Inaugurado cemitério só para lésbicas em Berlim

terça-feira, 8 de abril de 2014 1 comentários


Berlim ganha cemitério só para lésbicas

Segundo fundação responsável, muitas mulheres gostariam de ser enterradas perto de suas namoradas e amigas, reforçando os laços com uma comunidade mesmo após a morte.

Neste domingo (06/04) foi aberto em Berlim o primeiro cemitério da Alemanha só para lésbicas. Uma área de cerca de 400 metros quadrados no cemitério luterano Georgen Parochial, no bairro de Prenzlauer Berg, oferecerá 80 sepulturas, confirmaram a Igreja Evangélica e a fundação Sappho, dedicada a prestar assistência a mulheres homossexuais.

Segundo Astrid Osterland, da Sappho, muitas lésbicas vivem sozinhas, mas gostariam de ser enterradas perto de suas namoradas e amigas. Um cemitério somente para mulheres homossexuais deixa claro, mesmo depois da morte, as escolhas feitas em relação a amigos e familiares, afirma.

A porta-voz da Igreja Evangélica do bairro Mitte, Christiane Bertelsmann, afirma que a medida não é excludente. Segundo ela, os jazigos para mulheres homossexuais podem ser comparados às sepulturas de uma família. A diferença é que o cemitério para lésbicas honra os laços da pessoa morta com uma comunidade.

A área do futuro cemitério foi cedida à fundação Sappho pelo período de 30 anos, em troca da manutenção do local. Segundo a Igreja Evangélica, a cessão da área faz parte do esforço de manutenção e recuperação do cemitério.

Fonte: DW, 04/04/2014

Berlim inaugurou 1º cemitério para lésbicas da Alemanha
Local já possui muitas covas reservadas e foi desenvolvido no terreno do cemitério evangélico Georgen Parochial, a 100 metros do conhecido terminal Alexanderplatz

A cidade-estado de Berlim inaugurou neste domingo o primeiro cemitério exclusivo para lésbicas da Alemanha, um espaço de 400 metros quadrados, com 80 vagas, situado no coração da capital.

O projeto deste inusitado cemitério, que já possui muitas covas reservadas, foi desenvolvido em uma área do terreno do cemitério evangélico Georgen Parochial, situado a 100 metros do conhecido terminal Alexanderplatz.

Em uma das áreas sem túmulos do local, próximo a um parque infantil, a promotora do cemitério para lésbicas obteve permissão para iniciar sua proposta de forma gratuita.

A fundação Sappho, que agrupa mulheres homossexuais de meia idade em Berlim, remodelou a área com um caminho em forma de espiral que passa debaixo das árvores.

"Vivemos junto às lésbicas e também queremos ser enterradas com lésbicas", explicou hoje uma porta-voz da fundação Sappho ao jornal Bild.

No entanto, Stefan Evers, o responsável da União Democrata-Cristã (CDU) para os assuntos ligados aos homossexuais, bissexuais e transexuais em Berlim, se mostrou contrário ao projeto.

Em declarações ao Bild, Evers foi claro ao rejeitar a proposta: "Essa não é minha ideia de integração e aceitação. Quem se tem como parte da sociedade em vida, não deveria se isolar na morte", argumentou.

Fonte: Terra, via EFE, 01/04/2014

Na Argentina, casal de mulheres batiza filha de acordo com a lei católica

segunda-feira, 7 de abril de 2014 0 comentários


Arquidiocese de Córdoba autoriza batismo de menina de casal de lésbicas

Na Argentina, no último sábado (05/04/2014), o pároco Carlos Varas batizou uma menina, filha de duas mulheres,  em cerimônia na catedral de Córdoba. Nascida há um mês, fruto de reprodução assitida, a bebê recebeu o nome de Umma Azul e foi registrada, na certidão de batismo, com a filiação de Karina Villarroel e Soledad Ortiz.

Casadas de acordo com a lei aprovada em 2013 na Argentina, o casal de mulheres se tornou o primeiro caso de casamento entre pessoas do mesmo sexo a batizar um filho de acordo com a lei católica.

Depois do aval do Arcebispo de Córdoba, Carlos Nuñez, que apenas pediu para haver cuidado na escolha dos padrinhos para a criança crescer na fé católica, as duas mães da criança - uma ex-polícia e uma dona de casa - pediram que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fosse a madrinha de Umma por ter ocorrido, durante o seu mandato, a aprovação da chamada lei da igualdade no casamento, com apoio também da oposição. Kirchner foi representada por sua assistente Claudia Fenochio.

Esta foi uma das bandeiras do Papa Francisco enquanto arcebispo de Buenos Aires. Na altura, opôs-se à lei do casamento "gay"; agora como chefe máximo da Igreja Católica tem defendido a inclusão de crianças em famílias homossexuais na Igreja, tendo pedido aos dirigentes religiosos de todo o mundo para não fornecerem a essas novas gerações uma vacina contra a fé.

Uma atitude que, na Argentina, é agora vista como a referência para o arcebispo de Córdoba autorizar este batismo, apesar de a notícia ter «irritado» os setores mais conservadores da Igreja.

