Sem casamento gay em Amor à Vida, diz Walcyr Carrasco

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Walcyr vendo Valdirene no BBB: “Tatá manteve o personagem dentro do BBB”

“Não vai ter casamento gay em Amor à Vida”, diz Walcyr Carrasco

Walcyr, autor de Amor à Vida: “Encerrei os trabalhos há uma semana”

Em entrevista ao blog Terraço Paulistano, da revista Veja, Walcyr Carrasco, autor de Amor à Vida, explica porquê não vai ter casamento de personagem gay em uma novela que trouxe à tona a homofobia e exibiu casais homossexuais como quaisquer outros casais.
'Não vai ter casamento. Essa semana teve um boato na internet que haveria o casamento de Félix e Niko numa igreja evangélica. Uma grande bobagem. Eu sinto que foi uma tentativa de grupos de desestabilizarem o respeito que tenho tratado os evangélicos na novela. Assim como peço respeito aos evangélicos, peço aos homossexuais e a toda diferença. Amor à Vida significa tolerância ao outro', disse. Carrasco revelou à Veja também que não era intenção discutir a homofobia. 
'A questão dos gays e da homofobia acabou tomando conta da novela, embora esse não fosse um tema forte no projeto inicial. Esse é um assunto que está sendo falado no mundo inteiro. Vários Estados americanos estão aprovando o casamento gay, outros lugares tomam medidas contra os gays… As pessoas aderiram a essa discussão. No Natal, por exemplo, a mulherada da minha família ficou especulando se o Félix se casaria com o Niko. Eu fazia cara de esfinge porque não comento nada da trama com ninguém. Até que uma sobrinha minha fez uma observação interessante: ‘Há cinco anos, jamais falaríamos com tanta naturalidade sobre um casal gay…‘', contou.
Segundo Walcyr, a redenção de Félix, por ser vítima da homofobia, também não foi planejada. “Não planejei a transformação do Félix de vilão em mocinho. Fui sentindo a história e criando. O Félix agradou o público e abriu a discussão sobre homofobia, que tomou conta da trama. Fiquei feliz com isso“, falou ao repórter Ricky Hiraoka.

Confira a entrevista completa de Walcyr Carrasco à revista Veja:

Valdirene e BBB
Ir para o BBB é o sonho de tanta gente que eu conheço. Elas acham que se entrarem no programa terão os problemas resolvidos. Decidi que seria uma boa a Valdirene ter esse sonho. Em setembro, tive uma reunião com Boninho e expliquei minha ideia. Disse, inclusive, que queria a participação dele. No início, ele hesitou dizendo que era muito canastrão. Argumentei que Tatá resolveria esse problema.

Valdirene no BBB
Ela é muito engraçada. Tatá manteve o personagem dentro do BBB. Dentre as orientações que lhe passei uma era de sensualizar com os participantes e levar um rapaz para debaixo do edredom. Ela leu o capítulo em que Valdirene aparece no BBB, então, ela sabia o material que deveria entregar para a direção. A gente conversou bastante. Ela estava muito disponível para esse desafio e queria muito fazer. Tatá é uma atriz muito corajosa e deu conta do recado.

Evangélicos
Uma das minhas ideias iniciais era transformar a Valdirene numa cantora gospel. Desisti porque Tatá explorou muito bem o lado de humor da personagem e caiu nas graças do público. Ela ficou muito marcada por ser engraçada. Não queria fazer humor com os evangélicos e soar como deboche. Se fosse minha nona novela com personagens dessa religião e eu tivesse uma relação construída com eles, aí tudo bem.

Niko
Desde o começo o Niko se colocou como um personagem que queria filhos. Alguém muito família. O Thiago Fragoso soube construir bem o personagem. E as pessoas odeiam a Amarilys porque ela fez o que nenhuma mulher perdoa: roubou o namorado da amiga, no caso, do amigo. Mas eu não esperava que fossem adotar o Niko como aconteceu. Foi uma grata surpresa.

Arrependimentos
Nunca respondo perguntas do tipo: “O que você teria feito de diferente?”. Isso é delicado porque envolve toda a equipe. Se houve caminhos que tomamos que não resultaram nos resultados esperados, isso guardarei para mim.

Liberdade de criação
Um coisa que me deixou muito feliz e tiro meu chapéu para a direção da Globo é que eles tiveram uma visão ampla que permitiu que eu tratasse de qualquer tema. Em nenhum momento, recebi uma ligação falando: “Pare de escrever tal coisa!”. Só me ligavam para me felicitar, para dizer que a novela era boa e estava dando audiência. Tudo que escrevi foi exibido. Essa liberdade me deixou muito feliz.

Influência das redes sociais
Assisto aos capítulos de olho no Twitter. Acompanho tudo que está na hashtag Amor à Vida. Sei que ali é uma parcela muito pequena dos telespectadores. Não analiso os comentários qualitativamente e sim quantitativamente. Observo que personagens são mais citados. Tem muita gente que vem me xingar no Twitter. Aí, eu bloqueio.

Perseguição
Me sinto perseguido por dois ex-colegas dos tempos que era jornalista. Eles usam os veículos em que escrevem para fazer críticas sem fundamentos. Falam qualquer coisa. Eu pesquisei muito para escrever a novela. A cegueira do Cesar, um dos alvos das críticas, por exemplo, foi baseada num estudo de um catedrático da Escola Paulista de Medicina. Por mais absurda que possa parecer, essa situação é a mais medicamente correta de Amor à Vida. Acho que esses dois jornalistas a quem me refiro se incomodaram com o fim de nossa amizade. Nem adianta que não vou citar o nome de nenhum deles.

Crítica de atores
Teve um site que publicou que atores estavam reclamando dos respectivos personagens. Não foi nada disso. Tiraram falas de contextos. Essas notícias não são ruins para mim. São ruins para os atores que ficam mal dentro da própria Globo, ganham fama de reclamões.

Cesar e Antonio Fagundes
O público feminino adora a trama do Cesar. Na sinopse, o personagem deveria morrer por volta do capítulo 80. Mas quando consegui a escalação de Antonio Fagundes, mudei de ideia. Lembro que por volta do capitulo 75, Fagundes me ligou e perguntou: “Eu não ia morrer?” (risos). Não dá para abrir mão de um ator como ele. Quando Fagundes está numa novela só pode sair no penúltimo capítulo.

Merchan literário
Indico livros na novela, pois sou escritor. Sei que muitos reclamam disso, mas tentei fazer um panorama da literatura atual. Falei de autores brasileiros que já são considerados clássicos, daqueles que estão começando a aparecer e ainda citei obras jornalísticas, livros infantis e autoajuda espírita.

Fonte: Boa Informação, 19/01/2014

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