Bispo da Diocese de Jundiaí (SP) assina decreto que permite cerimônia de batismo de filhos de casais homossexuais

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Bispo assinou documento durante celebração, em Jundiaí / Divulgação

Igreja vai batizar filhos de casais homossexuais

Bispo dom Vicente Costa, da Diocese de Jundiaí, assina decreto que permite a cerimônia em 11 cidades
Por: Flávia Alves 
Do BOM DIA em Jundiaí

O bispo dom Vicente Costa, da Diocese de Jundiaí, assinou na sexta-feira (15) decreto que passa a permitir o batismo de filhos adotados por casais homoafetivos nas 11 cidades sob a jurisdição dele: Jundiaí, Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Itu, Itupeva, Louveira, Pirapora do Bom Jesus, Salto, Santana de Parnaíba e Várzea Paulista.

A solenidade ocorreu no altar da Catedral Nossa Senhora do Desterro, durante missa pela comemoração do Dia da Padroeira, que dá nome à igreja do Centro de Jundiaí. 

Em seu discurso, dom Vicente explicou os motivos para as atualizações nas diretrizes do sacramento do batismo. Sem fazer menção direta à regra que atinge os casais homoafetivos, dom Vicente disse: “Maria é mãe da evangelização. E como mãe acolhe e cuida de todo seu povo. A igreja nunca se fecha. É preciso ter compaixão, assim como uma mãe tem para com seus filhos”. 

Com a igreja matriz lotada, os fiéis saudaram as mudanças que, segundo o padre Leandro Megeto, fazem parte de um pedido antigo das paróquias das 11 cidades da diocese. “Começamos pelo batismo, que é o primeiro sacramento oferecido pela Igreja. Foi um longo processo de quase três anos de conversas”, afirmou.

De acordo o padre Megeto, a Igreja Católica está atenta aos apelos do papa Francisco para estar aberta a todos, tornando-se mais atraente e com maior acolhimento. “É um olhar de esperança para o futuro, por meio de uma abertura aos novos tempos”, disse o padre.

Mudanças/ As novas “Normas e Diretrizes para o Sacramento do Batismo” fazem parte do Plano Diocesano da Ação Evangelizadora. O texto instituiu, também, que crianças com mais de 7 anos devem participar da catequese do batismo junto com a catequese da Primeira Eucaristia, além da possibilidade de escolha de apenas um padrinho ou madrinha para o sacramento do batismo e o de crisma e o batismo para filhos de casais sem casamento oficializado perante a Igreja.

Segundo dom Vicente Costa, o objetivo principal desta publicação é resgatar o sentido original do batismo. “O papa Francisco ensina que o batismo não é uma formalidade. É um ato que diz respeito à nossa existência.” 

Papa diz que homossexuais não devem ser julgados

Em sua vinda ao Brasil, em julho do ano passado, para a Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco falou sobre a relação entre a igreja e os homossexuais. “Se uma pessoa tem essa opção de vida, quem sou eu para julgá-lo?”, afirmou na época. 

Para ele, os homossexuais não devem ser julgados nem marginalizados e precisam ser integrados à sociedade. 

Em junho, o Vaticano divulgou documento de trabalho para a assembleia dos bispos que acontece em outubro. O evento vai discutir sobre a família, com o tema: “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. O documento é considerado nos meios eclesiásticos especializados como “o mais realista” de que se tem notícia até o momento. 

A partir dele, os bispos irão tratar da questão do batismo de casais homoafetivos, mesmo a Igreja sendo contra este tipo de união. O Vaticano entende, dentro da evangelização, que é urgente a atenção do episcopado mundial frente a estes desafios.

Fonte: Bom Dia Jundiaí, 21/08/2014

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