Religião e Homossexualidade: por uma espiritualidade inclusiva!

sábado, 2 de março de 2013

Paulo Stekel
Paulo Stekel tem 42 anos, é natural de Santa Maria (RS), mas reside atualmente em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). Músico, jornalista, professor autodidata de línguas sagradas e especialista em decifração de escritas antigas, cresceu como católico, porém se converteu ao Budismo em 1995. Assinou declaração de união estável, em 2007, em cartório de Porto Alegre, com seu companheiro de quase 12 anos e busca um templo budista para celebrar o casamento religioso.

Paulo também atua como ativista em assuntos relacionados a à espiritualidade e aos direitos LGBT por meio do blog e do movimento Espiritualidade Inclusiva que lançou simultaneamente em dezembro de 2011. Conversamos com ele, na entrevista que se segue, sobre seu trabalho e a difícil relação entre as religiões e a homossexualidade.  

UOO - Paulo, qual escola do Budismo você segue? E como o Budismo encara a questão da homossexualidade?
Paulo Stekel (PS)Eu sempre quis me aproximar do Budismo. Aos 9 anos de idade li meu primeiro livro que falava em Budismo e desejei intensamente ser iniciado por um lama tibetano. Me tornei budista em 1995, quando recebi iniciação na Escola Niyngma do Chagdud Gonpa orientado por S.E. Chagdud Tulku Rimpoche, em Santa Maria, minha cidade natal. Recebi ensinamentos de diversos lamas e instrutores budistas desde então. Ainda que tenha chegado ao Budismo formal através do Vajrayana, popularmente chamado de “Budismo Tibetano”, me considero apenas “budista”, sem qualquer preferência ou preconceito quanto a linhagens ou escolas. Respeito todas as linhagens e todos os mestres.

No tocante a como o Budismo encara a homossexualidade, posso dizer que ele é bem menos desfavorável ao assunto que as religiões teístas ocidentais. Não há condenações expressas na doutrina budista, nem obrigações, nem proibições. Tudo depende da percepção de cada praticante e de como ele transforma suas percepções em conhecimento, sabedoria e amor compassivo. Apesar de alguma ou outra referência levemente negativa quanto à sexualidade não-heteronormativa advinda de certos mestres budistas, são opiniões pontuais e não representam a palavra oficial do Budismo e muito menos do Buda sobre o assunto. Há países predominantemente budistas – como o Japão – que possuem uma farta literatura demonstrando que as relações homossexuais sempre foram aceitas de alguma forma na sociedade. Demonstrei isso no extenso (e polêmico) artigo O Buda Gay, que publiquei no blogue do Movimento Espiritualidade Inclusiva em 2012. 

UOO - Você é assumido nos ambientes budistas que frequenta? 
PS: Em todos eles e fora deles! Sou assumidamente budista e assumidamente gay em todos os ambientes, o que não significa desfraldar em cada lugar uma bandeira do Buda e outra do arco-íris. Mas, ao interagir com as pessoas, aos poucos minhas convicções – religiosas e sexuais – vão ficando claras para todos. Faço isso de um modo que julgo tranquilo, sem ficar me limitando nem forçando a barra para me expressar como sou em minha essência ou demonstrar aquilo no que acredito e vivo diariamente.

UOO - Seu companheiro também é budista? Se sim, já tentou “casar” em algum templo? 
PS: Meu companheiro não é budista. É umbandista. Isso nunca foi um problema, mas uma oportunidade muito preciosa de ambos conhecerem melhor a religião um do outro sem, com isso, ultrapassarem-se as fronteiras do respeito, descambando para algum proselitismo ou conversão de um para a religião do outro. Afinal, todo o envolvimento espiritual com uma tradição religiosa deve vir de uma decisão interna intransferível e intocável.

Quanto a “casar” em algum templo, no caso, um templo budista, já manifestei meu desejo. Contudo, quando fiz esse pedido ao Chagdud Gonpa, por volta de 2008, o argumento absurdo que me foi apresentado em contrário era o fato de que apenas eu era budista, meu companheiro não. Isso não me convenceu. Foi um deslize do Chagdud Gonpa que, infelizmente, só depõe contra a seriedade do trabalho despreconceituoso que se pretende estar sendo realizado lá. Diante desta negativa realizamos uma cerimônia simbólica de um “casamento universalista”, que foi dirigido por um sacerdote africanista e assistido por dezenas de amigos e amigas, em sua maioria, heterossexuais... 

