusos policiais contra população LGBT

quinta-feira, 22 de maio de 2014 0 comentários

Crime amar alguém do mesmo sexo em Uganda

Lei anti-homossexuais fez aumentar abusos policiais e demissões em Uganda

A aprovação de uma lei anti-homossexuais em Uganda fez aumentar os abusos policiais, as demissões, os desalojamentos e o êxodo da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Transgênero (LGBT), segundo denunciaram, hoje (15), a Human Rights Watch (HRW) e a Anistia Internacional (AI). Pelo menos um transexual foi assassinado, 17 pessoas foram detidas por manter relações sexuais com outras do mesmo sexo e os serviços de saúde foram vetados a esses grupos, desde que a lei entrou em vigor, no dia 10 de março.

O grupo Minorias Sexuais de Uganda (Smug), da capital, Kampala, alertou que “toda a força do Estado está sendo usada para caçar, expor, degradar e reprimir a comunidade LGBT em Uganda".

“A lei contra os homossexuais está deixando as pessoas sem casa, trabalho, restringindo os tratamentos contra o HIV e enchendo os bolsos da polícia corrupta que extorque as vítimas durante as detenções”, lamentou a investigadora dos Direitos Humanos LGBT da Human Rights Watch, Neela Ghoshal.

Os dados são o resultado da investigação desenvolvida pela HRW e pela AI na capital, Kampala, e em outras localidades, em abril.

Apesar de muitas pessoas detidas ao abrigo da nova lei terem sido postas em liberdade sem acusação, a polícia chegou a exigir subornos entre R$ 27 e R$ 1,3 mil. Vários detidos denunciaram ter sido vítimas de abusos sexuais por agentes policiais, que tocaram nos seus seios, no caso dos transsexuais, ou submeteram alguns homens a “exames anais” para provar a sua homossexualidade.

A lei ugandesa considera crime a “promoção” da homossexualidade, o que põe em perigo o ativismo em defesa dos direitos dos gays e lésbicas, consideram as organizações. Segundo a HRW, a consequência mais evidente da entrada em vigor da lei foi a fuga do país de muitos homossexuais, além de outros terem fugido de suas casas e estarem escondidos no país.

A lei proíbe a posse de uma casa ou conjunto de quartos para “fins relacionados à homossexualidade”, cláusula que tem sido usada como motivo para desalojar pessoas. No dia 4 de abril, a polícia invadiu um centro de investigação sobre HIV / aids na Universidade de Makerere sob o pretexto de estar recrutando homossexuais. Outras instituições foram forçadas a fechar as portas.

A lei ugandesa prevê a pena de prisão perpétua para quem realizar determinados atos homossexuais “com agravantes” e criminaliza essas relações ao considerar que a sua origem “não é genética”.

Fonte: Diário de Pernambuco, 16/05/2014

Casamento entre mulheres atrás das grades

quarta-feira, 21 de maio de 2014 0 comentários

Valéria (esq.) e Vera (dir.) se conheceram na Penitenciária Feminina Madre Pelletier,
 em Porto Alegre. Foto: Marcelo Miranda Becker / Terra

Liberado há um ano, casamento gay ainda é raro em presídios

Primeiras mulheres a se casarem em presídio no RS afirmam que poucas detentas lésbicas sabem que têm o direito ao matrimônio

Valéria Dias de Oliveira e Vera Indiana Castro de Souza entraram para a história do sistema prisional gaúcho ao se tornarem as primeiras detentas a se casar em um presídio do Rio Grande do Sul. A cerimônia, comandada por um sacerdote afroumbandista há uma semana na Penitenciária Feminina Madre Pelletier – curiosamente, um prédio que no passado abrigara um convento católico em Porto Alegre -, simboliza uma série de esforços da sociedade e do poder público para garantir o respeito aos direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) nos presídios brasileiros.

Apesar de a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo já estar vigente há um ano, Valéria e Vera contam que poucas presidiárias sabem que têm esse direito. "Antes do nosso casamento, ninguém achava que podia. Muitos falavam que não podia casar dois homens, duas mulheres, só fora do Brasil. Depois disso, muitas estão querendo casar. Tem gente que fala que a gente abriu a porteira", diz Valéria, 27 anos e mãe de dois filhos, que cumpre sua segunda pena no Madre Pelletier por tráfico de drogas.

As duas se conheceram no próprio presídio em 2010 e se apaixonaram "à primeira vista", como recorda Valéria. "Ela já estava aqui quando eu fui presa de novo. Quando eu vi ela, tremeu tudo. Eu falei: 'essa morena vai ter que ser minha'. A gente começou a se falar, eu mexia bastante com ela, até que a gente ficou", diz a detenta. Segundo Valéria, sua maior preocupação era mostrar para sua amada que não se tratava de um relacionamento baseado na carência imposta pelo cárcere.