Com informações de TSF, Rádio Notícias e El Clarín

30% da receita do Rio com turismo no carnaval saíram dos bolsos de gays e de lésbicas

sexta-feira, 4 de abril de 2014 0 comentários


Gays foram responsáveis por 30% da receita do Rio com turismo no carnaval

Pesquisa apresentada nesta quarta-feira mostra que público LGTB foi responsável por 30,75% da arrecadação do setor nos dias de folia. Público reclamou de sujeira, preços altos e das condições de transporte


Uma pesquisa da RioTur e da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, da Prefeitura do Rio, mostrou que o turismo LGBT (sigla que resume o público que reúne gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) foi responsável por 30,75% da receita do setor na cidade durante o carnaval. Segundo a RioTur, os turistas gastaram, em valores absolutos, 1,5 bilhão de reais, dos quais 461 milhões saíram dos bolsos de gays e de lésbicas.

A pesquisa, coordenada pelo economista Osíris Marques, do Observatório do Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense (UFF), traçou o perfil do turista gay que passou o carnaval na cidade, eleita duas vezes o melhor destino gay do mundo. A maioria é de homens jovens - 70% deles têm entre 20 e 34 anos -, com renda média de 8,7 salários mínimos e diploma universitário.

“O trabalho mostrou que o Rio é um destino consolidado entre o público gay. Trinta por cento dos entrevistados já haviam estado no Rio por, pelo menos, onze vezes. Em média, os que responderam o questionário estiveram na cidade por sete vezes”, afirmou Marques.

Os turistas brasileiros representaram 84% dos entrevistados, com destaque para os paulistas e mineiros. Entre os estrangeiros, americanos, ingleses e canadenses foram a maioria. De acordo com a pesquisa, o gasto médio do brasileiro foi de 302 reais por dia. Já os estrangeiros gastaram em média 538 reais a cada dia de folia. “Considerando que a gasto médio do turista heterossexual é de 198 reais, nota-se o consumo superior em até 270% entre os gays”, destacou o economista.

A pesquisa, que entrevistou 614 pessoas entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, não explicou os motivos que levam os gays a gastarem mais do que os heterossexuais. Ativista e coordenador da coordenadoria da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, Carlos Tufvesson afirmou que uma das justificativas para esse padrão de consumo é o fato de os casais gays, geralmente, não terem filhos.

Preços e táxis - A pesquisa mostrou que os turistas, assim como os cariocas, acharam os preços da cidade salgados. Os entrevistaram deram notas de 1 a 5 a diversos itens, como hospitalidade (4,2), restaurantes (4) e informação ao turista (3,6). As notas mais baixas foram para os preços (2,3) e a limpeza urbana (2,4). Durante o carnaval a cidade atravessou uma greve dos funcionários da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), o que certamente afetou a percepção dos visitantes - apesar de, em outros anos, sondagens semelhantes terem indicado a sujeira como um incômodo para os turistas. “Também recebemos muitas reclamações de taxistas que cobraram preços abusivos e da falta de táxis”, disse Marques.

O trabalho não incluiu questões relacionadas à violência contra homossexuais. Segundo o economista, a inclusão do tema ampliaria muito o questionário, o que poderia dificultar as entrevistas. Durante a coletiva, Tufvesson afirmou que, apesar dos dois títulos de melhor destino gay, a violência contra homossexuais ainda é um problema no Rio. Ele acredita, no entanto, que os turistas não têm essa percepção.

“O casal gay chega ao Rio, dá as mãos, faz um carinho sem saber que pode estar correndo um risco. Ao mesmo tempo, o Rio tem essa imagem de diversidade. É uma contradição. Não dá para dizer que não há violência”, concluiu.

Dias antes do carnaval, um casal de namoradas foi espancado no Centro do Rio, quando saía do bloco Boi Tolo. Vanessa de Holanda, de 24 anos, e Leidiane Carvalho, de 31 anos, foram agredidas por dois homens. Vanessa levou chutes e teve as roupas rasgadas. Ao tentar ajudar, Leidiane também foi agredida.

Fonte: Veja, 02/04/2014

Atriz que faz Vanessa na novela "Em Família" diz querer que todas as Vanessas possam passear com as namoradas e beijá-las quando e onde bem entenderem

quinta-feira, 3 de abril de 2014 2 comentários

Maria Eduarda Carvalho, a Vanessa de Em Família
Por Maria Eduarda Carvalho

“Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária”, vaticinou Clarice Lispector. Sou da época das festas americanas em que os meninos levavam salgado, as meninas levavam doce, e eu dançava com a vassoura. Sempre. Em 1990, o ruivo não era o “novo loiro”, e tudo o que eu queria era ser mais uma na multidão. Aos 13 anos, descobri no Tablado, através do olhar precioso de Cacá Mourthé, que ser diferente tinha o seu valor. Mas no meio do caminho da menina atriz tinha uma adolescência, e esta chegou implacável. Superei a puberdade, as espinhas e a timidez. Então o jogo virou: primeiro namorado (amém!), cineminha. Que emoção. Minutos antes de o filme começar, o rapaz improvisa: “Você tem uma beleza tão — coração disparado — bizarra.” Oi?! Será que ele queria ter dito exótica? A dúvida permanece. O namoro não engrenou, porém peguei ritmo. É ridículo, mas confesso que, em algum momento da vida, acreditei verdadeiramente fazer parte de uma minoria segregada. A minoria ruiva.