Atualmente, estamos avaliando com outro grupo budista – não tibetano – a possibilidade da realização de tal cerimônia (sutilmente) negada pelo Chagdud Gonpa. 

UOO - Quando lançou sua página “movimento espiritualidade inclusiva” e quais são seus objetivos? 
PS: O blogue e o próprio Movimento Espiritualidade Inclusiva foram lançados simultaneamente em dezembro de 2011. O Espiritualidade Inclusiva é um movimento social nascido em Canoas (RS), mas com ação em âmbito nacional, constituído pelo coletivo de pessoas pertencentes à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e por seus simpatizantes, apoiadores e divulgadores. É um movimento social, organizado em coordenadorias com caráter consultivo e deliberativo, afinado com a agenda LGBT internacional e a Declaração dos Direitos Humanos, de natureza não-partidária e que não defende uma religião em particular em detrimento das demais.

O Movimento possui dois objetivos principais: enfrentamento, crítica e denúncia da homofobia em geral e da homofobia religiosa em especial; enaltecimento, visibilidade e apoio às ações inclusivas vindas do meio religioso-espiritual, sejam de religiões ou espiritualidades consideradas inclusivas, sejam ações pontuais advindas de religiões historicamente homofóbicas. 

UOO - Você deu o nome de “movimento” a seu blog porque também realiza atividades fora do ambiente virtual. Quais são elas e quais seus projetos futuros? 
PS: Exatamente. O blogue é apenas um dos canais do Movimento Espiritualidade Inclusiva. Temos um conjunto de propósitos práticos que, aos poucos, estão sendo implantados, como as coordenadorias estaduais e os Grupos de Encontro nas cidades, que objetivam o compartilhamento de experiências, entre outras coisas.

O trabalho dos Grupos de Encontro se baseia em 5 propostas: Inclusividade (Inclusão dos LGBT em todas as áreas da sociedade em condições de igualdade, em especial no meio religioso e espiritual); Combate à Homofobia (especialmente a homofobia religiosa); Formação do Cidadão LGBT (um cidadão LGBT consciente de seu lugar no mundo saberá lutar por seus direitos com muito mais propriedade); Movimento LGBT Amplo (Crítica, auto-crítica e afinação do discurso sempre que possível e lógico no que concerne às deliberações do que chamamos de Movimento LGBT amplo nacional e internacional); Cultura LGBT (estudo e compreensão desta cultura). 

Quanto ao mecanismo de ação, os Grupos de Encontro sempre consideram as 3 atividades principais do Movimento a ser desenvolvidas dentro e fora das reuniões: 

1ª – Produção de material teórico para efeitos práticos: artigos, debates, ensaios, teses, etc. Tudo isso deve ser compartilhado em nosso blogue oficial para acesso de toda a sociedade e para melhorar a argumentação da comunidade LGBT. Todos aqueles que possuem o dom da palavra e da escrita são chamados a contribuir com o movimento. 

2ª –Compartilhamento de experiências a respeito de inclusão, homofobia, descobrir-se LGBT, assumir-se, anseios espirituais, etc. Este compartilhamento pode ocorrer por escrito e publicado no blogue oficial na forma de relato e também durante as reuniões dos Grupos de Encontro, seminários municipais, regionais ou estaduais e outros eventos que venham a ser organizados.

Paulo Stekel (centro) na organização da 4ª Parada Livre de Canoas (RS), em novembro de 2012

3ª – Ações próprias ou em caráter de apoio do tipo organização de ou participação em palestras, seminários, encontros, intervenções, protestos, passeatas, auxílio a LGBTs em situação de perigo ou conflito de natureza religiosa, engajamento em políticas públicas ou campanhas do terceiro setor (ONGs LGBTs ou não) que tenham afinidade com as propostas do movimento, etc.

