130 casais LGBT participaram do primeiro casamento civil do gênero realizado no Rio de Janeiro

terça-feira, 10 de dezembro de 2013 0 comentários

Só que homossexualidade não existe, nunca existiu. Existe sexualidade, voltada para um objeto qualquer de desejo que pode ou não ter genitália igual, e isso é detalhe, escreveu o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu.
A identidade de gênero é, sem dúvida, mero detalhe para as 260 pessoas que se uniram a seus respectivos pares na tarde deste domingo (8) perante a Justiça. Os 130 casais participaram do primeiro casamento civil homoafetivo realizado no Rio de Janeiro. Antes, apenas uniões estáveis entre casais gays haviam sido formalizadas no estado.

A cerimônia coletiva aconteceu no auditório Antônio Carlos Jobim, do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro (TR-JR), no Centro. "Hoje marcamos uma vitória política", comemorou a desembargadora do TJ-RJ Cristina Gaulia. Ao afirmar que outros tribunais espalhados pelo pais ainda estão longe de tomar iniciativas semelhantes do TJ-RJ, ressaltou que o evento enfatiza o "progresso" da Justiça fluminense.
"O que se faz aqui hoje é um marco simbólico da concretização de princípios constitucionais. É muito fácil colocar na Constituição que todos são iguais perante a Lei, mas é extremamente difícil fazer isso valer na prática", acrescentou o desembargador Cláudio Dell'Orto, que compôs mesa acompanhado pela mulher, Cristiane.
Cláudio e Cristiane foram padrinhos dos 130 casais, que contaram ainda com o apadrinhamento simbólico dos atores David Pinheiro e Mariana Schunk. As juízas Rachel Chripino e Rachel Oliveira foram as celebrantes do casamento. O evento contou ainda com a participação especial da cantora Jane di Castro, que interpretou o Hino Nacional na abertura oficial da cerimônia.

Dos 130 casais que se uniram neste domingo, 89 eram de lésbicas, 40 de gays e um formado por uma transexual e um homem - este unido em relação estável há 22 anos. A maioria (48 casais) na faixa etária entre 30 e 49 anos e seis casais têm mais de 60 anos de idade. Do total de casais, 72% estão juntos há mais de quatro anos e 85% mantêm vida comum há mais de dois anos, o que configura união estável. 


Os casais

Exibindo um traje africano, Viviane Soares Lessa de Faria, 38 anos, não parava de sorrir ao lado da esposa, Joseli Cristina Lessa de Faria, 45. "Eu sonho me casar com ela desde que a conheci", disse Viviane.

Joseli fez questão de destacar que o filho Rafael, de 29 anos, é o padrinho do casal. “Ele é amigo, parceiro, companheiro. Ele chama uma de mãe branca e a outra de mãe preta e estava mais ansioso que nós duas”, disse.

O casal Flávio e Giuseppe Laricchia, de 26 e 21 anos respectivamente, é um dos mais novos entre os 130 que se casaram. Há dois anos juntos, eles são de Teresópolis, Região Serrana, e vieram sozinhos para a capital formalizar a união. “Nossos pais não vieram por falta de oportunidade, porque eles queriam muito estar aqui”, disse Flávio. Ele já havia formalizado a união estável a Giuseppe em dezembro passado, mas fizeram questão de casar. “Queríamos a garantia de direitos, entre eles os trabalhistas. Precisamos ter essa igualdade em relação aos casais heterossexuais”, disse Giuseppe.

José Barbosa Galvão, de 53 anos, que vive há 22 anos com a transexual Vanessa Alves, de 49 anos, comemorou a união e afirmou que participou da cerimônia para realizar um sonho da cônjuge. "Eu já tinha sido casado, mas ela tinha esse sonho e realizamos hoje. Já tínhamos união estável e agora conquistamos mais esse passo".

