Lutadora de MMA, Jessica “Bate Estaca” Andrade, sai do armário para o tatame!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Jessica venceu nove de onze lutas no MMA (Foto Marcelo Barone)

Primeira brasileira a lutar no UFC quer vencer e quebrar barreiras no MMA

Por Guilherme Cruz

O UFC já foi acusado de ser uma organização homofóbica, mas a coragem de duas guerreiras pode ajudar o evento de Dana White a se livrar de vez desta marca. Liz Carmouche, desafiante de Ronda Rousey em fevereiro deste ano, foi a primeira atleta da franquia a assumir publicamente que era homossexual. A brasileira Jessica “Bate Estaca” Andrade, sua adversária no dia 27 de julho, no UFC on FOX 8, segue pelo mesmo caminho.

“Não tenho vergonha de me assumir sexualmente. É uma escolha que cada um faz para si. Eu acho que se as pessoas têm preconceito, cada um tem sua opinião de pensar. Eu sou feliz do jeito que sou”, disse a lutadora, em entrevista à TATAME.

O confronto entre as atletas, que juntas possuem 17 vitórias e apenas cinco derrotas no MMA, será transmitido na FOX nos Estados Unidos, o que promete gerar repercussão história ao primeiro duelo entre atletas homossexuais, e certamente ajudará a quebrar barreiras.

Dana White, chamado de homofóbico diversas vezes, elogiou a postura de Carmouche no início do ano.

“Eu adorei o que ela fez. Muitos dizem que sou homofóbico, e estou longe de ser isso. É ridículo. Eu acho ridículo que estamos em 2013 e o governo ainda diz que não podemos ter duas pessoas do mesmo sexo se casando. Quem é o governo para dizer que duas pessoas podem se amar, mas não podem se casar?”, protestou o cartola.
Apelidada de “Bate Estaca”, já colhe os frutos da fama instantânea ao assinar com o UFC (Foto Marcelo Barone)
Pronta para o show
Estreia será em julho

Sobre sua primeira oportunidade no UFC, Jessica mostra confiança. A atleta, que tinha três lutas marcadas no Brasil, disse estar preparada para competir com as melhores do mundo.

“Me considero pronta. Vou chegar lá e fazer um show para a galera”, disse a atleta, revelando que se surpreendeu com a contratação. “Não imaginava agora, esperava mais pra frente. É uma alegria muito grande representar não só a equipe, mas o Brasil”.

“Bate Estaca” reconhece que o fato de ser a primeira mulher brasileira a pisar no octógono traz responsabilidades a mais, pois abrirá as portas para que outras lutadoras possam seguir seu caminho, como é o caso de Amanda Nunes, que também tem contrato com a organização.

“Me sinto muito feliz e ao mesmo tempo tenho muita responsabilidade por ser a primeira mulher do Brasil no UFC, então todo mundo espera que eu vá muito bem. Pressão vai sempre ter. Não importa o evento, a pressão existe de todos os tipos”.

Carmouche vem de derrota para Ronda Rousey, mas surpreendeu ao quase finalizar a atual campeã do UFC com um mata-leão no início da peleja. Com um triunfo em sua estreia, Jessica espera figurar entre as melhores da divisão.

“Tem essa chance, sim, de estar entre as melhores. Ganhando dela já é uma oportunidade a mais de disputar o cinturão para frente”, sonha.

A TATAME conversou com a fera sobre o apoio da família, a fama instantânea após assinar com o Ultimate e a admiração pro Cris Cyborg, ex-campeã do Strikeforce.

Confira abaixo o bate-papo exclusivo:
Como começou no MMA?
Jessica vem de duas vitórias em sequência (Foto Carol Correia)
Eu estudava no Monteiro, e lá tinha um projeto de Judô. No ano seguinte já me chamaram para fazer Jiu-Jitsu. Quando fiz sete meses de treino surgiu a oportunidade de lutar MMA. Me sai muito bem, a galera viu que tinha jeito, e vi também, e segui carreira.

Meu pai ficou orgulhoso, ele sempre gostou de esportes. Mas minha mãe ficou um pouco apavorada. Mãe tem esse sexto sentido, medo da gente se machucar, apanhar. Mas agora aceita bem, até gosta. Não assiste, mas gosta.
Eles costumam ir te ver lutar?
Minha primeira minha mãe e meu irmão foram na minha primeira luta. Mas ela me falava que quando eu estava em cima ela abria o olho, mas, quando ficava em pé, ela ficava o olho fechado e rezava.
Eles vão à sua estreia no UFC?
Dessa vez só vamos eu e meu empresário, Gilliard Paraná, mas mais para frente eu pretendo levar.
Mas, se tiver um UFC no Brasil…
Ah, aí eles vão, com certeza. Vai ter um evento no dia 8, em Fortaleza, e eu espero que das próximas vezes que tiver e eu possa participar. O mais gostoso é lutar em casa.
Ter uma luta de mulher cria uma expectativa diferente entre os fãs, né?
A minha luta com a Liz é a mais esperada da noite, está no card principal, e a expectativa é boa de dar um show.
Já ficou mais famosa?
Já, sim… Fiquei mais famosa no Twitter (risos).
Tem algum ídolo no MMA?
Eu assistia muito às lutas da Cyborg. Me espelhei nessa agressividade, desse jeito de ir para cima e não parar enquanto não nocautear. Acho que peguei um pouco disso. Só vou para cima.
Atleta lamenta ausência de Cris Cyborg no UFC (Foto divulgação)
Lamenta o fato de ela não ter ido para o UFC? Acha que ela faz falta?

Acho que faz, sim. Mas ela está certa de querer priorizar o organismo dela. Tentar subir ou baixar muito de peso prejudica. Como ela é de cima, baixar fica difícil. Mas esse ela lutasse com a Ronda seria uma grande luta.
Perda de peso também te preocupa?
No futuro eu quero ter filhos, mas o tanto de peso que perco não chega a prejudicar. Ela deve pesar uns 78kg, e baixar para 61kg fica muito complicado. Eu consigo baixar fácil na minha categoria, são só uns quatro quilos.
As mulheres devem pedir essa dieta para perder quatro quilos, né?
Tem muito (risos), mas eu digo que sou atleta. Em pessoa normal é prejudicial. A gente perde rápido, mas recuperamos rápido também (risos).

Fontes:  Tatame, 05/06/2013, Globo Repórter, Combate

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