Fora isso, temos participado de eventos de natureza religiosa (diálogo interreligioso, marchas religiosas, eventos universalistas, etc.) e de natureza pró-LGBT (seminários, congressos e palestras sobre sexualidade e orientação sexual, paradas livres, concursos miss gay, etc.), como forma de mostrar nossa proposta tanto a religiosos quanto a LGBTs. Aqui em Canoas, fazemos parte da Comissão Interreligiosa que se reúne com a Prefeitura e somos uma das entidades da sociedade civil envolvidas na organização da Parada Livre da cidade, que tem se pautado por uma apresentação mais ativista e conscientizadora que apelativa ou fútil, mas sem retirar a diversão da festa. 

UOO - As religiões abrâamicas (judaísmo, cristianismo, islamismo) estão entre as grandes inimigas dos direitos homossexuais no mundo contemporâneo. Acredita que o preconceito contra os homossexuais é inerente a essas doutrinas ou tudo não passa de questão de interpretação dos textos ditos sagrados? 
PS: A interpretação dos textos sagrados acaba por ser, no final das contas, a práxis da religião viva, ou seja, da religião enquanto fenômeno histórico seguindo na linha do tempo. Isso é mais importante do que pensar que o preconceito é inerente. E essa interpretação, como a própria História demonstra, vai mudando ao longo do tempo. Em umas religiões, a interpretação avança mais rapidamente em direção a uma justiça social conectada com a modernidade; em outra, claudica e capengueia lentamente. É o caso, ao meu ver, das religiões abraâmicas, mas não em seu todo, pois as correntes de que são constituídas não possuem todas a mesma interpretação. Desta forma, em linhas gerais, o Judaísmo se furta a falar claramente no assunto e, desta forma, suas ações diretas contra LGBTs são menos intensas; o islamismo tende a falar abertamente contra LGBTs e seu modo intenso, quando conectado à lei islâmica (a sharia), acaba por justificar ações criminosas contra a vida de pessoas unicamente por causa de sua orientação sexual; o Cristianismo é mais leve no tocante a ações violentas contra LGBTs, mas isso não o livra de ser considerado um promotor da violência através da incitação causada pelo discurso homofóbico de alguns de seus líderes.

UOO - A que atribui o crescimento das denominações neopentecostais no Brasil? E qual a razão para sua obsessiva campanha contra os direitos LGBT? 
PS: Sendo bem sincero, acho que os neopentecostais crescem tanto porque suas doutrinas prometem coisas muito mais materiais que espirituais a uma população majoritariamente miserável, sem educação, sem perspectiva de desenvolvimento e abandonada espiritualmente por aqueles que eram seus preceptores até então, diga-se, os líderes católicos. Estes últimos se preocuparam mais em enriquecer a Igreja e esqueceram, de fato, dos pobres. Alguns católicos se insurgiram contra isso, e o Vaticano de certo modo os calou. Então, sobrou uma vaga para os neopentecostais, onde os mais letrados e espertos são os que ganham em cima dos mais ignorantes, salvo raras exceções.

A obsessiva campanha anti-direitos LGBT dos neopentecostais se deve, creio, a uma soma de fatores: o machismo inerente à sociedade brasileira; a normatização visível nos modos neopentecostais de exigir dos fiéis certa vestimenta, postura, adesão a “campanhas” arrecadadoras, estilo de vida “santa” e comportamento “cordeirinho” que aos gays não agrada nem um pouco, já que, em geral, quebram paradigmas; o literalismo na interpretação bíblica aliado a uma visão teológica deficiente pouco dada à contextualização e à adaptação à vida moderna – a não ser naqueles pontos que interessam à eficácia da evangelização. Este último fator é determinante pois, na definição de “vida santa” neopentecostal não há espaço para o que foge da família constituída por um homem e uma mulher. Então, o LGBT é considerado aberrante. 