O casal Marcos da Costa e Josué dos Santos, que está junto há 12 anos, foi à cerimônia buscando o reconhecimento do Estado e os direitos que o casamento proporciona, como a facilidade de ter conta conjunta, ser dependente em plano de saúde e ter direito à herança sem a necessidade de um testamento. Para eles, o preconceito está diminuindo. "O casamento e a família são instituições importantes na vida da gente. Nunca nos separamos e criamos meu filho biológico juntos. Hoje, nosso neto está aqui".

Nilzete Ferreira, de 49 anos, confessou estar nervosa antes da cerimônia, mas feliz. "Muita coisa muda para minha esposa e minha filha a partir de amanhã. Será mais fácil ter plano de saúde e conta conjunta. Estamos muito felizes".


Com informações do G1 e A Tarde, 08/12/2013

Nelson Mandela também defendeu direitos LGBT e o casamento igualitário

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013 0 comentários

Nelson Mandela (1918-2013)

Não dá para canonizar Nelson Mandela, tratá-lo como um santo, imune a erros pessoais e políticos. Impossível, contudo, para qualquer um(a) que tenha sensibilidade política, negar que ele tenha sido uma figura histórica excepcional. Seus acertos superaram em muito seus erros e, entre os acertos, figurou também o apoio aos direitos LGBT e ao casamento igualitário. Destaque para o trecho do artigo abaixo que nos recorda mais esse aspecto positivo das ações do líder sul-africano.
As contribuições de Mandela para a conciliação entre brancos e negros são muito conhecidas, mas talvez o seu incansável trabalho na luta contra a aids, seu empenho para a paz em nações em guerra e a promoção do respeito aos direitos dos homossexuais sejam menos famosos. Num continente que costumava reprimir vigorosamente gays e lésbicas, Mandela foi um vigoroso defensor da igualdade e do casamento gay e foi em razão da sua influência que a África do Sul tornou-se o quinto país no mundo a legalizar a união de pessoas do mesmo sexo.
A marca e o legado de Mandela sobrevivem em todo o mundo

Meu fato favorito sobre Nelson Mandela é que ele convidou a um dos carcereiros brancos que ajudou a mantê-lo preso por 27 anos para assistir à sua posse como presidente da África do Sul. Foi um sinal da magnanimidade, cordialidade e da total falta de ressentimento que marcaram esse homem. A história teve muitos grandes dissidentes e revolucionários, mas poucos se tornaram líderes nacionais. As qualidades que caracterizam um rebelde, ou seja, coragem, obstinação e até a irracionalidade, não tendem a produzir um grande presidente.

Mandela enfrentou muitas pressões para ser mesquinho, humilhar aqueles que o humilharam e até assassinaram seus amigos, mas resistiu a elas. Foi o homem mais notável que conheci. Ele exemplificou o serviço e o sacrifício público mais do que qualquer outra pessoa da sua geração. Era advogado com uma carreira promissora que poderia ter escolhido trabalhar dentro do sistema, mas deixou tudo de lado para lutar pelo povo do seu país. Quando foi levado a julgamento, enfrentando uma possível pena de morte, foi desafiador como sempre.

Depois, durante os 27 anos na prisão, diversas vezes foi lhe oferecida a chance de ser libertado antes do prazo. Na verdade, o governo chegou a implorar para ele aceitar a liberdade condicional, porque atrás das grades ele havia se tornado um empecilho. Mandela recusou-se aceitar propostas que não lhe dessem liberdade totalmente incondicional - o que acabou conseguindo.

Colocar seu país em primeiro lugar também significou problemas familiares, incluindo o divórcio da sua mulher Winnie. Significou confrontar antigos aliados que achavam que ele concordava com as desigualdades econômicas e raciais e cedera demais. E significou assumir apenas um mandato como presidente, para mostrar que a África do Sul seria governada pela lei e não por presidentes perpétuos. Ele deu um exemplo de governança.

