Casal vítima de homofobia em Curitiba recebe apoio de amigos e futuros vizinhos

terça-feira, 18 de abril de 2017

Amigos do casal e moradores da região realizaram um protesto contra homofobia neste sábado (15) (Foto: Everson Moreira/ RPC Curitiba)
Moradores do bairro Água Verde, em Curitiba, se unem contra o preconceito

Amigos de casal vítima de homofobia realizam protesto em Curitiba
Jornalista e servidor público foram surpreendidos com panfletos jogados na rua onde irão morar; polícia apura quem é o responsável pelo material.

Praça Guanabara, que fica no bairro Água Verde, em Curitiba, foi palco de um protesto contra a intolerância neste sábado (15). O ato foi uma demonstração de solidariedade a João Pedro Schonarth e o companheiro dele Bruno Banzato que foram alvos de panfletos homofóbicos.

Os papeis foram distribuídos na rua onde o casal constrói a casa em que viverá. João Pedro e Bruno registraram Boletim de Ocorrência, e a polícia investiga quem é o responsável pelo material.

Os folhetos têm fotos de casais homossexuais aleatórios, com os dizeres: "se fazem isso em público, imaginem o que fazem quando estão a sós ou com amigos mais próximos ou com as pessoas próximas a você", e indicam o endereço do casal classificado por quem escreveu como "o endereço da baixaria".

Diante do carinho dos amigos e dos futuros vizinhos, João Pedro e Bruno se sentiram acolhidos.
Aquela primeira impressão não vai ficar. Pelo contrário – a gente percebeu que é uma pessoa, talvez, que gerou essa onda de ódio, mas ela foi abafada, ela não existe mais”, disse João Pedro. Ele comentou que, em meio ao protesto, diferentes pessoas os procuraram para dar um abraço, sinalizando que o casal é bem-vindo ao bairro.
Nós, gays, estamos e vamos estar aonde a gente quer estar, e a sociedade deve se abrir para isso. A gente tem que dar o apoio para que as pessoas diferentes sejam integradas. Nós temos muito mais em comum do que de diferente”.
Para João Pedro, a comunidade LGBT precisa ser acolhida por todos. Ele acredita que a sociedade deve olhar para o lado e ver que a pessoa que está ali pode estar sofrendo.
É muito positivo pensar que ao mesmo tempo que alguém pode fazer uma agressão tão gratuita para a gente, [é possível] juntar pessoas gratuitamente que vieram até aqui na praça para demonstrar apoio e solidariedade para uma causa que é acabar com o preconceito, de todas as formas. A homofobia foi a que a apareceu para a gente, mas na nossa sociedade o preconceito tem várias formas e várias caras”, disse João Pedro.
Bruno afirmou que se sente tranquilo em saber que as pessoas ainda assumem uma causa para si e têm solidariedade. "Isso aqui não tem preço", acrescentou.
Ele destacou que o casal não vai desistir de descobrir quem foi o responsável pelas ofensas.
Claro que a gente vai continuar tomando as providências legais, a gente está esperando que a polícia descubra quem fez isso, que essa pessoa seja processada, punida, que pague moral e criminalmente”.
Carinho dos amigosEdnubia Ghisi, amiga do casal, foi quem tomou a iniciativa de organizar o protesto.
O que é importante é a gente conseguir viver com dignidade, respeitando essa diversidade que existe na sociedade”.
Ela falou sobre a tristeza que sentiu ao ver o panfleto homofóbico.
A gente sabe o quanto eles estão se esforçando para conseguir se mudar, para receber o filho deles, que estão chegando agora e eles vão adotar, então, a gente imaginou o que é ser recebido por vizinhos tão próximos desta maneira. Ser recebido com ódio, quando você está se esforçando...”
Fonte: G1 PR, Curitiba, 15/04/2017 

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