Após fim dos debates, deputados franceses votam casamento LGBT no dia 12

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A ministra da Justiça, Christiane Taubira, defende o projeto
de lei do casamento gay na Assembleia Nacional.


Deputados franceses encerram debates sobre casamento gay; votação será no dia 12


por Charles Platiau

Após 24 sessões parlamentares, 110 horas de debates e o exame de 4.999 emendas em 11 dias, os deputados franceses encerraram na madrugada deste sábado, às 5h40 no horário local, as discussões sobre o polêmico projeto de lei do casamento gay. Os debates foram marcados pela mobilização da oposição de direita, contrária ao projeto do Executivo socialista. O texto será submetido a voto solene da Assembleia na próxima terça-feira, dia 12, antes de seguir para tramitação no Senado.

O debate parlamentar sobre a legalização do casamento entre homossexuais na França foi o sétimo mais longo desde 1958, quando entrou em vigor a atual Constituição francesa. Após o voto solene de terça-feira, o texto seguirá para o Senado, onde será debatido a partir de 18 de março. O primeiro artigo, também o mais importante, prevê que "o casamento é contratado entre duas pessoas de sexo diferente ou do mesmo sexo". O projeto de lei não aborda a autorização à concepção de crianças por métodos de reprodução assistida pelos casais homossexuais.

Salvo alguns parlamentares, a maioria dos deputados de esquerda vai aprovar, "com orgulho", segundo eles, essa promessa de campanha do presidente François Hollande. A ministra da Justiça, Christiane Taubira, sai da maratona legislativa como uma heroína, por ter defendido o projeto com convicção e ao mesmo tempo respeito pelas divergências de opinião que o texto provoca na ala mais conservadora.

Os parlamentares de direita vão rejeitar a legalização do casamento entre homossexuais, à exceção de dois deputados que votarão a favor. O porta-voz da associação Inter-LGBT, Nicolas Gougain, disse neste sábado que a oposição francesa está "desconectada" da realidade "se acha que o casamento gay vai criar famílias de homossexuais, uma realidade que existe há muito tempo", comentou Gougain.

Os militantes anticasamento gay permanecem mobilizados e já convocaram um novo protesto no dia 24 de março. Na mais recente jornada de mobilização que eles fizeram, sábado passado, os opositores às uniões homoafetivas levaram 80 mil pessoas às ruas em 80 cidades francesas. O protesto de 13 de janeiro foi ainda mais concorrido, reunindo 340 mil pessoas em Paris, segundo a polícia.

Fonte: RFI via REUTERS

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