"Sentei para conversar com ela e disse: 'eu não quero brincar contigo. Eu quero um relacionamento sério contigo, eu não quero que seja uma aventura de cadeia, ou que seja uma carência. Se você está carente porque não tem visita íntima, eu não quero que leve pra esse lado'", relembra. "Eu disse que lá na rua é diferente. Aqui é uma coisa, é um mundo, quando a gente bota o pé pra fora do portão é outra coisa. Fui conversando com ela antes de seguir em frente com a história de casar, e ela foi me apoiando também. Até que eu pedi ela em casamento e ela disse 'sim'."

Apesar de manifestarem publicamente o desejo de oficializar a união ainda em 2013, o relacionamento de Valéria e Vera inicialmente foi visto com desconfiança pelas outras detentas. "No começo, muitas pessoas criticavam. Até uma das madrinhas, no dia do casamento, comentou. 'Valéria, eu vou ser bem sincera: eu não acreditava nesse casamento. Eu achava que vocês estavam só chamando atenção'. A gente chegou a receber críticas no início. Falavam pra mim: 'mas como você tem filho e gosta de mulher? Vocês duas são menininhas'."

A resistência, porém, se desfez com o casamento, que contou com a presença de familiares e seguiu a tradição do matrimônio, com vestido branco, buquê, terno e alianças douradas. "Depois que viram que era mesmo verdade, que a gente está mesmo feliz, que a gente queria casar, que era o nosso sonho, agora todos nos apoiam. Falam que foi tudo muito lindo, dão parabéns, vêm nos abraçar de verdade", diz Valéria.

Apoio da direção do presídio
Assim que tomou conhecimento da vontade do casal, a direção do presídio trabalhou para organizar a cerimônia. "Nós sentamos com elas e perguntamos se elas realmente queriam se casar, se elas entendiam a importância disso. Teve todo um trabalho com uma equipe de psicólogas, para lembrar elas que uma coisa é um romance aqui dentro do presídio, outra coisa é você estabelecer um laço familiar para toda a vida", diz Marília dos Santos Simões, diretora da penitenciária.

Demorou cerca de um ano, porém, para que a festa saísse do papel. "A gente não sabia se ia conseguir casar. Primeiro, a gente não ia conseguir porque os documentos da Vera ainda não estavam prontos. Depois teve a greve (dos agentes penitenciários). Então era tanto tempo que, se a gente não se amasse mesmo, teria desistido já", conta Valéria.

A cerimônia foi organizada e custeada pela Coordenadoria Penitenciária da Mulher/Assessoria dos Direitos Humanos (ADH) da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), com apoio da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). "Foi uma festa muito bonita, todas nós nos emocionamos em ver a felicidade delas", diz a diretora do presídio.

"Nossa, foi muita emoção. Porque eu não esperava que todo mundo fosse ajudar. Foi a casa toda, a direção, a chefe de segurança, as funcionárias também, mais a Corregedoria da Mulher. A gente não tirou nada do bolso, foram todos eles que nos ajudaram, roupa, tudo. A casa se empenhou um monte. Para mim, foi uma surpresa imensa, foi bem tocante. Eu pensava que ia ter um bolinho e acabou. Mas não, foi muito lindo", emociona-se Vera, de mãos dadas com a mulher. "Elas apostaram tudo no nosso relacionamento mesmo. Porque tem muitos casais aqui dentro que começam hoje e amanhã já estão com outra. E a gente não. Desde quando a gente falou que ia ficar junto, a gente foi até o final", completa Vera, 33 anos, que cumpre pena por latrocínio no Madre Pelletier.

Lua de mel improvisada e preconceito
Após terem a união abençoada pelo sacerdote, Valéria e Vera puderam até mesmo improvisar uma lua de mel na cela que dividem. "A gente trabalha com o lixo, descendo o lixo das galerias. Mas a chefe de segurança falou no dia: 'não, vocês estão em lua de mel e hoje não vão trabalhar'. Então pudemos curtir bastante aquele nosso momento, sonhar mais um pouco", diz Valéria, que afirma que a cela garante a privacidade do casal. "Se alguém precisa conversar com a gente, batem na porta. Ali a gente tem a nossa privacidade, as nossas coisas. Vamos dizer que ali é a nossa casa provisória, tem televisão, tem ventilador, todas as nossas coisinhas, como se fosse nossa casa. Ali a gente já vai começando a criar aquele ritmo para quando nós sairmos pra rua, para quando nós tivermos a nossa casa."

Fonte: Terra, 17/05/2014

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