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Rosely Roth (GALF-BR) com integrantes do GALF peruano no III EFLC (Acervo Um Outro Olhar) |
Rosely Roth (21/08/59- 28/08/1990)
Por Míriam Martinho
Rosely Roth nasceu de família judia, em 21 de agosto de 1959, tendo cursado escolas judaicas e não-judaicas durante a infância e a adolescência e, posteriormente, formado-se em Filosofia (1981) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também pós-graduava-se em Antropologia (85/86) com os trabalhos Vivências Lésbicas - Investigação acerca das vivências e dos estilos de vida das mulheres lésbicas a partir da análise dos bares freqüentados predominante por elas e Mulheres e Sexualidades.
Iniciou seu contato com o movimento de mulheres, no primeiro semestre de 1981, quando começou a participar simultaneamente dos grupos Lésbico-Feminista/LF (1979-1981) e SOS Mulher (1980-1983).
Em outubro de 1981, fundou comigo o Grupo Ação Lésbica-Feminista/GALF (1981-1990), um grupo a princípio de continuidade do grupo lésbico-feminista (cujo coletivo original se dispersara), mas que viria, no decorrer de sua existência, a desenvolver características próprias tanto em termos políticos quanto de atividades.
A partir de 1982, deixou de atuar no coletivo SOS Mulher, vindo a dedicar-se exclusivamente ao Grupo Ação Lésbica-Feminista (GALF) do qual foi figura de destaque seja por seus artigos, nas duas publicações da entidade – os boletins ChanacomChana (12/82 a 05/87) e Um Outro Olhar (até 1990) - e pela organização de debates, com outros grupos dos Movimentos Feminista, Homossexual e Negro, além de com parlamentares da época, seja por sua participação em atividades externas (manifestações, encontros, simpósios, congressos) ou por sua presença constante, publicamente lésbica, na mídia brasileira.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFu4W4N_7HGBj_aYG3pztWw-AqjTH5w1dyK1sf3BbOx_Y8XRwOG4VS4jfph2wLIWpHYzNdYjORfGP3krQtew6ZcTT5ENdhqDdR_2WSeDXy2jb83ydL-ZUtI_8kqVbuosKXnDvXk5XsBFMa/s1600/roselyroth2.jpg)
Rosely Roth foi pioneira no que se convencionou chamar de “política da visibilidade” em uma época (década de 80) em que, com raras exceções, ninguém mais o fazia, aliando aparições públicas, geralmente marcantes, a uma fundamentação teórica que lhe permitiu ir além do ramerrão vitimista e reformista que muitas vezes caracteriza o discurso e as atividades dos grupos sociais discriminados.
Na década de 90, a visibilidade ganhou as páginas dos jornais, os programas de TV e até as ruas, em manifestações de orgulho cada vez maiores e com várias pessoas dando as caras, mas até hoje, não surgiu quem superasse em excelência, Rosely Roth como a ativista lésbica do Brasil. Em sua homenagem, republico, anualmente, um seu texto muito significativo, chamado AUTONOMIA (dos movimentos sociais) bem como o texto informativo sobre a manifestação do Ferro's Bar que ela liderou. Reproduzo tambémmatéria da Folha de São Paulo que relata a polêmica surgida quando da primeira participação de Rosely no programa da apresentadora Hebe Camargo.
Fonte: Revista Um Outro Olhar, n. 33, Ano 14, Outubro-Dezembro de 2001. Fonte matéria abaixo: Folha de São Paulo, 01/06/1985
Não acredito que nunca tinha lido nada sobre essa guerreira lesbica. É importante saber nossa história.
ResponderExcluirPOR SER JUDIA IMAGINO....INSENSATEZ DA FAMÍLIA NO SEU CONTEXTO DE VIDA...POSSO ESTAR ERRADO, MAS PELO QUE CONHEÇO?
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