UOO - O pastor Silas Malafaia se tornou provavelmente o maior inimigo dos direitos LGBT no Brasil, mas o ativismo parece não saber fazer-lhe frente. A que atribui essa ineficiência? 
PS: Cheguei à conclusão de que Malafaia até tem um certo grau de inteligência e sabe que está indo além da conta, mas se aproveita muito bem disso para chegar a seu objetivo: eclipsar seus concorrentes – diga-se, Macedo, Santiago e mesmo R. R. Soares. Pretende, inclusive, fazer a diferença, enfatizando o estudo teológico, a ética e a qualificação em seu staff de pastores. Pura estratégia de marketing! O que ele quer mesmo é crescer mais do que os concorrentes. Os LGBT nem sequer são seu alvo principal. Isso foi uma circunstância. Seu alvo principal, para quem souber perceber as sutilezas, são os outros pastores milionários que estão por aí. Ele apenas usa os LGBT para conseguir aparecer na mídia. Não tem gás para muito mais que isso.

Quanto à forma como muitos ativistas têm tratado a homofobia de Malafaia, um pouco da ineficiência se deve ao discurso ideológico de alguns e à ignorância sobre religião de outros, ou ambas as coisas. Contrapor fanatismo (ideológico) a fanatismo (religioso) em argumentação tem como resultado a anulação de ambos, gerando uma batalha sem vencedores. Radicalismos não funcionam. Sem conhecer o adversário e sua doutrina não é possível vencê-lo em seu próprio terreno. Nós, no Movimento Espiritualidade Inclusiva, procuramos conhecer o universo de todas as religiões e espiritualidades, para podermos confrontar a homofobia advinda delas em seus próprios campos de ação, sem qualquer tendenciosidade ideológica, partidária ou religiosa, já que nos pautamos no Estado Laico. 

UOO - Após a entrevista do pastor Malafaia a Marília Gabriela, surgiu uma campanha LGBT para cassar seu registro de psicólogo. Você não acha que essa ação é contraproducente já que ele não exerce a profissão? Não seria mais adequado tentar processá-lo por dano moral coletivo com base na analogia que fez entre homossexuais e bandidos? 
PS: Com certeza, seria mais eficaz, pelo menos no sentido de causar mais opinião pública. A cassação do registro foi uma atitude pequena, pouco expressiva nesse caso, já que, como você disse, ele não exerce a profissão de psicólogo. A cassação tem apenas um valor simbólico, mas uma responsabilização por dano moral coletivo teria um valor real em favor da dignidade da pessoa LGBT.

UOO - Graças a um acordo de lideranças, nesta última quarta-feita (27/02), o PT abriu mão da vaga da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara em favor da sigla cristã PSC que faz parte da base de apoio do governo Dilma Rousseff. A lista desse partido para o cargo é encabeçada pelo deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), notório homofóbico e racista. Qual sua opinião sobre essa "novidade"?
PS: O Pastor Deputado Marco Feliciano é muito pior que Malafaia, não só por ser menos inteligente, mas também por ser muito mais mal-intencionado. Ao lado de Magno Malta, é um dos fundamentalistas mais ignorantes e perigosos do Brasil. Ter alguém assim presidindo a Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados é como deixar a raposa cuidando das galinhas, algo absurdo e que, infelizmente, toda a base governista está permitindo.

Se ele acabar sendo mesmo o presidente da comissão e se, referendado, não for destituído, mesmo por força de apelo popular, seja pela petição da ONG Avaaz ou protestos generalizados, teremos em nosso país a semente do mais vil fundamentalismo cristão racista e homofóbico, algo só visto até aqui nos EUA, onde pastores insanos matam a si e a seus fiéis envenenados, armam atentados terroristas e atacam homossexuais de todas as formas possíveis. É isso o que queremos para nosso Brasil? Nós, do Movimento Espiritualidade Inclusiva, não!

Se ele ficar na comissão, nos juntaremos aos muitos que protestarão contra o que ele representa e, não querendo ser profético, podemos estar diante de algo que pode descambar para combates violentos de natureza ainda desconhecida... infelizmente."