Quase 20 anos depois, recebo o tão sonhado convite para participar de uma novela do Maneco. Vanessa, minha personagem, entre muitas outras coisas, é gay, e cada comentário preconceituoso que escuto sobre sua sexualidade me dá a certeza de que não tenho a menor ideia do que é ser, de fato, segregado. Por conta da personagem, as perguntas em torno do tema multiplicam-se: o que achei do beijo gay, se eu beijaria outra mulher em cena, ou se já fui cantada por mulheres são indagações frequentes. Não sou socióloga formada pela USP, jamais serei chamada para opinar sobre a “cura gay” no “Jornal das Dez”, mas como atriz me posiciono.

Acho curioso o fato de ninguém ser preconceituoso no Brasil. Aqui? Não existe preconceito! Somos um povo amigo. Ninguém é de ninguém e todo mundo é de todo mundo, no carnaval. Viva a liberdade sexual! Agora, vai um filho seu te contar que gosta de homem. Ou sua filha te dizer que é lésbica... É aí que perdemos o rebolado e fazemos lembrar o Irã. “Imagine, comparar o Brasil a um país que apedreja até a morte uma mulher que cometeu adultério. A ruiva é polêmica. Esse povo sardento. Tá falando o quê, gringa? Volta pra Irlanda!”

Somos hipócritas. Recentemente, durante a euforia momesca da cidade maravilhosa, duas meninas foram espancadas na saída de um bloco, no Centro. Estavam de mãos dadas. Enquanto uma delas era chutada e tinha parte das roupas arrancadas, a outra gritava por socorro, porém, ninguém intercedeu por elas. Nas palavras de Vanessa de Holanda, uma das moças agredidas: “(…) Tinha gente, muita. Tinha segurança, sim. Era um lugar iluminado (…) Mas eu não vou à polícia. Não vou porque eles também não se importam (…) Ontem à noite eu me senti minoria. E que ninguém além dos meus pode ser comigo. Nós estamos sós. Não dói.”

Não importa se a minha Vanessa vai ou não beijar outra mulher na novela, mas sim o direito da verdadeira Vanessa de passear com sua namorada, e poder beijá-la quando bem entender, na sagrada liberdade do carnaval ou em qualquer época do ano.

Fonte: O Globo, 30/03/04

Horóscopo de abril (2014)

quarta-feira, 2 de abril de 2014 0 comentários

Miriam Julie
PREVISÃO ABRIL 2014


ÁRIES
21/03 a 20/04

Este mês é bom para iniciar um novo projeto, contanto que não se exceda. Você terá mais iniciativa que normalmente, podendo realizar muita coisa por conta própria Trabalhar com outras pessoas pode ser um pouco frustrante, já que talvez lhe seja difícil acomodar-se a ritmos mais lentos. 

Este é um mês bastante exuberante e cheio de energia. Você se sentirá forte e fisicamente em forma, além de mais disposta a agir e correr riscos que de hábito. Uma das melhores formas de empregar essa energia é praticar exercícios físicos puxados, que fortalecerão seu corpo e lhe permitirão um grau de realização maior que o normal. 

No setor afetivo é uma boa fase para investir em relacionamentos onde poderá viver uma troca de experiências especiais com sua parceira. Não se feche em seus medos e inseguranças. Esqueça o passado e se permita viver o amor em sua plenitude.

TOURO
21/04 a 20/5

Ao longo deste mês é provável que você questione muito sua vida, suas metas e a realização de seus ideais. Dependendo do resultado dessa avaliação, você talvez queira mudar umas tantas coisas.

O problema é que este não é um dos melhores períodos para se fazer mudanças de vida refletidas e cuidadosas. Há um grande risco de agir semiconscientemente, saindo em busca de um sonho irrealizável ou mesmo questionável. Embora seja bom para uma autoanálise, este período ainda não é a melhor hora para agir.

Caso se precipite, apenas trará perturbações a sua vida doméstica, profissional e emocional. É provável que parta de ideias parcialmente certas sobre si mesma e suas necessidades.

Procure se dar bastante espaço e viva as experiências que achar necessário. Evite apenas assumir compromissos definitivos durante este mês. Não seria bom passar o resto da vida pagando pelas consequências de atos impensados, cometidos sob a influência de uma ilusão passageira.

GÊMEOS
21/05 a 20/06

Este período estimulará sua ambição e seu desejo de poder de um modo muito desproporcional. Por outro lado, você pode também saber exatamente do que precisa para seu sucesso e ir em busca apenas do que lhe falta, dispondo-se a fazer concessões e a partilhar seus êxitos com os outros. Esse é o rumo indicado a tomar, mas infelizmente nem sempre a transigência é encontrada.

Este mês representa um teste à sua resistência e à força com a qual definiu seu lugar no mundo. O teste pode ter diversas formas, mas, independente de qual seja, ele exigirá que seu senso de individualidade esteja em forma.

Caso não saiba quem realmente é enquanto pessoa, é provável que esta fase se faça acompanhar de crises, dando lugar a grandes mudanças de vida.

Se sua disposição de espírito for mais reservada, é possível que atravesse este trânsito de modo diferente. Ao invés de viver um delírio de poder, talvez se veja às voltas com alguém que o viva.  O problema nesse caso não é você ultrapassar seus limites, mas enfrentar alguém que o faça.

