19 de Agosto: Primeira Manifestação lesbiana contra a discriminação no Brasil

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

 Roseli: "Nós sustentamos este bar e temos direito de vender nosso jornal"

O dia 19 de agosto de 1983 marca a data da primeira manifestação protagonizada por lésbicas contra a discriminação, em nosso país, e lançada, em 2003, como dia do orgulho das lésbicas brasileiras.

Para lembrar a data e a história da organização lésbica no Brasil, listamos dois artigos da época, um escrito pelo jornalista Carlos Brickmann e publicado na Folha de São Paulo em 21 de agosto de 1983; o outro pela jornalista Vanda Frias e publicado no boletim Chanacomchana, n. 4, agosto/setembro de 1983. Ambos descrevem o evento e um pouco da história do Ferro's Bar que, por décadas foi o point de encontro das lésbicas não só paulistanas como de todo o Brasil. 

Ao fim da postagem, o vídeo que também resume a história da famosa invasão e links para outras publicações relativas.

A noite em que as lésbicas invadiram seu próprio bar

CARLOS BRICKMANN

São 22hl5, sexta-feira. Faz frio na rua Martinho Prado. Na calçada, um grupo de moças aguarda pacientemente o momento de entrar em ação. Rosely, a líder, anuncia que chegou a advogada. Está tudo pronto: a um sinal, as lésbicas invadem o Ferro's Bar.

Houve alguma resistência, logo vencida. O porteiro, assim que começou a invasão, fechou as portas e segurou-as com o corpo. Dentro do bar, tumulto total: gritos de "entra, entra", tentativas inúteis de parlamentar com o porteiro, um discurso da vereadora Irede Cardoso que, doente, saiu de casa só para apoiar a manifestação. Alguém força a passagem, o porteiro empurra violentamente dois rapazes, enfia a mão no rosto da militante Vanda. De repente, cessa a resistência: alguém tirou o boné do porteiro e o atirou no meio das mesas. Enquanto, desesperado, o porteiro sai atrás do boné, completa-se a invasão.

Estranho, muito estranho: se o Ferro' s Bar é há mais de vinte anos o ponto de encontro preferido das lésbicas da cidade, por que elas precisaram invadi-lo?

O grande desquite

O Ferro's Bar é um dos melhores exemplos de má decoração que existem em São Paulo. Chão amarelo não muito limpo, de cacos de cerâmica; paredes com azulejos azuis até à metade e terríveis pinturas multicoloridas na parte superior; enfeites de gesso creme que certamente conheceram melhores tempos; e colunas revestidas em baixo de fórmica branca, no meio de fórmica azul, no alto de pastilhas espelhadas. Isso é compensado pela comida, boa — embora um pouco oleosa — e relativamente barata. Em outras épocas, foi reduto de jornalistas, escritores e prostitutas; depois, de homossexuais masculinos; finalmente de lésbicas.

Uma relação tumultuada, sempre. No início da década de 70, julgando-se maltratadas, as lésbicas se mudaram para um bar na Galeria Metrópole. Os donos do Ferro's lhes pediram que voltassem, prometendo melhor tratamento; foram atendidos. Alguns anos depois, num incidente meio nebuloso, uma jovem levou uma garrafada; há poucos dias, um rapaz dirigiu algumas grosserias a uma moça, que reagiu, apanhou e teve de tomar seis pontos no rosto (e, segundo as frequentadoras, os garçons do bar impediram que alguém interrompesse a surra).

A gota d’água viria no dia 23 de julho. As militantes do Grupo Ação Lésbica Feminista entraram no bar para vender seu jornal, que tem o sugestivo título de "Chana com Chana" — o leitor tem liberdade para imaginar o que quer dizer. No momento em que faziam o discurso de apresentação do jornal, foram postas para fora do bar. "O dono proibiu nossa entrada', informa Rosely. "Não proibi nada, nem a venda do jornal", rebate Aníbal, um dos sócios do Ferro's. "Só não quero tumulto. Ou então daqui a pouco vem gente querendo vender colchão aqui dentro. Não dá, não é?"

Não era bem verdade; tanto a entrada das moças estava proibida que na noite da invasão o porteiro fechou-lhes a porta na cara. O fato, porém, é que colocá-las fora do bar por pouco não custou o rompimento definitivo do velho casamento entre as lésbicas e o Ferro's.