UOO - Há muitas igrejas inclusivas cristãs, apesar de todo o preconceito da doutrina oficial. Você acha que vale mais a pena construir igrejas, templos, centros, etc... especificamente LGBT do que tentar mudar a cabeça das igrejas institucionalizadas? 
PS: Sendo, mais uma vez, bem sincero, acho que não. Se a tendência das Igrejas Inclusivas for funcionarem como uma alternativa LGBT às denominações homofóbicas que estão aí mais como espécie de igrejas PARA LGBTs, sua perenidade está ameaçada. Sou muito mais favorável à criação de divisões inclusivas LGBT nas religiões, igrejas e doutrinas já existentes do que novas denominações que se assemelham a “religiões gays”. É uma forma mais legítima de lutar por direitos. Isso se coaduna com o propósito principal da dignidade LGBT no campo religioso-espiritual, como entendido pelo Movimento Espiritualidade Inclusiva: buscar o reconhecimento por parte das religiões-espiritualidades da NATURALIDADE da diversidade de gêneros e orientações sexuais. Não buscamos tolerância, condescendência, mas o reconhecimento desta naturalidade cada vez mais comprovada por pesquisas científicas sobre a orientação sexual em animais, por exemplo. Mas, reconheço nas Igrejas Inclusivas um trabalho útil num sentido relativo quanto à conscientização da sociedade sobre a diversidade que circunda a todos.

UOO - Considerando o papel de boa parte das religiões no fomento e manutenção dos preconceitos contra as pessoas homossexuais, quais ações de contra-ataque considera imprescindíveis? 
PS: No Movimento Espiritualidade Inclusiva nos propomos a utilizar o meio mais eficaz para esse intento: pesquisar, reconhecer e denunciar o preconceito embutido nas religiões através de nossos estudos e artigos, como os publicados em nosso blogue. Isso causa o debate, a réplica, a tréplica e supre os ativistas mais inteligentes com os argumentos aprofundados adequados para se contra-atacar quando necessário. Aliás, entre os inúmeros elogios que os artigos de nosso blogue recebem estão exatamente aqueles que fazem referência ao quanto alguns ativistas encontram nele material de suporte a suas argumentações com a família – especialmente quando são famílias evangélicas – , no trabalho, na escola ou mesmo entre amigos gays ainda em conflito. O argumento é e deve ser nossa maior arma contra o preconceito. Afinal, se o preconceito é um pré-conceito, um conceito desenvolvido antes do conhecimento do objeto, a melhor forma de contrapô-lo é através do conhecimento que existe como um lapso; enfim, devemos nos propor a causar um colapso, se me permite o trocadilho. De um colapso, nasce o novo conceito, talvez menos discriminatório.

UOO - Por fim, deixe uma mensagem para nossas (os) leitoras e leitores. E grata pela entrevista. 
PS: Tenho vivido há 42 anos num processo intenso de busca por conhecimento externo e por autoconhecimento. Sei que sou mais do que aparento aos outros e a mim mesmo. Então, não sou um homem gay, um homem músico, um homem jornalista, um homem escritor, etc. Sou mais que os rótulos que possam alcunhar-me ou que eu mesmo venha a me dar. Quando percebi isso, e devo muito ao Budismo por chegar a essa compreensão, não me tornei um ativista LGBT fanático, mas alguém que busca a igualdade no sentido relativo, algo que se aproxima da justiça social desejada por todos, mas com diferenças de oportunidade, já que as capacidades individuais são variáveis. 

Minha principal mensagem a todos os LGBT é: conheçam-se primeiro, mas conheçam-se muito além de gêneros e orientações sexuais; conheçam-se por inteiro, por fora e, principalmente, por dentro. Assim, vocês serão muito fortes, inatingíveis em suas essências e realmente dignos como seres vivos conscientes e autoperceptivos. Desta forma, nenhum preconceito os atingirá no coração. 

Minha mensagem aos não-LGBT é exatamente a mesma, pois nesta visão não há separação entre LGBT e não-LGBT. Somos um todo complexo e, para conhecermo-nos melhor, o espelho do outro visto com serenidade pode ser um mestre fantástico. 

Sarva Mangalam! (Haja benefício para todos os seres sencientes!)

Movimento Espiritualidade Inclusiva 
e-mail: espiritualidadeinclusiva@gmail.com

Assine a petição contra a indicação do pastor Marco Feliciano para a Presidencia da Comissao de Direitos Humanos da Câmara Federal

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