CÂNCER
21/06 a 22/07


Durante este período, será imprescindível manter todos os seus assuntos sob controle. Há uma forte tendência a excessos, que talvez a impeça de levar em frente às coisas em que está envolvida. O fato é que ele lhe dará a sensação de que as coisas simplesmente estão além de sua capacidade. Tome especial cuidado com as questões financeiras, pois você provavelmente gastará sem pensar, certa de haver abundância de dinheiro e de todos os recursos de que precisar.

Porém o dinheiro não será a única preocupação. Você talvez se tenha empenhada em projetos que lhe exigem mais tempo do que realmente dispõe. Portanto, procure estar certa de ter o tempo e os recursos necessários a qualquer coisa que queira fazer. Não superestime os recursos disponíveis.

Se conseguir evitar essa armadilha, este pode ser um mês proveitoso, pois lhe dará mais confiança e otimismo, permitindo-lhe levar adiante projetos que normalmente relutaria em assumir. Além disso, sua atitude essencialmente positiva contribuirá para desfechos favoráveis em suas iniciativas.

LEÃO
23/07 a 22/08

Embora você possa estar cheia de planos e ideias, há uma tendência a negligenciar os detalhes. Talvez não se disponha a aceitar críticas, mas se ouvir e aproveitar o que lhe for dito, este pode ser um excelente momento para tomar decisões, fazer planos e negociações e finalizar contratos e acordos. Entretanto, isso apenas acontecerá se você se dispuser a ouvir a opinião dos outros.

Este período geralmente é de otimismo e sentimentos positivos. Você terá confiança em suas ideias e capacidade de transmiti-las. Todas as formas de comunicação terão importância para você, a ponto de levá-la até a escrever, por exemplo.

Contudo procure não se extenuar fazendo coisas demais. Procure ter certeza de não estar fazendo planos que estejam acima de sua capacidade.

Por vezes o ritmo deste mês poderá se tornar verdadeiramente frenético, pois surgirão diferentes questões para se tratar ao mesmo tempo. E é justamente aí que aumenta o risco de deslizes como a precipitação. Poderá enfrentar conflitos com a pessoa amada, procure ser mais flexível.

VIRGEM
23/08 a 22/09

Este é um mês extremamente positivo. Você se sentirá emocionalmente segura e em contato com seus sentimentos, que poderá expressar com clareza e honestidade para os outros e para si mesma. Ao mesmo tempo, sentirá uma enorme generosidade, a qual lhe permitirá dar de si mais livremente e sem se sentir diminuída.

Essa combinação de influências está associada a sua função afetiva, ao desejo de proteger e cuidar bem como ao de ser protegida. Você terá condições não apenas de cuidar de outra pessoa como de obter apoio, se vier a precisar.

Agora você conseguirá perceber como seu passado contribui positivamente para sua atual situação e terá vontade de cercar-se das coisas que a lembrem dele. Este é um bom momento para voltar à casa dos pais e rever os familiares, velhos amigos e pessoas queridas.

Sua vida afetiva poderá passar por  alguns contratempos, no entanto se conseguir  se manter paciente e compreensiva, voltará a viver uma fase feliz de amorosidade, alegria e cumplicidade com a pessoa amada.

LIBRA
23/09 a 22/10

Este mês representará um novo despertar para uma conscientização acerca do que a sua vida significa. Assim é possível que conclua que no passado deixou-se motivar por uma concepção de si mesma demasiado estreita, seja por necessidade de segurança, seja simplesmente por uma questão de afirmação. Procure fazer tudo o que for necessário a fim de poder viver de acordo com essa nova compreensão.

Embora não desperte especificamente seu idealismo, este período lhe permitirá ver que este mundo é um lugar bem grande e que sua participação nele é bem maior do que havia pensado.

Você talvez se sinta atraída por ideias bastante místicas, embora elas só ganhem sentido na medida em que afetarem seu dia-a-dia. Neste momento, tudo que você precisa é mudar sua vida de forma mais decisiva e não de ver-se às voltas com mais abstrações. E você vai mudá-la!

Este trânsito a fará abandonar definitivamente o passado, reorientando sua vida de acordo com a visão mais ampla que agora possui. As diversas mudanças que estarão ocorrendo talvez lhe pareçam um tanto amedrontadoras, mas elas serão para melhor. Você encontrará nova liberdade numa nova consciência no modo de se relacionar afetivamente.

ESCORPIÃO
23/10 a 21/11

Ao longo deste mês você descobrirá que sua visão externa possui diversas falhas. Isso poderá ocorrer através de uma série de evidentes desapontamentos ou mais sutilmente, através de uma crescente sensação de ansiedade sem causa aparente. O medo e a perda da autoconfiança constituem dois dos mais difíceis efeitos deste período. Você poderá de repente demonstrar medo sem a mínima razão para isso ou talvez sinta medo de coisas que para os outros não têm o menor problema. Será como se estivesse subitamente desorientada.

Num plano mais elevado, este trânsito pode representar um prelúdio à iluminação, à percepção da verdadeira natureza da "ilusão" que denominamos realidade.

