Jornalista americano gay protesta contra homofobia de Putin no canal Russia Today

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Jornalista norte-americano James Kirchick detona homofobia russa

Jornalista norte-americano surpreende Rússia em direto na TV
Tudo parecia correr bem num debate do canal russo Russia Today (RT) sobre Bradley Manning, o soldado norte-americano acusado de entregar documentos secretos ao portal Wikileaks e condenado a 35 anos de prisão e expulsão do exército por tribunal militar.

Pelo menos até darem a palavra ao jornalista norte-americano James Kirchick. "Estar calado perante o mal é algo que não podemos fazer", começou por dizer, citando Harvey Fierstein, ator e ativista dos direitos dos homossexuais, enquanto começava a vestir uns suspensórios com as cores do arco íris, conotado com o movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais).

"Encontrando-me aqui, num canal de propaganda do Kremlin, trago os meus suspensórios em sinal de solidariedade com gays e lésbicas e manifesto-me contra o terrível projeto-lei anti-gay, que Vladimir Putin transformou em lei", disse Kirchick, homossexual assumido.

O jornalista de 30 anos, que contribui frequentemente para o "The Washington Post" e para o "The Wall Street Journal", entre outros jornais dos EUA, atacou ferozmente o Governo russo, até a jornalista o interromper e voltar a perguntar por Bradley Manning.

"Não estou interessado em falar em Bradley Manning, estou interessado em falar no ambiente horrendo de homofobia que há neste momento na Rússia", respondeu. "Quero que os homossexuais na Rússia saibam que têm aliados. Não tencionamos ficar calados perante as horrorosas perseguições perpetradas por quem vos paga, por Vladimir Putin", prosseguiu.

Quando a jornalista da RT, Yulia Shapovalova, volta a tentar falar, James Kirchick pergunta-lhe como é que ela "consegue dormir à noite quando há jornalistas na Rússia que são frequentemente acossados e até mortos pelo Governo".

Atrapalhada, a jornalista tenta responder, mas sem sucesso. "Vocês têm 24 horas para mentir sobre os Estados Unidos e ignorar o que se passa na Rússia, por isso utilizo os meus dois minutos para dizer a verdade às pessoas", continuou, perante o espanto dos outros convidados, incluindo Ivor Crotty, editor do canal, que tentou demover Kirchick, sem sucesso.

A ligação com Kirchik, que estava num estúdio da RT em Estocolmo, na Suécia, acabou por ser interrompida, e o canal russo pediu desculpa aos telespectadores.

Mais tarde, James Kirchick utilizou a sua conta no Twitter para revelar que, depois da emissão, um táxi pago pela RT o deixou "à beira de uma autoestrada", sem explicações.

O Governo de Vladimir Putin tem sido alvo de fortes críticas a nível internacional devido à aprovação de uma nova lei que proíbe a "propaganda homossexual", limitando os direitos das minorias sexuais. A lei contempla pesadas multas para as pessoas que forneçam informação sobre a homossexualidade a menores de 18 anos e proíbe a adoção de crianças russas por parte de homossexuais estrangeiros e de solteiros provenientes de países onde são legais os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Fonte: Expresso XL, 22/08/2013

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