Quando especialistas discutem porque a África cambaleou no período pós-independência, um fator comum citado é a frágil governança e a péssima liderança. Houve poucos exemplos brilhantes de grandes líderes na África, com exceção em Botswana. Mandela tornou-se um presidente tão bom quanto o revolucionário que lutou pela liberdade e seu exemplo foi estimulante e contagiante. Por toda a África e em todo o mundo ele foi uma inspiração de liderança e serviço público. Ele superou as expectativas e talvez não seja coincidência o fato de líderes africanos terem sido muito melhores no período pós-Mandela.

Ele também enviou uma mensagem para o resto do mundo. Quando estava na prisão e mais precisava de ajuda, o mundo se calou. Dick Cheney chegou a votar contra uma resolução no Congresso americano, em 1986, que apelava pela libertação de Mandela. Uma atitude tacanha. E somos tacanhos também quando não nos manifestamos a favor de dissidentes em países como a China e o Bahrein. Eventualmente, a liberdade prevalecerá em Pequim e no Bahrein, como ocorreu na África do Sul.

As contribuições de Mandela para a conciliação entre brancos e negros são muito conhecidas, mas talvez o seu incansável trabalho na luta contra a aids, seu empenho para a paz em nações em guerra e a promoção do respeito aos direitos dos homossexuais sejam menos famosos. Num continente que costumava reprimir vigorosamente gays e lésbicas, Mandela foi um vigoroso defensor da igualdade e do casamento gay e foi em razão da sua influência que a África do Sul tornou-se o quinto país no mundo a legalizar a união de pessoas do mesmo sexo.

Nelson Mandela foi um líder não apenas para a África do Sul, mas para o mundo. Uma figura poderosa pode ter falecido aos 95 anos. No entanto, se você viajar pelo mundo, verá sua marca, seu legado, seu espírito. Mandela vive. (Tradução de Terezinha Martino)

Fonte: Nicholas Kristof / NYT* , via O Estado de S.Paulo, 07/12/2013

Inaugurada casa Arco-Íris para a terceira idade LGBT na Suécia

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013 1 comentários

Sweden opens first retirement home for gays
A casa de repouso Regnbågen (Arco-Íris) fica localizada neste prédio em Estocolmo. Foto: Olof Holdar/Micasa

No dia 22 de novembro, em Estocolmo, Suécia, foi oficialmente inaugurado o primeiro lar para a terceira idade LGBT. Conquista de uma associação cooperativa de inquilinos, a casa, chamada Regnbågen (Arco-Íris), tem 27 apartamentos, situa-se em Sandhamnsgatan (área central da cidade), e visa abrigar pessoas com idade a partir de 55 anos.

Segundo Lars Mononen, morador e vice-presidente da associação Regnbågen, a casa se destina a prover um lugar onde os integrantes da comunidade LGBT possam se sentir confortáveis numa fase mais avançada da vida.
Geralmente, não temos filhos nem muita proximidade com familiares, e, quando a gente para de trabalhar, sente falta de interação social. Em Renbågen, temos uma rede de segurança social extra e a possibilidade de integrar uma comunidade ativa. É um local onde as pessoas realmente buscam contato com os vizinhos em vez de evitá-los. 
Embora criada para atender as necessidades específicas da comunidade LGBT, Renbågen permanecerá aberta para qualquer pessoa de qualquer parte do país. Segundo o presidente da associação,  Christer Fällman:
Não queremos que vejam essa iniciativa como uma espécie de volta ao armário. Qualquer um poderá viver aqui. Será uma nova forma de integração.
Por outro lado, Mononen acredita que Renbågen não será a única casa para aposentados LGBT da Suécia por muito tempo. Segundo ele, em Gothenburg, já se está pensando em projeto similar.