Contudo, na maioria das vezes este período apenas significa uma mudança no conceito de realidade que começa com a dissolução dos antigos conceitos e uma temporária desorientação.

A melhor forma de lidar com este trânsito é instalar-se num ambiente confortável e reduzir ao mínimo o nível de estresse. Procure evitar tomar decisões, pois sua disposição de ânimo não lhe permitirá ver as coisas com muita clareza.  Você precisará de tranquilidade para poder apreender as novas verdades que surgirão quando a confusão e a poeira assentarem. Dê uma folga ao seu coração.

SAGITÁRIO
22/11 a 21/12

Neste mês você dará início a uma profunda introspecção que lhe permitirá analisar-se com autocrítica. É bem possível que se sinta só e deprimida. A forma como vai lidar com este trânsito terá importantes consequências para seu bem-estar físico e psicológico depois.

O período é bom para se conhecer a si mesma, contanto que evite fazer julgamentos. Não importa se você é boa ou má de acordo com seus ideais. A verdadeira questão deve ser quem você é, e isso o trânsito pode ajudá-la a descobrir. Se agir conforme esse ponto de vista, o período pode ser bastante construtivo, mesmo que normalmente seja vivido como um momento difícil.

Durante este mês você talvez evite as pessoas, passando por dificuldades de relacionamento - principalmente com as mulheres -, além de depressões e sentimentos de inferioridade em relação às exigências da vida. A melhor forma de vencer tudo isso é evitar levar as coisas demasiadamente a sério. Sua perspectiva será distorcida, de modo que questões insignificantes parecerão importantíssimas.

CAPRICÓRNIO
22/11 a 19/01

É possível que durante deste mês você tenha menor liberdade de movimentos que de hábito, devido à pressão das circunstâncias e à necessidade de finalizar as coisas. Velhas pendências encontrarão solução agora.

Talvez o trabalho lhe exija mais esforço que habitualmente, pois seus chefes podem atribuir-lhe mais responsabilidades do que você desejaria. Embora não seja exatamente leve e descontraído, o período deve ser bem produtivo. Termine o que começou e simplifique sua vida.

Os relacionamentos válidos não sofrerão grandes abalos, mas os que não o forem se romperão completamente agora. Você estará tentando livrar-se de tudo que não for necessário ou benéfico a seu desenvolvimento no futuro. 

Os relacionamentos difíceis e complicados serão provavelmente descartados da sua vida, e você passará a se dedicar mais á pessoa amada que se mostre verdadeiramente companheira.

Procure não construir uma barreira entre você e os outros, pois há um grande risco disso acontecer agora. Os deveres, obrigações e responsabilidades não excluem os relacionamentos satisfatórios, embora você possa pensar o contrário.

AQUÁRIO
20/01 a 18/02 

Este período permite que se vejam os padrões gerais das coisas e que se façam planos com previdência e sabedoria. Entretanto, se não tomar cuidado, pode acabar se precipitando e dando passos errados. O melhor será trabalhar com outra pessoa que possa checar seus planos e atuação, chamando-lhe a atenção para qualquer coisa que você possa ter passado por cima. Sua vida afetiva pede maior atenção, mude a rotina.

Este é o momento para fazer grandes planos e concretizar diversas ideias que vem alimentando há tempos. Agora será possível torná-las realidade, contanto que evite certas armadilhas. Neste caso, o principal é procurar não pensar grande demais, tentando fazer coisas absurdas ou impraticáveis. 

Se conseguir verificar cada detalhe, como exige a realização de todo negócio bem- sucedido, o momento é excelente para a finalização de todo tipo de transação comercial, mas é muito importante não negligenciar nenhum detalhe que possa afetar o resultado. 

PEIXES
19/02 a 20/03 

Este é um mês extremamente intenso, pois ele representa um embate entre poderosas forças íntimas de mudança e grandes resistências do mundo exterior. Você tentará fugir da rotina e de todos os aspectos banais e monótonos presentes em seu cotidiano.

Buscará coisas novas que possam tornar sua vida mais estimulante e cheia de emoções. Porém cada uma dessas tentativa encontrará a resistência das circunstâncias, dos deveres e obrigações, mantendo-a numa situação opressiva. 

Por outro lado, existe a possibilidade de você conseguir um equilíbrio, podendo assim manter a tensão sob controle por longo tempo e promover diversas mudanças de forma bastante organizada.

É comum as pessoas realizarem tarefas muito difíceis durante este trânsito, pois são capazes de esforços extremos, que dificilmente empreenderiam em outras circunstâncias. Os estudos e projetos de longo prazo que exijam grande concentração e esforço podem perfeitamente prosseguir agora. 

Apesar dessa manifestação parecer mais produtiva, tudo vai depender de sua própria situação. Muitas vezes o rompimento repentino com uma situação opressiva (seja no aspecto profissional ou afetivo), limpa a atmosfera e permite-lhe partir para um começo realmente melhor.

Miriam Julie é astróloga humanista, terapeuta holística, taróloga e numeróloga há 28 anos e mantém, desde 2004, as previsões astrológicas anuais e mensais, entre outras, do site da Um Outro Olhar. É especialista em Sinastria Amorosa (mapa e Tarô).