Final feliz

Roseli é uma morena bonita, alta, de 23 anos e grande capacidade de mobilização. Embora o movimento rejeite lideranças, ela encabeçou o protesto: "Nós sustentamos esse bar e temos o direito de vender nosso boletim", afirmou. "Se eles não recuarem, vamos boicotar o Ferros!".

Foi tudo muito bem organizado: houve convites a Irede Cardoso, ao deputado Eduardo Matarazzo Suplicy (que lamentou não poder ir, pois estava de viagem marcada), à advogada Zulayê Cobra Ribeiro, da OAB, garantindo a cobertura de quem participasse do protesto; e contatos com grupos de homossexuais masculinos, entidades feministas, ativistas de direitos civis, todo esse pessoal que dá a vida para comparecer a um protesto e contribui para engrossar a manifestação.

Juntar todo o grupo à porta do Ferro's levou mais de uma hora. Dentro, o clima era de tensão: nas mesas, lésbicas discutiam a validade ou não do protesto, o risco de se envolverem em confusões que as prejudicariam no emprego ou revelariam a verdade às famílias; no balcão, o proprietário dizia esperar com ansiedade o momento da invasão. "É propaganda, é bom, o nome do meu bar vai sair na "Folha". 

E mais tarde as moças vão cair em si e ver que estavam erradas". Mas o porteiro se mantinha alerta, pronto para fechar as portas no momento propício — manobra que só falhou porque lhe tiraram o boné. 

Depois da invasão, o "happening": Rosely discursando em cima da me­sa, grupos de lésbicas menos assumi­das saindo de rosto coberto, medrosas de eventuais fotografias, a vereadora Irede Cardoso funcionando como me­diadora. Um pouco atrás, o porteiro, já de boné, tentava sem êxito puxar briga com uma lésbica que o chamara de palhaço (não sabe do que escapou: a moça é boa de briga e trabalha na polícia). Gritaria geral, enquanto Ire­de parlamenta com o proprietário e Rosely. Irede pede silêncio, fala alto, acaba sendo atendida: "O dono do bar está dizendo que foi tudo um mal en­tendido, que ele ama as lésbicas, quer que venham aqui e vendam seu bole­tim em paz. Quer que conversem com o outro sócio, também, para acabar com todos os mal-entendidos. Ele re­conhece que vive de vocês. E viva a democracia!"

Rosely ainda quer discutir, exige que o dono repita sua rendição em voz alta, Irede a acalma, ela discursa: "Ele só voltou atrás por causa de nos­sa força, de nossa união. A democra­cia neste bar só depende de nós!" 

O clima já está relaxado, os garçons voltam a circular de mesa em mesa com cerveja bem gelada. E Aníbal, o proprietário, completa: "Podem ven­der o jornal. Mas para mim é de graça, tá?"

Fonte: Folha de São Paulo, por Carlos Brickmann, 21/08/1983.

Democracia também para lésbicas: uma luta no Ferro’s Bar

Vanda Frias

O dia 19 de agosto é muito especial para o Grupo de Ação Lésbica-Feminista(GALF) e para as lésbicas que frequentam o Ferro’s — antigo e velho bar situado quase no Bexiga, bairro dos mais badalados da noite de Sampa. 

O frio que baixa na cidade não impede que o "happening” político organizado pelo GALF seja um sucesso. Por volta das nove da noite, as militantes do grupo e mais alguns companheiros do Outra Coisa Ação Homossexualista, formado por homens, continuam a distribuir na frente do famoso bar um panfleto denunciando as agressões que o GALF vinha sofrendo há meses, quando tentava vender seu boletim ChanacomChana dentro do Ferro’s. Um pouco mais tarde,começam a "invadir" o bar figuras um tanto estranhas para suas fiéis frequentadoras: mulheres "diferentes", rapazes de barba e lindos paletós de couro (desses que a gente costuma ver nas manifestações tradicionais da esquerda), bichas finérrimas. 

Dentro, a maior confusão. Como sempre acontece no Ferro’s, há poucas mesas para suas frequentadoras, que são obrigadas a se espremer nos estreitos espaços livres, à espera de que a sorte lhes premie com um lugar. Num dia especial, então,os garçons são obrigados a fazer verdadeiros malabarismos para chegar com suas bandejas sãs e salvas até a mesa que fez o pedido. 