Com informações de The Local, Sweeden's New in English, por David Landes, 22/11/2013

Retrospectiva das famosas que saíram do armário: de Angela Roro a Maria Gadu

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013 3 comentários

Ângela Ro Ro e Maria Gadú  Foto: Reprodução

Famosas assumem cada vez mais a homossexualidade
Maria Zilda, Daniela Mercury, Maria Gadú: Veja quem já 'saiu do armário'

Dizem que as relações homossexuais entre duas mulheres são mais aceitas socialmente do que as entre dois homens. Ainda assim, sempre foi raro no meio artístico brasileiro ver celebridades lésbicas (ou bissexuais) assumirem em público sua orientação sexual. Nas décadas de 80 e 90, a cantora Ângela Ro Ro (63) costumava até brincar a certa altura de seus shows: “Vocês já sabem: eu sou a única cantora lésbica da MPB”.

Era uma forma bem-humorada de alfinetar as diversas outras divas da nossa música (que quase todos sempre souberam ser homo ou bissexuais) que nunca assumiram sua preferência por mulheres publicamente – enquanto Ângela, desde o início da carreira, nos anos 70, jamais fez segredo disso. Ela teve, inclusive, um tumultuado romance com Zizi Possi (57) (que, por sua vez, nunca gostou de falar do assunto). Mas Ângela permaneceu por tempos como um caso quase isolado de lésbica assumida – não só da música, mas das artes, em geral.

Por anos, praticamente só ela e Marina Lima (58) declaravam seu desejo por pessoas do mesmo sexo. Ao mesmo tempo, cantoras como Maria Bethânia (67), Gal Costa (68), Simone (63) e Joanna(56), quando indagadas sobre sua sexualidade, preferiam dar respostas vagas ou simplesmente não falar do assunto. Nenhum problema nisso, aliás, mas não deixa de ser estranho que essas mesmas artistas tenham transmitido, ao longo de suas longas carreiras, uma mensagem libertária em diversos níveis, inclusive o sexual...

O EXEMPLO DE CÁSSIA

Foi só na década de 90, quando Cássia Eller (1962-2001) não fazia segredo a ninguém sobre sua homossexualidade, que mais artistas lésbicas ou bi resolveram “sair do armário”. O fato de ser assumida nunca restringiu seu sucesso, ao contrário: a tornou um ícone e uma referência para outras artistas falarem publicamentede sua sexualidade.

Foi talvez graças a ela que uma cantora muito popular, comoAna Carolina (39), porexemplo, pôde ir a público e se assumir. “Sou bi. E daí?”, estampava a capa de uma famosa revista brasileira, em 2005, com uma foto de Ana Carolina. Em geral, o público recebeu a notícia sem problemas, até elogiando a coragem da cantora – muito embora alguns membros da comunidade LGBT tenham achado que a saída do armário foi pela metade (por Ana ter se assumido “bi”, e não totalmente“gay”).

Em termos de comercialização de discos, não dá para negar: houve uma queda de vendas entre o CD daquele mesmo ano e o lançado em 2006. Mas isso provavelmente não teve relação com a atitude da cantora – foi antes um reflexo da decadência do formato CD, que começou a se acentuar em meados dos anos 2000, e a um desgaste natural causado por sua superexposição do timbre de Ana naquela época (afinal, quem ainda aguentava ouvir sua voz depois de ela se esgoelar por tanto tempo nas rádios?).

HOJE EM DIA

O que se percebe hoje é que, a cada dia, mais e mais famosas resolvem assumir publicamente sua orientação sexual. Maria Gadú (26) não esconde suas namoradas de ninguém. Cláudia Jimenez(54), embora de vez em quando circule com homens que ela jura serem seus namorados, também não oculta que sai com mulheres. E Adriana Calcanhotto (48) selou união estável coma cineasta Suzana de Moraes (73), filha de Vinícius de Moraes (1913-1980).