Formada como Terapeuta Corporal no Centro Metamorfose, utiliza o Método Deva Nishok de Massagem Tântrica para proporcionar estados alterados de Percepção e Consciência através das técnicas de Terapêutica Tântrica: Sensitive Massagem, Êxtase Total Massagem, Yoni e Lingam Massagem, G-Spot e P-Spot Massagem. Tem ainda experiência em grupos de renascimento do método OSHO bem como em grupos de Ajuda e Orientação sobre sexualidade humana (Pro-Women Sex e Sexpert group).


Para consultas online ou pedidos de mapa astral, combinação de mapas, previsões, entrar em contato com miriam-zen@umoutroolhar.com.br 

Meus anos sob o regime militar e o surgimento do movimento homossexual no Brasil

segunda-feira, 31 de março de 2014 2 comentários

Ativistas do lésbico-feminista em passeata contra a violência policial

Meus anos sob o regime militar e o surgimento do movimento homossexual no Brasil

Entrei na adolescência quando do início do regime militar que se estendeu por  21 anos. Não tenho memória do período pré e imediatamente pós deposição do Jango porque só tinha 10 anos. Dos anos seguintes, já me lembro melhor: foram os anos dos festivais e dos programas da TV Record (Bossaudade, Fino da Bossa, Jovem Guarda, O Pequeno Mundo de Ronnie Von). Curtia todos ecleticamente e torcia também ecleticamente pelas músicas engajadas ou inovadoras dos festivais, com predileção pelas últimas. Os tropicalistas Gal, Caetano, Gil, os Mutantes, etc., foram os que realmente fizeram minha cabeça, o disco Panis et Circencis (1968) rodando na vitrola sem parar. Mas também me emocionei com a Pra Não Dizer que não falei das flores (1968), do Vandré, muito pobre esteticamente se comparada à Sabiá, do Chico Buarque e Tom Jobim, mas um hino de época contra o regime autoritário. Hoje, nessa onda retrô que nos assola, costuma ser entoada em passeatas avermelhadas pelo Brasil afora, mas com um cheiro de mofo descomunal.

Com o Ato Institucional 5 (AI-5-13/12/1968), os militares escancararam sua ditadura, fechando o Congresso, censurando a imprensa e a cultura, restringindo os direitos civis, reprimindo desde os que a ela se opunham abertamente até a quem era apenas suspeito do que chamavam de subversão. E, naquela mistura de rigidez militar e conservadorismo moral que caracterizou os chamados anos de chumbo, subversivos podiam ser desde os guerrilheiros do Araguaia até a barriga grávida da Leila Diniz exposta nas praias do Rio. 

Não deixa de ser curioso observar, contudo, que, apesar do clima antissubversivo, muito da grande revolução de costumes que rolava no exterior conseguiu aparecer por aqui. A versão brasileira da peça Hair (1969 a 1972) trazia o hippismo aos tupiniquins, terminando com os atores nus no palco, e a androginia dava as caras com os bailarinos do Dzi Croquettes (1972-73) e os cantores e compositores dos Secos e Molhados (1973-74). Assisti a todos em teatros de Sampa. Fora naturalmente todo o pacote da contracultura, filha do anarquismo pacificista, com sua mistura de drogas, amor livre e rock'n'roll, que chegava via discos dos festivais de Woodstock (1969), Altamont (1969), Ilha de Wight (1970), os Beatles e os Rollings Stones, David Bowie, Janis Joplin, Jimmi Hendrix, Jim Morrison (pra citar alguns) e a coluna Underground do Pasquim. Sem esquecer também os icônicos shows de Gal Costa e Maria Bethânia, Fatal(1971) e Rosa dos Ventos (1971), com Gal incorporando a musa libertária tropicalista por boa parte da década de 70. Todos também rolando em minha vitrola sem parar.

No bojo da contracultura e da revolução sexual, igualmente vieram as mudanças no papel da mulher e a saída do armário da homossexualidade, culminando, no fim dos anos 70, com o surgimento das primeiras organizações feministas (segunda onda) e homossexuais brasileiras. Ainda foi aprovada a lei do divórcio, em 1977, não sem os protestos dos grupos conservadores que tomaram as ruas pra entoar seu eterno mantra da “defesa da família.” Volto aos movimentos adiante.

O fato é que, apesar da ditadura militar e até por causa dela, muita coisa mudou no país tanto em termos estruturais quanto na área de costumes. Na verdade, ouso dizer que a ditadura passou ao largo da maioria dos brasileiros da época, sobretudo no período do milagre econômico (1969-1973), quando o excepcional crescimento do país, as grandes obras de infra-estrutura, a expansão do emprego, e a ascensão de uma nova classe média, tudo embalado com a conquista da Copa em 1970 e o ufanismo nacional-desenvolvimentista dos militares tiraram a atenção das pessoas dos mortos e desaparecidos nos porões da ditadura.