Mas não e só isso. O atarracado porteiro -- sempre tão agressivo com as militantes do GALF — segura firme a porta fechada para garantir que nenhuma dessas “perigosas” mulheres invada tão imaculado recinto. À medida que se aproxima o histórico momento, a força estranha que já havia invadido o bar explode aos gritos de: "entra", “entra", "entra”. Numa das mesas, a vereadora Irede Cardoso (do PT) discursa aos berros sobre a luta pelas liberdades democráticas inclusive para as lésbicas. 

Chega a hora: entre os flashes dos fotógrafos, as militantes do GALF - e outras pessoas que ainda estão pra fora — forçam a porta do bar, que o porteiro, agora ajudado por outros defensores da “paz e da ordem”, segura como pode. 

O inesperado — ou mais uma artimanha de um dos alegres rapazes da banda —precipita tudo. O boné do porteiro é arrancado e jogado longe. Enquanto ele busca tão importante signo de seu poder, duas mulheres puxam-no para o lado oposto. Aproveitando-se desse inusitado embate, as lésbicas do GALF entram. Uma delas, Rosely, sobe imediatamente sobre uma cadeira e começa a denunciaras atitudes autoritárias do bar.

LÉSBICAS EM BUSCA DE UMA ENTRADA 

O que Rosely denuncia começara há quase dois meses. Todos os sábados,quando íamos vender o boletim ChanacomChana no Ferro’s éramos agredidas pelo porteiro — com ameaças ou com puxões de braço para que nos retirássemos. Até que no dia 23 de julho último, a barra pesou mais: um dos donos do bar, seu segurança e seu porteiro tentaram concretizar a expulsão,através de agressões físicas. Enquanto nos puxavam para o lado de fora, parte das lésbicas — que compram o boletim e conversam com as moçoilas do GALF - nos segurava lá dentro. Belo corpo-a-corpo: dos que tem a força da ordem e da lei contra as que ganharam no dia-a-dia uma força física e interior para poder viver numa sociedade onde a regra é ser heterossexual. Quem foge desse padrão é pervertida (o), louca (o), imatura (o) sexualmente e definitivamente não merece compartilhar das benesses desse paraíso terrestre. 

Alegando que nós estávamos fazendo "arruaça” dentro de tão comportado ambiente, o dono chamou a policia. Os policiais chegaram, ouviram as argumentações do dono, as nossas, as das lésbicas não militantes que nos apóiam. E estranhamente um deles respondeu que, como deviam ser imparciais, pois os direitos são para todos os brasileiros, não tomariam qualquer atitude contra nós. Puxaram o carro e pudemos jantar em meio às outras lésbicas, como sempre fazemos. Há também dias — ainda raríssimos — que são da caça e não do caçador. 

Foi uma vitória. Depois dela muitas discussões no GALF. Já estávamos cheias de sermos agredidas injustamente e pensávamos que o incidente podia se repetir mais vezes, talvez com mais apoio da polícia. Não queríamos ficar na defensiva.Precisávamos reconquistar nosso direito de vender o ChanacomChana no Ferro’s.Não só vendê-lo mas conversar com as lésbicas dos mais distintos estratos sociais e vivências pessoais. Não somos e não queremos ser elite ou vanguarda. A militância política de esquerda sempre foi reprimida. Mas sempre compensada pela certeza de se estar lutando por um mundo melhor e de se estar fazendo história. Mas as(os) militantes da esquerda não enfrentam, no seu dia-a-dia, as dificuldades das lésbicas e das feministas mesmo quando heterossexuais.São olhadas com certo deboche e feridas com agressões verbais por estarem numa luta menor, num combate não-prioritário. Boa parte da esquerda ainda nos olha dessa forma. Mas não poderia ser de outro jeito numa sociedade falocrata, onde as mulheres nunca tiveram direitos, só deveres-- e quantos. É lógico que -quando algumas buscam resgatar seu passado, para que o presente e o futuro sejam diferentes, sejam vistas como as feiticeiras queimadas na Idade Média por estarem à frente de seu tempo. 

