Na Islândia e no Brasil, políticos homossexuais chegaram ao Executivo sem esconder a quem amam

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A premiê da Islândia, Johanna Sigurdardottir, e sua esposa Jonina Leosdottir 

Por Míriam Martinho


A premiê da Islândia, Johanna Sigurdardottir (70 anos), chegou em Pequim, no dia 13 de abril, acompanhada da mulher, em visita oficial de cinco dias à China, para a assinatura de um acordo de livre comércio com o país.

Sua esposa (como a imprensa internacional a tratou), Jonina Leosdottir, participou de atividades sociais, como primeira-dama, incluindo uma visita à Universidade de Estudos Internacionais de Pequim, onde conversou com os estudantes.

Primeira executiva abertamente homossexual de um país, Johanna Sigurdardottir não teve problemas de se eleger devido à sua orientação sexual. Os islandeses fazem parte daquela parte do mundo, chamada Escandinávia (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia) que sempre esteve e continua à frente do resto do mundo em índices democráticos, sociais, políticos e agora também econômicos. A prestigiada revista inglesa The Economist declarou, em sua última edição, que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos, pois conseguiram unir o que há de melhor no pensamento de direita e de esquerda, produzindo sociedades de vigorosa economia capitalista sem abdicar do Estado de Bem-Estar social.

Nada a estranhar, portanto, que ninguém, na Islândia, tenha considerado a orientação sexual de Johanna Sigurdardottir um obstáculo para sua eleição como primeira-ministra, pois o que o país levou em consideração - como deve ser - foi sua capacidade para o cargo. Surpreendente,  contudo, é que o mesmo também tenha acontecido num país deitado em atraso esplêndido como o Brasil, guardadas às devidas proporções.

Edgar e o companheiro Alex (Foto: Divulgação / Edgar de Souza)
Nas últimas eleições de 2012, Edgar de Souza (PSDB), também assumidamente homossexual, chegou à prefeitura de Lins (cidade do interior paulista), com 53,23% dos votos válidos e garantiu sua eleição. Naturalmente, ao contrário do que aconteceu com Johanna Sigurdardottir, na Islândia, a homossexualidade de Edgar foi usada para tentar desqualificá-lo para o cargo. Em entrevista ao G1, Edgar disse que só falou de sua orientação sexual durante o último comício antes do pleito municipal. Então, comentou no palanque: 

“Eu não tenho que esconder com quem eu vivo, quem eu amo. Se eu esconder, não mereço ser prefeito de vocês. Deus me ama como homossexual”.

Disse também que as tentativas de usarem sua vida íntima contra sua candidatura fracassaram:

“Nunca usei a homossexualidade para levar uma bandeira e tudo o que eles tentaram fazer caiu por terra. Minha opção não define meu caráter e meus votos foram devido à minha história política.” 

Pois é. Tudo que eles tentaram fazer contra Egdar caiu por terra e tudo que continuam fazendo contra todas as pessoas homossexuais também cairá. Num futuro não muito distante, até aqui no Brasil, a homossexualidade será reduzida ao seu devido tamanho (mero detalhe), e membros dessa parte da humanidade, tão alijada dos direitos mais básicos, será medida exclusivamente pelo que são como seres humanos. Como sempre digo, os conservadores ladram, mas a humanidade continua passando.

Com informações do South China Morning Post e G1

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