Fomos sitiados em um estacionamento que havia em frente ao TUCA em 1977

Eu mesma só fui me defrontar com o poder repressivo dos militares quando, já nos tempos de faculdade, resolvi protestar nas ruas por democracia, no ressurgimento do movimento estudantil, e acabei presa durante a famigerada invasão da PUC-SP (22/09/1977) pela PM do coronel Erasmo Dias e agentes do DOPS. Fui presa, levada para o Batalhão Tobias Aguiar, fichada e fotografada, e lá passei uma noite em claro temendo por meu destino. Pelo menos, não me feri, ao contrário de outras pessoas que, na citada invasão, foram inclusive queimadas pelos petardos da polícia. A repressão às manifestações estudantis que ressurgiam era constante (cheirei muito gás lacrimogêneo nelas), mas a invasão da PUC-SP se destacou pela brutalidade, com a universidade sendo literalmente invadida pela tropa de choque e tendo suas dependências destruídas. Consta que cerca de 700 pessoas foram presas.

Antes desse período de cara-a-cara com os milicos, contudo, a ditadura parecia algo distante pra mim, e a repressão que sofri de fato vinha da família e da sociedade em geral contra minha homossexualidade. Ao contrário de hoje, ninguém apoiava homossexuais, a homossexualidade ainda era considerada doença, e a vida dupla e a marginalidade se apresentavam como fado inevitável. 

E talvez tenham sido a repressão e o destino que me levaram a entrar no grupo que daria início ao movimento homossexual no Brasil. Informada por uma colega já falecida, Vilma Monteiro, que o grupo Somos (de Afirmação Homossexual) iria participar de um debate, na Ciências Sociais da USP, em fevereiro de 1979, resolvi conferir a ousadia. A essas alturas também já era leitora do tablóide Lampião da Esquina (1978-1981), do Rio (a primeira publicação LGBT de distribuição nacional), e bem interessada no incipiente gay power tupiniquim.

Matéria que dará origem ao Grupo Lésbico-Feminista

A partir do contato feito com os rapazes do Somos durante o referido debate, polêmico porque a esquerda da época era bem heterossexista, comecei a participar do grupo, no começo com outras raras mulheres, depois com um número considerável de moças a ponto do Lampião da Esquina ter solicitado uma matéria sobre lésbicas para sua edição de maio de 1979. Formou-se um coletivo com as mulheres do Somos para a produção dessa matéria que, logo em seguida, daria origem ao subgrupo de mulheres da organização, chamado grupo lésbico-feminista, do qual fui uma das fundadoras. Em maio de 1980, o Somos sofre um racha, partindo-se em três: os fundadores do grupo, de perspectiva libertária, deixam a entidade, devido a conflitos com integrantes da Convergência Socialista que ficaria com o título Somos, e as mulheres do chamado LF ganham autonomia passando a priorizar ações com o movimento feminista. 

Em meados de 1981, o coletivo que formou o grupo lésbico-feminista (LF) já havia se desintegrado, com parte de suas ativistas submergindo no armário feminista, outras saindo do ativismo simplesmente, e outras ainda fundando um outro coletivo, em outubro de 1981. Este coletivo retoma uma das denominações do LF (foram várias) porque se via a princípio, como continuidade deste, em particular pela determinação de manter uma organização específica de lésbicas frente à tendência de fusionismo com o movimento feminista. O grupo foi intitulado Grupo Ação Lésbica-Feminista (GALF), do qual também fui uma das fundadoras, e será a única parte do Somos a perdurar durante toda a década de 80. O Somos propriamente dito, sob mentoria a princípio da Convergência Socialista, depois do antropólogo e escritor argentino Nestor Perlongher (já falecido), desaparece em fins de 1983. Sua contraparte, Outra Coisa de Ação Homossexualista, originária da tendência libertária que saíra do racha de maio 1970, também encerra as portas no início de 1984

Quando, em abril de 1984, o comício pelas Diretas-Já, em São Paulo, reivindicava o retorno à plena democracia, o incipiente movimento homossexual, tão exuberante em sua breve fase libertária (de 1978 a 1983), entra em profunda crise pela chegada da temida AIDS, que empurra muitos ativistas gays para os grupos de prevenção à síndrome, e pelo próprio contexto sócio-econômico do período. Ironicamente, o retorno paulatino à democracia não foi auspicioso para o movimento até então intitulado exclusivamente como “homossexual”. Só dez anos depois, em 1993, o movimento renasce para dar início a era das ONG e, a partir de 2003, a época da institucionalização, do aparelhamento partidário e da perda de autonomia.

Hoje, quando se completam 50 anos do movimento civil-militar que depôs Jango Goulart da presidência, seguido da instauração do regime militar, em sua diferentes fases, muita fabulação vem sendo dita não só sobre o próprio período ditatorial como sobre o início do movimento homossexual no Brasil. A repressão promovida pelo delegado José Wilson Richetti, de São Paulo, em maio de 1980, nos bares e boates do gueto homossexual do período, extensiva a negros e prostitutas, virou agora uma ação da ditadura contra os homossexuais. Nada a ver. 

Em 31 de dezembro de 1978, acabava o AI-5 e, em 28 de agosto de 1979, era promulgada a anistia. Iniciava-se a chamada abertura lenta e gradual da ditadura militar que levaria à redemocratização do país. O Movimento Homossexual nasce, portanto, já num momento de distensão do regime, sem a repressão generalizada do passado, se bem que as sombras do período mais duro da repressão ainda se projetassem sobre a sociedade ocasionalmente. Já era possível fazer manifestações sem ir parar no Batalhão Tobias Aguiar. 