Processo semelhante acontece com os negros em sociedades racistas como a brasileira. Ou com os índios, que eram muitas nações nesse Brasil antes da invasão do branco colonizador. E que foram— e ainda são — gradualmente confinados em regiões desabitadas (guetos?). Nessa terra de Vera Cruz que já foi só deles. 

São as chamadas "minorias", mais uma palavra que esconde o verdadeiro nome:grupos oprimidos. Nós do GALF queremos ajudar a romper com essa historia. Por isso, resolvemos reconquistar o Ferro’s com a ajuda de homens homossexuais, mulheres feministas, ativistas dos direitos civis e militantes ou políticos dos partidos de oposição mais identificados com as lutas das minorias.

Por sermos um grupo autônomo, o GALF é aberto às lésbicas dos mais diferentes horizontes políticos. Ao contrário de alguns outros grupos feministas, o GALF não aceita a chamada dupla militância: isto é, batalhar dentro de um grupo e, ao mesmo tempo, dentro de um partido político. Pensamos que a dupla militância foi um dos principais fatores de enfraquecimento dos grupos feministas nos últimos anos particularmente com as eleições de 1982. Isso não impede que busquemos ótimas relações com os partidos de oposição— PMDB, PT e PDT — pois nossas lutas se cruzam em alguns pontos essenciais, como é o caso da luta pelas liberdades democráticas. Por isso, fizemos questão de convidar, para o happening político do Ferro’s, a deputada Ruth Escobar (PMDB), a vereadora Irede Cardoso (PT), o deputado federal Eduardo Suplicy (PT) e a bancada do PT na Assembléia Legislativa através de carta endereçada ao líder de sua bancada, Marco Aurélio Ribeiro. Como apoio na área legal, convidamos a advogada Zulaiê Cobra Ribeiro (representante da Ordem dos Advogados do Brasil e da Comissão de Direitos Humanos).

Batalhamos na organização do "happening” do 19 de agosto durante quase um mês, enquanto distribuíamos no gueto um panfleto denunciando a atitude do Ferro’s, que não é isolada. Com a reconquista do Ferro’s, buscávamos também lutar pelo legítimo direito de circular livremente em todos os locais.

RESGATE DE UMA HISTÓRIA 

Ao contrário de outras ocasiões, quando nos sentíamos acossadas, nós - as militantes do GALF — tomamos a ofensiva naquela sexta-feira. Rosely fez discursos em várias cadeiras. É bom deixar claro que ela não é e não quer ser líder do grupo, pois lutamos contra a hierarquia e o poder; algumas militantes do grupo ainda lutam contra o medo de se exporem publicamente. A interiorização do medo e da repressão é um dos motivos que impedem o grupo de crescer quantitativamente. Porque qualitativamente ele vem avançando desde seu surgimento, em 1979. 

Os discursos de Rosely se intercalam com gritos de parte das lésbicas e de nossas(os) companheiras(os) de luta para que o dono apareça. A ordem dentro dobar é sempre garantida pelos garçons, pelo porteiro e pelo segurança, em trocado salário mensal e da sobrevivência. Dos lucros, ele e seu sócio sabem fazer bom proveito. Por fim, a voz do dono. Cercado por jornalistas, lésbicas não-militantes ou do GALF e pela vereadora Irede, o dono é obrigado a discutir suas atitudes — uma prática democrática a qual parece não estar muito acostumado. Afinal, vivemos no Brasil. 

As militantes do GALF conversam com o dono e conseguem que ele declare diante delas, da imprensa e de outras companheiras (os), que o grupo poderá divulgar seu boletim dentro do bar sustentado pelas lésbicas. Findo o episódio, Irede dá um viva a democracia. 

Qual democracia? Para nós, do GALF, sua definição transparece na complementação que Rosely faz à Irede: “ele só voltou atrás por causa da nossa força, da nossa união. A democracia neste bar só depende de nós”. Por acreditar nessa democracia, sem lideranças, sem vanguardas e sem elites, é que continuamos a lutar para que todas as lésbicas se expressem e lutem por seus direitos. À maneira de cada uma. Acreditando em nossa autonomia individual, mesmo que participando dos mais diversos grupos. A repercussão do “happening” político do Ferro’s abriu espaços sociais para o GALF em dois sentidos. Entre as lésbicas, muitas vieram participar do grupo. As que ainda não querem militar já leem nosso boletim com outros olhos e discutem mais conosco. Sabemos que a libertação individual é um processo a longo prazo.Sabemos, também, que, na história, a militância sempre foi um gesto de muito poucos e dentro de espaços delimitados - por exemplo, os partidos políticos. 

