Casal de mulheres comove ao conseguir registrar filha no nome das duas em Guarujá (SP)

quarta-feira, 24 de março de 2021

Criança nasceu no dia 14 de março, mas só foi registrada após ofício emitido pela Justiça — Foto: Arquivo Pessoal

Relato das mães comoveu a web. Helena nasceu no dia 14 de março, mas só pôde ser registrada dias depois, após liberação da Justiça.

Duas mães emocionaram a web após relatarem nas redes sociais uma conquista do casal: registrar a pequena Helena Ramires Martins com o nome de ambas, em Guarujá, no litoral paulista. Em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (22), a auxiliar de cozinha Magda Bianca Ramires Martins, de 25 anos, e a atendente Meiriely Ramires Martins, de 24, relataram o planejamento da filha.

De acordo com Meiriely, que gerou o bebê, elas se casaram há quase dois anos, e desde então pensavam em ter uma filha. Tentaram adotar, contudo, o fato de serem um casal de mulheres aumentou as dificuldades para que conseguissem. Por meio de uma reportagem, a atendente descobriu o método conhecido como inseminação caseira.

Mesmo com o atraso, o bebê nasceu saudável. “Ela já é muito amada. A gente não vai deixar faltar nada para ela. É nosso sonho realizado”, conta Bianca. A mãe ainda relata que o preconceito que tiveram de enfrentar, por serem um casal homoafetivo, machucou, mas não as fez desistir do sonho de construir uma família.
Quando postamos sobre o registro no Facebook, muitas pessoas comentaram, dizendo que o mundo está perdido, que é uma vergonha. Infelizmente, o mundo ainda é muito preconceito, as pessoas não pensam no amor, no carinho e atenção que vamos dar para essa criança, e isso machuca muito”, desabafa.
Ela ainda questiona o fato de precisarem provar à Justiça e às pessoas o amor que possuem pela filha.
Se fosse um casal hétero, não teria que provar nada, era só ir lá e registrar. Por serem duas mulheres, tivemos que provar cada passo”, lamenta.
A auxiliar de cozinha conta que ela e a esposa se conheceram enquanto trabalhavam em quiosques na praia. Viraram melhores amigas e descobriram que a relação despertava algo mais em ambas. Por isso, iniciaram um relacionamento, casaram e desejaram estender o amor que sentiam uma pela outra tendo uma filha.

Por não ter gerado a criança, Bianca relata que ficou muito alegre ao conseguir o ofício emitido pela Justiça para realizar o registro da filha.
Somos muito gratas à equipe do hospital, se não fossem eles, nossa filha estaria morta agora. Também agradeço à nossa advogada, sem ela, a Helena não teria meu nome hoje”, explica.
Uma semana após o nascimento da criança, as mães celebram a conquista juntas, garantindo que o lar em que Helena crescerá tenha muito amor. Elas também fizeram um apelo aos casais homoafetivos que passam pelo mesmo processo.
Não desistam, metam a cara mesmo, e prossigam, porque tudo dá certo. A gente é a prova viva disso”, conclui Bianca.
Ela mostrou o procedimento para a companheira, encontrou um doador de sêmen, que apresentou os exames necessários para comprovar que não possuía qualquer doença e, na segunda tentativa, conseguiu engravidar.

Desde então, os desafios começaram. Elas foram ao cartório entender como funciona o processo de registro. Por conta de a criança ter sido gerada por inseminação caseira, elas tiveram que entrar com uma ação na Justiça para receberem um ofício que autorizasse o registro da menina.

Durante o processo, segundo Meiriely, a promotora sugeriu que somente após o nascimento de Helena, e alguns meses de convivência, o casal poderia registrar a filha. No entanto, o juiz discordou, e autorizou o registro.
A nossa advogada questionou a promotora, disse que estávamos casadas há um ano e nove meses, e tínhamos certeza de que queríamos construir essa família. Até o juiz questionou a promotora, e disse 'ela [Bianca] tem direito de querer uma família'”, relata.
No dia 14 de março, Helena nasceu, porém, só pode ser registrada na última quinta-feira (18), pois o ofício só foi emitido no dia 17. Além da espera para o registro, a menina também precisou esperar mais do que o necessário para nascer. Segundo a família, uma semana antes do parto, a gestante começou a sentir fortes dores, e se dirigiu a um hospital de Guarujá, mas os médicos disseram que ainda não estava no momento.

No dia 13, ela retornou ao local por duas vezes, com sangramento e contrações, mas a equipe médica decidiu enviá-la para casa novamente. Preocupadas, elas decidiram ir até o Hospital dos Estivadores, em Santos, onde foram informadas de que a criança já estava nascendo, e que o parto já deveria ter sido realizado.

Helena Ramires Martins foi registrada em cartório de Guarujá, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Mesmo com o atraso, o bebê nasceu saudável.
Ela já é muito amada. A gente não vai deixar faltar nada para ela. É nosso sonho realizado”, conta Bianca.
A mãe ainda relata que o preconceito que tiveram de enfrentar, por serem um casal homoafetivo, machucou, mas não as fez desistir do sonho de construir uma família.
Quando postamos sobre o registro no Facebook, muitas pessoas comentaram, dizendo que o mundo está perdido, que é uma vergonha. Infelizmente, o mundo ainda é muito preconceito, as pessoas não pensam no amor, no carinho e atenção que vamos dar para essa criança, e isso machuca muito”, desabafa.
Ela ainda questiona o fato de precisarem provar à Justiça e às pessoas o amor que possuem pela filha. 
Se fosse um casal hétero, não teria que provar nada, era só ir lá e registrar. Por serem duas mulheres, tivemos que provar cada passo”, lamenta.

A auxiliar de cozinha conta que ela e a esposa se conheceram enquanto trabalhavam em quiosques na praia. Viraram melhores amigas e descobriram que a relação despertava algo mais em ambas. Por isso, iniciaram um relacionamento, casaram e desejaram estender o amor que sentiam uma pela outra tendo uma filha.

Por não ter gerado a criança, Bianca relata que ficou muito alegre ao conseguir o ofício emitido pela Justiça para realizar o registro da filha.
Somos muito gratas à equipe do hospital, se não fossem eles, nossa filha estaria morta agora. Também agradeço à nossa advogada, sem ela, a Helena não teria meu nome hoje”, explica.
Uma semana após o nascimento da criança, as mães celebram a conquista juntas, garantindo que o lar em que Helena crescerá tenha muito amor. Elas também fizeram um apelo aos casais homoafetivos que passam pelo mesmo processo.
Não desistam, metam a cara mesmo, e prossigam, porque tudo dá certo. A gente é a prova viva disso”, conclui Bianca.
Mães celebraram conquista após meses solicitando direito de registrar criança no cartório com o nome das duas — Foto: Arquivo Pessoal

Clipping Casal homoafetivo celebra registro da filha em cartório após inseminação caseira, por Luana Chaves, Santos e Região, G1, 22/03/2021

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