Manual para empresas sobre como lidar com direitos de funcionários LGBT

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Manuel Lopez faz parte do Glad, grupo de funcionários gays da Dow
Manuel Lopez faz parte do Glad, grupo de funcionários gays da Dow

Empresas lançam movimento para ampliar direitos de gays
O Instituto Ethos, que une empresas para discutir responsabilidade social, lançou na última semana um manual sobre como lidar com direitos de funcionários gays -40 companhias ajudaram a formular o documento.

Segundo Jorge Abrahão, presidente do instituto, o guia define dez compromissos que as corporações podem adotar para garantir direitos desses profissionais, como incluir o parceiro no plano de saúde.

Entre eles, está o comprometimento explícito da diretoria e a promoção de ações de desenvolvimento profissional. O Ethos não sugere um plano de carreira específico, conta Abrahão, mas, sim, que a empresa consiga criar um ambiente favorável para que eles se sintam livres.

Ele considera que houve avanços na promoção de direitos de outros segmentos, como negros e mulheres, e que, agora, "a questão LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transexuais] é a fronteira".

"O 'T' é o que mais necessita de políticas específicas, mas o 'L', o 'G' e o 'B' também", diz o executivo.

Em um vídeo de apresentação do manual, que o Ethos publicou no YouTube, Guilherme Bara, coordenador de diversidade da empresa química Basf, afirma que não é raro conversar responsáveis por seleção de candidatos e ouvir comentários como "o candidato era muito bom, mas era muito gay".

Uma das práticas que o manual recomenda para combater isso é a criação de grupos de trabalhadores LGBT.

Na Dow, o Glad (sigla para gays, lésbicas e aliados na Dow) foi criado há pouco mais de um ano e hoje tem 90 membros. Um deles, o gerente de contas Manuel Lopez, 43, conta que o grupo atua para conscientizar colegas com filmes e palestras.

Apesar de dizer que passou a ser mais respeitado quando revelou sua orientação sexual na empresa, Lopez afirma que o grupo não tem a intenção de ajudar gays a sair do armário.

"É uma questão muito pessoal, mas, no meu caso, foi um benefício. Passei a ser visto como mais autêntico."

Eles também organizaram um treinamento para que chefes aprendam a lidar com funcionários LGBT.

Fonte: Folha de São, Felipe Gutierrez, 15/12/2013

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