Neste final de século XX, grupos e pessoas dos mais diversos países querem modificar isso. A militância pela democracia não se restringe aos trabalhadores, seus sindicatos e seus partidos políticos, mas se estende ao cotidiano: às ruas, aos bares, às escolas, ao trabalho, às camas, aos jardins, aos mercados. Em suma, ao dia-a-dia mais "corriqueiro e banal" de todas(os) cidadãs(ãos). É assim que esperamos ir construindo a verdadeira democracia e o verdadeiro socialismo. Sem todas as hierarquias e poderes que sufocam há milhares de anos, desde a pré-história, a existência, a alegria e o prazer dos seres humanos. Nessa luta em constante movimento e transformação, as lésbicas têm um papel importante a desempenhar. Desde Safo - poetisa grega que fez alguns dos mais lindos versos de amor pelas mulheres e que, vivendo na ilha de Lesbos deu origem a palavra com qual orgulhosamente nos denominamos - as lésbicas não tiveram voz e foram oprimidas. O resgate dessa história, dos versos perdidos em livros malditos, dos beijos que nunca puderam ser dados à luz do dia, do amor que nunca pode ser declarado à amiga com medo de perdê-la para sempre. Tudo isso e muito mais faz hoje nossa alegria de viver e de lutar. GRUPO AÇÃO LÉSBICA-FEMINISTA (GALF), CX. POSTAL 62.618, CEP 01000, SP 

*Nomes das integrantes do GALF que participaram da manifestação: Célia Miliauskas, Elisete Ribeiro, Luiza Granado, Míriam Martinho, Rosely Roth e Vanda Frias. (Nunca houve nenhuma Marisa Fernandes no Grupo Ação Lésbica Feminista ou que tivesse participado deste evento)

Fonte: Boletim ChanacomChana 4, 1983, p. 1-4


Heroes, David Bowie
Intérprete - Wallflowers

I, I wish you could swim
Like the dolphins, like dolphins can swim
Though nothing, nothing will keep us together
We can beat them
Forever and ever
We can be heroes
Just for one day

Eu, eu gostaria que você pudesse nadar
Como os golfinhos, como os golfinhos conseguem nadar
Embora nada, nada venha a nos manter juntas(os)

Nós podemos derrotá-los
continuamente
Nós podemos ser heróis,
mesmo só por um dia

Oh I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing, nothing will drive them away
We can be heroes
Just for one day
We can be, yes!
It's just for one day

Eu, eu serei rei
E você, você será rainha
Embora nada, nada possa afastá-los

Nós podemos ser heróis, só por um dia
Nós podemos derrotá-los
Sim, nós podemos ser heróis
mesmo só por um dia

I, I remember
Standing by the wall
The guns, they shot above our heads
And we kissed, as though nothing could fall
And the shame was on the other side
Oh, we can beat them, forever and ever
Then we could be heroes
Just for one day

Eu, eu me lembro
Em pé próximo ao muro
As armas, eles atiraram por sobre nossas cabeças

E nós nos beijamos como se nada pudesse nos atingir

E a vergonha não era nossa.

Nós podemos derrotá-los continuamente
Então podemos ser heróis
Mesmo só por um dia

We can be heroes
We can be heroes
We can be heroes
We can be heroes,
 just for one day

Nós podemos ser heróis
Nós podemos ser heróis nós podemos ser heróis
Só por um dia

Ver também:
Tributo a Rosely Roth, pioneira da visibilidade lesbiana no Brasil 
Agosto com orgulho: Repercussão do 19 de agosto na Imprensa
Agosto com orgulho: os primórdios da organização lésbica no Brasil

4 comentários:

  1. Adorei essa historia da democracia das lésbicas!

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  2. Um marco realmente da história da nossa luta que não pode ser esquecida. Parabéns por tudo! Sarah

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  3. Bom saber que já em 1983 havia gente corajosa lutando por nossa causa! Adorei!

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