A origem das caminhadas lésbicas

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Por Míriam Martinho

As caminhadas lésbicas foram criadas, em 1993, em Washington D.C (EUA), por um grupo de ativistas lésbicas chamado Lesbian Avengers (Vingadoras Lésbicas/1922), grupo que conclamava as lésbicas, as dykes, as mulheres gays e todas as mulheres homoafetivas a irem à luta por seus direitos. Organização de intervenção direta, com base em técnicas teatrais, sempre buscou ações que criassem imagens fortes e originais para atrair a cobertura da imprensa e conquistar novas integrantes. Uma de suas performances mais conhecida foi a técnica circense de engolir fogo.

Fonte: Lesbian Avengers

As Avengers surgiram, segundo a repórter Eloise Salholz da Newsweek que cobriu a Parada LGBT de Washington, em 1993, e se popularizam, não só nos Estados Unidos (até hoje há grupos espalhados pelo país) como no exterior, porque as lésbicas estavam cansadas de trabalhar por questões que não as afetavam diretamente, como a AIDS e o aborto, enquanto suas próprias questões permaneciam sem solução. Estavam cansadas sobretudo da invisibilidade e do androcentrismo ou heterocentrismo dos movimentos LGBT e feminista. O lema das Avengers sempre foi o das lésbicas em primeiro lugar.

No Brasil, em 2003, os grupos Umas e Outras (SP) e MOLECA (Campinas/SP) lançaram a versão brasileira das dykes marches que ficou conhecida como Caminhada de Lésbicas, Bissexuais e Simpatizantes (também já existem outras Brasil afora) no mesmo espírito das originais. Como nos países em desenvolvimento, a caminhada antecede as Paradas mistas LGBT, mas tem alguns diferenciais. No exterior, os gays às vezes não caminham junto com a marcha. Ficam nas calçadas incentivando as colegas que passam, fazendo festa. Aqui os gays sempre acompanham a caminhada, mas salvo um boato, surgido em uma das primeiras versões do evento, de que estariam encabeçando o passeio, boato depois desmentido por fonte fidedigna, têm participado de forma discreta, em apoio, sem interferências.

Agora, no dia 13 de junho, em São Paulo, teremos mais uma edição da caminhada brasileira, que é uma tradição do ativismo lésbico internacional a ser resgatada em seu espírito de origem, mantida e ampliada. Aproveitaremos para comemorar os 30 anos da organização lésbica brasileira que se completaram neste último mês de maio.

Abaixo, vídeo da dyke march de 2010 em San Francisco (EUA). Na maior algazarra, lésbicas de todas as tribos (dykes, butches e femmes, feministas, lesbian chics, lipsticks, etcetera...) de todas as etnias, gerações e tipos. Lésbicas em primeiro lugar.

Publicado originalmente no site Um Outro Olhar em junho de 2009. Atualização dos vídeos em 27 de agosto de 2012




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