As redes sociais têm ajudado nesse sentido. No caso mais recente de estrela que resolveu se assumir, o de Maria Zilda, foi pelo Facebook que a história ficou pública. E outro caso que mais deu o que falar, o de Daniela Mercury (48), foi revelado no Instagram. Aliás, muitos fãs nem cogitavam que a baiana não fosse heterossexual. A notícia de que ela estava apaixonada pela jornalista Malu Verçosa(37) foi divulgada pela própria cantora na rede social. Da noite para o dia, a hoje numerosa comunidade LGBT (para a qual Daniela nunca foi exatamente um ídolo) a colocou no posto de diva. E quem já era fã não a abandonou. Será que a atitude vai ter algum efeito sobre a vendagem de discos?

Seja como for, o fato de essas estrelas terem continuado a fazer sucesso mesmo após se assumirem deve continuar estimulando outras famosas a saírem do armário. Não está longe o tempo em quen ão serão mais necessários os discursos evasivos, como: “Não existe homossexualismo, heterossexualismo, bissexualismo, tudo isso é nomenclatura inventada por Freud”, como disse a atrizLúcia Veríssimo (55) à Folha de S.Paulo, em 2010. E que muitas estrelas que ajudaram milhões de pessoas a se aceitarem e terem orgulho de serem quem são poderão, elas também, falar livremente sobre si. Sem medos nem amarras.

Fonte: Revista Conta Mais / Ed. 672, por Fabio Augusto dos Santos, 10/11/2013

Ver também Quando Marina Lima assumiu Gal Costa como sua primeira transa lésbica 

Voleibol contra a homofobia no Amazonas

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013 0 comentários

A final do Grand Prix de Voleibol será no dia 8 de dezembro

Grand Prix de Voleibol ganha destaque contra homofobia
A final será no dia 8 de dezembro, no Clube do Trabalhador

Manaus – O professor de educação física e jornalista Daniel Coelho Góes, de 32 anos, sempre procurou uma forma de lutar contra o preconceito em relação ao público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Há três anos, ele formou a principal arma esportiva contra a homofobia conhecida atualmente no Amazonas: o Grand Prix de Voleibol.

Próximo do final da terceira edição do evento, o idealizador da competição falou ao D24AM sobre as dificuldades e desafios para realizar o campeonato.

O objetivo dos jogos, segundo ele, é fazer com que os atletas gays saiam dos ‘guetos’ criados para se isolarem do restante da sociedade. Para ele, os estigmas criados aumentam o medo de rejeição.

“Queremos enfrentar a homofobia por meio do esporte, tirar os preconceitos de drogados que vivem à margem da sociedade”, afirmou o professor.

Para que isso aconteça, Góes disse que o apoio da família é essencial.

Segundo ele, o aumento do número de participantes - eram 12 equipes na primeira edição, em 2011, e 14 neste ano - mostra que a aceitação tem aumentado. “Hoje em dia, as famílias dos atletas prestigiam com o maior respeito”, comentou. 

Além do Grand Prix, a equipe do professor de educação física promoveu neste ano outros eventos esportivos voltados para o público LGBT como a 2ª Copa do Mundo, Divas da Areia, 1ª Copa da Diversidade de Handebol - que já aumentou o número de inscritos em mais de 100% para a segunda edição no próximo ano - e Top Gold Star, um evento para atletas com mais de 30 anos.

“São esportes com ritmos mais apropriados, para pessoas com 30, 40 anos. Dessa forma, todos competem igualmente”, explica Góes.

A quantidade de eventos esportivos voltados para o público assim como o crescimento da procura mostra que o objetivo de Góes tem sido alcançado. O professor disse que sente a diferença de tratamento com a classe na última década.

“Vejo que a mídia já ajudou a divulgar o debate. Há dez anos, dois homens ou duas mulheres andarem na rua de mãos dadas era visto como algo abominável. Lembro que jogávamos em quadras isoladas no início, e hoje já somos capazes de realizar o campeonato no Sesi. Atualmente, tudo é visto com mais naturalidade, a única diferença é a opção sexual”, destacou. 

Final

Iniciada no dia 4 de outubro, a terceira edição do Grand Prix terá a grande final no dia 8 de dezembro, no Clube do Trabalhador. A luta pelo terceiro lugar começará às 17h, com horário marcado do jogo final para as 18h30.