A Operação Limpeza, do delegado Richetti, se insere de fato no contexto de moralismo conservador da sociedade da época, somado à ausência de respeito aos direitos humanos das populações marginalizadas, mas não pode ser enquadrada como uma ação específica da ditadura contra homossexuais. Se hoje os LGBT são ainda considerados, por muitos, cidadãos de segunda categoria, na época nem categoria tínhamos. Entretanto, essa situação era comum à população LGBT em todo o mundo ocidental, independente de governos democráticos ou ditatoriais. Basta lembrar que a revolta do bar Stonewall Inn, de 1969, que deu origem ao dia internacional do orgulho LGBT (28 de junho), aconteceu em decorrência do cansaço de lésbicas, travestis e gays, com as constantes batidas que a polícia da cidade de Nova York dava no citado bar, levando gente presa pelo único delito de ser homossexual. E os Estados Unidos foram e continuam sendo a democracia mais estável do mundo. 

Estendi essa faixa nas escadarias do Teatro Municipal

Há quem diga que sofreu repressão durante a passeata que ativistas homossexuais, feministas, do movimento negro, etc. fizeram, no dia 13 de junho de 1980, contra as prisões arbitrárias do citado delegado Richetti. Estive na manifestação e não lembro de qualquer repressão, se bem que medo não faltasse de alguma reação violenta da polícia. Tanto que estendi, em frente às escadarias do Teatro Municipal, com ajuda de uma colega do LF, uma faixa intitulada “Pelo Prazer Lésbico”. E o Richetti não me botou no camburão.

De fato, sofri um maior sufoco quando, em 19/08/193, invadi, com colegas ativistas, as dependências do antológico bar das lésbicas da época, o Ferro’s Bar, em protesto contra a proibição de vender o boletim do Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) nas dependências daquele sagrado recinto sustentado pelas lésbicas mas onde estas não podiam se expressar. O receio foi maior porque anteriormente já havia sido escoltada pela PM para fora do bar e mesmo pelos seguranças do local na base dos empurrões. Para essa manifestação que encerra o primeiro ciclo do movimento homossexual brasileiro, onde o Somos, o Outra Coisa e o GALF se reuniram pela última vez, conclamamos o respaldo da então vereadora Irede Cardoso e de uma representante da OAB em caso de alguma possível truculência. O evento, contudo, foi um sucesso total e, apesar de uma certa resistência inicial dos proprietários, acabou em concordância e sem mortos nem feridos.

Outra fabulação muito em voga – e não de hoje - é a das feministas socialistas ou congêneres dizerem que o movimento feminista foi solidário às lésbicas desde o aparecimento de suas primeiras organizações. Recentemente, li a feminista Amelinha Teles sair-se com essa em entrevista a propósito do lançamento de um seu livro sobre sua trajetória de guerrilheira e feminista (1975-1980). Além de misturar as datas de surgimento da organização lésbica no país, Amelinha ainda aponta uma integração inexistente entre ativistas lésbicas e feministas que, apesar dos estranhamentos, teria se feito valer desde a década de setenta. A verdade é que o movimento feminista só oficializou seu apoio à causa homossexual em geral e à lésbica em particular durante a Conferência Nacional de Mulheres Brasileiras, em Brasília, dos dias 6 a 7 de junho de 2002. E no que diz respeito às lésbicas, só porque eu estava lá para garantir um destaque, inserido no preâmbulo da Plataforma Feminista da citada conferência, sobre a inestimável colaboração das mulheres homossexuais em apoio à causa das mulheres em geral, pelo direito ao próprio corpo, pela livre orientação sexual, etc. Então, Amelinha Teles se “enganou” em cerca de 23 anos ou mais. Precisa ver se não se enganou também sobre sua trajetória como guerrilheira.

Em suma, nessa rememoração dos 50 anos do movimento civil-militar de 31 de março de 1964 que derrubou Jango da Presidência da República, há um hiperdimensionamento das agruras que o regime militar impôs ao país. A esquerda que foi particularmente perseguida pelos militares e agora se encontra no poder não está apenas buscando o direito à justiça, à memória e à verdade. Está buscando também e sobretudo reescrever a História, pintando o diabo muito mais feio do que de fato era, numa abordagem maniqueísta de um período histórico pelo qual  foi igualmente responsável. E, como essa esquerda, dita hoje bolivariana, encontra-se metida em todos os movimentos sociais, decorre que temos muita história desses movimentos sendo recontada para se encaixar numa narrativa pré-determinada.

Meu objetivo, com esse depoimento meio alinhavado, é trazer um outro olhar sobre esse período, fora dessas narrativas pré-determinadas, de alguém que o viveu mas que não pertence a nenhum dos lados antes e hoje de novo em disputa. Para mim, o Brasil tem duas fontes permanentes de atraso: o conservadorismo, sobretudo o religioso, e essa esquerda autoritária e anacrônica que até hoje vê na ditadura cubana um norte e um centro irradiador de uma delirante reedição das repúblicas socialistas bolivarianas bananeiras na América Latina. Precisamos superar esse dois pólos extremos se queremos ter um futuro mais livre em termos econômicos, políticos, sociais e, sobretudo, individuais. Em resumo, um futuro melhor.

Deixo também abaixo um link, sobre esse tema pungente, para um editorial do Estadão objetivo e equidistante (Meio Século Depois). 

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