Como combater os injustos sem se parecer com eles em dois vídeos

sábado, 8 de dezembro de 2012

Transeunte rasga banner de manifestantes da TFP contra o casamento LGBT

Por Míriam Martinho

Uma das principais críticas aos movimentos sociais, principalmente por sua vertente politicamente correta, é de que seus membros se fazem de vítimas o tempo inteiro, colocando-se como ofendidos por qualquer coisa, da mais banal a mais séria. Parte dessa crítica é procedente. Há mesmo muito "ofendidismo" circulando nos diferentes tipos de ativismo, e, como diria Hegel, quem exagera no argumento prejudica a causa.

Entretanto, algumas das forças políticas que criticam esse ativismo "excessivamente sensível" por acaso agem de forma diferente? Não se fazem de vítimas aqueles que na verdade, com base em dogmas religiosos, vivem perseguindo, por exemplo, homossexuais, lutando contra a igualdade de direitos entre as pessoas em nome de bíblias, famílias e outras tantas? Saem pregando a discriminação e posam de vítimas!? Posam sim.

No vídeo abaixo, membros da Tradição Família e Propriedade dos EUA (TFP), em campanha contra o casamento LGBT em ruas e universidades americanas (por aqui eles também saem com seus estandartes mofados), foram alvo de vários tipos de reação negativa de transeuntes, das símbólicas às físicas, o que lhes deu aval para se colocarem como pobrezinhos.

Naturalmente, a hipocrisia dessa gente faz o sangue de qualquer um(a) ferver, mas ataques contra esses tipos, sobretudo físicos, só os beneficiam. Depois eles fazem uma compilação das reações agressivas das pessoas, indignadas contra sua lixeira religiosa, como no vídeo abaixo, e posam de vítimas, falando com voz calma e postura tranquila que - tadinhos - os LGBT é que são intolerantes e contrários à liberdade de expressão. E essa imagem cola!

Quem já praticou alguma arte marcial sabe muito bem que para vencer uma luta não basta técnica mas sobretudo precisa-se de controle emocional. Campeões mantêm a cabeça fria, o coração, ameno. Aliás, a raiva é a maior inimiga do bom senso em geral. O ativismo LGBT precisa fazer um pouco de psicodrama antes de enfrentar essa conservalha pelo visto tanto nos EUA quanto no Brasil.

Nos tempos do movimento pelos direitos civis dos negros americanos (1955-1968), os ativistas, influenciados pelo pacifismo de Gandhi, faziam manifestações não-violentas contra o racismo, como os célebres sit-ins. Entravam nos lugares só para brancos, sentavam-se e lá ficavam sem serem atendidos ou sem reagir às agressões e às prisões que acabaram ocorrendo. Eles treinavam para isso, e deram fim, no médio prazo, à infame segregação pela via dessas ações.  Por isso, deixo também um vídeo sobre os sit-ins daquela época à guisa de recordação de um bom tempo onde os oprimidos sabiam se distinguir claramente de seus opressores. Quem sabe a lembrança não sirva de inspiração para se repensar formas mais justas de agir contra os injustos nos dias de hoje. Na base do olho por olho, como diz um ditado, todo mundo acabará cego.

2 comentários:

  1. O fundador e guru da tfp morreu velho sem conhecer o matrimonio.Que bom! não deixou descendentes.Alias os tfpistas são contra o casamento e a familia e querem o fim da sociedade. Que sobra!......... nada.E é sem nada que saem deste organisação escravagista seus pobres diabos.
    O militante é direcionado para romper com todos os laços de familia, de estudos, da carreira profissional.A tfp não forma ninguem... so destroi! Pobres diabos...

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