Segundo Góes, os três primeiros colocados receberão troféus e medalhas personalizadas. “Além disso, o primeiro colocado receberá R$ 2 mil. Já o segundo lugar receberá R$ 1,5 mil, e o terceiro R$ 1 mil”, contou.

Fonte: D24AM, por Diego Toledano, 28/11/2013

Croatas votam contra o casamento gay em referendo

terça-feira, 3 de dezembro de 2013 0 comentários

Os croatas votaram a favor de uma emenda à constituição para impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Os croatas votaram a favor de uma emenda à constituição para
impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. REUTERS/Gonzalo Fuentes

Os croatas votaram neste domingo, 1° de dezembro de 2013, a favor de uma revisão da Constituição para impedir o casamento homossexual, em um referendo reivindicado por ongs conservadoras mas julgado discriminatório por militantes dos direitos humanos. Segundo os resultados oficiais após apuração de quase 99% dos locais de votação, 65,7% dos croatas responderam "sim" à frase perguntando se o casamento deveria ser inscrito na Constituição como "a união entre um homem e uma mulher".

Três horas antes do fechamento dos locais de votação, o índice de participação (26,75%) era bem menor do que o registrado no mesmo horário (33,79%) durante o referendo sobre a adesão da Croácia à União Europeia em 2012, e que no final da votação havia chegado a somente 43%.

Essa ex-república iugoslava de 4,2 milhões de habitantes se tornou recentemente membro da União Europeia. A Igreja católica é muito influente e apoiou a organização do referendo.

"O casamento é o fundamento da família e da sociedade. Os croatas têm o direito de dizer se para eles o casamento é a união entre um homem e uma mulher", declarou Zeljka Markic, presidente do coletivo conservador "Em nome da família", que lançou a ideia do referendo.

Korana Horvat, uma estudante de 24 anos, votou "não". "Nenhuma discriminação pode ser benéfica, ela abre o caminho para novas discriminações", disse ela.

O governo de centro-esquerda dirigido por Zoran Milanovic havia pedido nos últimos dias que os cidadãos votassem contra essa emenda.

"Esse é um referendo triste e insensato (...), espero que seja a última vez que tenhamos que organizar uma votação dessa maneira e sobre essas questões", declarou Milanovic à imprensa depois de ter votado.

"A Constituição deveria especificar quais são as questões que podem ser submetidas a referendo e quais não deveriam, que representam a intimidade da família", acrescentou ele.

Mas, para o chefe do principal partido de oposição (HDZ, direita nacionalista), Tomislav Karamarko, votar "sim" significa "proteger os valores tradicionais".

"Não se trata de ameaçar os direitos dos outros, mas de manter nosso direito de ser o que somos. Infelizmente, nós temos, para fazer isso, que introduzir na Constituição algo que é natural", disse ele.

Por sua vez, o chefe do Estado, Ivo Josipovic, notou que "a questão posta era de ordem ética e não mudaria grande coisa". "A mensagem e os resultados (da votação) devem, no entanto, ser respeitados", disse ele.

"Eu percebo que estão utilizando métodos democráticos para ameaçar valores fundamentais da democracia. É a maioria que deve lutar pelos direitos das minorias", avaliou Eugen Pusic, que milita em defesa dos direitos humanos.

A Croácia, que aderiu à União Europeia em julho, percorreu um longo caminho desde sua primeira Gay Pride, em 2002, quando os participantes do desfile haviam sido agredidos por extremistas. Desde então, a atitude em relação aos direitos dos homossexuais gradualmente melhorou.

Em 2003, a Croácia concedeu aos casais de mesmo sexo os mesmos direitos que aos heterossexuais que vivem em uma união livre, incluindo uma espécie de reconhecimento da comunhão de bens.

Fonte: RFI Português, 01/12/2013

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