Conservadores franceses protestam contra reprodução assistida para lésbicas e mulheres solteiras

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Liberté, Égalité, Paternité (Liberdade, Igualdade, Paternidade)

Sete anos depois de mobilizações na França contra o casamento homossexual, pessoas contrárias à reprodução assistida de lésbicas e solteiras protestaram neste domingo (6), em Paris, para pedir aos deputados e senadores que o texto seja retirado da pauta.

Agitando bandeiras verdes e vermelhas com a inscrição “Liberdade Igualdade Paternidade”, os manifestantes começaram a caminhar por volta das 11h GMT (8h em Brasília), no sul da capital.

A multidão foi convocada por um coletivo de cerca de 20 associações, que se opõem à ampliação da reprodução assistida, uma medida emblemática do projeto de lei sobre bioética. Uma comissão especial do Senado se ocupará, a partir de 15 de outubro, deste projeto de lei.
Todos nascidos de um pai e de uma mãe, essa é a igualdade”, “Sem pai, com que direito?” são algumas das frases nos cartazes, que convocam o combate à uma “Reprodução Assistida sem pai”.
Há quase dois anos, nossas tentativas de diálogo não tiveram êxito (…) Resta apenas a rua para sermos ouvidos”, declarou a presidente do movimento católico conservador Manifestação para Todos, Ludovina de la Rochère, que também liderou a mobilização contra o casamento gay há sete anos.
Segundo a consultoria Occurence, a marcha de ontem em Paris reuniu cerca de 74.500 pessoas.

Manifestantes contrários à reprodução assistida de lésbicas e solteiras
 tomam as ruas de Paris, em 6 de outubro de 2019 - AFP

Em 2012-2013, as manifestações contra a lei que estabelecia o casamento homossexual reuniu cerca de 340.000 pessoas, de acordo com a polícia, e 1,4 milhão, segundo os organizadores.
O desenrolar e o ambiente da manifestação são tão importantes quanto sua amplitude”, afirmou Ludovine.
Christian Kersabiec, de 68 anos, que chegou de ônibus da Bretanha (oeste), defendeu que “a família com pai e mãe é um ecossistema que temos que proteger”.

Para Laetitia, de 20, “um filho é um dom, não é um direito”.
Não lutamos contra os homossexuais, não dizemos que sua vida é ruim, mas lutamos, sim, contra a legalização da reprodução assistida”, completa.
Para o diretor-geral adjunto do instituto de pesquisa Ifop, Frédéric Dabi, “é difícil antecipar o que vai acontecer, mas a opinião é muito menos crítica sobre a reprodução assistida do que sobre o casamento homossexual”.
Segundo a última enquete do instituto, realizada em setembro, uma grande maioria de franceses apoia a ampliação desse procedimento para solteiras (68%) e para lésbicas (65%) – um “nível recorde”, aponta Dabi.

O contexto político também mudou.
Em 2013, as pessoas também foram às ruas para dizer ‘não’ a François Hollande (presidente) e a uma política considerada antifamília”, lembra Dabi.
Desde então, a distância entre esquerda e direita se “enfraqueceu”, completa.

Clipping Conservadores protestam contra reprodução assistida de lésbicas e solteiras na França, Isto É, via AFP, 06/10/2019

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